Mas o mais interessante de tudo isso é que muitas dessas conversões e o desapego às regras legalistas dessas denominações, são devido a uma melhor compreensão da doutrina da “justificação pela fé”. Essa doutrina foi o baluarte teológico do apóstolo Paulo contra os legalistas judaizantes e mais tarde no século XVI, foi essa verdade empunhada por Lutero contra a doutrina pervertida e legalista da Igreja Romana da salvação também pelas obras.
Ora, a doutrina da justificação pela fé colide frontalmente com o legalismo, pois nossa justificação não depende das obras da lei como, por exemplo, a guarda de certos dias judaicos (Gl. 2.16; Rm. 3.20,24-26). A lei não é da fé (Gl. 3.12).
Diante dessa clara compreensão paulina da justificação pela fé, muitos adventistas têm sido libertados do jugo da lei. Isso levou certo adventista a lamentar (na verdade deveria estar agradecido) algo que está se tornando constante entre muitos. Diz ele:
“…o destaque da justificação pela fé entre nós durante esse período resultou até certo ponto em uma diminuição da ênfase na obediência de resistir às instruções específicas quanto á observância do sábado […] mas o fato é que alguns assim chamados adventistas evangélicos foram tão longe que rejeitaram a necessidade de observar a lei. Agora já é do conhecimento de todos que igrejas inteiras se separaram da organização e finalmente abandonaram a observância do sábado do sétimo dia.” (Revista Adventista, janeiro 2002 – p. 12)
Observa que aqueles que começaram a dar ênfase a justificação pela fé passaram a deixar, na mesma proporção, as coisas da lei.
Ora, isso é prova incontestável que ao chegar a verdadeira compreensão dessa doutrina bíblica na mente e no coração de pessoas que estão sinceramente à procura da verdade, elas automaticamente compreendem que foram libertas da lei. Compreendem que foi para liberdade que Cristo as libertou (Gl. 5.1).
Quanto mais perto se chega da perfeita compreensão da justificação pela fé, tanto mais se afasta do legalismo da lei.
Ultimamente, muitas igrejas sabatistas estão revendo a questão do sábado e voltando-se para o Domingo, principalmente através de literaturas de ex-pastores adventistas como D.M Canright, Robert D. Brinsmead e outros. A seguir uma pequena amostra do que estamos falando. Recebemos a seguinte notícia via e-mail de um adventista:
“Ex-pastores adventistas do sétimo dia renunciam a sua observância do sábado e fazem campanha de contestação à observância de tal dia por sua ex-denominação e outras igrejas sabatistas. Um deles, chamado Dale Ratzlaff, escreveu o livro Sabbath in Crisis [O sábado em crise] com o qual conseguiu influenciar duas denominações observadoras do sábado nos Estados Unidos, a Worldwide Church of God (fundada por Herbert Armstrong) e a Church of God, 7o. Day, a renunciarem à observância do sábado como dia de repouso e adoração especial a Deus.”
Pasmem! Até o próprio Samuelle Bachiochi em suas cochiladas escriturísticas chama o domingo de “o Dia do Senhor”, ao contrário do que teima em sustentar os adventistas brasileiros. Numa carta dirigida ao pastor Dr. James Kennedy, contestando-o sobre a questão do sábado, ele deixa transparecer de maneira incontestável este fato, veja parte da carta onde a expressão está em destaque:
O segundo componente do mandamento do sábado é a consagração do sétimo dia ao Senhor, por abster-se de trabalho secular e proteger o direito de empregados subalternos terem o mesmo. Fiquei intrigado pelo modo como discorreu sobre este importante aspecto do mandamento do sábado. O irmão indaga: “Saímos para comer no Dia do Senhor, no Dia de Descanso? Se o fazem, estão certamente levando pessoas a trabalharem para os alimentar”. Para ilustrar este ponto o irmão compartilha uma experiência muito tocante. Contou que quando primeiro veio à área onde atua “cerca de quarenta anos atrás, não tínhamos culto à noite. Nunca pensei a respeito do problema, e minha esposa e eu saímos num domingo à noite para conseguir algo para comer. E lembro-me que certa noite estávamos sentados ao balcão num pequeno restaurante. O cozinheiro estava atrás do balcão preparando o alimento que havíamos encomendado. Éramos os únicos fregueses ali, então começamos a entabular uma conversação com aquele homem, que tinha em torno de quarenta anos. Descobri que ele era um crente—pelo menos professava sê-lo. E eu lhe disse: ‘Que igreja costuma freqüentar?’ Ele respondeu: ‘Eu não freqüento nenhuma’.
“Então comecei a repreendê-lo um pouco, e lhe disse: ‘Bem, sabe, senhor, deveria ir a uma igreja. É realmente muito importante e. . ., mas por que deixou de ir à igreja?’ Subitamente ele girou na minha direção apontando-me o instrumento que tinha na mão com o qual estivera cozinhando, e disse: ‘Por causa de gente como VOCÊS que vêm aqui e me fazem trabalhar o dia inteiro para alimentá-los. É por essa razão!’ Quero lhes dizer uma coisa, fiquei mudo. Esta foi a última vez que eu fiz isso”.
Que testemunho inspirador! Eu me perguntaria quantos pregadores populares de mega-igrejas hoje seriam tão corajosos quanto o irmão, Dr. Kennedy, para desafiar seus ouvintes, telespectadores e congregações a honrarem ao Senhor em Seu Santo Dia, não apenas descansando, mas também respeitando o direito de outros fazerem o mesmo? Temo que não muitos, porque este é um princípio bíblico impopular numa sociedade centralizada no eu.
“…Para eles, o DIA do Senhor é a HORA do Senhor do culto na igreja, após o que se sentem livres para buscar o prazer e o ganho….”
Jeanine Sautron, profetisa de uma dissidência da igreja Adventista por nome de “Adventistas do Sétimo Dia, os Remanescentes”, a qual os adventistas consideram uma seita, confirma este fato em um de seus livros.
O livro traduzido para o português com o título de “Sonhos e Visões”; é uma crítica aberta à Igreja Adventista do Sétimo Dia, e um dos pontos abordados da apostasia dos adventistas seria justamente de os adventistas americanos considerarem o domingo como o “Dia do Senhor”.
Dizem os adeptos da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o Remanescente, no livro Sonhos e Visões de Jeanine Sautron p. 384/85, que “Samuel Bacchiocchi realiza seminários no ‘Dia do Senhor” por igrejas adventistas do sétimo dia no território de associações, mas a que dia está ele chamando de Dia do Senhor? Em seu livro FROM SABBATH TO SUNDAY [Do Sábado Para o Domingo] o ‘Dia do Senhor’ é mencionado como sendo o domingo mais de 51 vezes somente nas primeiras 160 páginas! Contudo, esse livro é promovido por nossos líderes como uma obra extraordinária. Os escritos da Sra. White declaram sem sombra de dúvida que o ‘Dia do Senhor’ é o sábado do sétimo dia! (ver 6T 128.5). Mas qual é a posição de nossa igreja?