O Ateísmo, a lógica e a razão

O Dicionário Aurélio define Ateísmo como “De Ateu + ismo; doutrina dos ateus; falta da crença em Deus; atitude filosófica ou doutrina que dispensa a ideia ou a intuição da divindade, quer do ângulo teórico ou prático”. Perceba que a própria definição de ateísmo não evoca a não existência de Deus, mas apenas a “falta de crença” ou a “atitude de dispensar a intuição da divindade” na consciência. O termo grego “ateu” significa literalmente “não-deus”. A própria definição é vaga e não evoca uma “certeza” de que Deus não existe. Em qualquer diálogo entre diferentes visões de mundo, é crucial definirmos nossos termos cuidadosamente. Enquanto existem muitos tipos de ateísmo, talvez a versão mais comum é chamada de “Naturalismo”. Em uma conferencia em 2012, ateus proeminentes como Richard Dawkins, Daniel Dennet, Rebecca Goldstein, Alex Rosenberg, Sean Carrol, Jerry Coyne e Steven Weinberg definiram seus pontos de vista como, “A visão de que só há uma esfera de existência, o mundo natural, cujo comportamento pode ser estudado por meio da razão e da investigação empírica. Os princípios básicos de funcionamento do mundo natural parece ser impessoal e inviolável; componentes microscópicos de matéria inanimada, obedecendo as leis da física, se ajustam em estruturas complexas para formar seres humanos inteligentes, emotivos e conscientes”.

Sendo assim, para o ateu professo (1) existe apenas o mundo natural/material; (2) esse mundo natural só pode ser acessado pela razão e pelos cinco sentidos; (3) o funcionamento do mundo é impessoal e aleatório; (4) a matéria inanimada obedece as leis da física e finalmente (5) se ajustam em estruturas para formar os seres humanos inteligentes, emotivos e conscientes. Pela própria definição do Naturalismo Filosófico, a lógica, a razão e as evidências empíricas são negadas. Os ateus pressupõem a existência do universo e da matéria sem a existência de um criador, tendo em vista que a ciência já provou que o universo, o tempo e o espaço tiveram um inicio no passado finito. Como do nada, nada vem, ignorar estas informações é uma atitude leviana. Embora o ateísmo tenha sido persistentemente vendido a nós como uma visão de mundo que representa a razão e a ciência, a verdade é que a cosmovisão ateísta está cheia de afirmações bizarras. A derrocada do ateísmo é você conhecer os desafios ao ateísmo. Perceba as contradições na definição da realidade do mundo ateu, pelos mais proeminentes ateus de hoje, tanto contradições internas e com a ciência. O (1) e o (2) se contradizem porque a razão não é algo físico, logo, não existe apenas o mundo natural/material. O (3) e o (4) se contradizem porque eles afirmam que o funcionamento do mundo é impessoal e aleatório, mas que obedecem as leis da física. Ora, se algo é impessoal e aleatório, não deveria obedecer leis. A própria presença de leis evoca a existência de um Legislador. O (4) e o (5) porque a matéria inanimada (sem vida), obedece as leis da física para formar seres humanos (feriu a lei da Biogênese, que afirma que vida só provêm de vida), inteligentes, emotivos e conscientes (feriu a lei de Causa e Efeito, que diz que o efeito não pode ser maior do que a causa). Uma matéria inanimada não poderia trazer a si mesma a existência, em primeiro lugar, para depois formar seres inteligentes, emotivos e conscientes, sem inteligência, emoção e consciência.

O ateu Alex Rosenberg escreveu um livro intitulado The Atheist’s Guide to Reality: Enjoying Life Without Illusions (em tradução livre: Guia Ateu à Realidade: Aproveitando a Vida Sem Ilusões) onde ele é brutalmente sincero sobre as implicações da visão de mundo ateísta sobre o “ser”, o estado de consciência, estados intencionais, livre-arbítrio e a mente. Ele afirma basicamente que a nossa realidade não passa de uma ilusão da mente. Veja algumas afirmações bizarras:

“O Cientificismo requer que abandonemos quase tudo que a introspecção nos fala sobre a mente” (p. 147); “A Ciência revela que a introspecção – pensar sobre o que está acontecendo na consciência – é completamente não confiável como uma fonte de informação sobre a mente e como ela funciona. A neurociência cognitiva já estabeleceu que muitas das coisas mais óbvias que a introspecção te diz sobre sua mente são ilusões. Se as coisas mais óbvias que a consciência nos fala estão plenamente erradas, não podemos confiar na consciência para responder as questões inevitáveis sobre a mente, o eu, ou o que nos faz as pessoas que somos” (p. 147-148). Será que o Rosenberg tem mesmo certeza que ele é um ateu? Veja outra: “Quando a consciência o convence que você ou sua mente ou o seu cérebro tem pensamentos sobre as coisas, ela esta errada” (p. 172). Outra: “Nos próximos capítulos veremos o quão profundamente errada a consciência é quando trata do eu, livre arbítrio, propósito humano, o significado de nossas ações, nossas vidas e nossas criações” (p. 193).

Algumas questões podem ser levantadas: (1) o que o Rosenberg acha da sua mente, se ele tenta responder a questões inevitáveis sobre a mente? (2) o que ele acha de quando pensou, teve a ideia de escrever este livro? (3) ele concorda que escreveu o livro? (4) ele pode ter pensamentos e conclusões sobre o livro que escreveu? Essas conclusões estão corretas? (5) a consciência dele está “profundamente errada” quando ele chegou as conclusões sobre o seu “eu” e liberdade em escrever? E o mais incrível de tudo é que o Rosenberg está utilizando o seu “eu”, sua mente, consciência, liberdade e intenção, coisas que ele afirma ser ilusões, para desaprovar a crença em Deus. Como C.S. Lewis colocou é mortal para os ateus: “supondo que não houve nenhuma inteligência por trás do universo, nenhuma mente criativa. Nesse caso, ninguém projetou o meu cérebro para pensar. Trata-se apenas do movimento dos átomos no meu crânio por motivos químicos ou físicos, de se organizarem [aleatoriamente] de certa maneira, me dando como resultado a sensação que a eu chamo pensamento. Mas em afirmativo, como posso confiar que o meu pensamento é a verdade? Se eu não posso confiar no meu pensamento, é claro que não posso confiar nos argumentos que levam ao ateísmo, e, portanto, não há razão em ser um ateu, ou qualquer outra coisa. Se eu não acreditar em Deus, eu não posso acreditar no pensamento: então eu não posso usar o pensamento para descrer em Deus”. É racional ser ateu? Está claro que não! (Sl 14.1). Gênesis 1.1 e o Salmo 19 nunca estiveram tão atuais! Nunca foi tão racional e lógico crer em Deus!

Por Walson Sales

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