O Holocausto e as críticas de um judeu

O Holocausto e as críticas mal direcionadas de um judeu brasileiro contra conservadores na Europa e América

Hoje é o Dia Internacional de Memória do Holocausto, quando o mundo para para recordar o Holocausto e suas vítimas: 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas.

Osias Wurman, que é o cônsul honorário de Israel no Rio de Janeiro, com acerto disse: “Se tivesse existido um Estado Judeu reconstruído, já na década de 30/40, este genocídio não teria se consumado.”

Então ele acrescentou no jornal O Globo:

“Hoje, mais do que nunca, é preciso alertar a opinião mundial para esta perigosa guinada à direita que vem assolando a Europa e alguns países do continente americano. Uma pesquisa global, realizada em 2014, já mostrava que 46% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar em Holocausto!”

O sr. Wurman faz uma comparação impossível. Ele busca igualar a mudança conservadora de curso político na Europa e provavelmente nos Estados Unidos com a indiferença ao Holocausto. Num tom pior, ele disse que essa mudança é “perigosa,” e fala da necessidade de alertar o mundo contra a mudança para a direita que está “assolando” a Europa e provavelmente os Estados Unidos.

Aliás, os mesmos militantes esquerdistas que veem “perigo” na mudança para a direita vêm acusando o presidente americano Donald Trump de ser Adolf Hitler. Todos os judeus concordam com a Esquerda? Não. Numa entrevista para o WND (WorldNetDaily), Anita Dittman, que viveu o Holocausto como uma menina judia na Alemanha durante as décadas de 1930 e 1940, tem uma mensagem para os que acham que Trump é o Hitler americano, neste Dia Internacional de Memória do Holocausto. “Quando dizem que ele é outro Hitler, eles estão loucos,” Dittman disse para o WND.

O sr. Wurman parece apoiar a Esquerda. Mas a Esquerda europeia e americana tem sistematicamente se oposto ao Estado de Israel. Se, como sugere o sr. Wurman, a existência do Estado de Israel é importante para evitar um genocídio de judeus, a conclusão é que a Esquerda quer tal genocídio.

Enquanto isso, a mudança conservadora “perigosa,” especialmente energizada pelos evangélicos, trouxe Donald Trump, que está mostrando claramente seu apoio a Israel. Aliás, alguns meses atrás, o Sinédrio de Jerusalém pediu que Trump e Putin, que também é conservador, reconstruam o Templo judaico em Jerusalém.

O Sinédrio nunca ficaria à vontade para fazer o mesmo pedido para líderes esquerdistas.

Ao ajudarem a reconstruir o Templo, Trump e Putin estariam incentivando as pessoas a se esquecer do Holocausto? Que “assolações” e “perigos” as ações conservadoras deles poderiam trazer?

Admito que há alguns indivíduos na Direita que apoiam posturas perigosas e até anti-judaicas, ainda que discretamente. No Brasil, onde o sr. Wurman vive, alguns quarteirões da Direita têm sido influenciados por um esotérico que é antimarxista e defensor da ideia estranha de que a Inquisição foi um mito e lenda. Ele nega a Inquisição do mesmo jeito que os muçulmanos e neonazistas negam o Holocausto.

Hitler, cuja propaganda política era antimarxista, era visto como “direitista,” mas na verdade ele era um esotérico que não teria tido dificuldade nenhuma de negar a Inquisição.

Entretanto, o sr. Wurman não tem exposto ou denunciado a defesa da Inquisição na Direita brasileira. Ele tem se ocupado com ameaças imaginárias: ele tem denunciado o perigo alegado de uma Direita na América que está apoiando Israel!

Trump tem um genro judeu e ele tem sido um amigo de Israel. Então a crítica perturbada do sr. Wurman é mal orientada. Não deveria ter sido dirigida indiretamente a Trump e outros conservadores. Deveria ter sido dirigida aos esquerdistas na Europa e América, os quais estão ajudando a invasão islâmica em suas nações, à custa da segurança dos cidadãos judeus, pois a maioria dos muçulmanos odeia os judeus e adora Hitler. Mein Kampf, a autobiografia de Hittler, é best-seller nas nações islâmicas do Oriente Médio.

E a crítica perturbada do sr. Wurman deveria ser dirigida aos negadores da Inquisição, pois negar a Inquisição é como negar o Holocausto. É negar que os judeus foram vítimas inocentes de perseguição, tortura e assassinato sistemáticos.

Não existe justificativa para o sr. Wurman acusar indiretamente Trump ou outros conservadores, que estão sendo atacados pela Esquerda.

Mas existe muita justificativa para ele acusar direitistas cujas posturas pró-Inquisição não estão sendo fortemente desaprovadas pela Esquerda e pela Direita.

Versão em inglês deste artigo: The Holocaust and the Misdirected Criticism of a Brazilian Jew against Conservatives in Europe and America

Fonte: www.juliosevero.com

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