Por que a Cristandade comemora o nascimento de Jesus em 25 de dezembro?
Há controvérsia quanto à data do nascimento de Jesus em 25 de dezembro. A Igreja Ortodoxa comemora o nascimento de Cristo em 6 de janeiro, e a Igreja Armeniana em 16 de janeiro.
Embora não saibamos o dia exato, sabemos que este glorioso evento foi anunciado por Deus desde a aurora da humanidade (Gênesis 3.15). O Filho de Deus deslocou-se da Eternidade para o tempo, da infinitude para o espaço, cumprindo profecias multisseculares que vaticinaram com impressionante exatidão sua etnia, sua família, sua tribo, o lugar onde deveria nascer, o tempo e o modo inédito de sua geração no ventre de uma virgem.
A data de 25 de dezembro, aceita pela cristandade ocidental, foi fixada em 440 d.C., talvez para substituir as festas pagãs decorrentes do solstício do inverno, como os cultos solares dos celtas e germânicos. A festa mitraica realizada neste dia celebrava o natalis invicti Solis (nascimento do vitorioso Sol). Ora, a Palavra de Deus identifica Cristo como o Sol da Justiça (Isaías 60.1-3; Malaquias 4.2 e Lucas 1.78-79). Logo, os romanistas aproveitaram essa data para levarem os pagãos a celebrarem o nascimento de Cristo.
Seja como for, não há problema em comemorarmos o Natal em 25 de dezembro, mesmo sabendo que Jesus não nasceu nessa data. Esse dia perdeu o significado original pagão. A ressalva que devemos fazer é que as alegrias das festividades de Natal não devem estar nos presentes, nem na comida, nem na bebida, mas em Jesus, o maior presente de Deus para a humanidade.
O nascimento de Jesus dividiu a história da humanidade em dois grandes segmentos: antes de Cristo (a. C.) e depois de Cristo (d. C.). Cristo é o centro! Qualquer documento, qualquer data, para ter valor universal, tem de referir-se ao Natal de Jesus Cristo! Por exemplo: Davi, Rei de Israel, viveu mil anos antes de Cristo. O Brasil foi descoberto no ano 1500 a.D. (ano Domini = ano do Senhor).
Os aniversários natalícios perdem o seu valor com o passar dos anos. O primeiro ano é uma festa! O décimo quinto também. O nonagésimo, algumas vezes. Daí em diante, geralmente a névoa do tempo apaga e a poeira da história soterra as datas natalícias. Os grandes vultos da humanidade ainda são lembrados nos centenários por uma determinada classe de admiradores. Jesus, porém, há mais de dois milénios, vem tendo o seu aniversário comemorado cada ano com maior intensidade, apesar de muitos desvirtuarem o verdadeiro significado da data.
Quando Maria estava prestes a dar à luz, não havia lugar para Jesus nascer (Lucas 2.7). Ainda hoje, também não há lugar para Cristo nos banquetes onde se cultuam mais a glutonaria e a bebedice do que o nome de Jesus. Não há lugar para Cristo nas cestas de Natal, carregadas de vinhos e wiskies, nem na ganância dos comerciantes que exploram o povo e os comerciários, e muito menos nos presentes doados para bajular, ou visando receber outros em troca. Não há lugar para Cristo nos bailes natalinos, que são prelúdios das orgias do carnaval; nem no Papai Noel, figura pagã, que usam para enganar as crianças, expondo-as a duvidarem, mais tarde, das verdades do Evangelho de Cristo. Por fim, não há lugar para Cristo no sincretismo religioso em que tem se transformado o Natal. Hoje, a linda história do Natal é misturada com a idolatria, a magia negra, o fetichismo e outras práticas pagãs. Haverá lugar para Jesus no seu coração?
Os “magos” ofertaram-lhe ouro, incenso e mirra. Ofertemos-lhe também o ouro do que possuímos, o incenso da nossa fé e a mirra do nosso amor. Se nos oferecermos como um verdadeiro sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, poderemos experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12.1-2).
Os “magos”, avisados por Deus, voltaram por um “outro caminho” (Mateus 2.12). Se retornassem pelo mesmo caminho, Herodes os forçaria a revelar onde estava o menino Jesus, e tanto Jesus como os magos não escapariam da morte. Há sempre um novo caminho para quem encontra a Cristo. É o “alto caminho” ou “o caminho santo” (Isaías 35.8). Jesus é o Caminho (João 14.6).
Pr. Edmar Cunha Barcellos
Assembleia de Deus – Brasília/DF