Nova Era & velhas mentiras

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As crenças da Nova Era nada têm de novas. Trata-se de antigos ensinamentos com raízes na astrologia, hinduísmo, religiões egípcias e mesopotâmicas, budismo, religiões místicas etc. São, do ponto de vista bíblico, velhas mentiras que de vez em quando despertam com ares de novidade, trazendo confusão e divisões.

A visão materialista do universo, a negação da fé cristã histórica, a pulverização religiosa, a tendência pós-moderna de relativizar tudo, adotar fórmulas autônomas e descomprometidas supervalorizar o ser humano e aceitar o estranho, diferente e inusitado, deixam na sociedade um tremendo vazio existencial pronto a ser preenchido por qualquer ideia.

O desejo de harmonia de uma comunhão universal convive, paradoxalmente, com a busca de algo que realize e preencha a individualidade. O mundo ocidental separou-se de sua base cristã através do processo secularizante do iluminismo e da modernidade. Submeteu-se às ideologias cristãs e entregou-se a uma atitude de vida racionalista e materialista, buscando as constantes mudanças que não o satisfizeram. O ser humano, individualmente, entrou em choque com os valores do Cristianismo em relação às ofertas de felicidade que a modernidade oferece. Nesse vácuo, entra a multi-oferta de centenas de religiões vindas de todas as partes, fazendo crer ao ser humano a possibilidade de responder a todas as perguntas e satisfazer suas necessidades pessoais e sociais.

O ENCANTO DA NOVA ERA

O tema “Nova Era” está presente hoje nos veículos de comunicação, propaganda, no marketing, nas práticas religiosas, nos livros e até nos púlpitos de várias igrejas, sendo até assunto principal de muitos encontros e palestras.

Tomando por base a astrologia, uma prática há muito condenada pela Bíblia, os que a promovem afirmam que os últimos dois mil anos teriam constituído a Era de Peixes (um dos signos do zodíaco), com predomínio do Cristianismo. Com o advento da Era de Aquário, o Cristianismo perderia sua força e abriria espaço para um outro tipo de religiosidade, centrada no homem, mas comprometida com o cosmos, com o todo, e não com as particularidades específicas das religiões, ou seja, uma espécie de ecumenismo descompromissado.

A Nova Era é, portanto, uma expressão e um movimento referente a uma grande variedade de pessoas, organizações, eventos, práticas e ideias. Não é um movimento centralizado em torno de um líder ou de um corpo de doutrinas, embora inclua cultos, seitas e até denominações, não está restrito a qualquer destes. Pelo contrário, é uma corrente constituída de pessoas e grupos com o mesmo pensamento, que desejam uma mudança espiritual e social, induzindo-os a uma nova época de auto-realização.

De um modo geral, os adeptos da Nova Era julgam ser necessário que a humanidade se livre das expressões religiosas tradicionais – Judaísmo, Cristianismo e Islamismo – bem como do humanismo secular – racionalismo, ateísmo e ceticismo.

Organizações famosas do mundo inteiro estão envolvidas, de alguma forma, na promoção deste movimento. Milhões de dólares são gastos para sua infiltração em todas as áreas da sociedade. Planos têm sido elaborados e colocados em prática, influenciando universidades, escolas, igrejas e famílias. De desenhos animados aos filmes de longa metragem, que envolvem grandes produções e ocupam cadeiras de cinema e televisão em todo o mundo, as mensagens do movimento têm sido transmitidas por toda a parte. Nas expressões artísticas, religiosas e sociais mais diversas, encontramos sua influência.

Movimentos pacifistas, conclamação mundial para a paz, convites às religiões para que se unam, visão mística unificada, ideologias verdes, medicina e tratamentos natuais e integrais, práticas meditativas e mágicas, estão direta ou indiretamente, de alguma forma, no “espírito” da Nova Era. Não estamos superestimando esse movimento, mas apenas reconhecendo o seu alcance e o encanto que tem exercido.

HISTÓRICO

Do ponto de vista histórico, os fundamentos da Nova Era têm duas origens remotas, mas podem ser localizados sistematicamente no pensamento de Emanuel Swenborg, filósofo místico do final do século XVIII, que dizia ter recebido de Deus poder para explicar as Escrituras (como Allan Kardec) e comunicar-se com o outro mundo e na teosofia (Sociedade Teosófica), fundada por Helena Blavatsky em 1875.

A Sociedade Teosófica tem três objetivos principais:

  1. Formar um núcleo da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo, classe ou cor.
  2. Encorajar o estudo da religião, da filosofia e das ciências.
  3. Investigar as leis desconhecidas da natureza e os poderes latentes no homem.

A teosofia procura abranger a religião, a filosofia e as ciências, juntamente com uma parte do misticismo. Entende que a junção de todas essas coisas promove o verdadeiro saber. Quanto mais o ser humano adquire sabedoria, mas s aproxima da divindade. Deus é sabedoria, e o homem sábio poderá ser igual a Deus, em outros ciclos da existência. Acham que as religiões conhecidas estão apenas “começando”.

Todos os princípios e doutrinas da teosofia são aceitos com facilidade pelos simpatizantes da Nova Era. Podemos destacar os seguintes:

Na realidade, os adeptos das concepções da Nova Era formam uma corrente multiforme de inúmeras tendências matizes que se desenvolvem em uma vasta categoria, em que se podem classificar numerosos grupos atuais, que aparentemente nada têm em comum, geralmente com organizações rígidas e estruturadas.

Às vezes a Nova Era pode aparecer sob a capa de simples aspiração a um outro modo de vida, a novos tipos de relações sociais ou a sistemas terapêuticos “diferentes”. Em outras palavras, é como um personagem de certo filme, que não tem rosto, não é ninguém, mas ao mesmo tempo é tudo em todos.

Não se pode desconhecer o importante papel de Alice Bailey (1880-1949), que esteve a serviço da Sociedade Teosófica até 1920. Em 1923 criou a Escola Arcana (uma escola esotérica “centrada no desenvolvimento das capacidades espirituais e nas técnicas de meditação”). Mais tarde, em 1932, fundou a “Boa Vontade Mundial” e em 1937 os “Triângulos”. Sob se nome foi publicada uma obra abundante. Ela afirma que a maioria de seus livros foi escrita em colaboração por comunicação telepática com o espírito do mestre tibetano Djwhal Khul. Um de seus livros mais importantes é “A Volta de Cristo”. Esse ‘Cristo’ é um mestre espiritual que responderá às expectativas de todas as religiões e organizará uma nova religião mundial, que vai s instaurar paralelamente à nova ordem mundial.

Alice Bailey era de nacionalidade inglesa. Emigrou para os Estados Unidos onde estabeleceu os alicerces daquilo que seria o movimento da Nova Era. É reconhecida como sua suam-sacerdotiza. Seus livros foram publicados por uma companhia fundada por ela mesma, a “Lucis Trust”.

AS GRANDES DOUTRINAS DA NOVA ERA

A Nova Era não tem um sistema definido ou sistemático de doutrinas que sejam claras e sólidas. Como já vimos, abriga inúmeros conceitos e atitudes, muitas vezes heterogêneas ou incoerentes. Aceita a totalidade – uma espécie de holismo, tendência do pensamento a sintetizar todas as coisas em totalidades organizadas. Os holistas supõem que essa tendência é própria do universo, em oposição ao esfacelamento do saber que as ciências especializadas impõem ao pesquisador e a transformação do ser humano, mediante a criação de uma consciência única e universal.

DEUS – A Nova Era ensina que tudo é Deus. Que Deus não é uma pessoa, mas uma força, uma energia, uma consciência universal. Os adeptos creem que os homens, animais, vegetais e minerais fazem parte da divindade. Consideram a Terra como uma divindade, a quem chamam Mãe Terra.

JESUS CRISTO – É uma figura importante no processo do desenvolvimento da humanidade e do mundo. É a personificação de um Mestre Universal que se encarna em vários mestres espirituais. A maioria dos adeptos da Nova Era acredita que dos doze aos trinta anos Jesus esteve na Índia, e a sabedoria lá obtida é a súmula de todas as tradições da espiritualidade e da mística. Afirmam que não se pode compreender bem a Bíblia sem que ela seja lida à luz dos elementos religiosos do budismo e do hinduísmo.

O SER HUMANO – Shirley Maclaine, uma das propagadoras da Nova Era, afirmou: “Cada pessoa é um universo: se você se conhece, conhece tudo”. Entendem que o problema básico do homem é que ele não sabe que é Deus. Chegará a essa compreensão através do processo da reencarnação. Sua consciência deve evoluir até se tornar uma ‘consciência cósmica’. Yoga, meditação transcendental, artes marciais, vegetarianismo, acupuntura, hipnose controle da mente, pensamento positivo, magia, espiritismo e outras práticas afins, ajudarão o ser humano a atingir a perfeição, a união com o universo.

O ser humano é divino, tem poderes sobrenaturais, é senhor do próprio universo. Pode mudar as circunstâncias, comunicar-se telepaticamente levitar-se, regredir no tempo, movimentar-se etereamente no espaço, curar-se interiormente, enfim, é dono de sua própria vida, sobre a qual pode ter absoluto domínio.

ECOLOGIA – Gaia é a deusa Mãe Terra. É um organismo vivo de dimensões planetárias, que tem sentimentos e vontade. Atribuem uma “vida espiritual” aos elementos da natureza. Talvez por isso admitem que São Francisco podia conversar normalmente com os animais, com a lua, com as árvores etc.

Os atuais problemas ecológicos são obstáculos para uma revalorização da natureza. É a pregação de uma religiosidade pagã, animista e naturista. Afirmam que o Cristianismo é tido como uma religião das cidades e do Império Romano antigo.

O ideal da Nova Era é a devoção à natureza e ao homem do campo. Isso pode explicar o encanto que têm pelas coisas “naturais”. Encontram, consciente ou inconscientemente, algo ‘sagrado’ nelas.

OS GRANDES MESTRES – São os espíritos dos antepassados e espíritos da natureza. Acreditam que é possível a comunicação com os mortos. Variam na maneira como estabelecem essa crença. Eles podem falar pelas cartas, tarôs, cristais, pirâmides, pedras diversas, cores, perfumes, audivelmente, pela sensibilidade, visões, aparições, mantras, êxtases etc.  Tudo é válido. Todas as formas de ocultismo conhecidas pela humanidade podem se enquadrar nas práticas da Nova Era.

SÍMBOLOS – Aceitam os símbolos religiosos tradicionais e atribuem arbitrariamente significados aos símbolos já existentes. Aceitam a suástica (o sinal da sorte indo-germânica ocultista, adotado por Hitler); o número 666, que segundo Alice Bailey tem qualidades sagradas; o arco-íris (geralmente reproduzido pela metade), que simboliza a ponte entre a alma individual e a alma superior ou grande mente universal; o yin yang, antigo símbolo hindu, que representa o equilíbrio cósmico (bem e mal; positivo e negativo); vários tipos de cruz; o círculo; o olho universal; o triângulo; várias estrelas; o unicórnio; os trevos (de três e quatro folhas) e tantos outros.

Hoje em dia há uma grande preocupação entre muitos cristãos quanto ao uso de símbolos e sua identificação com a Nova Era. É bom compreender que o fato de a Nova Era dotar os símbolos, e dar a eles a significação que bem entende, não a faz dona absoluta dos mesmos. Por outro lado, deve-se ter o cuidado com o seu uso a fim de, sem querer, não se tornar propagandista do movimento.

Arco-íris – Manifestação da luz divina sob múltiplas cores. Uma espécie de ponte, simbolizando a união entre o céu e a terra. Alguns veem este símbolo como a aliança partida, pois geralmente é produzido pela metade.

Borboleta – Simboliza a libertação do casulo (religiões, dogmas, preconceitos, doutrinas etc.) para a liberdade cósmica.

Pomba com ramo – Simboliza a luta pela paz e a esperança de que as águas se sequem, dando lugar à Nova Era, como nos dias de Noé.

Fita entrelaçada – Significa interdependência e inter-relação, com a unificação de todas as coisas.

Símbolo da paz – Uma espécie de cruz com os braços arriados, inserida num círculo. Pode significar a redenção total do ser humano, feita pelo próprio homem.

Yin-Yang – Representa o equilíbrio cósmico (bem e mal; positivo e negativo).

Estrela de Davi – Tem seis pontas, que na numerologia é o número do homem. O triângulo que aponta para baixo demonstra a energia divina; e o que aponta para cima a energia humana, formando um só campo energético entrelaçado.

Pentagrama – Simboliza o homem, ou o Ser Cósmico Divino em sua plenitude. De cabeça para cima emana bons fluídos. De cabeça para baixo se assemelha à cabeça de um bode. Emana maus fluídos.

Urano – O planeta que segundo os astrólogos rege a Era de Aquário, e simboliza harmonia e equilíbrio.

Pirâmide – Feita de diversos materiais, é utilizada como captora de energia cósmica.

knowledge = conhecimento

ignorance = ignorância

PROPAGAÇÃO – Revistas, livros de autores como Shirley Maclaine, programas de televisão, filmes como E.T., Guerra nas Estrelas, Ghost, O Exterminador do Futuro, objetos de formas misteriosas, fetiches, bibelôs como duendes, gnomos, patos, gansos, sapos cobras, corujas e outros bichos, aos quais atribuem certos poderes ou capacidade de atrair e seduzir; novelas comerciais, práticas religiosas, crenças em discos voadores, fantasmas horóscopo e seres de outros planetas etc. são meios e instrumentos de divulgação das crenças da Nova Era.

Estudos de magia, astrologia, terapêutica espiritual (um tipo de curandeirismo), crença em poderes sobrenaturais, sacralização de pessoas, escritos, objetos, ou a atração direta pelos cultos ou seitas que efetivamente estão comprometidos com os princípios da Nova Era, são ofertas que tendem a criar uma nova consciência na humanidade.

PRINCIPAIS ENSINOS

REENCARNAÇÃO – De um modo geral, seus adeptos acreditam na reencarnação. Dizem que o homem paga por seus pecados em sucessivas vidas. Classificam os espíritos de diversas maneiras. Como a Nova Era é um caldeirão, em que cabem todas as misturas, a maneira como se dá a reencarnação é compreendida diversificadamente.

Essa doutrina anula a ideia de salvação da Bíblia e invalida a obra de redenção de Jesus Cristo, mediante a Sua morte ressurreição. A Bíblia afirma que Jesus pagou o preço e nos deu acesso à vida eterna (Jó 10.21; Lucas 16.22-23; João 9.2-3; Romanos 6.23; Filipenses 1.21-24; Hebreus 9.27; Apocalipse 14.13).

CHANNELING – (De channel, canal em inglês). É uma das práticas espíritas na qual o médium faz as vezes de canal e recebe mensagens  de entidades superiores. O livro “A Course in Miracles”, muito utilizado pela Nova Era, é segundo eles uma mensagem recebida do próprio Jesus Cristo pelo channel (termo mais charmoso para médium) Helen Schuhman.

Segundo os adeptos da nova Era, toda pessoa pode ser um channel mediante o qual cada parte do único Ser se comunica com as restantes partes do mesmo Ser, pois todo ser humano é apenas uma faceta da Única Mente ou da Única Realidade.

RELATIVISMO – Afirmam que tudo é relativo e interdependente. Que tudo faz parte de um todo. O homem faz parte de Deus. Deus e os homens são iguais. O homem é divino. Tudo é Deus.

O panteísmo claro nos ensinamentos da Nova Era vai de encontro à Palavra de Deus. A Bíblia diz que Deus é Soberano e o Criador é distinto de Sua Criação, não se confunde com ela (Gênesis 1.1).

Segundo a Bíblia, o mundo criado está decaído, o homem não é bom por natureza e Satanás é também um ser distinto, inimigo de Deus (Efésios 2.1; Romanos 8.6; Mateus 25.41). As Escrituras ensinam que Deus tem planos e propósitos para a Sua criação e para as Suas criaturas (Provérbios 16.4; Isaías 19.17; Lucas 7.30; Romanos 9.11).

Uma ética relativista, como a que ensina a Nova Era, propõe que nada tem valor moral absoluto. O Novo Testamento nos ensina que devemos ter um comportamento baseado na vontade absoluta de Deus (Gálatas 1.6).

ANTROPOCENTRISMO – Os adeptos da Nova Era entendem, na onda da modernidade e da pós-modernidade, que o homem é o centro do universo e a medida de todas as coisas. A Bíblia afirma que Deus é p centro, o padrão e a medida de tudo (Romanos 11.36).

RELIGIÃO – Afirmam que todas as religiões são boas, todas levam a Deus e que o Cristianismo é apenas mais um entre os diversos caminhos de aproximação da divindade. A verdade é relativa, e o conhecimento das coisas pode se dar através de práticas ocultas, dirigidas pelos espíritos, sem a intermediação da razão.

A Palavra de Deus afirma que só há um caminho: Jesus Cristo, o único nome dado entre os homens pelo qual podemos ser salvos (Atos 4.12). A verdade está revelada na Bíblia (João 5.39). Jesus Cristo afirmou ser o caminho, a verdade e a vida (João 14.6).

PECADO – A Nova Era não aceita a ideia de pecado. Creem que o problema humano é a ignorância do seu potencial, de si mesmo, sendo naturalmente resolvido com o carma e a reencarnação. O ser humano vai evoluir ao ponto de conhecer a sua própria divindade e ultrapassar os grilhões do carma.

Segundo a Bíblia, o pecado é o maior problema do gênero humano ao causar rebeldia e desobediência contra Deus (Romanos 3.23). A solução para a queda do homem está na morte salvadora de Jesus Cristo, pela fé nEle e obediência aos Seus ensinamentos (João 3.16; Atos 3.38).

MORTE – Acreditam que a morte é apenas uma passagem para a próxima reencarnação. Não aceitam os ensinamentos bíblica quanto à vida eterna, juízo, condenação etc. A Bíblia ensina que a morte é a passagem para a vida eterna ou juízo eterno, e que ao homem está ordenado morrer uma só vez, isto é, não existem reencarnações ou outras vida (Hebreus 9.27).

O verdadeiro cristão tem a sua fé fundamentada na Palavra de Deus e na revelação de Jesus Cristo. Veja o que nos diz o apóstolo Paulo, em Romanos 16.25-27: “Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos, e que agora se tornou manifesto, e foi dado a conhecer pelas Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno, para obediência por fé, entre todas as nações; ao Deus único e sábio seja dada glória por meio Jesus Cristo pelos séculos dos séculos. Amém”.

UM ALERTA AOS CRISTÃOS

O que foi, é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer: nada há, pois, novo debaixo do sol” (Eclesiastes 1.9).

O movimento que inclui os vários elos daquilo que chamamos “Nova Era” supõe um determinismo histórico que não está de acordo com os mais saudáveis princípios baseados na Bíblia.

A Palavra de Deus fala de “um novo céu e uma nova terra” (Apocalipse 21), e de um período de mil anos (Apocalipse 20) no qual Satanás estará preso. Trata-se de uma linguagem figurada, relativa ao futuro daqueles que creem em Deus, de acordo com os demais ensinamentos das Escrituras. Essas sementes de esperança do povo de Deus, tanto no Antigo Testamento (Isaías 65.17; 66) como no Novo Testamento, nada têm a ver com os princípios da Nova Era.

Como temos visto, o movimento não tem originalidade alguma. Aproveita-se do amplo material existente nas diversas seitas e religiões. Pode ser que o leitor evangélico se assuste, mas nas próprias igrejas evangélicas a Nova Era tem encontrado material para a sua propagação.

Não são poucos os pastores e leigos, homens e mulheres, que estão adotando, inconscientemente, práticas que se enquadram muito bem nos princípios da Nova Era, em nome do Espírito Santo.

Cair sob o poder de Deus, cura interior com regressão espiritual, receber “influências negativas” de outras pessoas a fim de libertá-las, bancar o channel (médium), “passar energia” para os outros, fazer aparecer dentes de ouro, ver objetos mudando de forma, conversar com as coisas e ouvir a sua voz, e tantas outras práticas, que estão hoje sendo adotadas por homens e mulheres de Deus, em nome do Espírito Santo, são formas ingênuas ou inconscientes de cair nas armadilhas da Nova Era.

Muitas escolas, incluindo evangélicas, estão adotando técnicas de relaxamento para colocar os alunos em estado “alfa”, a fim de “acelerar o processo de aprendizagem pelo caminho direto”.

Através do relaxamento coloca-se a pessoa num estado, em que a frequência das ondas cerebrais (entre 13-55 ciclos por segundo) é reduzida para o estado alfa (de 8 a 12 ciclos por segundo). Nesse estado os participantes são conduzidos a viagens fantasiosas, em que estabelecem contatos com lugares, pessoas ou situações que as ajudarão a resolver seus problemas. Diz-se a essas pessoas que estão sendo revitalizadas com a energia cósmica.

A Nova Era incentiva o uso da experiência e da intuição como mais importante e significativa do que o da razão. Afirmam seus adeptos ser desnecessária a compreensão de certas coisas, ininteligíveis à mente humana limitada. Vejamos o que a Bíblia diz a respeito: “Gostaria, pois, que saibais quão grande luta venho mantendo por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e por quantos não viram o meu rosto em carne; para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Colossenses 2.1-3).

É importante que tenhamos discernimento da parte de Deus, para identificar os ensinos da Nova Era e termos cuidado com a sua infiltração. Precisamos de amor e sabedoria para lidar com as pessoas que estão envolvidas com esses ensinos: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios” (1Timóteo 4.1).

Muitas pessoas enfatizam a experiência pessoa no lugar da revelação de Deus; enfatizam a fé na fé, e não em Deus; usam o nome de Jesus como uma palavra mágica e poderosa (uma espécie de mantra), e não naquilo que representa a pessoa e a autoridade do Senhor Jesus Cristo; amam o amor, e não os objetos do amor (Deus, o próximo, a obra de Deus etc.). Os ensinamentos da Nova Era, no seu todo, têm a facilidade de induzir a desvios como esse. É preciso que nós, cristãos, estejamos atentos e vigilantes:

“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mateus 7.21-23).

Fonte: Nova Era & Velhas Mentiras. J. Cabral, 1ª edição, 1995, Editora Gráfica Universal.

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