Muitas pessoas negam o livre arbítrio. Para isso, costumam se apoiar na história de Jonas. Tais pessoas dizem que Jonas não teve livre arbítrio, pois Deus pediu para ele ir até Nínive, mas ele fugiu. Então Deus mandou um ser marinho para engoli-lo. Em seguida, Jonas se arrependeu da fuga e pediu perdão a Deus; o Senhor lhe perdoou e mandou o animal cuspi-lo na areia. Depois disso, Jonas decidiu ir a Nínive.
Porém, não é verdade que Jonas não teve livre arbítrio. Vamos definir o que é livre arbítrio: Consiste unicamente em tomar a decisão de obedecer ou não a vontade de Deus. Uma pergunta: Jonas foi para Nínive assim que Deus ordenou? É claro que não. Se ele não foi para Nínive como Deus mandou, então ele não exerceu uma livre escolha.
Uma famosa frase diz: “Somos livres para escolhermos o que quisermos, mas somos prisioneiros das nossas escolhas”. Deus ter mandado um ser marinho para engolir Jonas foi apenas a CONSEQUÊNCIA de sua escolha de não obedecer a Deus. Se Jonas tivesse obedecido a Deus desde o princípio, isso jamais teria acontecido. Para cada escolha há uma consequência, e Deus é soberano sobre todas as coisas. Na Sua soberania e justiça, Deus puniu Jonas.
Jonas tinha a escolha de ir a Nínive ou de fugir. No primeiro capítulo, o vemos fugindo de Deus, mas depois, no terceiro capítulo, quando Deus o manda para Nínive, ele decide ir. O povo de Nínive encarou a certeza de destruição iminente por causa dos seus pecados passados e persistentes. Mesmo assim, sem Jonas oferecer uma alternativa para eles, escolheram se arrepender dos seus pecados. Eles assim fizeram na esperança de transformar a ira de Deus em bênçãos. Deus não sente prazer em destruir as pessoas. “Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto, convertei-vos e vivei” (Ezequiel 18:32). No Novo Testamento aprendemos que “Ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pedro 3:9). Por causa do arrependimento de Nínive, Deus, com Seu poder soberano, reverteu a Sua decisão de destruí-los: “Deus viu o que eles fizeram e como abandonaram os seus maus caminhos. Então Deus se arrependeu e não os destruiu como tinha ameaçado.” (Jonas 3:10).
Deus enviou o profeta Jonas para a cidade pagã de Nínive por causa da Sua compaixão pelos habitantes, “mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem nem distinguir a mão direita da esquerda” (Jonas 4.11). E a razão pela qual Jonas fugiu de início foi porque ele sabia que Deus poderia salvar Nínive. “Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal” (Jonas 4:2).
“Se em algum momento eu decretar que uma nação ou um reino seja arrancado, despedaçado e arruinado, e se essa nação que eu adverti converter-se da sua perversidade, então eu me arrependerei e não trarei sobre ela a desgraça que eu tinha planejado.” (Jeremias 18:7-8)
Quando assumimos um compromisso com Deus, como fez Jonas ao aceitar livremente ser profeta, o Senhor cobrará de nós a obediência que o ministério que nos foi dado exige. Por mais que tentasse, Jonas não podia escapar de Deus e do ministério que lhe foi dado. Quanto mais ele tentou cumprir a sua própria vontade, mais forte Deus o puxou de volta. A chamada de Deus é sonora e clara – “Você aceitou ser profeta? Então cumpra seu chamado!”. O alcance de Deus é longo e largo.
Adaptado do site refutandooateismo.wordpress.com/ em 10/02/2016