O homem, sua queda e redenção

O homem foi criado bom e justo. Com efeito. Deus disse o seguinte: “Fa­çamos o homem à nossa imagem, con­forme a nossa semelhança”. Mas o ho­mem caiu por transgressão voluntária, e sua única esperança reside agora no Senhor Jesus, o Filho de Deus.

Gênesis 1.26, 31.1-7; Romanos 5.12-21.

Esta matéria, em seu aspecto duplo, é demasiado extensa para ser considerada aqui. Tudo o que pode­mos fazer é ampliar a declaração que encabeça este capitulo e proporcionar sugestões com respeito ao seu estudo.

  1. O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Em outras palavras, o homem foi criado bom e justo, dotado de inteligência, consciência e livre arbítrio, de maneira que pudesse exercer domínio sobre os seres viventes da terra e pusesse em prática a fa­culdade de eleição.

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  1. O primeiro homem, dotado de inteligência, cons­ciência e livre arbítrio, era superior à criação animal, e estava capacitado para manter comunhão com Deus. A faculdade do homem de escolher entre o hem e o mal envolvia a possibilidade de eleger este e não aquele, desobedecendo assim ao Criador. Em virtude de sua inteligência, o homem era responsável por todos os seus atos. Lucas 12.47, 48; Josué 24.15.

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  1. O Diabo, apresentando-se em forma de serpen­te, logrou despertar a dúvida no coração de Eva no que respeita à veracidade de Deus. “É assim que Deus dis­se?” foi a pergunta da serpente. Mais adiante a ser­pente disse: “É certo que não morrereis” — o que era contraditório ao decreto de Deus (Gênesis 3.1-4); “por­que Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal”. Estas últimas palavras estavam desti­nadas a pôr em tela de juízo a bondade de Deus. Se­duzida pela conversação hábil da serpente e pelo as­pecto convidativo da fruta, Eva a comeu e fez dela participar a seu esposo. Gênesis 3.5, 6. O gérmen da dú­vida, implantando no coração da mulher, culminou com a queda de nossos pais.

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  1. A queda deu origem ao pecado, à tristeza, à en­fermidade e à morte sobre o gênero humano. Gênesis 3.7-24; Romanos 5.12-19; I Coríntios 15.21.

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  1. A corrupção do homem é confirmada não so­mente por sua inteligência e consciência, mas também pela história do mundo. Ao dizermos corrupção, que­remos significar com isto que a natureza moral, mental e espiritual do homem tem sido pervertida pela que­da. Em vez de amar a santidade, o homem não re­generado sente uma inclinação maligna para o pecado, e somente a graça de Deus poderá transformar esta na­tureza, fazendo do homem uma nova criatura em Cristo Jesus. II Coríntios 5.17. Esta corrupção afeta a na­tureza intelectual ou mental do homem, a qual tem sido pervertida, de maneira que os homens “se tornaram nu­los em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, torna­ram-se loucos”. Rom. 1.21, 22. Converteram-se em indivíduos de “mente depravada” e “néscios”. Romanos 1.28, 31 O homem tem perdido a faculdade de distinguir entre o bem e o mal, Isaías 5.20, e tem des­cido às vezes até um nível inferior dos seres irracio­nais As Sagradas Escrituras nos dizem com respeito ao homem que “sua glória é em confusão”, e que se pa­rece às águas do mar agitado, que “lançam de si lama e lodo”. Isaias 57.20. O estado do homem não regenerado se apresenta com clareza e precisão em Roma­nos 3.9-18. Compare ainda Romanos 1: 18-32. Em Filipenses 3.19 se nos diz o seguinte: “O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre; e a glória deles está na sua infâmia; visto que só se preocupam com as cousas terrenas”.

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  1. Esta corrupção afeta todo o ser do homem: sua natureza mental, moral, espiritual e física. É absoluta­mente universal, Romanos 3.19. O homem, tal como se conhece, não é o resultado do processo de evolução, senão que foi criado perfeito por Deus, mas por sua queda se acha sumido na depravação e degeneração, está separado de Deus, ama a rebeldia e o pecado e se encontra debaixo da condenação justa de um Deus san­to.

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  1. Cristo nosso Redentor foi tentado da mesma maneira que nós. 4.1-11; Hebreus 4.15. O Se­nhor pagou o preço total de nossa redenção. Mateus 20.28, converteu-se na propiciação pelos pecados de todo o gênero humano, I João 2: 2, embora sem pecado fez-se pecado por nós, II Coríntios 5.21 e mediante sua morte e sacrifício fez expiação completa por todos os nossos pecados. Romanos 5.6-21; Efésios 1: 7.

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  1. O pecado e a ignorância do homem por uma parte e a graça redentora de Deus por outra, constituem a essência da Bíblia. Assim como a iniquidade do ho­mem é insondável, assim também o é a graça de Deus, “mas onde abundou o pecado, superabundou a graça”. Romanos 5.20.

O plano divino da redenção compreende o pecador mais empedernido e eleva o crente a um plano de vitó­ria, felicidade, santidade e eterna bem-aventurança. Essa redenção compreende o espírito, a alma e o corpo e até a natureza, a qual ficou sujeita à maldição do pecado. Gênesis 3.7-19; Romanos 8.19-23.

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LIVRO DOUTRINAS BÍBLICAS, P.C. NELSON

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