A disseminação indiscriminada do uso de drogas por parte da juventude, e não só, é o resultado funesto de uma sociedade em decadência, na preservação dos seus valores essenciais. Existe uma interrogação pairando no ar, e ninguém responde satisfatoriamente apesar dos recursos utilizados pelo Governo ou pelas organizações filantrópicas e religiosas.
Como deter a proliferação deste mal que destrói tantas vidas por todo o mundo? Quais são as causas da toxicomania? As causas são múltiplas e difíceis de catalogar e explicar. Entretanto, podemos verificar um fato inegável e causador da toxicomania, ou seja, a insatisfação interior, a qual invade o jovem, e é provocada por vários fatores.
Em princípio, temos de analisar a impetuosa corrente de mudanças. São situações drásticas que têm vindo a desagregar as instituições, a sacudir e a alterar os nossos mais sagrados valores e a fazer secar as raízes de uma sociedade que se deteriora. Certo sociólogo escreveu: “A mudança é o processo pelo qual o futuro invade as nossas vidas”.
Somos, sem dúvida, sacudidos por uma explosão de mudanças tão repentinas, que a humanidade está sujeita a uma crise coletiva, de carácter desagregador, em virtude da dificuldade de adaptação a tais transformações. A ansiedade do nosso tempo afeta as mentes, tornando-as febris pela agitação acelerada do presente século.
A corrida desenfreada tumultua os espríritos, conduzindo-os ao uso das drogas, como um escape para a liberdade. Na verdade, essa alternativa é uma fuga dramática e fatal para a autodestruição. O jovem de hoje está particularmente confuso e dominado pelo medo, pela desconfiança, e pela ansiedade. A pressão sobe, a insatisfação e a desoientação generalizam-se entre a juventude. Temos uma geração decepcionada e perplexa.
Um famoso rabino judeu afirmou: “É ilusão supor que existem atalhos para chegar à verdade”. O mundo falha cada vez que se volta para eles, pois nem mesmo um programa intensivo, por mais importante que seja, bastará para solucionar os problemas do nosso século. Soluções abruptas, e oferecimentos de respostas vazias, jamais erradicarão a toxicomania.
Desorientados, sequiosos e insatisfeitos espiritualmente, os jovens buscam nas drogas uma resposta. Contudo, a sua ansiedade perdura e a busca da verdadeira liberdade continua a ser um fato.
As drogas matam lentamente o viciado. Destroem as defesas do corpo expondo-o a resfriados, infecções diversas, tremores musculares, problemas cardíacos, dificuldades respiratórias etc. Além da destruição física, ocorrem também os danos psíquicos.
Certo viciado confessou, que ao tomar uma dose de droga se iniciam as divagações da mente: faz viagens, constroi castelos e planeja coisas maravilhosas. Porém, depois de algum tempo, cai na realidade, decepciona-se, escravizado pelas correntes mortais da alucinação. Muitos tornam-se tão hostis que chegam a investir contra si mesmos com pinças e alicates, e arrancam pedaços da própria pele. A insegurança e a paranoia, que consistem no complexo de perseguição, faz do viciado uma pessoa desesperada.
Haverá solução para um toxicômano? Sim, há! Cristo pode mudar a sua vida. Ele consegue operar o milagre da nova vida que o mundo não pode dar. O vazio espiritual só poder ser preenchido pela presença maravilhosa do Espírito Santo. O milagre do Evangelho não é fabricado, mas tem o poder de mofificar uma vida.
Quando alguém, esmagado pelos males dos vícios, se encontra com Cristo, um milagre acontece. A paz verdadeira e um novo tipo de vida trazem segurança inigualável. A Bíblia é enfática quando afirma: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo” (2Coríntios 5.7).
Ao encontrar-se com Cristo, a pessoa descobrirá a felicidade e o caminho da vida, pois só Ele acalmará a tempestade do seu vazio interior.
Pr. Elienai Cabral
Nota: Publicado na Revista Novas de Alegria, janeiro de 1982.