O falso dogma da virgindade perpétua de Maria

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A recente descoberta arqueológica do ossuário de “Tiago, irmão de Jesus, filho de José”, epígrafe encontrada no sarcófago, em Jerusalém, e noticiada em todo o mundo, afeta entre outros os católicos romanos e ortodoxos.

O Tiago do ossuário, encontrado pelos arqueólogos, é identificado no Novo Testamento como o “irmão do Senhor” (Gálatas 1.19). A descoberta despertou em todo o mundo o interesse sobre os irmãos de Jesus. A mídia internacional lembrou que os católicos rejeitam a crença de que Maria gerou outros filhos além de Jesus, e que nunca teve irmãos; e que os protestantes ensinam o contrário, que Maria gerou mais filhos depois de Jesus.

A Bíblia nos diz que, no começo, os irmãos de Jesus não criam nele (João 7.3-5). Eram quatro irmãos – Tiago, José, Judas e Simão – e algumas irmãs (Marcos 6.3). Depois da ressurreição de Jesus, seus irmãos aparecem na comunidade dos discípulos (Atos 1.14). Tiago tornou-se líder da Igreja de Jerusalém e presidiu o Concílio de Jerusalém (Atos 15.13-19). Josefo, Hesipo e Eusébio de Cesaréia falam de sua justiça e piedade e também da maneira brutal como foi assassinado em Jerusalém.

É evidente que o nome Tiago era muito comum na época, da mesma forma o era também o nome Jesus. Josefo menciona cerca de treze personagens chamados Jesus. O historiador judeu diz que certa vez o sumo sacerdote Anano reuniu o conselho “diante do qual fez comparecer Tiago, irmão de Jesus, chamado o Cristo, e alguns outros” (História dos Hebreus, CPAD, Livro 20.8.856). O nome José também era muito comum e encontramos vários personagens na Bíblia com esse nome.

Não era usual alguém usar o nome de seu irmão junto ao seu. Nessa epígrafe do ossuário de Tiago, só se justificaria tal uso se esse irmão fosse alguém muito famoso. Esse vínculo de Tiago com seu irmão não deixou dúvida alguma para os peritos de que se trata mesmo de Tiago, que pastoreou a Igreja de Jerusalém, irmão de nosso Senhor Jesus Cristo, e que José, pai de Tiago, é o mesmo “José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo” (Mateus 1.16). O ossuário se encontra no Canadá para mais análise.

Tiago é a forma grega do nome hebraico Taa’qob – Jacó. Alguns deles estão no Novo Testamento e muitas vezes se torna difícil identificá-los. Um deles é o filho de Zebedeu, irmão de João (Mateus 4.21). Os dois irmãos foram chamados por Jesus para fazerem parte de seu colégio apostólico (Mateus 10.2; Marcos 3.13; Lucas 6.14; Atos 1.13). Este Tiago foi degolado por Herodes Agripa I, em 44 d.C. (Atos 12.2).

O outro Tiago é filho de Alfeu, também um dos doze apóstolos. é identificado como filho de Alfeu apenas quatro vezes em todo o Novo Testamento (Mateus 10.2; Marcos 3.18; Lucas 6.15; Atos 1.13). Seria ele o mesmo que é chamado de Tiago, o Menor, em Marcos 15.40? Até hoje ninguém deu de maneira concreta e decisiva a resposta final. Tanto uma resposta como outra pode estar correta. Aparece ainda um Tiago, pai ou irmão de Judas, pois o texto grego diz literalmente “Judas de Tiago” (Lucas 6.16; Atos 1.13).

A Igreja Católica, que deveria pregar o nome de Jesus para mundo, está, no entanto, substituindo-o pelo de Maria. Ultimamente, até os filmes sobre a vida de Jesus estão eivados de mariolatria. Já não se fazem filmes como antigamente. O filme Maria, Mãe de Jesus, como também o filme Maria, Filha de Seu Filho, são uma apologia ao culto de Maria e à oração em seu nome. Isso é idolatria e como tal é condenada pela Bíblia (Lucas 11.27-28; João 2.4; 1Timóteo 2.5). Esse último filme foi exibido no Brasil por uma rede de TV na mesma semana da descoberta desse ossuário.

A Igreja Católica pôs Maria no status divino. O livro As Glórias de Maria, publicado em mais de 80 línguas, e em português pela Editora Santuário, é de autoria de Afonso Maria de Liguori, canonizado pelo papa. Essa obra é a maior apologia ao culto de Maria. Afirma Liguori: “Nossa salvação será mais rápida, se chamarmos por Maria, do que se chamarmos por Jesus” (pág. 208). “A Santa Igreja ordena um culto peculiar à Maria” (pág. 130). “Muitas coisas… são pedidas a Deus, mas não são recebidas; são pedidas a Maria e são obtidas”, pois “Ela… é também Rainha do Inferno e Senhora dos Demônios” (págs. 123 e 127). Como ainda ousam dizer que são cristãos? Maria hoje rejeitaria essas honra e glória que os marianos lhe atribuem, mas que pertencem exclusivamente ao Senhor Jesus.

A Bíblia ensina que somente Jesus salva. Ele mesmo disse: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6). “Em nome de Jesus Cristo (…) e em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual nós devamos ser salvos” (Atos 3.6 e 4.12).

A Igreja Ortodoxa mantém um argumento, proveniente do terceiro século, que José era viúvo antes de se casar com Maria e trouxe filhos do seu primeiro casamento. Logo, esses irmãos de Jesus seriam enteados de Maria. Seu principal argumento em defesa dessa tese é a crença, tanto dos católicos ortodoxos como também dos católicos romanos, da perpétua virgindade de Maria.

É verdade que Jesus nasceu de uma virgem e que foi concebido pelo Espírito Santo no ventre de Maria (Mateus 1.18,20,23; Lucas 1.34-35), mas também o é que, depois do nascimento de Jesus, Maria teve mais filhos. A Bíblia diz que José “não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe o nome de Jesus” (Mateus 1.25). Ela se manteve virgem “até”, é o que diz o texto sagrado. E Jesus é o seu “primogênito”. Isso é confirmado na passagem paralela de Lucas 2.7. Logo, outros filhos vieram em seguida, e isso não diminui Maria em nada, pois a Bíblia considerada honrada uma mulher casada ser mãe de filhos.

Jerônimo, no século quarto, propôs que a palavra irmão significa parentesco próximo. “primo”, por exemplo. Mas não é isso que o Novo Testamento revela. Os Evangelhos mostram de maneira simples e natural a família de Jesus: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele” (Marcos 6.3). Não é natural interpretar essa expressão dos moradores de Nazaré a respeito de Jesus e sua família de outra maneira.

Há ainda outras passagens nos Evangelhos mencionando os irmãos de Jesus (Mateus 12.46-50; 13.54-56; Marcos 3.31-35; Lucas 8.19-21). A palavra grega para primo é anepsios, que aparece em Colossenses 4.10, na versão Almeida Revista e Atualizada –“primo de Barnabé” – e também nas versões NVI, Brasileira, e Almeida Revisada. A descoberta do ossuário de “Tiago, irmão de Jesus, filho de José” confirma a veracidade histórica do Novo Testamento, a mensagem que pregamos e que deixa cada vez mais os católicos em dificuldades.

são uma apologia ao culto de Maria e à oração em seu nome. Isso é idolatria e como tal é condenada pela Bíblia (Lc 11.27-28; Jo 2.4; lTm 2.5). Esse último filme foi exibido no Brasil por uma rede de TV na mesma semana da descoberta desse ossuário.

A Igreja Católica pôs Maria no status divino. O livro As Glórias de Maria, publicado em mais de 80 línguas, e em português pela Editora San­tuário, é de autoria de Afonso Maria de Liguori, canonizado pelo papa. Essa obra é a maior apolo­gia ao culto de Maria. Afirma Liguori: “Nossa sal­vação será mais rápida, se chamarmos por Maria, do que se chamarmos por Jesus” (pág. 208). “A Santa Igreja ordena um culto peculiar à Maria” (pág. 130). “Muitas coisas… são pedidas a Deus, mas não são recebidas; são pedidas a Maria e são obtidas”, pois “Ela… é também Rainha do Infer­no e Senhora dos Demónios” (págs. 123 e 127). Como ainda ousam dizer que são cristãos? Maria

Pr. Esequias Soares

Teólogo Apologista da CPAD

Assembleia de Deus Jundiaí/SP

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