A maioria dos teólogos entende que o texto aponta para uma espécie de disciplina ou exclusão da comunhão com a Igreja, o Corpo de Cristo.
“ E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar” (I Tm 1.20).
Timóteo, um obreiro ainda bem jovem, estava enfrentando sérios problemas na igreja de Éfeso. Por conta disso, o apóstolo Paulo lhe escreveu uma carta encorajando-o a manter a ordem entre os irmãos. Os falsos mestres estavam deturpando os ensinos originais nos quais a igreja tinha sido instruída e, entre os tais, Paulo cita dois nomes: Himeneu e Alexandre.
Quando recebeu o ministério eclesiástico pela imposição das mãos do presbitério, o jovem Timóteo recebeu juntamente a responsabilidade de combater as heresias que possivelmente surgiriam no seio da igreja (I Tm 1.18; 4.14; 6.12).
Não há menção específica a respeito das heresias com as quais aqueles dois falsos obreiros se envolveram. Entretanto, parece que a carta de Paulo a Timóteo visava tratar problemas de crenças religiosas e ideias filosóficas. O contexto sugere que esses obreiros estavam envolvidos com questões pertinentes ao gnosticismo, sendo que Himeneu é citado por Paulo em 2 Timóteo 2.17,18 como que ensinando que a ressurreição já tinha acontecido, alegorizando-a e minando a esperança futura dos irmãos.
A sentença para esses obreiros seria que fossem “entregues a Satanás”, o que a maioria dos teólogos entende como uma espécie de disciplina ou exclusão da comunhão com a Igreja, o Corpo de Cristo. Este procedimento visava tanto a correção como a punição. Quanto a este fato, a Bíblia de estudo de Genebra afirma o seguinte: “Portanto, foram devolvidos ao mundo – domínio de Satanás (Jo 12.31; 14.30; 16.11; 2 Co 4.4; Ef 2.2)”. No mesmo sentido, a Bíblia de estudo Pentecostal considera: “Ser desligado da Igreja; por outro lado, deixa a vida da pessoa aberta aos ataques destrutivos e satânicos (Jó 2.6,7; I Co 5.5; Ap 2.22)”.
—————-
FONTE: REVISTA “DEFESA DA FÉ” ANO 9 –N° 72