“Não tenho culpa se Lula confessou ser cobra”

“Não tenho culpa se Lula confessou ser cobra”, diz advogada de impeachment

Uma das autoras do pedido de impedimento, Janaína Paschoal alega que repercussão ocorreu porque atacou “o Deus deles”

A jurista Janaína Paschoal fez discurso emocionado em ato a favor da saída de Dilma Rousseff
OAB-SP
A jurista Janaína Paschoal fez discurso emocionado em ato a favor da saída de Dilma Rousseff

Vídeos, montagens e gifs da jurista Janaína Paschoal viralizaram na internet nesta terça-feira (05) após ela fazer um discurso emocionado durante um protesto a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, na véspera, em São Paulo.

Autora do pedido de impeachment que está sendo analisado na Câmara dos Deputados, Paschoal teve seu discurso comparado ao de pastores evangélicos e cantores de rock pesado. Numa montagem em vídeo publicado na página do músico Tico Santa Cruz no Facebook, a jurista canta a música “The Number Of The Beast”, da banda britânica Iron Maiden. Ela comentou que preferiria ter sido comparada com as bandas Pink Floyd ou Dire Straits.

Janaína Paschoal disse que viu algumas dessas montagens e que achou inusitada a comparação com a menina pastora – criança que fez sucesso na internet após um vídeo seu pregando para uma multidão ser publicado em 2006 no YouTube. Apenas uma das dezenas de versões possui mais de 2,3 milhões de visualizações.

“Achei inusitado o fato de terem inventado (não sei na brincadeira, ou seriamente), que eu seria uma tal menina pastora”, em seu primeiro comentário público sobre a polêmica.

Machismo?

Nas redes sociais, houve comparações entre as críticas a Janaína – usando termos como “louca e histérica” – às feitas a Dilma Rousseff em reportagem da revista IstoÉ (“As explosões nervosas da presidente”), algo que muitos consideraram um comportamento machista, uma vez que esses adjetivos raramente são usados para descrever homens na vida pública.

Questionada se ela considera que as reações são diferentes quando discursos são feitos por homens e mulheres, a jurista afirmou que pode haver uma relação com machismo.

“Não descarto. O machismo é uma realidade. Mas, em certa medida, eu até defendi Dilma, pois, como de costume, o PT quer se descolar dela para salvar o Lula. É muito cômodo circunscrever toda a discussão a pedaladas e a decretos, deixando de lado a Petrobras e todo o poder de Lula. Os áudios mostram bem a subserviência dela a ele”, disse Paschoal.

Ela afirmou que os membros do governo tiveram o monopólio do discurso por muito tempo e que “no ato de ontem, não por mim, mas por todos, mostrou que isso acabou.”

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Veja o vídeo:

Extraído partes do site da IG em 06/04/2016

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