Bem, ultimamente minha vida de apologista tem ficado mais difícil que o normal. São 18 anos de apologética, apologética feita com responsabilidade e seriedade. Sempre pautando a verdade como objetivo primaz.
Atualmente minha cruz ficou mais pesada. Resolvi estudar a fundo a doutrina calvinista, visto o seu florescer em terras tupiniquins. Depois de lido onze livros de Comentários da Bíblia escritos por João Calvino, das Institutas e de autores calvinistas renomados – cheguei a uma triste conclusão – o calvinismo não é bíblico. Foi uma conclusão muito triste, por amar os irmãos históricos e calvinistas, mas não podia deixar que o amor pelas instituições fosse maior que o amor pela verdade. Então me posicionei, tornei-me um “não calvinista” assumido. Escrevi um breve livreto chamado “Calvinismo Recalcitrante” – fiz questão de deixar claro minha posição. Depois de refletir demasiadamente, me declarei oficialmente um arminiano/wesleyano. Participei de alguns debates na internet e no facebbok. Percebi que o caldo engrossou e que a celeuma não era singela e simples, mas complexa e incurável! Pior, descobri que o calvinismo levado às últimas consequências transformava Deus em autor do pecado. Então, aqui no site do CACP publicamos uma coluna e ali divulgamos alguns artigos sobre a problemática – você pode acessar clicando aqui.
Depois, então deparei com alguns colegas de apologética que resolveram, depois de 18 anos de trabalhos e de pesquisa, que eu não prestava mais como apologista. Tudo o que eu fiz e pesquisei era lixo, pois eu não era calvinista. Vários artigos foram escritos pra questionar-me. Alguns muito bem escritos e dentro de uma ótica acadêmica e bem elaborada e outros nem tanto. Achei normal, eu havia me posicionado, era certo que eles também se posicionassem.
Mas teve um pseudoapologista que foi além. Ele escreveu coisas que eu nunca havia dito, inclusive inventando fatos e afirmações tirados do contexto do Facebook – quem quiser me seguir no meu Facebook e ver os fatos, favor acessar:
https://www.facebook.com/joaoflavio.martinez.9
Pois bem, entre as embustes que esse “apologista” disse estão a de que eu havia afirmado que os calvinistas são diabólicos, heréticos e perdidos. A grande problemática é que não foi exatamente isso que eu disse, nem de longe eu arvorei esse tipo de conclusão.
O contexto da conversa mostrava que J. Wesley explicitou que o calvinismo levado às últimas consequências faz de Deus “um ser mais vil que o diabo” (citação do Sermão de Wesley “A Graça Livre”). Roger Olson, em seu livro TEOLOGIA ARMINIANA, mostra que a cosmovisão do Deus arminiano é uma e a do calvinismo é outra, ou seja, são deuses diferentes devido às concepções antagônicas desse mesmo Deus. Dr. Augustus Nicodemus, pra apimentar a celeuma, em seu vídeo “Livre Arbítrio” chama o Deus arminiano de “banana”. Então, expliquei a esse “apologista calvinista” que a coisa era bem complexa e que não tinha como não se posicionar. Só fica no muro quem não estuda a questão, mas quem estuda escolhe um lado e vive com isso. Depois, ele me perguntou se um crente poderia perder a salvação, eu disse que cria nessa possibilidade, que tal possibilidade estava registrada na Bíblia e chamava-se apostasia (clique aqui e baixe o estudo com 50 páginas sobre a temática).
De posse dessas informações, ele concluiu que eu havia dito que os calvinistas eram perdidos, heréticos e satânicos. Também me acusou de “falso” Batista e questionou-me por eu ser um Pastor Batista (OPBB – Seção SP 3110).
Vamos deixar claro algumas coisas aqui:
Sobre a questão calvinista –
- – Não vejo a coisa como soteriológica, ou seja, calvinistas e arminianos, se fiéis a Jesus, vão para o céu;
- – Não fui eu quem definiu o calvinismo como heresia, mas sim o concílio de Orange em 529 Dc. Detalhe – é desse mesmo concílio que os calvinistas pegam a condenação do pelagianismo – então deveriam aceitar a condenação da dupla predestinação. Também não são os arminianos que iniciaram essa escaramuça, mas DORT ao não respeitar o posicionamento dos Remonstrantes.
- – Tanto Wesley como Olson chegam à mesma conclusão, quando a questão levada ao extremo da doutrinação entende-se que a divindade calvinista e arminiana são diferentes.
Sobre eu ser pastor batista –
- – Os batistas, quase sempre em sua história, foram divididos em calvinistas e arminianos. Hoje no Brasil, de acordo com a confissão de fé da CBB, podemos arrazoar que os batistas Brasileiros são Arminianos Clássicos, ou seja, que dos Cinco pontos da TULIP acreditam no primeiro (depravação total) e no último (segurança dos santos), negando dos demais.
- – Eu fui muito claro na minha MONOGRAFIA DE INGRESSO ao ministério batista – expliquei meu posicionamento e deixei os pastores livres para decidirem a minha situação. O engraçado é que minha comissão avaliadora quase me reprovou, não por eu ser arminiano, mas por eu expor que receberia um irmão presbiteriano no rol de membros sem necessariamente precisar rebatizá-lo – disse isso e argumentei que éramos irmãos apesar do tanto de água usada no batismo.
Diante dos fatos, fica claro meu posicionamento, sem perder meu amor e carinho pelos irmãos. Lamentavelmente, esse pseudoapologista, agiu levianamente como costumam fazer os membros de seitas. Reitero que estou à disposição dos irmãos para eventual esclarecimento. Aqui no site temos e-mails e telefones a sua disposição para futuros contatos.