Intimamente relacionado com a vida comunitária dos primeiros cristãos, rompendo as barreiras entre judeus e gentios é a ênfase colocada, tanto por Jesus como por Paulo em um papel proeminente para as mulheres, pelo menos pelos padrões culturais do seu tempo.
Potencialmente, um dos fatos mais marcantes foi o de Jesus ter permitido que um grupo delas o acompanhasse durante o seu ministério itinerante (Lc 8.1-3).
Ao permitir que Maria de Betânia “se assentasse aos seus pés” e aprendesse com os seus ensinamentos (Lc 10.39), Ele a aceitava na qualidade de um estudante da Torá, precisamente um papel normalmente proibido às mulheres pelo judaísmo ortodoxo do século I. E Ele não apenas permitiu o comportamento de Maria, como o elogiou em contraste com a sua irmã Marta, por estar demasiadamente preocupada com os papéis domésticos convencionais (vv. 41,42).
Por outro lado, Jesus não chegou a promover equivocadamente as relações totalmente igualitárias entre os gêneros, pois escolheu apenas homens para formar o seu grupo de Doze seguidores, chamados Apóstolos.
Paulo , também, mostra incomum abertura para as mulheres nas igrejas. Frequentemente, ele inclui nomes de mulheres entre seus “cooperadores” (vide, especialmente as saudações em Romanos 16.3-16 e Filipenses 4.2,3). Ele reconhece que todos os dons espirituais que Deus dá são para todos os crentes, exatamente como o Espírito decidir distribuí-los (1 Co 12.7-11). Paulo ainda antevê mulheres (missionárias ou fundadoras de igrejas – Romanos 16.7). No entanto, como Jesus, Paulo também traça uma linha limite, e exclui o papel de presbítero para as mulheres, aparentemente a responsabilidade conferida a um presbítero, era o mais alto em nível de autoridade nas igrejas (1 Tm 2.12).
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Livro: Questões Cruciais do Novo Testamento/ Craig L.Blomerg.
Via Fabiana Ribeiro.