O incesto é enfaticamente denunciado em muitas passagens bíblicas (cf. Lv 18:6; 20:17). De fato, o Senhor declarou: “Maldito aquele que se deitar com sua irmã, filha de seu pai, ou filha de sua mãe” (Dt 27:22).
Por isso, diante da denuncia bíblica, fica horripilante o caso das filhas de Ló:
Então Ló se refugiou numa caverna com as filhas. Elas queriam ter filhos, mas não tenho homens naquela região, embriagaram com vinho o próprio pai e tiveram relações sexuais com ele, enquanto estava bêbado. Elas tiveram dois filhos, dos quais nasceram os povos dos moabitas e dos amonitas (Gênesis 19,30-38).
O autor do site abiblia.org dá uma explicação sociológica para o caso:
Para entender é importante ter presente quem são os filhos desse incesto: são Moab e Amon, os pais de dois povos que tiveram muito a que ver com a história de Israel. Sabemos bem que a relação desses povos com Israel não foi amigável, mas estavam continuamente em contraste. O que o autor quer sublinhar é a origem desses dois povos, que nasceram de um ato impuro e que por isso eles mesmos não são gente que preste. Portanto o juízo do autor não é de indiferença, como poderíamos imaginar, mas, em modo irônico, julga negativamente seja o comportamento das filhas de Ló, mas sobretudo a origem pouco digna desses dois povos. Um exemplo parecido temos com os descendentes do filho de Noé, Cam. Ele “viu a nudez do pai” (Gênesis 9,22). Ele é o pai dos cananeus, outro povo historicamente inimigo de Israel.
Norman Geisler comenta o seguinte sobre a problemática:
Não há dúvida alguma de que Ló pecou de diversas maneiras, para não dizer nada quanto à violação das leis do incesto que mais tarde Moisés deu como mandamentos a Israel. Ló embebedou-se e pecou com suas duas filhas. A alma reta dele tinha sido perturbada com os muitos pecados por sua longa permanência junto com o povo de Sodoma. Mas nenhum desses pecados recebe aprovação nesta passagem. De fato, a narrativa seca do episódio, sem nenhum comentário positivo do escritor, indica que não se pretendeu esconder o horror desses pecados. Eis aqui um bom exemplo do princípio de que nem tudo que a Bíblia narra ela aprova.
O comportamento das filhas de Ló, sem dúvida, merece uma sentença de condenação. As ações incestuosas presentes nas narrações bíblicas não são louváveis, mas fruto de erros de comportamento.
Então quer dizer que o intuito do autor do texto, foi dizer que os filhos de um incesto sempre serão pessoas más?
Então o intuito do texto é dizer que filhos de um ato incestuoso serão sempre pessoas más?
O registro biblico deste ato tem como propósito mostrar que foi um erro agir por conta propria tanto de Ló como das filhas. O fruto do ato pecaminoso pode ou não trazer a malignidade, a tendencia é que o traga, todavia, há sempre esperança para a arvore seca, e somente Deus pode mudar destino.
O registro bíblico mostrou que o “agir por conta própria trouxe a tragédia”, fato que não se discute. Serve como alerta para nós hoje. quanto a maldição sobre o fruto do ato, vejo que Deus pode perdoar, e mudar os rumos, depende das pessoas se converterem, clamarem pela sua misericordia.