Introdução
A religião de tendências sacramentalistas é um remanescente das religiões pagãs misteriosas, que tinham “ritos mágicos” através das quais seriam transmitidos tanto um conhecimento superior como o favor dos deuses.
No Cristianismo, entretanto, não existe qualquer coisa como “ritos mágicos”. No que concerne à doutrina do batismo regeneracional precisamos considerar essa mensagem como outro evangelho (2Co. 11:4; Gl. 1:8-9).
1. O Batismo Salva?
Resposta: Franca, categoricamente e absolutamente, não. Nem salva, nem ajuda salvar, nem preserva a salvação. Batismo é ato de justiça, pois Jesus afirmou em Mt. 3:15 “Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça”. Em Tt. 3:5 Paulo afirma: “Não por obras de justiça que houvéssemos praticado, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela regeneração e a renovação do Espírito Santo”. O batismo é certamente uma boa obra, mas Ef. 2:8, 9declara enfaticamente que a salvação é anúncio da misericórdia de Deus e não por obras: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras para que ninguém se glorie”.
2. Se o Batismo Não Salva, Como Então Podemos Ser Salvos?
Resposta: A leitura de At. 16:30-31indica que somos salvos por crer em Cristo. Nada mais podemos fazer para nossa salvação (Rm. 3:28).Concluímos que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei. O crer de que falam as Escrituras não deve ser confundido com um mero assentimento intelectual. A verdadeira fé significa confiança, inteira confiança (Tg. 2:14-26), esta verdadeira fé produz bons frutos. Para mais pesquisa sobre o meio de salvação, temos as seguintes passagens: Jo. 3:16; Rm. 1:16-17;3:20-28; 4:1-8; 5:1; 6:23; 8:30; Gl. 2:16-21; 3:2; 3:10-24; Ef. 2:8-10; Tt. 3:5-7; 1Pe. 1:2-9. Somos salvos pela graça através da fé. Somos justificados pela fé sem as obras da lei, Rm. 8:30; 1Pe. 1:9.
3. Para Quem É o Batismo?
Resposta: Unicamente para os que se arrependerem dos seus pecados e crerem no Salvador – Mc. 1:4-5; 16:16; At. 2:41; Ef. 4:5. Há uma fé antes do batismo (Hb. 6:2; At. 8:12; 10:47; Gl. 3:26-27), onde a fé traz regeneração e o batismo é o revestir do recém-nascido em Cristo, sua profissão pública da filiação que a fé salvadora lhe trouxe. O batismo bíblico é o batismo de crentes.
4. O Batismo Regenera?
Resposta: É vil superstição que invadiu o cristianismo, com a onda do paganismo e de sua filosofia, que produziu a Idade das Trevas. Todas as corrupções do romanismo nasceram da fonte original da ideia da regeneração pelo batismo.
5. Se o Batismo Não Salva, qual É o seu Valor e Significado?
Resposta: É o valor da obediência do crente ao seu Salvador e Senhor. É o testemunho dos grandes atos da sua redenção. É o valor do amor a Cristo — guardar as suas palavras (Jo. 15:14; Mt. 28:19).
Examinaremos as referências bíblicas apontadas por aqueles que afirmam ser o batismo necessário para a salvação e procuraremos interpretar o verdadeiro sentido dessas passagens bíblicas. Veremos que o Novo Testamento ensina que a salvação é estritamente pela graça através da fé, sem o batismo:
a) MATEUS 28:19-20: “Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”.
Comentário: Temos o mandamento de Cristo que ordena ensinar (o sentido correto no grego é “fazer discípulos”) de todas as nações e, como parte do ensinar, batizar os que se convertem. Logo, batismo é parte de “fazer discípulos”. Entretanto, isto não significa que o batismo é necessário para a salvação. Se o mesmo mandamento que ordena que o batismo é essencial para a salvação, por uma interpretação coerente do contexto, poderíamos também dizer que a obediência a todos os mandamentos de Cristo se tornam necessários para a salvação. A Bíblia ensina que todos, inclusive os cristãos, são pecadores (1Jo 1:8-10). Se é assim, então, devemos admitir que se não obedecermos a todos os mandamentos de Cristo não poderemos ser salvos, a não ser que outros ensinem o contrário, que os que não se batizarem podem ser salvos.
b) MARCOS 16:16: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado”.
Comentário: Enquanto a primeira cláusula afirma que todo o que crê e for batizado será salvo, não afirma que aquele que não crê e não for batizado não será salvo. Em outras palavras, a cláusula não exclui qualquer grupo, enquanto afirma que um grupo será salvo, textualmente, aqueles que creem e forem batizados. Mas a segunda cláusula nega um grupo: os que não creem serão condenados. Não há negação acerca do grupo daqueles que creem, mas há acerca dos que não são batizados. Assim, enquanto o texto, como um todo, ensina que a fé é essencial para a salvação, não diz o mesmo com respeito aos que não são batizados. Isto se toma claro em Jo. 3:18,36. Estas passagens mostram que as pessoas que creem em Jesus não são condenadas, tenham ou não sido batizadas. E mostra que alguém é condenado por não crer. A salvação é condicionada à fé em Cristo, e apenas pela fé (Ef. 2:8-9). O batismo é um ato de justiça, pois Jesus assim o afirmou em Mt. 3:15 “Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Em Tt. 3.5 se lê “Não por obras de justiça que houvéssemos praticado, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela regeneração e da renovação do Espírito Santo”.
c) LUCAS 23:43: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.”
Comentário: Seria o ladrão um discípulo de Jesus, anteriormente batizado, e agora cumprindo seus deveres para com a sociedade pelos crimes cometidos antes da sua conversão?
A resposta, certamente é não, e isto pelo que está escrito em Mt. 27:41-44: “E da mesma maneira também os príncipes dos sacerdotes, com os escribas e anciãos, e fariseus, escarnecendo, diziam: Salvou os outros, e a si mesmo não pode salvar-se. Se é Rei de Israel, desça agora da cruz, e creremos nele. Confiou em Deus; livre-o agora, se o ama; porque disse: Sou Filho de Deus. E o mesmo lhe lançaram também em rosto os salteadores que com ele estavam crucificados”. É possível admitir-se que um discípulo de Jesus fizesse coro com os demais na zombaria que lançavam sobre Jesus?
d) JOÃO 3:5: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus”.
Comentário: Até a ocasião em que essas palavras foram proferidas, o batismo ainda não havia sido instituído por Jesus. Assim, seria bem impróprio para Nicodemos entender que “nascer da água” significasse ser batizado. Jesus repete-lhe frequentemente o que deve fazer para receber o novo nascimento – Jo 3:14-18 – a fé na Pessoa de Cristo. A “água” simboliza a Palavra de Deus (1Pe. 2:2; Tg. 1:18; Ef. 5:26). E para que a Palavra tenha atuação em nossa vida é preciso que o Espírito Santo atue no coração, convencendo-nos do pecado da incredulidade na Pessoa de Jesus (Jo. 16:7-9,13-14). O novo nascimento é nascer do Espírito. Jesus disse isso a Nicodemos, que era velho e culpou-o por não entender a doutrina do novo nascimento, pelo Velho Testamento, do que era mestre Logo, não se trata de batismo, porque batismo não é assunto tratado no Velho Testamento. Mas a regeneração é, como lemos em Jr. 31:31-34, Ez. 18:31; 36:26-27).
e) ATOS 2:38: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”.
Comentário: Um estudo meticuloso da gramática grega revela que é o arrependimento, não o batismo, que traz a remissão dos pecados. “Arrependei-vos…” Essa é a principal exigência para que haja perdão de pecados, e com o arrependimento tem início a conversão, que é o primeiro passo da regeneração (At. 3:19; 8:22).
O perdão dos pecados:
- é conferido por Deus – Mc. 2:7;
- está alicerçado sobre a expiação pelo sangue de Cristo – Hb. 9:22, Ef. 1:7;
- é dado por meio de Cristo – Lc. 1:69-77.
No texto grego se lê “arrependei-vos [plural] e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados”. Isto torna claro que a “remissão dos vossos [plural] pecados” é o resultado do arrependimento ou arrependei-vos [plural], e não de cada um ser batizado. O mandamento de ser batizado é dado no singular, na terceira pessoa: os pecados apagados pertencem a “vós” no número plural da segunda pessoa. Éimpróprio pois referir-se “a remissão de pecados” ao “batismo” como sua causa, pois isto significaria que cada um foi batizado para remissão dos pecados de todos os presentes. Receber o “batismo” como causa de remissão dos pecados levaria o texto bíblico a dizer “Cada um seja batizado para remissão dos vossos pecados” (At. 2:38), pois não significa que o povo fosse batizado no propósito de ser salvo, mas porque era salvo por haver crido e se arrependido.
f) ATOS 10:48: “E mandou que fossem batizados em nome do Senhor”.
Comentário: Todos estamos de acordo com o mandamento de Jesus para batizar-nos e sua negligência é pecado, mas algumas pessoas advogam que a falta do batismo é pecado imperdoável, desde que não se pode ser salvo sem ser batizado. Este acontecimento serve de ótima ilustração sobre a falsidade da doutrina dita “regeneração batismal”, porquanto esses crentes se converteram totalmente, tendo sido batizados com o Espírito Santo de forma notável, inteiramente à parte de qualquer rito externo, incluindo o batismo em água.
A mensagem de Pedro começa em At. 10:34, quando é interrompida pelo cair do Espírito Santo e eles se tornam cristãos (Jo. 14:17; 16:7-9,13,14; 1Co. 12:3), então eles foram batizados. A ordem dos acontecimentos:
- Cornélio ouviu a mensagem de Pedro;
- ele creu;
- Deus respondeu à sua fé dando-lhe o Espírito Santo;
- finalmente, foi batizado nas águas.
g) ATOS 22.16: “E agora por que te deténs? Levanta te, e batiza-te, e lava os teus pecados, invocando o nome do Senhor”.
Comentário: Temos a passagem paralela em At. 9:17-18. A expressão usada por Ananias “lava os teus pecados…” não pretende indicar que o batismo nas águas pode fazer tal coisa, porquanto isso seria contrário a todo o ensino bíblico e paulino sobre a utilidade do batismo nas águas. (Hb. 9:22; Ef. 1:7; 1Jo. 1:7; Ap. 1:5).
O batismo nas águas é um sinal de uma importante obra espiritual, operada pelo Espírito Santo, e é exatamente essa atuação do Espírito que é simbolizada por esse rito externo. A verdade simbolizada é que tira o pecado, ao passo que o batismo em água meramente serve de “sinal” externo a esse respeito. É a operação íntima do Espírito Santo que purifica o homem, que o transforma segundo a imagem de Cristo, e jamais o ato de ser ele imerso em água. Houve entre os cristãos primitivos, vindos do judaísmo, a noção equivocada de que a circuncisão era necessária para a salvação dos homens (At. 15:1-5), mas o Concílio de Jerusalém repudiou tal ideia. Em lugar da circuncisão, os sacramentalistas modernos, e dos séculos que se passaram desde o Concílio de Jerusalém, têm exaltado o batismo em água. A remissão dos pecados é obtida exclusivamente mediante a fé no Senhor Jesus (At. 10:43); mas visto que o batismo em água é o símbolo visível disso, tanto aqui como noutras passagens, é naturalmente transferido do ato íntimo da fé para aquilo que o proclama pública e formalmente.
h) ROMANOS 6:3-4: “Ou não sabeis que todos quantos foram batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida”.
Comentário: O batismo em água representa, em simbolismo vívido, os dois principais aspectos da nossa união espiritual com Cristo, a união em sua morte (a descida para água, como se fora um sepulcro); e a união em sua vida nova (a saída da água, como se fora uma vida nova), que escapa do sepulcro. O grande sacramento do judaísmo era a circuncisão; e Paulo a equipara, de modo geral, com o batismo cristão em Cl. 2:11-12. Contudo, em Rm. 2:28-29 mostra-nos que o sinal externo, o ato físico, não é a verdadeira circuncisão. Da mesma forma, o batismo em água não é o batismo real, embora certamente seja seu símbolo, tal como a circuncisão física era o sinal da operação espiritual.
i) 1CORÍNTIOS 1:14-17: “Porque Cristo enviou-me, não para banzar, mas para evangelizar, não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã”.
Comentário: A atitude de Paulo mostra-nos que ele jamais poderia ter ensinado a falsa doutrina da “regeneração batismal”, porquanto não teria subordinado sua prática, no que diz respeito as suas ações pessoais, se porventura acreditasse que o batismo constitui parte integrante da salvação. O versículo acima é especialmente convincente a esse respeito, porquanto aí se separa especificamente o batismo em água do Evangelho. Lemos que ele fora enviado para pregar o evangelho e não para batizar. Por conseguinte, ninguém pode dizer que Paulo cria que o batismo em água é necessário para a salvação; pois isso faria do batismo em água, automaticamente, parte da mensagem do Evangelho, como porção muito importante do mesmo, paralelamente ao arrependimento, a fé, a regeneração, a glorificação. No entanto, Paulo separa o batismo da salvação, por ter sido enviado a pregar o Evangelho e não para batizar. A posição que Paulo relega aqui ao batismo em água não significa que ele julgasse não ter a mesma importância. Entretanto, quis mostrar, nestes versículos, que distinguia tal batismo do Evangelho. E isso, por sua vez, significa que o batismo em água não pode ser encarado como parte integrante da salvação ou regeneração.
j) CORÍNTIOS 10.2: “E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar”.
Comentário: O batismo pode ser simbolizado com a caminhada dos israelitas quando passaram pelo Mar Vermelho ao dizer Paulo que foram “batizados em Moisés, na nuvem e no mar”. E diz Paulo que “beberam todos duma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia, e a pedra era Cristo”. Isto mostra que o batismo de Moisés era simbólico como meio de identificação com Cristo: comeram dum mesmo manjar espiritual” (1Co. 10:3-4). Eles foram identificados com Cristo. Paulo usa o batismo como símbolo de identificação. A travessia do Mar Vermelho foi um batismo de Israel na nuvem e no mar. O mar era o caixão – águas em redor, e por cima a nuvem era a tampa do caixão. Israel ficou sepultado nesse caixão simbólico, morto para a velha vida do Egito e ressuscitado para a novidade da sua peregrinação, em lealdade a Moisés, tipo de Cristo, o Legislador único do seu povo (1Co.10:2).
k) CORÍNTIOS 15:29: “Doutra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressuscitam? Por que se batizam eles então pelos mortos?”
Comentário: Para aquele que crê no batismo pelos mortos, uma pergunta deve ser feita: Você crê que Paulo tenha praticado o batismo pelos mortos? Outra pergunta: Se Paulo acreditava no batismo pelos mortos e o praticava, por que usou o pronome eles em lugar de nós que nos batizamos…? Se Paulo acreditava no batismo pelos mortos e o praticava, por que usou um pronome que o excluía e também aos crentes a quem estava escrevendo?
l) COLOSSENSES 2:11-12: “No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo. Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos”.
Comentário: Paulo iguala o batismo espiritual à circuncisão espiritual. Como agente de salvação, o batismo em água não tem mais poder que a circuncisão física. Ambas essas realidades físicas são apenas “símbolos” (mas não parte da essência) do novo pacto. A realidade é simbolizada pelo batismo em água. Trata-se da identificação com Cristo, em sua morte e ressurreição, e, portanto, deriva benefícios de tudo que está envolvido naquelas experiências de Cristo (Rm. 6:3).
m) TITO 3:5: “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo”.
Comentário: Este texto é referido como prova de regeneração batismal. Em Hb. 10:22 está dito que a regeneração, a limpeza de uma má consciência, é decorrente da lavagem ou do derramar do sangue de Cristo. Apocalipse 1:5 torna isto perfeitamente claro. que a lavagem do pecado é feita pelo sangue de Cristo e não pelas águas do batismo. O escritor de Hebreus mostra-nos que as cerimônias externas não transformam o coração (Hb. 9:13-16). Não poderia ele contradizer a si mesmo pelo ensino que a lavagem do corpo em água pura é acompanhada da limpeza interior da alma. O aspergir do sangue de Cristo tem sua figura no Antigo Testamento, nos trabalhos sacerdotais através do aspergir do sangue dos sacrifícios. Comparar Lv. 8:22 com Hb. 9:12. Na expressão “pela lavagem da regeneração” há uma alusão secundária ao batismo em água. As palavras de Paulo seriam totalmente desvirtuadas se imaginássemos que tal batismo pode servir realmente de meio de salvação. Isso significa que apesar de o batismo em água servir de ato simbólico, a verdade simbolizada é a operação de convencimento do Espírito Santo, que nos transforma segundo a imagem moral de Cristo e assim nos purifica a alma. E esse é o batismo que salva, e não o batismo em água. O batismo em água nada transforma. A graça simbolizada pelo batismo é que limpa e purifica. Aqueles que pensam que o batismo regenera, nem conhecem as Escrituras e nem conhecem o poder de Deus; portanto erram grandemente. O Espírito Santo é que opera a renovação; e o homem se submete ao batismo em água após o novo nascimento, como quadro simbólico daquela operação diante dos olhos dos homens.
n) 1PEDRO 3:18-21: “Que também como uma verdadeira figura, agora vos salva, batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo.”
Comentário: O v. 21 acima tem servido erroneamente para apoiar a doutrina da “regeneração batismal” Antes, segundo transparece do próprio versículo, é o batismo espiritual ou a regeneração que está em vista, isto é, aquilo que é simbolizada pelo batismo e não o ato literal do batismo. Aquilo que nos serve de agente da salvação não é a água que remove as impurezas externas, mas a “boa consciência” que indica pureza interna. Não devemos confundir o “sinal externo” e a “coisa simbolizada”. O “sinal externo” é a água literal. A “coisa simbolizada” é aquilo que o Espírito Santo faz por nós, transformando-nos segundo a imagem de Cristo e dando-nos, desse modo, a sua imagem moral santa.
Na realidade há o “batismo interior” em que o Espírito opera e transforma. Esse é o verdadeiro batismo, o qual não se repete (Ef. 4:4-6). O batismo em água não salva e nem purifica, tal e qual sucedia à circuncisão externa. Contudo, os judeus pensavam, erroneamente, que a circuncisão contribuía para a salvação (At. 15:1-5). Não é assim, Paulo replica, somente a operação íntima do Espírito Santo tem tal propriedade (Rm. 2:28-29). O batismo que salva não é aquele que se aplica “externamente” na carne. É o que é aplicado pelo Espírito Santo “internamente”.