Dois homens armados são mortos perto de evento de cartuns de Maomé
Autoridades da cidade de Garland, subúrbio de Dallas, no Texas (EUA), anunciaram que dois homens armados foram mortos após abrir fogo contra um segurança do lado de fora de uma exposição de caricaturas sobre o profeta Maomé, na noite deste domingo (3).
Em seu perfil na rede social Facebook, a Prefeitura de Garland relatou que os dois homens se dirigiram ao Curtis Culwell Center, local da exposição, e começaram a disparar contra o segurança. Logo em seguida, policiais atiraram e mataram os dois suspeitos. O segurança, segundo o relato, não corre risco de morte.
O comunicado não diz se o incidente está relacionado à exposição, mas afirma que o veículo em que os dois atiradores estavam seria examinado pelo esquadrão antibombas, para verificar se carregava explosivos.
Os visitantes da exposição foram retirados do local depois que as autoridades relataram o tiroteio do lado de fora do edifício.
Um oficial vestido com uniforme da Swat, força especial da polícia dos EUA, subiu ao palco do evento e disse aos participantes –entre eles um repórter da agência Associated Press– que um policial e dois suspeitos haviam se ferido na troca de tiros.
Larry W. Smith/Efe | ||
Policiais isolam local de exposição de caricaturas sobre o profeta Maomé em Garland, no Texas (EUA) |
Cerca de 75 participantes do evento foram levados para outra sala. Mais tarde, um grupo de 48 pessoas foi escoltado até um ônibus escolar e, segundo autoridades, levado para uma escola nas proximidades. Outro grupo seria retirado do prédio logo depois.
Um dos visitantes da exposição, que se identificou como Johnny Roby, disse à AP que estava do lado de fora do edifício quando ouviu cerca de 20 tiros que pareciam vir de um carro passando; em seguida, escutou dois disparos.
Roby afirmou ainda que ouviu policiais dizendo terem “pegado” o carro antes de ser levado para dentro do prédio.
O concurso de caricaturas de Maomé é promovido pela Iniciativa Americana de Defesa da Liberdade, entidade baseada em Nova York que ofereceu um prêmio de US$ 10 mil para o melhor cartum do fundador do islamismo.
De acordo com a tradição muçulmana, qualquer representação física de Maomé é considerada blasfêmia.
Em janeiro deste ano, terroristas islâmicos mataram em Paris 12 pessoas dentro da sede do jornal satírico “Charlie Hebdo”, que publicou uma série de caricaturas ridicularizando o profeta; os acusados foram mortos após cerco da polícia dias depois.
A presidente da Iniciativa Americana de Defesa da Liberdade, Pamela Geller, disse que a intenção do evento era “marcar posição” pela liberdade de expressão e contra a violência associada à publicação dos desenhos.
Extraído do site da Folha em 04/05/2015