A Bíblia nos diz em Hb. 9:27 que “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o juízo”. (Grifo meu) Ora, se existisse reencarnação, o homem morreria várias vezes, pois tantas quantas vezes reencarnasse, uma vez mais morreria. Porém, certo kardecista disse que “este versículo não opõe à doutrina da reencarnação, porquanto não se refere à morte do espírito (que não morre nenhuma vez), e sim, à morte do corpo (que deveras morre uma só vez), visto que uma vez morto um corpo, jamais será animado por algum espírito (nem mesmo pelo espírito que dele saiu), tampouco será ressuscitado, mas será extinto uma vez por todas”. Porém, embora este texto realmente não fale da morte do espírito (já que o espírito não morre), convém que se note que também não se refere à morte do corpo, considerando que o corpo morto fica inconsciente e, portanto, não pode entrar em juízo. O versículo em lide diz textualmente: vindo, depois disso, o juízo”. Mas, já que o texto não está falando da morte do espírito, nem da morte do corpo, de que morte nos fala então? Resposta: O texto em apreço nos fala da morte do homem em sua totalidade, isto é, esta passagem está dizendo que o ser humano experimenta o que se convencionou chamar de “morte” uma só vez. Logo, a passagem bíblica em questão prova sim que não há reencarnação.
A morte da qual trata o texto aqui analisado, é aquela que o Espiritismo chama de “desencarnar”, enquanto a Teologia a rotula de “morte física”, a saber, refere-se à separação entre a alma e o corpo. Sim, refere-se à separação em si, entre os dois elementos, e não aos elementos de per si, nem ao conjunto desses componentes.
Extraído do livro O ESPIRITISMO KARDECISTA, E SUAS INCOERÊNCIAS – Pr. Joel Santana