É muito interessante o texto que Paulo nos exorta, porque ele nos aponta a exata razão pela qual muita gente é enganada facilmente, mesmo tendo conhecido ou tido contato com a verdade doutrinária. No 1º versículo de Gálatas 3, Paulo disse:
Ó INSENSATOS gálatas! quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado, entre vós?
Chama-nos a atenção porque, ao repreender os gálatas, ele questionou o fascínio que os mesmos tiveram por determinadas pessoas, que os desviou de observar a verdade.
Ao buscarmos o significado de fascinar, achamos no dicionário que fascinar é exercer fascínio, isto é, a qualidade ou poder de fascinar, de exercer forte atração e, ainda, a sensação de deslumbramento, de encanto. Olhando para a origem da palavra, do latim, fascínio é o “malefício”, “olhar” e “encantamento”.
Que coisa sensacional. Percebemos que os gálatas eram fascinados por líderes que os levavam a desobedecer a verdade de Deus. Eles estavam encantados pelo olhar enganoso daqueles líderes, tornaram-se vítimas de encantamento dos falsos pregadores.
Sempre há uma certa magia com essas pessoas. Elas conseguem cativar o público, conseguem atrair a atenção das plateias, são mestres em encantar públicos (nos dois sentidos: encantar de exercer magia sobre alguém ou mesmo encantar de atrair, ou apaixonar-se), que, aliás, vão ao delírio com tais pregadores.
A experiência dos gálatas levou Paulo a repreendê-los energicamente. O texto em Gálatas 3 nos aponta isso:
“Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne? Será em vão que tenhais padecido tanto (ele, Paulo)? Se é que isso também foi em vão. Versículos 3 e 4.
Fica muito claro que as pessoas que desviaram os gálatas não ensinaram a verdade, eram enganadores. Isso caracteriza que – e com base nesse texto – os falsos ensinos, normalmente, vêm a nós por meio de pessoas que dominam a palavra, que são exímios falantes, situação em que exercem fascínio sobre seus ouvintes ou seguidores.
Paulo levou o ensino da graça àquela região da Ásia Menor, mas os “fascinadores” os fizeram voltar a rudimentos que se viam na lei.
Como pessoas, em muitos casos preparadas, podem ser enganadas? Normalmente são enganadas por pessoas que conseguem exercer fascínio sobre elas, conseguem atrair seus ouvintes e exercem um encantamento sobre suas plateias. Por conta disso, vemos, hoje em dia, pessoas muito bem-intencionadas e que conhecem a Palavra de Deus, sendo levadas por ventos de doutrinas, iludidas por pregadores humoristas, pregadores coaching, líderes que amam o próprio ventre e bolsos, amantes de si mesmos, enfim, tudo que não representa um verdadeiro púlpito e a legítima pregação da Palavra de Deus.
Ao que parece, essa situação só tende a piorar. Como fruto de tal situação, é emergente a necessidade de interrompermos qualquer coisa que não seja a legítima pregação da Palavra. Aqueles líderes que ainda não se desviaram devem, urgentemente, voltar às origens, às primícias e à revelação e não se preocupar em pregar bem-estar, sucesso, motivação, segredos da prosperidade, etc etc. Deixemos isso para a ciência. A Palavra, por seu lado, quando entrar nos espíritos dos nossos irmãos certamente produzirá os resultados e dará seus frutos.