O inferno na Bíblia e nos primeiros pais da Igreja

inferno desenho

Alguns textos bíblicos que corroboram a cosmovisão do inferno:

 E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.” (Daniel 12,2-3)

“E sairão, e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror a toda a carne.” (Isaías 66, 24)

Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado na Gena.” (Mateus 5,29)

“E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.” (Mateus 10,28)

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.” (Mateus 23,15)

“Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?”(Mateus 23,33)

“E, se o teu pé te escandalizar, corta-o; melhor é para ti entrares coxo na vida do que, tendo dois pés, seres lançado no inferno, no fogo que nunca se apaga, Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. E, se o teu olho te escandalizar, lança-o fora; melhor é para ti entrares no reino de Deus com um só olho do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno, Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. Porque cada um será salgado com fogo, e cada sacrifício será salgado com sal.” (Marcos 9,45-49)

“Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará.” (Mateus 3, 12)

“E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.” (Mateus 8, 12)

“e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.” (Mateus 13,42.50)

“Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes”(Mateus 22,13)

 “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;” (Mateus 25, 41)

 “E, se a tua mão te escandalizar, corta-a; melhor é para ti entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga,” (Marcos 9, 43)

Se de fato é justo diante de Deus que dê em paga tribulação aos que vos atribulam, E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder, Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; Os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder,” (II Tessalonicenses 1, 6-9)

 “Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários.” (Hebreus 10, 26-27)

Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.” (Apocalipse 21, 8)

“E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.”  (Apocalipse 20, 10)

Agora vejam como os primeiros pais da Igreja interpretaram os versículos bíblicos que denunciam o inferno como uma realidade:

Inácio de Antioquia

Discípulo de Pedro e Paulo, segundo bispo de Antioquia e mártir durante o reinado de Trajano por volta de 107 d.C. Quando ele foi condenado à morte foi ordenado ir da Síria para Roma para ser martirizado. No caminho de Roma escreveu sete epístolas às igrejas de Éfeso, Magnésia, Trália, Filadélfia, Esmirna, Roma e uma carta a São Policarpo. Ao escrever para aos Efésios testemunha como aqueles que morreram na impureza irão ao fogo eterno:

Não vos iludais, meus irmãos, os corruptores da família não herdarão o Reino de Deus. Pois, se pereceram os que praticavam tais coisas segundo a carne, quanto mais os que perverterem a fé em Deus, ensinando doutrina má, fé pela qual Jesus Cristo foi crucificado? Um tal, tornando-se impuro, marchará para o fogo inextinguível, como também marchará aquele que o escuta. Por isso, recebeu o Senhor unção sobre a cabeça para exalar em favor da Igreja o perfume da incorrupção. Não vos deixeis ungir pelo mau odor da doutrina do príncipe deste mundo, de forma que vos leve cativos para longe da vida que vos espera. Por que não nos tornamos prudentes, aceitando o conhecimento de Deus, isto é, Jesus Cristo? Por que morrermos tolamente, desconhecendo o dom que o Senhor nos enviou de verdade?” (Inácio de Antioquia, Carta aos efésios, 16-17)

 

Justino Mártir

Mártir da fé cristã, viveu até o ano 165, quando foi decapitado, é considerado o maior apologista do século II.

E disse mais: “Não temais aqueles que vos matam e depois disso nada mais podem fazer; temei antes aquele que, depois da morte, pode lançar alma e corpo no inferno”. Deve-se saber que o inferno é o lugar onde serão castigados os que tiverem vivido iniquamente e não acreditaram que acontecerão essas coisas ensinadas por Deus, através de Cristo.” (I Apologia 19, 7)

Quanto a alcançar a imortalidade, nos foi ensinado que só a alcançam aqueles que vivem santa e virtuosamente perto de Deus, assim como cremos que serão castigados com fogo eterno aqueles que viveram injustamente e não se converteram.” (I Apologia 21, 6)

Porque entre nós, o príncipe dos demônios do mal chamado Satanás, diabo, serpente ou caluniador, como você pode saber, se você descobrir, por nossas escrituras, e que ele e todo o seu exército junto com os homens que o seguem serão enviados para o fogo para serem punido por toda a eternidade sem fim, que é o que de antemão foi anunciado por Cristo” (I Apologia 28)

E se também vós ledes como inimigos estas nossas palavras, além de matar-nos, como já dissemos antes, nada podeis fazer. A nós, isso nenhum dano causará; a vós, porém, e a todos os que injustamente nos odeiam e não se convertem, trazer-vos-á castigo de fogo eterno.” (I Apologia 45, 6)

Assim é que os profetas anunciaram duas vindas de Cristo: uma, já cumprida, como homem desonrado e passível; a segunda, quando virá dos céus acompanhado de seu exército de anjos, quando ressuscitará também os corpos de todos os homens que existiram; revestirá de incorruptibilidade os que forem dignos, e enviará os iníquos, com percepção eterna, ao fogo eterno, junto com os perversos demônios. Vamos mostrar como foi profetizado que isso deverá acontecer.” (I Apologia, 52)

O fato é que em todas as partes há gente disposta a nos levar à morte. Exceto os que estão persuadidos de que os iníquos e intemperantes serão castigados com o fogo eterno e que os virtuosos e que viveram de modo semelhante a Cristo, viverão impassíveis com Deus…” (II Apologia 1, 2)

Todavia, logo que conheceu os ensinamentos de Cristo, não só se tornou casta, como procurava também persuadir seu marido à castidade, referindo-lhe os mesmos ensinamentos e anunciando-lhe o castigo do fogo eterno, preparado para os que não vivem castamente e conforme a reta razão.” (II Apologia 2, 2)

No princípio, Deus criou livres tanto os anjos como o gênero humano e, por isso, receberam com justiça o castigo de seus pecados no fogo eterno.” (II Apologia 6, 4)

Eles receberam merecido tormento e castigo, aprisionados no fogo eterno. Se eles agora são vencidos pelos homens em nome de Jesus Cristo, isso é aviso do futuro castigo no fogo eterno que os espera, juntamente com aqueles que os servem. Todos os profetas anunciaram isso de antemão e isso também nos ensinou o nosso mestre Jesus.” (II Apologia 7, 4-5)

E não se oponham  a que costumam dizer os que se têm por filósofos, que não são mais que apenas ruído e espantalhos o que afirmamos sobre a punição que os ímpios devem sofrer no fogo eterno” (II Apologia 9)

“…mas Deus poderosamente as tirará de nós, quando ressuscitar a todos, tornando uns incorruptíveis, imortais, isentos de dor e colocando-os em seu reino eterno e indestrutível, e enviando outros para o suplício do fogo eterno.” (Diálogo Com Trifão 117)

 

Martirio de Policarpo

É uma carta da Igreja de Esmirna a comunidade de Filomenio de onde se narra o martírio de São Policarpo de Esmirna, discípulo direto do apóstolo São João e bispo de Esmirna.

Quem não admiraria a generosidade deles, a perseverança e o amor ao Senhor? Dilacerados pelos flagelos a ponto de ser ver a constituição do corpo até as veias e artérias, permaneciam firmes, enquanto os presentes choravam de compaixão. A sua coragem chegou a tal ponto que nenhum deles disse uma palavra ou emitiu um gemido. Eles mortravam em seus corpos, mas que o Senhor, aí presente, conservava com eles. Atentos à graça de Cristo, eles desprezavam as torturas deste mundo e adquiriram, em uma hora, a vida eterna. O fogo dos torturadores desumanos era frio para eles. De fato, tinham diante dos olhos escapar do (fogo) eterno, que jamais se extingue; com os olhos do coração olhavam os bens reservados à perseverança, bens que o ouvido não ouviu, nem o olho viu, nem o coração do homem sonhou, mostrados pelo Senhor àqueles que não que não eram mais homens, mas que já eram anjos.” (Martirio de Policarpo, 2, 3-4)

 

Discurso a Diogneto

É um breve tratado apologético dirigido a alguém chamado Diogneto o qual aparentemente havia perguntado algumas coisas que chamaram a atenção sobre as crenças e modo de vida dos cristãos: É de um autor desconhecido e se estima que foi composto no fim do século II.

Então, ainda estando na terra, contemplarás porque Deus reina nos céus. Aí começarás a falar dos mistérios de Deus, amarás e admirarás aqueles que são castigados por não querer negar a Deus. Condenarás o engano e o erro do mundo, quando realmente conheceres a vida no céu, quando desprezares esta vida que aqui parece morte e temeres a morte verdadeira, reservada àqueles que estão condenados ao fogo eterno, que atormentará até o fim aqueles que lhe forem entregues. Se conheceres esse fogo, ficarás admirado, e chamarás de felizes aqueles que, pela justiça, suportaram o fogo passageiro.…” (Discurso a Diogneto, 10, 7-8)

 

Atenágoras

Reconhecido como apologista cristão primitivo do século II:

Sei que com o que eu disse estou defendido diante de vós. De fato, superando a todos por vossa inteligência, sabeis que aqueles que tomam a Deus como regra de vida, para que cada um de nós esteja sem culpa e sem mancha em sua presença, não podem ter, em pensamento, o mais leve pecado, e acreditássemos que nada existe além desta vida presente, poder-se-ia suspeitar que pecássemos, submetendo-nos à servidão da carne e do sangue ou sendo dominados pelo lucro e pelo desejo. Sabendo, porém, como sabemos, que Deus vigia nossos pensamentos e nossas palavras, tanto de dia como de noite, e que ele é todo luz e vê até dentro do nosso coração; acreditando, como cremos, que, ao sair desta vida, viveremos outra melhor, contando que permaneçamos com Deus e por Deus inquebrantáveis e superiores às paixões, com alma não carnal, mas com espírito celeste, embora na carne; ou acreditando que, se cairmos como os demais, espera-nos uma vida pior no fogo (porque Deus não nos criou como rebanhos ou bestas de carga, de passagem, só para morrer e desaparecer); crendo nisso, dizíamos, não é lógico que nos entreguemos voluntariamente ao mal e nos joguemos a nós mesmos nas mãos do grande juiz para sermos castigados.” (Atenágoras, Petição a favor dos Cristãos, 31)

 

Ireneu de Lião

Irineu (bispo e Mártir). Foi discípulo de São Policarpo que por sua vez foi discípulo do apóstolo São João. Conhecido por seu tratado “Contra as Heresias” onde combate as heresias de seu tempo, em especial a dos gnósticos.

No Novo Testamento, [1062] cresceufé dos homensemDeus, ao receberemo Filho de Deuscomo um bemadicionadoa fim de que os homens tivessem a participação de Deus.Da mesma formaaumentoua perfeiçãodo comportamento humano, pois somos instruídos aabster-senão só demás ações, mas tambémdos maus pensamentos(Mt 15,19)depalavras ociosas, expressões vãs (Mt 12, 36) elicenciososdiscursos (Ef 5, 04):deste modotambém ampliou apunição daquelesque não acreditamna Palavrade Deus,que desprezamsua vindaerecusam, porque não vaiser mais temporária, maseterna.Paratais pessoas,o Senhordirá: ‘Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno’ (Mateus 25:41), e serápara semprecondenado.Mas aos outros vaidizer:‘Vinde, benditos de meu Pai, recebam por herança o reinopreparado para vós desdesempre’(Mt 25, 34),ereceberão o reinoonde eles terãoumprogressoperpétuo.Isso mostra queum e o mesmoDeus, o Pai, e que a SuaPalavra estásempre do ladoda humanidade,comeconomias diferentes, realizando vários trabalhos, poupando aqueles queforam salvosdesde o início, isto é, paraaquelesque amam a Deuse de acordo coma sua capacidade deseguir a suapalavrae, a julgaraqueles que estãocondenados, ou quese esquecem de Deus,blasfemame violama sua palavra.” (Santo Ireneu, contra as heresias IV, 28,2)

 

Tertuliano

Tertuliano é considerado um apologista e escritor eclesiástico.

Se recusas a penitência pública, medita em teu coração acerca da gena que para ti há de ser extinguida mediante a penitência. Imagina-te antes de tudo a gravidade da pena, a fim de que não vaciles em assumir o remédio. Como devemos considerar esta caverna do fogo eterno, quando através de algumas suas lareiras se produzem tais erupções  de vigorosas chamas, que fizeram desaparecer as cidades próximas ou estão a espera de que isto lhes ocorra a qualquer dia? Montes altíssimos saltam feito pedaços por causa do fogo que encontram, e como resultado para nós um indício da perpetuidade deste fogo o fato de que, por mais que estas erupções quebrem e destruam as montanhas, nunca cessa esta atividade. Quem diante dos choques dos montes poderá deixar de considerá-los como um sinal de iminente juízo? Quem poderá pensar que tais chamas não sejam uma espécie de armas de arremesso que provém de um fogo colossal e indescritível?” (Tertuliano, De la penitencia, 12: PL 1,1247)

 

Cipriano de Cartago

Cipriano nasceu em torno do ano 200, provavelmente em Cartago, de família rica e culta. Dedicou-se, em sua juventude, à retórica. O desgosto que sentia diante da imoralidade dos ambientes pagãos contrastados com a pureza de costumes dos cristãos o induziu a abraçar o Cristianismo por volta do ano 246. Pouco depois, em 248, foi eleito bispo de Cartago. Durante a perseguição de Décio, em 250, julgou melhor afastar-se para outro lugar, para continuar a se ocupar com seu rebanho de fiéis. Dele conservamos uma dezena de opúsculos sobre diversos temas de então e, particularmente, uma coleção de 81 cartas.

Que glória para os fiéis haverá então, que castigo para os não crentes, que dor para os infiéis por não haver querido crer em outro tempo neste mundo e não poder agora voltar atrás e crer. A gena sempre em chamas e um fogo devorador abrasará aos que ali irem, e não terão descanso seus tormentos nem fim em nenhum momento. Serão conservadas as almas com os corpos para sofrer com inacabáveis suplícios. Ali veremos sempre ao que aqui não olhamos por um tempo, e o breve prazer que tiveram os olhos cruéis nas perseguições será contrapesado pelo espetáculo sem fim, segundo o testemunho da Sagrada Escritura, quando disse “Seu verme não morrerá, e seu fogo não se extinguirá, e servirão de espetáculo a todos os homens… Então será em vazio o arrependimento, vãos os gemidos e sem eficácia os rogos. Tarde crêem na pena eterna os que não quiseram crer na vida eterna. (Cipriano, A Demetriano, 24)

 

Basílio de Cesárea

Nasceu por volta do ano 330, do seio de uma família profundamente cristã. No ano 364 foi ordenado sacerdote e, 6 anos depois, sucedeu a Eusébio, bispo de Cesaréia. Faleceu no ano 379.

É evidente que as obras são a causa de que alguém acabe por ser condenado ao suplício, uma vez que somos nós mesmos os que não nos dispomos para ser merecedores do queimamento, de modo que os vícios da alma são como faíscas de fogo que produzimos para acender as chamas da gena, como no caso daquele rico que se queimava no fogo de seus próprios prazeres que o abrasavam. Contudo, a intensidade do fogo devorador será maior ou menor, segundo sejam os dardos lançados sobre cada um pelo maligno. (Basílio de Cesárea, Comentário sobre Isaías 1,64)

“… não está presente no inferno quem louva, nem no sepulcro quem se lembra de Deus, porque tampouco está presente o auxílio do Espírito Santo. Como se pode, pois, pensar que o juízo se efetua sem o Espírito Santo, enquanto que a Palavra mostra que Ele mesmo será também a recompensa dos justos, em vez do penhor, entregue a todos, e que será a primeira condenação dos pecadores quando se lhes despojar a mesma coisa que pareciam ter? (Basílio de Cesárea, O Espírito Santo, 16,40)

 

Gregorio Nazianzeno

Arcebispo de Constantinopla e doutor da Igreja, nascido em Nazianzo, Capadócia no ano de 329 d.C, e morreu em 389. Celebre por sua eloquência e por sua luta em sua colaboração na luta contra o arianismo, junto com Basílio e regório de Nissa. É conhecido com um dos quatro grandes doutores da Igreja Grega.

Conheço o temor, a agitação, a inquietude e o quebramento do coração, a vacilação dos joelhos e outras penas semelhantes com que são castigados os ímpios. Vou dizer, todavia, que os ímpios são entregues aos tribunais da outra vida pela justiça parcimoniosa deste mundo, de modo que se mostra preferível ser castigados e purificados agora, que ser encaminhados aos suplícios da vida após a morte, quando já será o tempo de castigo e não da purificação.” (Gregório Nazianzeno, Discursos, 16,7)

 

Jerônimo

Reconhecido como um dos quatro doutores originais da Igreja Latina. Pai das ciências bíblicas e tradutor da Bíblia em Latim. Presbítero, homem de vida ascética, eminente literato. Nasceu no ano de 347 d.C e morreu em 420.

São muitos os que dizem que no futuro não haverá suplício pelos pecados nem se lhes aplicará castigos que venham do exterior, mas que a penas consistirá no pecado mesmo, e em ter consciência do delito, não morrendo o verme no coração e ardendo o fogo na alma de um modo semelhante a febre, que não atormenta o enfermo por fora, mas que, apoderando-se dos corpos, castiga sem usar qualquer instrumento externo de tortura. Estas persuasões são laços fraudulentos, palavras vazias e sem valor, que deleitam como flores aos pecadores, mas que lhes infundem uma confiança que lhes conduz aos suplícios eternos” (Jerônimo, Comentário a Carta a los Efésios, 3,5,6)

 

João Crisóstomo

São João Crisóstomo é o representante mais importante da Escola de Antioquia e um dos quatro grandes Pais da Igreja no Oriente. Nascido por volta do ano 350, talvez antes, foi ordenado sacerdote no ano 386 e em 397 foi consagrado bispo de Constantinopla. Morreu em 407.

A dupla pena do inferno: o fogo e a privação de Deus. Aparentemente não há aqui mais que um só castigo, que é o ser queimado pelo fogo, porém, se cuidadosamente o examinamos, veremos que são dois, pois o que é queimado é ao mesmo tempo banido para sempre do reino de Deus. E este castigo é mais grave que o primeiro”. (João Crisóstomo, Homilías sobre Mateus 23,8)

Compilado e pesquisado do livro: ARRAIZ, José Miguel – O Inferno na Bíblia e nos pais da Igreja.

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