Como já observei no capítulo anterior, o meu objetivo não é meramente criticar os kardecistas. A crítica que aqui teço contra o Kardecismo, é apenas o caminho que julgo necessário percorrer, para se chegar a um alvo infinitamente nobre, que é conscientizar os kardecistas, bem como os simpatizantes dessa confissão religiosa, que o Espiritismo é arapuca de Satanás; para, deste modo, encontrá-los no Céu um dia! Logo, o faço por amor! E, sendo assim, esta crítica que ora endereço ao Kardecismo é, obviamente, construtiva.
Diante de Deus este autor confessa que redigiu estas linhas chorando e orando.
Embora eu já tenha falado sucintamente sobre o Plano de Salvação, volto a este assunto, num esforço de trazer mais luz sobre este importantíssimo tema. Vejamos, pois, o seguinte:
a) Os passos que devem ser dados para se sair da perdição e alcançar a salvação;
b) O passo que deve ser dado para se manter na salvação; e,
c) Os passos que devem ser dados por se ter alcançado a salvação. Ei-los:
Os Cinco Passos que Conduzem à Salvação
Reconhecer que é pecador.
A Bíblia diz que “não há homem que não peque”(II Cr 6.36). Este reconhecimento não nos pode salvar, mas é um passo que não pode deixar de ser dado por aquele que quer ser salvo.
Reconhecer que Deus é justo.
A justiça de Deus vai além do que pensamos e falamos, e às vezes entra em choque com os nossos pontos de vista.
Reconhecer que está condenado.
Sim, contrário ao que muitos pensam, a justiça divina não condenou apenas os grandes pecadores como: os estupradores, os latrocidas, os caluniadores, os adúlteros, os homossexuais, os invejosos, os ateus, os espíritas, os católicos e assim por diante. Não!!! Deus condenou todos ao inferno! Disse Jesus: “Se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis…” (Lc 13.5). Disse o apóstolo Paulo: “todos pecaram e estão privados” (ou destituídos) “da glória de Deus” (Rm 3.23). Estes textos provam que a justiça divina vai além do que cogitamos, e não raramente diverge dos nossos padrões.
Reconhecer que a morte de Jesus foi substitutiva.
Muitos pensam que a razão pela qual Jesus morreu, é a seguinte: “Para o homem se salvar, basta-lhe ser bondoso, e Jesus teria vindo ao mundo para nos ensinar isso. E o fez , não só com palavras, mas sobretudo, com atos, não pagando na mesma moeda, o mal que lhe fizeram”. Nada, porém, está mais longe da verdade. O quadro que nos é apresentado pela Bíblia, é diametralmente oposto.
À luz da Bíblia, a razão pela qual Jesus morreu é: O homem é pecador e Deus é justo; e, por estas razões, ficamos tão perdidos, que tudo quanto fizéssemos para sairmos da perdição, não produziria o efeito desejado. Inútil seria arrependermos dos nossos pecados, pedirmos perdão, chorar, etc.; visto que, na opinião de Deus, perdoar a culpa é tão errado quanto punir o inocente. Deus vê que o pecado é uma dívida que tem que ser paga. E por não termos com que pagá-la, fomos condenados à perdição eterna. Então Jesus desceu do Céu para cumprir a pena em nosso lugar. É por isso que Jesus é o Salvador. Ele não salva com Suas palavras, nem tampouco com Seus brilhantes exemplos, mas sim, com o Seu sacrifício substitutivo. Logo, para que servem as Suas palavras? Servem para nos informar isso, bem como para educar àqueles que, por crerem nisso, tornarem-se cristãos. Assim está claro que Deus não perdoou a nossa dívida, e sim, que Jesus pagou-a por nós e para nós, se arrependidos crermos nesta verdade.
O leitor talvez queira formular a seguinte pergunta: “Por que diz então a Bíblia que Deus perdoa?” A resposta a esta pergunta é que com este termo simples (perdão) e de fácil compreensão, a Bíblia está dizendo que Deus nos livra da condenação, se apelarmos para o sacrifício de Jesus. “Perdão”, neste caso, é um termo simples que designa a mudança de relacionamento entre Deus e o pecador, quando este se refugia no sangue de Jesus. Assim como a Bíblia diz que Deus se esqueceu dos nossos pecados (Hb10.17,18), mas esse esquecimento, muito longe de ser interpretado ao pé da letra, tem de ser encarado como uma força de expressão, posto que doutro modo faríamos de Deus um débil mental, assim também a palavra “perdão” tem de ser entendida como uma força de expressão que retrata a reconciliação com Deus. Se não fosse assim, Jesus teria morrido em vão. Sim, porque se Deus, para perdoar o pecador, exigisse tão-somente, arrependimento e fé, não dependeríamos do sangue derramado na cruz. É bem verdade que agora, mais nada precisamos fazer, além de arrepender e crer; mas tal se dá porque o preço já foi pago por Jesus.
Como o leitor sabe, substitutivo não é o mesmo que substituível. Portanto, quando afirmo que o sacrifício de Jesus foi um ato substitutivo, quero dizer que Ele nos substituiu na morte e no sofrimento, sofrendo a pena em nosso lugar, e que, por conseguinte, o Seu sacrifício nos quita para com Deus, se arrependidos crermos. É por isso que nós, os evangélicos, não cremos em purgatório, em salvação pelas obras, em reencarnação, etc., pois não temos dívida a pagar, nem mesmo parcialmente. Jesus já pagou-a totalmente por nós (Is. 53: 4 – 12; 2 Pe.2: 24; Lc. 23: 43; Cl. 2:13 a 15).
Receber Jesus como Salvador pessoal
Já afirmei que se Jesus não morresse por nós, não seríamos salvos, por mais que implorássemos o perdão. Isto significa que não adiantaria arrependermos, se Jesus não morresse por nós. E uma verdade do mesmo tamanho desta, é que não adianta Jesus ter morrido por nós, se não nos convertermos. É o sacrifício de Jesus, mais a nossa fé nesse sacrifício, que mudam a nossa sorte. Para nos salvar, Jesus fez a Sua parte, e nos manda que façamos a nossa; e a nossa parte é crermos que Cristo fez a nossa parte, bem como nos valermos disso.
É de domínio público que nós, os evangélicos, sustentamos que já estamos salvos. Esta nossa postura tem gerado inúmeros questionamentos por parte daqueles que nada sabem a respeito da salvação em Cristo. Certo Kardecista me disse: “O fato de você ter encontrado o caminho da salvação, não lhe dá o direito de dizer que já está salvo, assim como também, um viajante que, após se perder numa mata virgem, não pode dizer que já está em casa, só porque conseguiu se situar e saber onde está, bem como que rumo tomar para regressar ao lar”. Ele disse-lhe que o tal viajante realmente não poderá dizer que já está no aconchego do seu lar enquanto não entrar na sua residência, assim como eu também não posso dizer que já estou no Céu, enquanto lá não chegar. Mas assim como, a partir do momento em que o tal viajante ficou seguro dos quatro pontos cardeais e, conseqüentemente, da direção a tomar para voltar a casa, já não se podia mais dizer que ele ainda estava perdido, visto que perdido não é aquele que está numa mata virgem, mas sim, aquele que não sabe de onde veio, onde está e nem para onde vai. Ora, eu ainda não estou no Céu, mas já sei de onde vim, onde estou, e para onde vou. Logo, a Bíblia não está errada quando me diz que eu já estou salvo (1 Co 1:18; Ef 2:8; Lc 7:50). Ademais, Jesus Cristo disse que Ele veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19:10). Veja, os tais perdidos que Cristo veio buscar e salvar, ainda não estavam no Inferno, contudo, já estavam perdidos. De igual modo, embora eu ainda não esteja no Céu, segundo a Bíblia já estou salvo. A razão disso é que, de acordo com a Bíblia, assim como a perdição precede a entrada no Inferno, a salvação antecede o ingresso no Céu. Primeiro o pecador se perde para depois ir para o Inferno, e primeiro o pecador se salva para depois ir para o Céu. Assim ensina a Bíblia. E se não se deve recorrer à Bíblia para provar alguma coisa, por que os livros de Allan Kardec estão recheados de citações bíblicas?
O Único Passo que nos Mantém na Salvação.
A Bíblia afirma que a salvação é um dom, isto é, presente, que Deus nos dá pela graça, por meio da fé, sem o auxílio das nossas obras (Ef 2.9-8); e acrescenta que esta verdadeira fé viva e produtora de real salvação, automaticamente produz em nós obras que de fato agradam a Deus. Logo, os que tentam se salvar pelas obras, estão pondo o carro diante dos bois. E os que tentam se salvar pela fé mais obras, estão pondo o carro ao lado dos bois. O certo, porém, é deixarmos o “boi” da fé puxar o “carro” da salvação, em cujo interior devemos adicionar cada vez mais as obras de justiça. Isto porque não somos salvos pelas obras, mas somos salvos para as obras (Ef 2.10). Do exposto se vê que as obras e a fé são importantes, mas temos que pô-las nos seus devidos lugares. Do contrário, não seremos salvos. A fé vale o perdão dos nossos pecados e a conseqüente salvação, a qual é um dom; e as boas ações que daí nascerem serão galardoadas. Sobre estes galardões, só entenderemos quando chegarmos lá. Por enquanto fica claro apenas que galardão e salvação são coisas diferentes. A Bíblia fala de pessoas que terão salvação, mas não terão galardão (1 Co 3.10-15). A graça e a fé nos conduzem à salvação, bem como nos mantêm na salvação.
Do exposto acima se vê que o passo que nos mantém na salvação é o reconhecimento de que quando damos os cinco primeiros passos acima discriminados, nos tornamos salvos, e que, portanto, mais nada precisa ser feito para sermos salvos. É o que nos conduz à salvação, que nos mantém na salvação: a graça, por meio da fé. Fazer algo para se salvar é ser incrédulo; e fazer algo para se manter na salvação, é negar a fé. É desviar-se do Caminho da Salvação. Quem não vive como cristão, cristão não é; e está, pois, perdido. Mas há um enorme abismo entre viver como cristão, e associar a salvação às obras. O salvo vive como salvo, não para ser salvo, mas sim, por ser salvo; assim como também, a laranjeira não produz laranja para ser laranjeira, e sim, por ser laranjeira.
Os Passos Subseqüentes à Salvação
LVII.
Ao darmos o quinto passo, nos tornamos salvos. Ao darmos o sexto passo, nos mantemos salvos. Mas, quais são as obras que devemos fazer por sermos salvos, isto é, 100% perdoados? Veja a seguir alguns exemplos.
Orar e, se possível, jejuar
Por ser Jesus o único Mediador entre Deus e os homens (1 Tm. 2: 5), Ele nos ensinou a orar direto a Deus (Mt. 6: 9-13), em Seu nome (Jo. 14: 13-14). Portanto, doravante não perca mais seu tempo rezando ao tal de “Anjo Guardião”, ou aos chamados “santos”, ou ainda aos chamados “orixás” e outros espíritos que se fazem passar pelos mortos. Ore ao Senhor, pedindo-lhe tudo quanto Ele lhe prometeu nas páginas da Bíblia! Se não há proibição médica, jejue. Por favor, ore por mim.
Comungar com seus irmãos na fé
Muitas pessoas já fizeram o que você acaba de fazer, e já se organizaram. Você é convidado a se unir a um desses grupos, porque lá você encontrará pessoas mais experientes que muito poderão ajudá-lo (Hb 10. 25).
Estes grupos são conhecidos pelos nomes de evangélicos, crentes, ou protestantes. Cuidado, há igrejas se dizendo evangélicas, sem sê-lo de fato.
Ler a Bíblia
Leia a Bíblia diariamente. Na impossibilidade de fazê-lo, peça a alguém o favor de lê-la para você ouvir. Saboreie pelo menos um capítulo por dia (Js.1: 8; Sl 1. 2).
Praticar a doutrina dos apóstolos.
Estas doutrinas estão registradas na Bíblia. Uma delas é que não devemos adorá-los (At.10:25-26; 14:11-18). Portanto, não preste culto a Maria, aos santos, aos orixás, etc. Só Deus é digno de culto. Amemos e respeitemos a Maria, aos santos, ao próximo, etc., mas cultuemos só a Deus (Mt 4.10).
Ser batizado
(Mc 16.16). Cristo mandou pregar o Evangelho e batizar os que crêem. Estes não se batizam para se salvar, e sim, por serem salvos. Não inverta a ordem.
13.3.6. Cear
A Ceia do Senhor é uma ordenança do Senhor Jesus e é constituída de pão e suco de uva, os quais simbolizam, respectivamente, o corpo e o sangue do Senhor (1 Co.11:17-34). Todo cristão deve participar deste banquete espiritual, comendo do pão e bebendo do fruto da vide (1Co. 11: 28), em clima de festa (sim, a Festa Magna do Cristianismo), cujo objetivo é comemorar o sacrifício substitutivo que Jesus efetuou por nós lá na cruz.
Testemunhar
Conte a todo o mundo a sua nova vida, isto é, a sua experiência com Cristo! (Mc. 5: 20). E argumente mais ou menos assim: As religiões não cristãs (Budismo, Islamismo, Hinduísmo…) não podem salvá-lo. O mesmo podemos dizer das instituições religiosas que se fazem passar por cristãs (Testemunhas-de-Jeová, Igreja Católica, Adventismo do Sétimo Dia, Kardecismo, Mormonismo…). E, pasme-se, nem mesmo a verdadeira Igreja de Cristo, que é o conjunto dos redimidos pelo Seu sangue, pode salvá-lo. Você quer ser salvo? Então vá direto a Cristo, pois só Ele salva (Jo. 14:6; At. 4:12).
Extraído do livro O ESPIRITISMO KARDECISTA, E SUAS INCOERÊNCIAS – Pr. Joel Santana