Aprendi que quando as barreiras que seguram o mal são derrubadas, o mal floresce; e nunca mais ficarei tentando a acreditar na bondade fundamental do homem, ou que o mal é um estado excepcional ou estranho à natureza humana.
Theodore Dalrymple, Nossa cultura… ou o que restou dela
Pelo menos no Brasil, pelo menos de forma tão explícita, ninguém ousou ir tão longe, ou melhor, descer tão baixo para chamar a atenção. Jamais alguém abusou de forma tão blasfema do espírito da tolerância cristã e da liberdade de expressão. Nem o Marquês de Sade chegou a tal baixeza. Uma coisa é debochar de cristãos ou seus líderes, seres humanos falíveis e dignos de repreensão. Outra coisa é zombar Daquele que é Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.
Pelo visto, o politicamente correto só serve para fazer calar os profetas. Não tem poder algum contra os blasfemadores. Quando a liberdade de expressão se transforma em expressão de libertinagem, então a arte não está apenas decadente. Ela tornou-se a decadência. No lugar do belo, do bom e do verdadeiro está o horrível, o mal, o engano.
Este momento tão deprimente da nossa moral, tão pérfido, tão horrendo e escuro de nossa nação, tem algo a dizer a nós, milhões de cristãos que aqui vivemos. Ou reagimos e condenamos por todos os meios lícitos essa afronta imensa, ou seremos submergidos, não nas águas de um dilúvio do juízo divino, mas na lama pútrida e fétida produzida por pessoas, que longe de serem humoristas inocentes querendo divertir seu público, são blasfemos arrogantes que não têm qualquer respeito pelo imenso número de cristãos do país em que vivem e no qual prosperam.
Se há cristãos de verdade nesta nação, esta ofensa não pode ficar impune. Artigos, críticas, boicotes, rejeição pública, processos e ostracismo são nossas armas de paz. Podem e devem ser usadas contra aqueles que como os anjos caídos ou os habitantes de Sodoma e Gomorra blasfemam contra as dignidades. Se o silêncio é uma prece, neste caso ele seria uma ofensa, pois quem se cala diante do mal, consente com ele.
Em resposta às tolas justificativas onde cabia retratação, a desigualdade social não pode servir de álibi para blasfêmias contra valores tão caros para a maioria da população do Brasil. Tenho certeza que nosso amigo irá se entender com Deus quando chegar sua hora. Disso não tenho dúvida. Mas primeiro deveria pedir desculpas àqueles que amam esse Deus e que se sentiram ofendidos com tanta baixeza, ao invés de tentar justificar o injustificável. Homens públicos devem se desculpar publicamente por suas ofensas públicas. Vitupério à religião ainda é crime nesta nação.
Não importa se na esfera secular onde eles se movem, a palavra “pecado” se tornou obsoleta e vazia. O que importa é que dentro da esfera cristã dentro da qual milhares de brasileiros se movem e vivem, o que fizeram se chama pecado de blasfêmia.
Só nos resta parafrasear de modo santo o terceiro mandamento: Não usarás a imagem do Filho de Deus em vão, pois Deus não terá por inocente aquele que usar a imagem do Seu Filho em vão.