O racismo da doutrina Mórmon

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Por muitos anos a Igreja Mórmon ensinou que as pessoas de raça negra eram “inferiores” e “amaldiçoadas” por Deus, por causa de seus pecados cometidos antes de nascerem. Os negros, segundo mormonismo, foram espíritos que não lutaram valentemente a favor de Deus contra Lúcifer. Por esta causa, diz o mormonismo, foram enviados à terra com a pele escura. Essa é a explicação da Igreja Mórmon para a existência da raça negra.

Por esta razão, os negros foram, durante quase 140 anos, barrados de ocupar qualquer posição de autoridade dentro do mormonismo.

Brigham Young declarou: “Você vê que alguns grupos da família humana são negros, desajeitados, feios, desagradáveis e baixos em seus costumes, selvagens e aparentemente sem a bênção da inteligência que é normalmente dada à humanidade… O Senhor pôs uma marca neles, que é o nariz chato e a pele negra…” (Journal of Discourses, Vol.7, p. 290-291).

 O deus mórmon mudou de ideia

Por muitos anos, a Igreja Mórmon proibiu os negros de fazerem parte do Sacerdócio Aarônico e do Sacerdócio de Melquisedeque. A mudança aconteceu em junho de 1978, por causa do templo em São Paulo. Como impedir um grande número de negros entrarem no templo, se eles também ajudaram a construí-lo? A Igreja Mórmon diz que a mudança veio como resultado de uma revelação divina. Entretanto, já está provado que foi por pressões surgidas no Brasil.

“O negro, a semente de Cam, a qual é a semente de Caim perpetuada através de Cam, de acordo com a maldição que recebeu, servirá a seus irmãos, e serão servos dos servos entre seus irmãos, até que Deus remova esse opróbrio, e nenhum poder poderá invalida-la” (Discursos de Brigham Young, p. 279).

“Degeneração racial, resultando em diferenças de aparência e em capacidade espiritual, tem surgido desde a queda do homem. Nós conhecemos as circunstâncias sob as quais a posteridade de Caim (e mais tarde de Cam) foi amaldiçoada com aquilo que chamamos características raciais negróides” (Doutrina Mórmon, Bruce R. McConkie, 10ª edição, p. 616).

Até junho de 1978, nenhum homem de descendência africana podia receber o sacerdócio mórmon, por causa da maldição divina contra a “posteridade de Caim” (mais tarde de Cam): Uma só gota da sangue africana seria suficiente para desqualificar qualquer um, mesmo se tivesse pele branca, segundo a doutrina histórica do mormonismo. O sacerdócio é essencial para um homem ocupar qualquer posição de liderança na religião mórmon; sem ele, nenhum membro masculino pode ter mais autoridade eclesiástica (ou privilégios) do que uma mulher ou uma criança.

E como o mormonismo explica a cor escura da raça negra? Segundo Brigham Young, a “marca” ou evidência externa da maldição divina é “o nariz chato e a pele negra” (Journal of Discourses, Vol. 7, págs. 290-291). De acordo com esse profeta mórmon, a penalidade de Deus para qualquer ato de miscegenação é a “morte na hora. Assim será para sempre” (idem, Vol. 10, página 110).

Desde 1938, quando a ISUD foi obrigada pelo governo Getúlio Vargas a não trabalhar mais exclusivamente com pessoas de língua alemã (no Sul do país), a miscigenação trouxe muitos problemas para a seita. Como verificar devidamente o parentesco de alguém? Uma pessoa com ordenação inválida, daria ordenações inválidas aos outros, uma catástrofe espiritual impossível da remediar.

Dois incidentes, em 1949, despertaram o Presidente de Missão Rulon S. Howells para os possíveis problemas sacerdotais que a igreja poderia ter, num Brasil racialmente misturado. O primeiro foi um conflito menor, com implicações raciais, na cidade de Piracicaba. O segundo incidente foi a ordenação planejada de um membro ativo de cor branca, no Rio de Janeiro, que pouco antes de receber o sacerdócio, descobriu-se que tinha descendência de escravos. A reação de Howells para com esses incidentes foi rápida e decisiva. Ele fechou o ramo negro e instituiu um programa genealógico, com o fim descobrir e documentar o antecedente racial de todos os membros brasileiros. A informação da linhagem ancestral foi também exigida de possíveis conversos, e os missionários não podiam realizar quaisquer batismos sem a aprovação do Presidente Howells. O alvo principal da missão era a pureza racial de todos os novos convertidos. No fim de 1953, ele pôde relatar para a liderança da seita em Salt Lake City que “durante ano passado, somente dois, batismos foram realizados, nos quais os membros da família são descendentes parciais de Caim” (Mark L. Grover, “The Lineage of Cam in the Land of Racial Democracy: The Mormon Priesthood and the Brazilian of African Descent” – 18ª Annual Meeting, Nebraska, EUA, may 1983).

A Igreja Mórmon deliberadamente escondeu a base doutrinária da restrição do sacerdócio dos membros brasileiros. Diz Grover: “A prática da igreja, de limitar a informação ao membro brasileiro sobre a posição mórmon referente o negro, reforçou ainda mais as diferenças de percepção entre os dois grupos. Houve um esforço consciente pelos líderes para evitar de falar sobre a questão do sacerdócio dos membros”.

No início de 1859, uma apresentação ocasional foi feita na igreja, especialmente para membros jovens, aconselhando cuidado sobre casamento inter-racial. Contudo, como a questão racial se tornou um problema, dentro e fora da Igreja, membros no Brasil foram providos com menos informações, estritas ou verbais, sobre as restrições. Por exemplo, a tradução portuguesa de O Caminho da Perfeição, do profeta Joseph Fielding Smith, em 1964, eliminou a discussão de dois capítulos sobre a linhagem de Caim, enquanto as traduções em outras línguas, publicadas ao mesmo tempo, incluíam o livro todo. Os tradutores no Brasil foram outra vez instruídos a deixar de fora os dois capítulos na publicação revisada do volume em 1978.

Em 1975, a construção do “templo sagrado” de São Paulo, o primeiro da América co Sul, foi anunciada. Como a Igreja Mórmon poderia proibir a entrada dos membros fiéis negros nesse templo — cujas ordenanças são essenciais para a “vida eterna'” (exaltação no ”Reino Celestial”) — quando muitos deles se sacrificaram tanto para ajudar a edificá-lo?

Em 8 de junho de 1978 A Igreja Mórmon proclamou, surpreendentemente, que o sacerdócio mórmon estava aberto a todos os membros masculinos “dignos”, sem fazer caso da cor da pele ou descendência racial. De acordo com o apóstolo mórmon LeGrand Richards, o dilema racial brasileiro foi o fator decisivo na mudança da posição. (Folheto “Revelação de um Segredo Mórmon”, transcrito da entrevista gravada com Richards, no seu escritório na sede mundial da Igreja Mórmon, em 16/08/1978). O templo em São Paulo foi inaugurado no dia 30 de outubro do mesmo ano.

Apesar da mudança do posição, a doutrina racista da origem e maldição física dos negros continua no mormonismo até hoje, sendo, todavia, escondida da maioria dos membros da seita. Em muitos lugares do mundo a seita continua sua política oficial de desencorajar quaisquer casamentos interraciais entre seus membros.

O historiador mórmon Dr. Lawrence J., explica que durante anos a igreja evitou converter pessoas de ascendência africana, e os missionários desenvolveram vários métodos (até a pratica de verificar álbuns de fotografias), para detectar tal linhagem, a fim de não batizar pessoas erradas.

Os mórmons não gostam de apresentar suas doutrinas bizarras a gentios (para os mórmons gentio é todo aquele que não é mórmon). O Dr. Walter Martin percebeu isto pelo fato de na revista Look de 5 de outubro de 1954, apelarem para subterfúgios semânticos a fim de não apresentar sua postura ao público em geral. Aliás, nos Estados Unidos eles até possuem uma assessoria de relações públicas para evitar constrangimentos.

Se a doutrina do negro no mormonismo fosse de Deus, ela não seria mudada, pois o Deus da Bíblia não muda:

Ml. 3:6 “Porque eu, o Senhor, não mudo”;

Tg. 1:17 “Em quem [Deus] não há mudança nem sombra de variação”.

A Bíblia condena o racismo:

At.10:34 “Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas.”

Cl. 3:11 “Onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos”.

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