Muçulmanos comemoram o fim do Ramadã

A maioria dos 1,2 bilhão de muçulmanos iniciou com alegria hoje os quatro dias de feriado em comemoração à festa de “Eid el Fitr”, que marca o fim do mês sagrado de jejum do Ramadã. A festividade é anunciada – normalmente primeiro na Ásia e um dia depois no Magrebe – por um grupo de astrônomos que vêem em cada país o início da fase do crescente lunar, que indica o início da celebração.

A partir de então, as pessoas desfrutam de quatro dias de descanso após 30 dias de estrita observância religiosa do Ramadã, durante o qual todo muçulmano que tenha passado da puberdade deve se abster de comer, beber, fumar e de praticar relações sexuais desde a alvorada até o pôr-do-sol. O “Eid el Fitr” começa na manhã do primeiro dia do mês muçulmano de Shawal el Awal, com uma oração comunitária nas praças em frente às principais mesquitas e com a presença de milhares de fiéis nos sermões, que costumam se referir a situações da atualidade no mundo islâmico.

O cansaço e os preparativos que acompanham o Ramadã em geral e o “Eid el Fitr” em particular são muito parecidos com os da véspera do Natal no Ocidente, tanto no que diz respeito ao espírito familiar da festa quanto em relação às decorações das ruas e ao frenesi consumista. Nos dias anteriores ao feriado, as principais avenidas das capitais árabes e islâmicas ficam tumultuadas pelos engarrafamentos e pela afluência de muitas pessoas que vendem e compram presentes e roupa para as crianças.

Além disso, as donas de casa se dirigem aos grandes mercados para comprar os ingredientes dos pratos e sobremesas tradicionais da ocasião. Entre os doces egípcios típicos do “Eid el Fitr” destaca-se o tradicional “Kahk” ou “Kaak”, elaborado com água, farinha e gordura animal e que é servido aos hóspedes, vizinhos e amigos que chegam cumprimentando com a expressão árabe própria da festividade: “kule san u enta tayeb” (Feliz ano novo).

Uma verdadeira legião de vendedores ambulantes invade os parques, zoológicos, pontes e arredores do rio Nilo, onde oferecem iguarias como pipocas de milho, bebidas, algodão doce e pãezinhos salgados. Muitas famílias e casais de namorados fazem travessias pelo leito fluvial em botes enfeitados com guirlandas e cadeias de lâmpadas elétricas pintadas de cores, enquanto outros visitam parques onde andam a cavalos, burros e camelos.

Apesar de se tratar de um costume não muito ortodoxo, muitos egípcios visitam os cemitérios, onde passam o dia comendo e descansando junto a seus parantes falecidos, seguindo uma antiga tradição faraônica que é condenada pelo Islã, que considera o “Eid el Fitr” uma festa para a alegria e não para a melancolia. Durante os quatro dias de festa, as autoridades da segurança, do tráfego e da saúde permanecem em alerta para fazer frente a qualquer emergência, especialmente de crianças feridas por terem caído de um balanço ou intoxicadas pela ingestão de comida em mal estado de conservação.

Extraído do site Terra em 07/08/2013

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