A Igreja Católica Romana menciona o ano 33 d.C., como a data da sua fundação. Isto é correto no sentido de que toda ramificação do cristianismo costuma ligar sua origem à Igreja fundada por Jesus Cristo. Porém, quanto ao desenvolvimento de sua organização eclesiástica e doutrinária, que a faz diferente da Igreja Cristã primitiva, é muito difícil fixar com exatidão a data da sua fundação.
PAGANIZAÇÃO DA IGREJA ROMANA
Começo da degeneração. Durante os primeiros três séculos da era cristã, a perseguição à Igreja ajudou a mantê-la pura, preservando-a de líderes maus e ambiciosos. Nessa época, ser cristão significava um grande desafio, e aqueles que fielmente seguiam a Cristo sabiam que tinham as suas cabeças a prêmio, pois eram rejeitados e perseguidos pelos poderosos. Só os realmente salvos se dispunham a pagar esse preço.
Graças à tenacidade e coragem dos Pais da Igreja e dos apologistas cristãos, o combate da Igreja contra as heresias que surgiram nessa época, resultou numa expressão mais clara da teologia cristã. Quando os imperadores se esforçavam por exterminar a Igreja, só os que estavam decididos a renunciar o paganismo e a sofrer o martírio, depositavam a sua confiança em Deus.
Causas da decadência da Igreja. A decadência doutrinária, moral e espiritual da Igreja, começou quando milhares de pessoas foram batizadas e recebidas como membros da mesma, sem terem experimentado a real conversão bíblica. Verdadeiros pagãos que eram, introduziram-se no seio da Igreja, trazendo consigo os seus deuses, que segundo eles eram o mesmo Deus que os cristãos adoravam.
Nesse tempo, homens ambiciosos e sem temor de Deus, começaram a buscar cargos na Igreja como meio de obter influência social e política, ou para gozar dos privilégios e do sustento que o Estado imperial conferia ao clero. Desta maneira, o formalismo e as crenças pagãs se iam infiltrando na Igreja até o nível de paganização total.
Raízes do Catolicismo. Desde o ano 395 d.C., com a estatização do cristianismo pelo Imperador Teodósio, inicia-se um processo de deterioração que fará nascer a Igreja Católica Apostólica Romana!
Imediatamente depois deste acontecimento, teve início a prática da adoração a Maria, como a Rainha do Céu e Mãe de Deus.
O cisma entre o Ocidente e o Oriente. O cisma religioso entre o Ocidente e o Oriente, logo se tomou evidente a partir de 869. O rompimento final aconteceu em 1054, com a Igreja Ocidental, ou Romana, sediada em Roma, e a Igreja Oriental, ou Ortodoxa, sediada em Constantinopla, hoje Istambul. A Igreja Oriental manteve a primazia sobre os patriarcados de Jerusalém, Antioquia e Alexandria.
Desde aí, a Igreja nitidamente desviada dos princípios ensinados no Evangelho do Senhor Jesus Cristo, esteve como um barco, à deriva, sem saber onde aportar, até que veio a Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero. Foi mais um cisma na já combalida Igreja Romana, que preferindo viver à margem do Evangelho, perseguiu esse monge alemão que denunciando o paganismo da Igreja, fez de Romanos 1.17 a sua bandeira.
PEDRO E O FUNDAMENTO DA IGREJA
O Catolicismo Romano considera o apóstolo Pedro a pedra fundamental sobre a qual Cristo edificou a sua Igreja. Para fundamentar esse falso ensino, erroneamente apelam para a passagem de Mateus 16.16- 19. Dessa passagem o romanismo deriva o seguinte raciocínio:
- Pedro é a rocha sobre a qual a Igreja está edificada.
- A Pedro foi dado o poder das chaves, portanto, só ele pode abrir a porta do reino dos céus.
- Pedro tornou-se o primeiro bispo de Roma.
- Toda autoridade foi conferida a Pedro, até nossos dias, através da linhagem de bispos e de papas, todos vigários de Cristo na terra
Uma interpretação absurda. O padre Miguel Maria Giambelli, no seu livro “A Igreja Católica e os Protestantes”, (pág. 68), põe Mateus 16.19 nos lábios de Jesus, com as seguintes palavras: “Nesta minha Igreja, que é o reino dos céus aqui na terra, eu te darei também a plenitude dos poderes executivos, legislativos e judiciários, de tal maneira que qualquer coisa que tu decretares, eu ratificarei lá no céu, porque tu agirás em meu nome e com a minha autoridade.”
Numa simples comparação entre a teologia romanista e a Bíblia, a respeito do apóstolo Pedro e sua atuação no seio da Igreja Primitiva, é possível descobrir quão absurda é a interpretação romanista a respeito desse apóstolo do Senhor. De fato, Pedro jamais assumiu no cristianismo nascente a posição e funções que a teologia romanista lhe atribui.
De acordo com Mateus 16.18; Daniel 2.34 e Efésios 2.20, Cristo e não Pedro é a pedra sobre a qual a Igreja está edificada. O próprio apóstolo Pedro diz: “Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina’’ (At 4.11, cf Mc 12.10,11). Se desejar, leia mais Romanos 2.20,9.33; 1 Coríntios 10.4; 1 Pe 2.4.
O testemunho dos Pais da Igreja. Dos oitenta e quatro Pais da Igreja Primitiva, apenas dezesseis criam que o Senhor se referia a Pedro quando disse: “esta pedra”. Dos outros Pais da Igreja, uns dizem que a expressão “esta pedra” se refere a Cristo mesmo, ou à confissão que Pedro acabara de fazer, ou, ainda, a todos os apóstolos.
Só a partir do IV Século é que se começou a falar a respeito da possibilidade de Pedro ser a pedra fundamental da Igreja, e isto como uma interpretação intimamente relacionada à pretensão exclusivista do bispo de Roma.
O DOGMA DO PURGATÓRIO
A ideia do purgatório. A ideia do purgatório tem suas raízes no budismo e noutros sistemas religiosos da antiguidade. Até a época do papa Gregório I, porém, o purgatório não tinha sido oficialmente reconhecido como parte integrante da doutrina romanista.
Esse papa adicionou o conceito de fogo purificador à crença então corrente, de que havia um lugar entre o céu e o inferno, para onde eram enviadas as almas daqueles que não eram tão maus a ponto de merecerem o inferno, mas que também não eram tão bons a ponto de merecerem o céu. Assim surgiu a crença de que o fogo do purgatório tem poder de purificar a alma de todas as suas escórias, até fazê-la apta para se encontrar com Deus.
Uma descrição do purgatório. De acordo com a teologia romanista, o purgatório além de ser um lugar de purificação é também um lugar onde a alma cumpre pena; pelo que o fogo do purgatório deve ser temido grandemente. O fogo do purgatório será mais terrível do que todo o sofrimento corporal reunido. Um único dia neste lugar de expiação, poderá ser comparado a milhares de dias de sofrimentos terrenos.
Quem vai para o purgatório? Á pergunta: Que espécie de gente vai para o purgatório? responde o papa Pio IV: “1. Os que morrem culpados de pecados menores – que costumamos chamar veniais, e que muitos cristãos cometem – e que, ou por morte repentina ou por outra razão, são chamados desta vida, sem que se tenham arrependido destas faltas ordinárias. 2. As que, tendo sido formalmente culpadas de pecados maiores, não deram plena satisfação deles à justiça divina.” (A Base da Doutrina Católica Contida na Profissão de Fé).
Sufrágios pelos mortos do purgatório. Entre os sufrágios que assistem aos que se encontram no purgatório, há três que se destacam no ensino romanista. São eles:
Orações pelos mortos. É de se supor que a prática romanista de interceder pelos mortos tenha sido gerada da falsa interpretação de 1 Timóteo 2.1.
As missas são tidas como os principais recursos empregados em benefício das almas que estão no purgatório. Segundo o ensino romanista a missa beneficia não só a alma que sofre no purgatório, como também acumula méritos àqueles que as mandam dizer.
Dar esmolas com a intenção de aplicá-las nas necessidades da alma que pena no purgatório, “é jogar água nas chamas que a devoram”. Pretende a Igreja Romana que, “exatamente como a água apaga o fogo mais violento, assim a esmola lava o pecado”.
A salvação oferecida em Cristo é perfeita e total, pois ela é resultado da misericórdia de Deus e do sangue do seu Filho.
A MARIOLATRIA
A essência da adoração da Igreja Romana, é não a pessoa do Pai ou do Filho, mas da Virgem Maria. No decorrer dos séculos têm surgido as mais diferentes e absurdas crendices em torno da humilde mãe do Salvador. O compêndio do Vaticano 11. página 103, registra: “os fiéis devem venerar também a memória primeiramente da gloriosa sempre Virgem Maria, Mãe de Deus e de nosso Senhor Jesus Cristo.”
Contrário ao que pontifica a teologia romanista, a Bíblia ensina que:
Maria não foi concebida sem pecado. A Bíblia registra que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). Evidentemente Maria não é exceção. Só a respeito de Cristo pôde ser dito: ‘‘Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus” (Hb 7.26).
Maria teve outros filhos além de Jesus (Jo 2.12). Além da passagem de João 2.12, o Novo Testamento se refere aos irmãos de Jesus, ainda em Mateus 12.46; 13.55,56; Marcos 3.31; 6.3; Lucas 8.19; .João 7.3,5,10; Atos 1.14; 1 Coríntios 9.5 e Gálatas 1.19. Os ensinadores romanistas dizem que aqueles que o Novo Testamento aponta como irmãos de Jesus, na realidade são seus p Esta interpretação é errada mas de propósito, visando fortalecer o dogma da perpétua virgindade de Maria. Leia Lucas 1.36, e veja que irmãos e primos no Novo Testamento são distintos.
O fato de Maria ter sido virgem no ato da concepção de Jesus, é ponto pacífico nas Escrituras, porém, afirmar que ela continuou virgem após o parto, é antítese de Mateus 1.25, que diz: “E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus.” Note que Jesus foi o “primogênito” e não o “unigênito” filho de Maria.
Maria não exerce mediação a favor do pecador. Segundo a Bíblia, só Jesus Cristo é o Mediador entre Deus e o homem, e Advogado junto ao trono do Pai (1 Tm 2.5; 1 Jo 2.1). A ninguém mais é dado exercer esse papel em favor do homem.
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LIÇÕES BÍBLICAS – CPAD – 1986