Como já foi mencionado, o movimento milerita surgiu a partir da interpretação equivocada de Daniel 8.14, onde o “templo” ou “santuário” que seria purificado foi interpretado como sendo a terra, onde Cristo desceria por ocasião de sua vinda executando o juízo, levando os salvos para o seu reino e destruindo os ímpios. Logo que a “profecia” não se cumpriu em 22 de outubro de 1844, como prevista, foi necessário criar uma nova interpretação para o texto de Daniel, assim como redefinir o que aquele texto de fato significaria agora para o movimento.
Um dos integrantes do movimento milerita, Josias Litch, já havia desenvolvido a ideia de um “juízo pré-advento” (antes da volta de Cristo), mas a mente “iluminada” que lançou “luz” sobre a interpretação da natureza do santuário, e o que isto significava, foi Hiran Edson, um fazendeiro (ex-metodista) milerita, que disse ter uma visão enquanto passava por um milharal no dia seguinte ao desapontamento. Ele a descreveu nos seguintes termos:
“Vi distinta e claramente que, em vez de nosso Sumo Sacerdote sair [como era a expectativa comum dos mileritas] do lugar santíssimo do santuário celestial para vir à Terra no décimo dia do sétimo mês, no fim dos 2.300 dias, ele entraria pela primeira vez naquele dia no segundo compartimento daquele santuário; e que tinha uma obra a realizar no lugar santíssimo antes de vir à Terra” (Knight, 2005 p. 63).
Apesar desta interpretação a princípio não ter sido uniforme entre os pioneiros adventistas (Thiago White, marido de Ellen White, só a aceitou em 1857), ela gradativamente foi adotada. Esta até hoje é a interpretação oficial dada pelos ASD para “explicar” o malogro de 1844. Na introdução do livro Princípios de Vida, publicado pela IASD, temos a seguinte declaração com relação às informações ali contidas:
“Sendo este o primeiro livro de doutrinas desta denominação a ser preparado sob o auspício da Associação Geral, foi indicada uma comissão supervisora, cuja função foi a de cuidar para que a obra representasse efetivamente os ensinos denominacionais” (p. 8).
Nesta mesma obra lemos a menção da doutrina do juízo investigativo nos seguintes termos: “É este santuário celestial que deveria ser purificado no fim dos 2.300 dias de Daniel 8.14; sua purificação que é, como no tipo uma obra de juízo, começou com a entrada de Cristo como Sumo Sacerdote para a fase de juízo do seu ministério no santuário celestial, prefigurado no serviço terrestre de purificação do santuário no dia da expiação. Esta obra de juízo no santuário celestial começou era 1844 e terminará com o fim da graça” (p. 227).
Temos, portanto, aqui uma versão oficial da doutrina do “juízo investigativo” segundo a IASD, o que, portanto, não nos deve gerar dúvidas sobre tal ensino de acordo com a liderança geral da denominação.
A explicação ASD é que o período cronológico de duração da obra de purificação ministrada por Cristo no santuário celestial era tipificado ou prefigurado pelo trabalho sacerdotal na antiga aliança. E seria equivalente a um período de juízo no santuário celestial. Portanto, segundo a IASD, o “juízo investigativo” e a “purificação do santuário” são a mesma coisa, e se relacionam ao mesmo período. Se a obra de “purificação do santuário” se deu no FIM das 2.300 tardes e manhãs, e este fim segundo a cronologia ASD é 1844, como declarar que 1844 aponta para o início, e não o fim de tal obra de purificação? Esta doutrina exclusivamente adventista passou a ser chamada de “juízo investigativo”, pois, segundo eles, a partir desta data (22 de outubro de 1844), Jesus teria passado para o lugar santíssimo do templo celestial, e teria iniciado a partir de então o julgamento das obras registradas num livro no lugar santíssimo do santuário no céu, para determinar enfim os que haveriam de ser salvos.
Temos várias objeções a esta doutrina, e porque ela seria apenas mais um elo da corrente que aprisiona os adventistas a um de seus maiores mitos. O de um “juízo pré-advento” do Senhor Jesus acerca dos salvos.
A doutrina do “juízo investigativo” até hoje tem sido causa de grandes disputas teológicas com relação ao movimento adventista, pois além de colocar o comparecimento de Cristo diante do Pai somente a partir de 1844, mantém também a ideia de que a consumação plena da obra de Cristo a nosso favor (a obra expiatória) é um projeto inacabado. Sendo finalizada somente após a conclusão do juízo pré-advento.
Essa questão soteriológica possui outros desdobramentos teológicos que são irreconciliáveis com a doutrina bíblica, pois se a remissão está inacabada segue-se que ninguém pode dar garantia nenhuma de receber a vida eterna antes da conclusão de tal “juízo”. EGW, com relação à possibilidade de termos certeza de nossa salvação em Cristo, declarou:
“Nada é tão ofensivo a Deus nem tão perigoso para o espírito humano como o orgulho e a presunção. De todos os pecados é o que menos esperança incute, e o mais irremediável. A queda de Pedro não foi repentina, mas gradual. A confiança em si mesmo induziu a crença de que estava salvo, e desceu passo a passo o caminho descendente até negar seu Mestre. Jamais podemos confiar seguramente em nós mesmo ou sentir, aquém de céu, que estamos livres da tentação. Nunca se deve ensinar aos que aceitam o Salvador; conquanto sincera sua contersão, que digam ou sintam que estão salvos. Isso é enganoso” (Pfnadl, p. 79).
Já o historiador ASD George R. Knight, ousadamente contrário ao que ensina EGW, afirmou: “O que os adventistas precisam é a alegria da salvação, combinada com suas grandes verdades doutrinárias. Quando os adventistas tiverem Jesus no coração e a certeza da salvação, eles não apenas terão a verdade com v minúsculo (isto, é verdade doutrinária), rnas terão a verdade com V maiúsculo (o Senhor da Verdade)” (Parousia – Revista do Seminário Latino Americano de Teologia – 2° Semestre de 2008, p. 20).
Chama atenção o fato de ele declarar que os ASD precisam ter certeza da salvação, quando nem EGW ensinou tal doutrina, e também nem mesmo o complexo sistema doutrinário ASD permite tal convicção!
Contradições à parte, a “mensageira do Senhor” confunde confiança em Cristo com presunção e orgulho. Quem disse que o fato de alguém declarar, com base nas Escrituras, que é salvo, o faz um orgulhoso e arrogante? A certeza da salvação não está baseada nos méritos humanos, mas integralmente no favor divino! Paulo declarou que a salvação é pela fé a nós disponibilizada por meio da graça de Deus (Sl. 49.7,8; Ef. 2.8-9; Tt. 3.5). E “graça” significa FAVOR IMERECIDO. Ninguém fez nada ontem, hoje, nem mesmo amanhã que o torne digno de receber a salvação em Cristo Jesus. O maior problema daqueles que creditam a salvação da alma à fidelidade a Cristo, repousa sobre a inútil ideia de que de alguma forma poderão realizar alguma obra meritória para que auxiliem Cristo a salvá-los. Se existem pecados que nos desfavorecem salvificamente diante de Deus, e existem pecados que não nos desfavorecem, então estamos dentro do mesmo conceito católico de categoria agravante de pecados, os mortais e os veniais. Quais tipos de pecados nos separam do amor de Deus? Paulo afirma que nada no presente ou mesmo no futuro pode nos separar do amor de Deus em Cristo Jesus (Rm. 8.38-39)!
João, o apóstolo, declarou: “Quem tem o filho tem a vida, quem não tem o filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creias no nome do filho de Deus” (lJo 5.12-13). João disse que podemos ter certeza de nossa salvação, EGW disse que isso é presunção. Em quem devemos confiar? A salvação baseada no tamanho da fidelidade humana esta alicerçada em Cristo ou nos méritos e esforços humanos?
O mais interessante é que presunção é exatamente o oposto à prática condenada por EGW. pois quem é arrogante, aquele que acredita que deve possuir certeza de sua salvação em Cristo, mesmo não sendo digno da mesma, ou alguém que acredita que será salvo dependendo de sua conduta de fidelidade, que o proporcionará ter suas obras passadas por meio de um “juízo investigativo”, somente para depois receber esse direito?
Explicando a teologia ASD da “redenção inacabada”, EGW declarou:
“Assistido pelos anjos celestiais, nosso grande sumo sacerdote penetra no lugar santíssimo e ali comparece na presença de Deus, para se empenhar nos últimos atos de sua ministração em favor do homem. executar o juízo investigativo e fazer expiação por todos que são tidos por dignos de receber seus benefícios… A obra do juízo investigativo . o pagamento dos pecados devem cumprir-se antes do segundo advento do Senhor. Visto que os mortos devem ser julgados pelas coisas escritas nos livros, é impossível que os pecados dos homens sejam eliminados antes do término do juízo, onde seus casos são investigados… No tempo apontado para o juízo, o encerramento dos 2.300 dias em 1844, teve início a obra de investigação e eliminação dos pecados” (White, 2009, p. 472,476).
Um dos maiores problemas com todas essas afirmações de EGW é não conseguirmos harmonizar tais pensamentos com aquilo que está revelado nas Escrituras. Para se chegar a tais resultados interpretativos, se faz necessário tirar versículos de seus contextos, e reinterpretar palavras, dando-lhes um sentido além do que tem sido exposto pelos autores bíblicos.
Jesus, em João 5.24, afirma que quem crê nele não entra em “juízo”, mas passou da morte para a vida. A palavra “juízo” que aparece no original grego é krisis, que ocorre várias vezes nas Escrituras neotestamentárias, transmitindo a ideia de condenação, justiça, julgamento,, além de juízo. Por exemplo, nas quatro ocorrências dessa mesma expressão em outra obra joanina, Apocalipse, sempre o contexto tem sido de juízo vingativo contra o mundo ou a chamada “Babilônia” (14.7; 16.7; 18.10; 19.2). Em nenhuma citação transmite a ideia de um “juízo avaliativo” com relação aos salvos.
A Bíblia afirma que passaremos pelo tribunal de Cristo, que segundo a declaração bíblica se trata de um tribunal de premiação ou não, pelas obras realizadas pelos salvos (2Co 5.10). Paulo não menciona um tribunal onde se faz “expiação” ou “eliminação” dos pecados conforme sugeriu EGW em texto escrito por ele, pois a Bíblia é enfática ao declarar que tanto a expiação, quanto a eliminação de nossos pecados de culpa diante de Deus, já foram realizadas por Cristo a nosso favor, não precisando, portanto, termos nossas obras julgadas para saber quem será “digno” da vida eterna ou não.
O tribunal de Cristo é mencionado no Novo Testamento como o bema, que não era um tribunal de julgamento ou assento judicial na Grécia antiga, mas uma plataforma ou tribuna por onde passavam todos os corredores olímpicos diante do juiz, ou presidente da arena, para serem por ele recompensados. O tribunal de Cristo, pelo qual todos os salvos passarão, é um tribunal de prestação de contas, não no sentido de possibilidade de perdermos nossa salvação. Paulo, ao mencionar esse grande dia em ICoríntios 3.11-15, deixa claro que é apenas a qualidade da obra que estará em jogo, não o executor da mesma. O verbo grego zemiothesetai (sofrer dano, perda, prejuízo) aparece em outras referências bíblicas, para descrever apenas a perda de uma possível possessão (Mt. 16.26; Mc. 8.36; Lc. 9.25; Fp. 3.8), e não a punição eterna ou perda do benefício da salvação, com sugerido por alguns a partir da leitura do texto “sofrer dano”. Os salvos perderão galardões por sua forma displicente de viver o Cristianismo, mas não poderão perder a sua possessão eterna, porque ela está firmada somente na obra de Cristo, e não nos homens.
Outro grave problema com a redenção inacabada do adventismo é que Pedro afirmou que o arrependimento que conduz à salvação em Cristo “apaga” ou “cancela” os pecados (At. 3.19). A palavra que aparece no texto original é o verbo exaleiphthenai, que em sua ocorrência em outros lugares da Bíblia traz sempre a ideia de eliminar algo completamente, apagar, remover, retirar:
- A eliminação completa da dívida da lei (Cl. 2.14);
- A remoção completa da tristeza e dor dos salvos (Ap. 7.17; 21.4).
III. O ato de apagar ou riscar completamente o nome do livro da vida (Ap. 3.5);
Se em nenhum texto neotestamentário, onde se faz uso do verbo exaleiphthenai, existe a ideia de algo restando após sua ação, por que o seria com relação aos pecados mencionados em Atos 3.19?
O capítulo sete do livro de Daniel é usado também como meio de justificativa do chamado “juízo investigativo”. Pois os ASD veem na alusão aos “livros sendo abertos”, uma referência aos livros de registro dos santos no santuário celestial. O grande problema com essa interpretação, é que Daniel tem essa visão de juízo, no contexto do surgimento daquele que perseguirá os santos (o anticristo), sendo, portanto, uma visão de juízo contra os não salvos, assim como demonstra o texto de Apocalipse mencionado.
Qualquer leitura desprovida de preconceito do capítulo sete de Daniel demonstrará claramente que o juízo ali representado se refere a um juízo futuro com relação ao anticristo, e_ não uma obra de purificação dos pecados dos salvos por meio de algum tipo de “juízo investigativo”. Q capítulo é claro na sua exposição dessa verdade em pelo menos quatro aspectos: (1) a visão do trono aparece na sequência após a demonstração do último império, portanto é um evento futuro – v. 9; (2) os santos seriam vencidos pelo anticristo até que fosse feito justiça por eles, outro ato futuro – v. 21,22; (3) os santos do Altíssimo seriam perseguidos durante um período de três anos e meio (“um tempo, tempos e metade de um tempo”), outro ato futuro – v. 25 – ver Dn. 11.13; (4) o juízo mencionado no texto é um ato de julgamento contra o anticristo a favor dos santos, e não um ato de juízo sobre as obras dos santos – v.26,27. Portanto, o capítulo sete de Danie. ao contrário do que ensina a IASD, não traz nenhuma informação sobre algum suposto “juízo investigativo” pelo qual passam os santos do Altíssimo.
Frágil Base Contextual e Histórica
A primeira objeção, à interpretaçãa dada pelos ASD ao texto de Daniel 8.14, repousa sobre o contexto imediato. Daniel 8.14 não menciona de forma alguma a ideia de uma purificação sendo realizada nos céus. Se considerarmos o contexto no qual está inserido o versículo 14, a partir do versículo 14, notamos que a narrativa começa falando do império grego de Alexandre, o grande (v. 21), o qual é retratado pela figura de um bode com um grande chifre vindo do ocidente (v. 5), e que na “sua maior força” teve o chifre (Alexandre) quebrado. Após o chifre ter sido quebrado, surgiram outros quatro chifres em seu lugar (v. 8), que representariam quatro reis (v. 22). De fato, após a morte de Alexandre, o grande, o seu reino foi dividido em outros quatro menos expressivos, liderados por Lisíaco, Cassandro, Ptolomeu e Seleuco. Esta interpretação é inquestionável, visto que as figuras da visão foram todas esclarecidas pelo mensageiro a Daniel (v. 15-25). Portanto, não repousam dúvidas sobre a identificação dos antítipos.
Se observarmos com bastante atenção, perceberemos que o “pequeno chifre” PROCEDE exatamente de um dos chifres (reis) que surgiram após a morte de Alexandre (v. 8-9), encaixando-se perfeitamente esta descrição com a dinastia selêucida que se estabeleceu na Síria, de onde veio Antíoco IV Epifânio ao invadir Israel. O que ainda fortalece mais esta identificação, é que o texto afirma que este “pequeno chifre” cresceria muito para a “terra formosa” (v. 9 – Israel), lançaria por terra e pisaria as “estrelas” (v. 10 – judeus piedosos), eliminaria o sacrifício diário (impedido por Antíoco em sua invasão a Israel) e seria momentaneamente bem-sucedido (v. 12).
Antíoco IV Epifânio devastou Jerusalém e profanou o templo ao sacrificar uma porca sobre o altar. Após este fato, ergueu um altar a Zeus, proibiu o sacrifício no templo, como havia sido previsto, prendeu vários judeus, e os vendeu como escravos (Dn. 8.11-12,23,25). Matatias Macabeu iniciou uma revolta contra esta dinastia síria, até derrotar o exército selêucida em 165 a.C, e em comemoração, rededicaram o templo, instituindo assim a “festa da dedicação” ou “das luzes” (o Chanuká – Jo 10.22-23). O livro de Daniel menciona até mesmo o fato histórico relacionado à morte sofrida por Antíoco IV Epifânio, que de acordo com a profecia bíblica não seria morto por ninguém (Dn. 8.25). Ainda sobre o caráter de Antíoco Epifânio, Flávio Josefo, historiador judeu, declara:
“Sua insaciável avareza fez que ele não temesse violar também a sua fé, para despojar o templo de tantas riquezas que se sabia estava ele cheio. Tomou os vasos consagrados a Deus, os candelabros de ouro, a mesa sobre a qual se punham os pães da proposição e os turíbulos. Levou mesmo as tapeçarias de escarlate e de ouro fino, pilhou os tesouros, que tinham ficado escondidos por muito tempo; afinal, nada lá deixou… mandou também construir um altar no templo e lá fez sacrificar porcos, o que era uma das coisas mais contrárias à nossa religião. Obrigou então os judeus a renunciarem ao culto do verdadeiro Deus… Mandava queimar todos os livros das Sagradas Escrituras e nu perdoava a um só de todos aqueles em cujas casas se encontrava” (História dos Hebreus, Vol. 2, p. 25). Esta é uma das mais claras profecias do livro de Daniel, nac deixando dúvidas sobre o significado dos símbolos.
Os ASD vêm tentando encontrar no versículo 14 um evento que simplesmente não existe, de acordo com a sequência histórica tratada no capítulo oito. O que uma referência bíblica que trata de fatos históricos sequenciais a respeito de dois impérios e das quatro dinastias tem a ver com a obra de Cristo como juiz no céu? Por que uma passagem que trata de fatos históricos terrenos possui, repentinamente, uma mudança de direção para um sentido espiritual da obra de Cristo? Como o “templo celestial” poderia ser profanado por algo vindo do império grego (o “pequeno chifre”) para que fosse “purificado”? Como o “sacrifício contínuo” do templo celestial poderia ser tirado? Onde na Bíblia temos a informação de que se faz sacrifício no céu? Teria o mal prosperado no céu, como declara versículo 12? Só chegaremos a esta interpretação se desassociarmos o texto de seu contexto imediato.
As 2.300 tardes e manhãs do período no qual o templo seria purificado, de acordo com a profecia bíblica, correspondem exatamente ao período de tempo que o templo de Jerusalém permaneceu “profanado” sob a ordem de Antíoco IV Epifânio (168-165 a.C), até a vitória e rededicação dos Macabeus (se interpretarmos as “2.300 tardes e manhãs” como se referindo a 1.150 dias, esta linha de interpretação divide o número 2.300 por dois, ao crer que a expressão “tardes e manhãs” se refere apenas às duas partes da divisão em quartos do período de um dia de 24 horas). Uma prova deste fato é o seu uso para se referir a dias literais em Génesis 1.5,8, 3. Ainda outra linha interpretativa acredita que as 2.300 tardes e manhãs seria um período de dias literais um pouco mais extenso com relação ao período histórico que se conhece do governo de Antíoco Epifânio.
Frágil Base Cronológica
Os ASD acreditam que em 22 de outubro de 1844 Jesus começou sua obra de “purificação do santuário celestial”, e iniciou nesta data o seu “juízo investigativo”. Como a IASD chegou a esta cronologia? Qual é a base desta contagem de tempo?
Os adventistas acreditam que as “2.300 tardes e manhãs”, mencionadas em Daniel 8.14, não são dias literais, sendo assim interpretados como “dias/ano”. Então, eles teriam 2.300 anos que seriam contados para se chegar à data que o Senhor Jesus continuaria a sua obra de purificação nos céus. Eles interligaram o texto de Daniel 9.24-27 (as setenta semanas de Daniel) com os do capítulo 8, crendo se tratar do mesmo contexto (o que não é verdade), colocando a data base de 457 a.C. (este é o ano da autorização de Ciro, rei da Pérsia para Esdras e os demais judeus reconstruírem o templo que havia sido destruído em 587 d. C. [Ed. 1.2-3]). Subtraindo 457 anos de 2.300, se chega a 1843, depois se ajusta um ano e se chega a 1844.
Mas o texto usado pelos adventistas para criarem todo este complicado sistema interpretativo está baseado numa data/evento inexistente. O ano 457 a.C. possui estreita conexão com a edificação do segundo templo e não com a construção de Jerusalém (apesar de ter sido num período próximo). O livro de Daniel aponta o início da contagem das setenta semanas (que não tem conexão direta com o capítulo 8) na “orderm para restaurar e edificar Jerusalém” (v. 25), e segundo a históra secular, esta ordem foi dada a Neemias no ano 445 a.C., no vigésima ano do rei Artaxerxes (o início do seu reinado é datado de 465 a.C. Ne 2.1-7).
De acordo com Levítico 16.29-30, no décimo dia do sétimo mês (mês de Tishri no calendário judaico e setembro- outubro no nosso) era realizado o ritual do santuário, onde apresentavam, além dos sacrifícios costumeiros, um diferente, onde eram apresentados dois bodes (Lv. 16.1-10) simbolizando a expiação pelo povo de Israel (mais adiante tratatremos sobre a questão do bode emissário). Esta data, de acordo com os adventistas, prefigurava o período no qual Jesus iria “purificar” o santuário celestial, cumprindo assim a profecia de Daniel 8.14.
Outro aspecto que não pode ser ignorado com relação à data do Yon Kippur em 1844, é que naquele ano, o décimo dia do sétimo mês no calendário judaico caiu em 23 de setembro, e não em 22 de outubro, como afirmam os ASD. Eles chegaram a esta data a partir do suposto cálculo do tempo pelo calendário caraíta (uma ramificação do judaísmo que surgiu somente no 8o século d.C. com Anan Ben David). Os caraítas defendem que somente as Escrituras judaicas deveriam ser autoritativas para o judeu, e que a observação das tradições judaicas não era nada mais do que um desvio da vontade de Deus. O próprio livro adventista, Em Busca de Identidade, confirma que foi usada a “cronologia caraíta” para se chegar à data de 1844 (p. 51). Se os caraítas usassem um calendário diferente do restante dos judeus, como poderíamos afirmar com certeza que o calendário caraíta está correto? Quem poderia demonstrar um calendário caraíta que comprove esta especulação profética?
Recentes pesquisas apontam para o fato de que o tão falado dia em que houve a purificação do santuário, o começo do chamado “juízo investigativo”, não passa de um dos maiores mitos do adventismo.
Frágil Base Escriturística
É impossível para o adventismo moderno negar os supostos acontecimentos de 1844 sem macular a imagem de EGW como profetisa de Deus, e da IASD como a “Igreja remanescente”. O caminho percorrido pela Igreja é sem volta, e uma mudança radical neste percurso resultaria sem dúvida alguma em um terrível acidente que destruiria a vida de muitos desiludidos com os “fatos” apresentados dentro de todo um complicado sistema escatológico que sustenta o adventismo. Um escritor adventista chegou a afirmar que: “Se a doutrina de 1844 não era bíblica, Ellen White pertencia à mesma classe de Mary Baker Eddy e Joseph Smith” (Goldstein, p. 9)!
Como já foi mencionado, segundo os ASD, Jesus entrou para comparecer diante do Pai no lugar santíssimo do santuário celestial somente em 22 de outubro de 1844, iniciando a partir de então o “juízo investigativo” a favor dos que hão de herdar a vida eterna. Teríamos como averiguar a validade de tais afirmações à luz dos textos bíblicos? A Bíblia dá algum detalhe específico sobre o caráter da obra de Cristo por nós no céu? Vejamos.
Quando lemos o livro de Hebreus, que é o mais completo da Bíblia acerca dos símbolos judaicos encontrados nas Escrituras, e sua comparação com um sistema superior de culto demonstrado por intermédio das obras realizadas por Cristo a nosso favor, encontraremos explicações acerca dos tipos prefigurados no AT.
Nas Escrituras Sagradas encontramos, com riqueza de detalhes, provas de que Jesus, ao ascender ao céu, comparece, imediatamente à presença do Pai eterno no “lugar santíssimo”. Estêvão o viu por ocasião do seu martírio já à direita do Pai (At. 7.55-56).
Encontramos também no livro de Hebreus a afirmação que Jesus já estava, por ocasião da escrita do livro (66-68 d.C .) “assentado nos céus à destra do trono da Majestade” (Hb. 8.1); “assentado para sempre à destra de Deus” (Hb. 10. 12); que Cristo já havia comparecido diante de Deus para interceder por nós (Hb. 9.24; ITm. 2.5), e que ele também já havia entrado no santíssimo como os sumo sacerdotes faziam anualmente (Hb. 9.11-12).
Diante do perigo que este ensino claramente bíblico representa para todo o sistema ASD, o escritor adventista Clifford Goldstein elaborou o seguinte argumento: “O único momento em que Hebreus menciona exclusivamente o segundo compartimento é no capítulo 9.3, quando, ao descrever o sistema terrestre, diz: por trás do segundo véu se encontrava o tabernáculo que se chama o santo dos santos”. Alguns traduzem santo dos santos como “lugar santíssimo”. Aqui, sem sombra de dúvida, o autor está falando apenas sobre o segundo compartimento, e usa o plural nas palavras ‘hagia hagion’. Em nenhum outro lugar de Hebreus essa frase específica é usada para descrever onde Cristo está no céu! Diferentes palavras são usadas, mas nunca hagia hagion, que tratam exclusivamente do segundo compartimento. Se ele entrou no hagia hagion, por que Hebreus não o diz, nem mesmo uma vez?” (Goldstein, p. 84).
No décimo dia do sétimo mês, o sumo sacerdote (Kohen Gadol) oferecia um novilho como oferta pelo seu próprio pecado, um carneiro como holocausto pelo povo, e dois bodes eram trazidos vivos à sua presença, onde se lançava sorte (um seria sacrificado e seu sangue aspergido sobre o altar, o outro teria os pecados da nação de Israel confessados sobre si e lançado no deserto – Lv. 16.1-34). O Ritual do Dia da Expiação era anual, e nesse dia o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos para aspergir o sangue do sacrifício sobre o “propiciatório” (cobertura dourada da Arca da Aliança, Kapporet, “lugar de misericórdia”). Será esse ritual que o autor de Hebreus mencionará para retratar a obra de Cristo por nós como sumo sacerdote nos céus. Vejamos os detalhes:
- O autor menciona claramente o ritual anual do Dia da Expiação, pois se percebe a menção da figura do Sumo Sacerdote como sacrificador pelo povo, o que só ocorria anualmente (Hb. 9.25,26,28).
- O autor compara este serviço anual do sumo sacerdote com o realizado por Cristo na sua morte. Observe a expressão “como” que aponta para essa relação comparativa (Hb 9.25,26,28).
III. O autor afirma, que assim como o sumo sacerdote ao entrar no Santo dos Santos e se aproximar do propiciatorio (tampa da Arca da Aliança) para comparecer perante a face do Senhor, Jesus já havia comparecido diante da face do Pai em nosso favor (Hb. 9.24).
Diante dessas três claras afirmações do capítulo 9 de Hebreus, poderíamos afirmar que Jesus só entrou no “Santíssimo Celestial” em 22 de outubro de 1844, como afirmam os ASD? Até o próprio Clifford Goldstein reconhece no seu livro que o texto mencionad de Hebreus 9.25 se refere ao ritual realizado uma vez por ano no Santíssimo, pois ele declara: “O único versículo que, à primeira vista pode parecer contradizer isto, é Hebreus 9.25, que diz: “Nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio”. Aqui a palavra para “Santo dos Santos” não é hagia hagion, mas outra palavra no plural, ta hagia, embora o texto pareça estar falando do segundo compartimento porque refere a algo que acontece “cada ano”. Evidentemente, há uma alusão ao Dia da Expiação. Isto prova que esse versículo contradiz a minha tese a respeito do uso da expressão hagia hagion? Não! O sumo sacerdote asperge em ambos os compartimentos no Dia da Expiação, o que explica motivo do livro de Hebreus não usar hagia hagion… Em vez disso, o autor usou uma palavra que também é traduzida por “santuário”, porque uma vez por ano o sumo sacerdote entrava em ambos os compartimentos, ou seja, no santuário como um todo, para ministrar a expiação” (Goldstein, p. 85).
Observemos algumas contradições criadas pelo próprio Goldstein, na tentativa desesperada de afirmar uma doutrina sem nenhum fundamento bíblico, mas que é essencial para a sobrevivência do “Mito do Juízo Investigativo”. Vejamos:
- O autor reconhece que o texto de Hebreus 9.25 se refere diretamente ao “Dia da Expiação”, mesmo que não use a expressão hagia hagion, que se refere somente ao segundo compartimento. Somente no “Dia da Expiação” havia a entrada do sumo sacerdote (simbolizando Cristo) no Santíssimo para aspergir o sangue sobre o propiciatório da Arca do Concerto (Lv. 16.13-16,32,33).
- O autor reconhece que no “Dia da Expiação” o sumo sacerdote aspergia sangue nos dois compartimentos do Santuário (o que logicamente inclui o Santíssimo). Passando logicamente pelo Santuário como um todo.
Se Jesus é o nosso Sumo Sacerdote, e o sumo sacerdote que o prefigurava na antiga aliança comparecia diante de Deus pelo povo no “Dia da Expiação”, entrando no mesmo dia tanto no Santo lugar como no Santíssimo, com sangue do sacrifício para aspergi-lo também sobre o propiciatório, por que Jesus não o fez ao comparecer perante o Pai nos céus? Por que Jesus esperou até 1844 (mais de 1.800 anos para realizar uma obra que era prefigurada pelo antigo concerto para se realizar num só dia?
Se o auge da cerimônia do Yon Kippur (“Dia da Expiação”) era o aspergir do sangue sobre o propiciatório, que ficava na parte interna do Santo dos Santos, por que Jesus, o nosso Sumo Sacerdote, segundo Hebreus, só o realizou em 1844? Por que tanto João (lJo. 2.1-2) como Paulo (Rm. 3.25) afirmaram já no primeiro século que Cristo era a oferta de propiciação pelos nossos pecados diante de Deus, quando, segundo a IASD, ele só entrou no Santíssimo (onde se fazia a propiciação) em 1844? Como Cristo poderia ser considerado uma oferta de propiciação, se segundo os próprios ASD ele nem havia ainda entrado no Santíssimo celestial onde se realizaria tal obra?
Outro erro gravíssimo na teologia ASD é que, mesmo se admitirmos que sua cronologia para se chegar à data de 1844 como início do trabalho de purificação do santuário celestial está correta, texto não afirma que A PARTIR ou APÓS 2.300 tardes e manhãs o templo será purificado, mas que ATÉ 2.300 tardes e manhãs o templo será purificado!
Se os pecados ainda não foram eliminados do registro dos livros no templo ou tabernáculo celestial, ainda não houve a “purificação do santuário”, que ainda estaria “contaminado” pelos pecados ali lançados, até que o “juízo investigativo” seja concluído. Mas, de acordo com o próprio livro do profeta Daniel, o templo teve um período para ser purificado. E esse período expirou de acordo com a cronologia divina!
A palavra hebraica que aparece no texto original de Daniel 8.14 é ad (até), que aparece no versículo anterior, como questionamento acerca da duração do tempo da profanação do templo, o que indica que o período da purificação teria que ocorrer ATÉ 2.300 tardes e manhãs, e não a partir desse período como afirmam os ASD!
Se o texto das setenta semanas de Daniel (Dn. 9.24-27) é usado para marcar o início das 2.300 tardes e manhãs do capítulo oito, e a data inicial seria 457 a.C., sendo o seu fim ou a “última semana” em 34 d.C. (com a morte de Estêvão), todos os eventos ali relacionados ao período cronológico deveriam se cumprir neste ínterim. Temos alguns eventos relacionados ao período total de duração das chamadas “setenta semanas”, que NÃO se cumpriram entre 457 a.C. e 34 d.C.:
- A transgressão cessou neste período (no céu ou na terra) ?
- Houve o fim dos pecados neste período (no céu ou na terra)?
- Já houve a expiação final da iniquidade durante este período de tempo (no céu ou na terra)?
- Foi feita a justiça eterna durante esse período cronológico (no céu ou na terra)?
- Foram seladas a visão e a profecia durante este tempo (no céu ou na terra)?
- Já foi o Santíssimo ungido durante este período (no céu ou na terra)?
Se a resposta é NÃO!, então o texto de Daniel 9.24 não deve sequer ser mencionado para desenvolver esta interpretação exótica de um texto tão importante para o panorama escatológico futuro. Lembremos que os ASD afirmam que até se completarem as 2.300 tardes e manhãs (fato ocorrido segundo eles em 1844), todos os eventos descritos no versículo citado deveriam se cumprir de acordo com a interpretação de Daniel 8.14, e a suposta passagem paralela do capítulo 9.24!
Se a profecia das “setenta semanas” de Daniel não trata do período das “2.300 tardes e manhãs” mencionado no capítulo 8.14 do referido profeta (pois se assim o fosse deveríamos usar a mesma cronologia do fim do período das “setenta semanas” para apontar também o fim das 2.300 “tardes e manhãs”), por que juntá-las como se fossem paralelas, ou possuíssem qualquer relação direta no panorama profético?
Os ASD fazem questão de alguns meses na contagem cronológica do período de dominação de Antíoco IV Epifânio, quando questionam a interpretação tradicional do texto (futurista), mas não sentem nenhum constrangimento em defender uma purificação a partir de 1844, o que atualmente seria equivalente a admitir que a purificação não se deu ATÉ 2.300 tardes e manhãs, como declara o texto bíblico, mas durante um longo período de quase 200 “tardes e manhãs” (anos) além do previsto na profecia!
Também o fato do livro de Daniel mencionar que a profecia se refere ao “tempo do fim” (8.17-19) não deve ser motivo suficiente para que os ASD a coloquem como se cumprindo a partir do século 18. Pois a profecia, apesar de fazer alusão ao ‘tempo do fim’, menciona impérios que já haviam surgido no tempo de Daniel e mesmo pouco tempo depois (o império grego por exemplo). Portanto, assim como a profecia de Jesus em Mateus 24 é uma profecia de ‘dupla referência’, pois apontava tanto para um cumprimento imediato no ano 70 de nossa era, como para um cumprimento em maior escala num futuro ainda distante, o texto de Daniel também o é.
Quando Jesus foi questionado acerca do ‘fim dos tempos’, em Mateus (Mt 24.3), Ele mencionou eventos que ocorreram no ano 70 d.C, por ocasião da destruição de Jerusalém! A conclusão final da profecia vai até o período de Antíoco IV Epifânio, da Síria, retratado no texto como o tipo do ‘homem de intrigas’, o anticristo (8.24-25, ver Dn. 11.30-45).
Conclusão
Não existe base bíblica que sustente as conclusões teológicas que a IASD defende, a partir de seu confuso e forçado esquema escatológico. A origem e as implicações desse tipo de interpretação demonstram que esta doutrina surgiu mais para resolver um problema criado a partir do erro de se pressupor, por meio da Bíblia, uma data para a parousia, do que uma avaliação teológica embasada num estudo sério e fiel do texto bíblico.
A interpretação do fim das 2.300 tardes e manhã de Daniel 8.14 foi aceita por aqueles que mais adiante formariam a base da IASD oficialmente fundada entre 1860-1863. Mesmo sendo defendida de forma “erudita” por O.L. R. Crosier, no seu artigo publicado em 7 de fevereiro de 1846, na Day Star, sob o título “A Lei de Moisés”, a teoria foi rejeitada posteriormente pelo próprio Crosier e por William Miller (Spiritual Gifts, Vol. 1. p. 166,167 – citado em Ratzlaff, p. 105)!
O próprio William Miller nunca abraçou a doutrina exótica do “juízo investigativo”, nem mesmo aderiu a nenhum movimento adventista surgido após o malogro de 1844. O “profeta” não reconheceu nem autenticou nenhum movimento surgido a partir de seu próprio erro! Em uma correspondência enviada para D. M. Canrigh, o próprio L.O.R. Crosier afirma que a teoria do santuário foi estabelecida em apoio à doutrina da “porta fechada”: “Em 1846, eu expliquei a ideia do santuário num artigo de um número extra do the Day Star, Cincinnati, Ohio. O objetivo do artigo era apoiar a teoria de que a porta da graça estava fechada. Teoria a qual eu, e praticamente todos os adventistas que tinham adotado a visão de Miller mantiveram de 1844 a 1848. Sim, eu sei que Ellen G. Harmon, agora Sra. White, apoiou a teoria da porta fechada naquele tempo” (Canright, p. 61).
A teoria da “purificação do santuário celestial”, como mencionada, possuía estreita conexão com a teoria da “porta fechada”, mantida de forma ardorosa tanto por EGW como por seus associados, por afirmar que o “juízo pré-advento” foi iniciado após o fechamento da porta da graça para os que rejeitaram a mensagem apregoada por Miller. Lembremos que EGW afirmou que o Senhor lhe havia mostra em visão que Jesus entrou no santuário celestial e a porta da graça foi fechada. Se ela posteriormente reconheceu o engano da visão do “Senhor” concernente ao “fechamento da porta”, por que confirmar a natureza da suposta obra de Cristo no segundo compartimento? Se a porta nem mesmo foi fechada, teria Jesus de fato adentrado o santuário celestial em 1844 para realizar a sua “purificação”? A visão não poderia estar completamente errada? Poderíamos confiar em tal doutrina “revelada” e supostamente sancionada pelo “Senhor” entre tantas contradições?
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Fonte: Livro – Os Sete Mitos do Adventismo, Paulo Sérgio Rodrigues Batista, 1ª edição, CEKAP, 2011.
Texto compilado e adaptado pelo Pb. Washington dos Santos Gonçalves, julho de 2017.
É risível, observa as três seitas patéticas norte-americanas (mormon, adventista e TJ) cada uma dá uma versão.
mormon (revelação pelas placas de ouro origem do livro mormon)
adventista juizo investigativo 1844
TJ vinda invisivel 1914
e tem milhões de pessoas que acreditam nestas heresias luciféricas, destas três seitas e muitos acadêmicos gente de formação superior ! tamanha cegueira !
Em Apocalipse narra que Jesus foi o único DIGNO de OLHAR e TOMAR o livro das mãos de Deus e ABRIR os sete selos, pois Ele foi morto e vive, e para Deus comprou com seu sangue gentes de todas as nações e povos e linguás. (vide Apocalipse capítulo 5 inteiro).
agora vem essa individua, vulgo intitulada “profetisa” EGW e diz que Jesus veio completar o serviço em 1844, inclusive noutra suposta visão, aureulando com um neon mágico o 4º mandamento pois parece que “Jesus esqueceu” de explanar no sermão do monte sobre o “sabado”
atenção adventista, troquem a pilha do vosso cerebro, acorda aí .Essa EGW é igual o Charles russel da TJ e Joseph Smith mormon juntos, formam os três patetas do cultismo herético que veio dos estados unidos. pessoal maluco esses três. vão dar ouvidos para esses tres idiotas?