Minha apresentação ao mormonismo e a Cristo

F. Macelveen

Nota: Testemunho do Pastor F. Macelveen, autor do livro: A Ilusão Mórmon.

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Eu estava contentíssimo! Acabava de mudar em julho, do lamacento Mississíppi para as noites frescas e cortantes, para os dias brilhantes de LaGrande, no Oregon.

Minha linda esposa e meu bebê de menos de dois meses de idade partilhavam da aventura – só que um pouco menos entusiasticamente.

Eu amava minha terra natal, mas o calor começava a perturbar-me. Enquanto estive na marinha visitei Oregon, e gostei das noites calmas e frescas, da caça a animais selvagens, e das lindas montanhas. Meu tio possuía uma loja em Bates, no Oregon. Uma tia havia estudado na Falculdade de Educação de LaGrande, no mesmo estado. De modo que, depois de deixar a marinha, voltei a LaGrande, matriculei-me na universidade e joguei futebol durante um ano.

Havia muitas garotas lindas, mas eu queria uma que soubesse fazer pão de milho. Encontrei-a na Universidade do Sul do Mississíppi. Agora eu estava de volta ao fascinante Oregon, preparando-me para uma caçada – necessitávamos urgentemente de carne. Não conhecendo a região muito bem e não possuindo carro, tinha feito amizade com um jovem adolescente do lugar e esperava ir caçar com ele nas Montanhas Azuis, não muito distantes.

-Ei, Mike, mais depressa! – gritei-lhe certa tarde linda e cintilante de domingo. -Se parar com essa embromação poderemos jogar um pouco de bola e ainda teremos tempo para uma caçada nas montanhas.

-Está bem. Vou mais depressa e. . . – começou Mike.

-Não, você não vai! – explodiu John, irmão de Mike, mais velho e casado. Olhei surpreso para ele enquanto ele continuava. – Somos mórmons, pertencemos `a Igreja dos Santos dos Últimos Dias e não fazemos isso no domingo.

Fiquei espantado e um tanto sem jeito. Lá no Mississíppi, na zona rural, praticamente todo mundo era batista. Íamos `a igreja fielmente todos os domingos. Fui `a frente aos doze anos, disse ao evangelista que eu cria em Jesus, fui batizado, uni-me `a igreja, freqüentando-a fielmente; não bebia, não fumava nem xingava. Caçar ou pescar aos domingos era somente para os pagãos e os desviados, e ninguém queria estar muito perto de gente assim durante uma tempestade. Eu tinha sido líder de escoteiros, professor da escola dominical, mas aqui estava eu recebendo um sermão de um mórmon acerca de Deus e do domingo. Fiquei envergonhado. Fiquei também curioso.

John era meu barbeiro e um bom amigo. Era também uma pessoa importante na igreja local dos Santos dos Últimos Dias. (Naquele tempo eu não conhecia a terminologia.) Comíamos em sua casa e ele comia na nossa. De fato, jamais esquecerei do “banquete de esquilo” que certa vez fizemos juntos. Éramos pobres, e alimento, especialmente a carne, era escasso. Sinto pena dos pobres e inocentes esquilos agora, mas antes então não sentia. Uma coisa posso dizer: os sobreviventes estavam muito mais espertos quando saí de lá do que quando cheguei.

John era um homem gentil e amável, e sabia conversar. (O tipo de pessoa que nos deixa falar, que ouve a maior parte do tempo.) Gostei dele e de sua esposa imediatamente, em especial por ele não me escalpelar ao cortar meu cabelo. Até agora não havíamos conversado a respeito de religião.

Eu tinha algumas questões sérias acerca da religião depois de ter visto aviões suicídas, companheiros mutilados, morrendo na guerra; e também enquanto na universidade estudando psicologia, evolução, religiões comparadas, etc. De repente, aqui estava. Aqui estava um homem que cria e colocava em prática sua crença. Por que minha igreja não havia me dado as convicções que ele parecia possuir? Sim, eu estava curioso.

-Posso ir à sua casa para conversarmos acerca da crença dos mórmons? – perguntou John.

-Certamente – respondi.

Minha esposa pareceu não gostar muito, mas cedeu. Nesse tempo eu não sabia a diferença, mas ela era uma cristã verdadeira, e Cristo habitava em seu coração. Eu era apenas um cristão professo; minha crença era intelectual. Para ela eu era um cristão verdadeiro, pois íamos à igreja, orávamos juntos, dávamos o dízimo e vivíamos bem.

Eu me entediara um tanto com a igreja, e minha esposa percebeu que algo não ia lá muito bem; o pastor da Igreja Batista conservadora de LaGrande, reverendo Guy Zehring, começara a visitar-me periodicamente. Me cansei dele também. Ele repetia coisas que eu havia ouvido a vida toda. Deus o ama. Cristo morreu por você. Deve ser fiel à igreja.

À medida que John me apresentava o mormonismo, eu ficava cada vez mais interessado. Talvez esta fosse a resposta!

-Nossa, John, – gritei, no final de uma sessão. – Você quer dizer que eu posso realmente permanecer casado com minha esposa para a eternidade?

-É possível – assegurou-me ele – se cumprir certas condições. Você pode até mesmo ser um deus em algum planeta e continuar a ter filhos.

Isto me interessava muito. Papai morrera quando eu tinha quatro anos de idade. Fui viver com meu avô. Ele foi assassinado alguns meses mais tarde. Minha avó contraiu diabetes e, na minha adolescência, teve uma morte lenta e agonizante. Eu quase tinha medo de amar por completo qualquer coisa ou pessoa. Nada parecia seguro. Eu não tinha nada de duradouro para conservar e amar; então, por que magoar meu coração?

Ainda posso lembrar-me dos funerais em dias de chuva – a terra fria caindo sobre o caixão do papai, do vovô, da vovó – todos tão queridos ao meu pequeno coração. O hino “Rude Cruz” tentando sobrepujar os soluços das pessoas amadas.

Agora eu tinha uma jovem e bela esposa. Milagre dos milagres, ela me amava e eu a amava. Havia realmente uma maneira de conservá-la para sempre?

Em geral alegre externamente, nas horas tardias da noite eu pensava sério no assunto. Algum dia, a beleza dela desapareceria. Ela ficaria velha e morreria, logo depois, e seria como se nunca tivesse existido. Ou então um acidente ou doença a roubaria de mim ou eu dela. A morte era um bicho- -papão implacável e sempre de emboscada, pronto a atacar de dia ou de noite, não respeitando nem o riso alegre nem o grito de desespero e de aflição.

À medida que John continuava a ensinar-me, me tornava muito confuso.

-A Bíblia não diz, em algum lugar, que não haverá casamento nem dar-se-á em casamento no céu, John?

-Claro–concordou ele prontamente–mas isto é só com respeito ao céu. Mas podemos nos casar para a eternidade aqui embaixo de modo que não haverá casamento nem o dar-se em casamento no céu.

É isto realmente o que esse versículo significa? Perguntava a mim mesmo. Bem, talvez. Espero que sim.

John disse que minha igreja não tinha autoridade para batizar, fazer convertidos, nem pregar o evangelho. A igreja verdadeira havia desaparecido totalmente da terra um século ou dois depois de Cristo, e Deus havia restaurado o evangelho por meio de um profeta moderno chamado José Smith. Deus e seu filho haviam aparecido a Smith quando este tinha quatorze anos de idade e começaram a revelar-lhe uma série de visões a respeito de Deus, de placas de ouro e do evangelho. José Smith tinha, por revelação direta de Deus, traduzido o inspirado Livro de Mórmon. Os mais recentes livros inspirados do mormonismo incluíam, Pérola de Grande Valor, e Doutrina e Convênios.

John me disse com gentileza mas firmemente, citando José Smith no livro Pérola de Grande Valor 2:19, em parte, “todas [as igrejas] estavam erradas;…todos os seus credos eram uma abominação à sua vista; que todos aqueles mestres eram corruptos.”

Isto me incomodava bastante. O credo dos mórmons dizia muitas das mesmas coisas que outros credos de outras igrejas diziam. Como é que um podia estar totalmente errado e ser abominável e outro bom? Eu sabia que muitos cristãos, ao longo dos séculos, haviam selado com o próprio sangue seu amor e testemunho de Cristo, e isso centenas de anos depois que a igreja verdadeira e o verdadeiro evangelho haviam totalmente desaparecido, em apostasia, da face terra, no dizer dos mórmons. Foram eles todos corruptos, como dizia José Smith?

John ensinou-me que a igreja mórmon era a única igreja verdadeira na face da terra. Todas as outras eram falsas. O único caminho ao mais alto céu ou ao grau de glória mais elevado era deixar minha igreja e ser batizado na igreja mórmon. Havia três céus, ou três graus de glória. Somente os mórmons podiam ir ao céu mais alto. A morte de Cristo na cruz deu a todos os homens salvação geral do inferno, exceto a alguns poucos obstinados “filhos da perdição”. A salvação pessoal dependia das boas obras que a pessoa fizesse. O batismo pelos mortos era para os que não tinham tido a oportunidade de ser salvos aqui. Podiam ser salvos depois da morte.

Fiquei mais e mais interessado, mas também mais e mais confuso. Procurei o pastor Guy Zehring e tentei comparar as respostas dele com as de John.

Parecia-me, em realidade, que John estava levando a melhor. Orei desesperadamente pedindo luz. John pediu que eu pegasse O Livro de Mórmon, e com as mãos sobre ele, orasse a fim de saber se esse livro era verdadeiramente a Palavra de Deus e se o mormonismo era a verdade; nesse caso, que o Espírito Santo de Deus me convencesse. Fiz exatamente isto. Também orei da mesma maneira a respeito da Bíblia.

Então pensei que a resposta podia estar em fazer com que John e Guy se encontrassem e debatessem a questão. Guy me aconselhou contra, dizendo que provavelmente isto não me resolveria nada. Perguntava a mim mesmo se ele estava com medo.

A esta altura eu sabia que tinha de tomar uma decisão: tornar-me mórmon ou voltar ao Cristianismo que eu sabia nunca havia suprido meus desejos mais profundos; examinar o Cristianismo mais profundamente; esquecer a bagunça toda.

Cada uma destas opções parecia atrair-me em certos momentos.

Finalmente, pairei-me justamente à beira de tornar-me mórmon. Os mórmons que eu conhecia eram tão bons. O programa que tinham para a juventude era atrativo ao extremo. Algumas de suas igrejas tinham até ginásios de esportes! Os bailes patrocinados pela igreja pareciam muito convidativos. Os mórmons procuravam as pessoas para com elas partilhar a fé. Eram um povo asseado e trabalhador. Eu admirava sua dureza, e deleitava-me com a corajosa história de sua migração para o Oeste contra incertezas impossíveis. Suas convicções fortes atraíam-me. Pareciam ter um grande senso de autoridade e muita união.

Pela última vez, fui ao meu quarto, caí de joelhos e clamei em agonia: “Deus, por favor, mostra-me o caminho verdadeiro. Não me importa qual seja, contanto que seja de ti e que seja o caminho verdadeiro. Ó Deus, quero tanto ser salvo. Pensei que o havia sido quando disse aceitar a Cristo e ao unir-me à igreja Batista anos atrás, Senhor, mas agora estou perturbado. Se o mormonismo for certo, alegremente o aceitarei e o seguirei para sempre. Se o que me ensinaram é correto, por que não preencheu completamente as minhas necessidades? Ó Deus, ajuda-me. Dá-me tua luz. Mostra-me a verdade acerca da Bíblia e de O Livro de Mórmon, acerca do mormonismo e do Cristianismo, e acima de tudo, acerca de ti mesmo e de como posso ser salvo e ter certeza de ir para o céu.”

Logo depois desta oração honesta e perscrutadora, preparava-me febrilmente para a estação de caça, que começava no dia seguinte. Minha esposa olhou para fora e disse:

-Querido, o pastor Guy Zehring acaba de chegar.

-Oh, não–gemi. Eu tinha de fazer os preparativos para a viagem de caça e o pastor já havia conversado comigo cinco ou seis vezes dizendo praticamente as mesmas coisas todas as vezes. Parecia tão tolo, tão irreal e vazio. Custava-me ser cortês. Somente anos mais tarde aprendi o que a Bíblia quer dizer com “a palavra da cruz é loucura para os que se perdem” (1 Coríntios 1:18).

Desta vez foi diferente. Guy olhou-me nos olhos e disse:

–Mac, você diz ser cristão. Você sabe com certeza que se morresse neste instante iria para o céu a estar com Jesus Cristo?

Pus-me em guarda:–Ninguém pode ter certeza disso–declarei.–Creio que iria para céu. Creio em Jesus Cristo. Fui batizado, sou religioso e levo uma vida honesta. Mas o senhor disse sabe.

Os olhos penetrantes de Guy entraram-me alma a dentro.

-Mac, se você morresse esta noite, iria diretamente para o inferno.

-Tenho feito tudo o que vocês, pregadores, disseram que eu devia fazer–respondi–tudo o que sei que a Bíblia manda fazer. Diz a Bíblia que podemos saber se somos salvos?

-Certamente que sim–respondeu ele, abrindo a Bíblia em 1 João 5:13. “Estas cousas vos escrevi a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome de Filho de Deus.”

Tive consciência de um espanto e de uma fome intensa começando a crescer dentro de mim. Eu tinha estudado capítulos e livros de O Livro de Mórmon, e tinha lido a Bíblia por muitos anos, mas nada havia falado ao meu coração e à minha necessidade como isso. A despeito de dúvidas ocasionais, realmente a Bíblia me impressionava. Eu sabia que muitas das profecias da Bíblia referentes a Jesus Cristo, a cidades, nações e acontecimentos haviam-se cumprido fie                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                ultamento e ressurreição. Mas sua crença é só intelectual, não do coração. Milhares são como você — religiosos, mas perdidos. Você tem uma crença histórica como se dissesse que Pedro II foi imperador do Brasil. Mas você nunca veio a Jesus Cristo como pecador perdido pedir-lhe que o salve, e saber que o fez.

-Já lhe pedi que me salvasse, mas nunca cri realmente que ele o fizesse.

-Você não percebe?–contra-atacou Guy.–A salvação é pela fé, pela confiança, pela crença. Efésios 2:8,9 declara: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.”

-Ora — continuou ele — João 1:12 diz-nos que por natureza não somos filhos de Deus. Esse é o nosso grande problema. Temos de receber Jesus Cristo em nosso coração e vida mediante convite pessoal a fim de nos tornarmos filhos de Deus. Desta forma nascemos de novo na família de Deus e recebemos instantâneamente seu dom da vida eterna. “Mas a todos quantos os receberam, deu-lhes o poder de serem chamados filhos de Deus, a saber, os que crêem em seu nome.” Então, e somente então, estamos prontos para o céu.

Ele acrescentou:

-Jesus nos ama tanto que morreu em tortura sangrenta por nós. Prometeu salvar-nos se, crendo, invocássemos seu nome. Ao invocá-lo e depois ficar na dúvida ou na esperança de que talvez ele tivesse feito aquilo cujo fim morreu e fez o que prometeu fazer, em essência você estava duvidando dele e fazendo-o mentiroso. Por isso ele não podia salvá-lo, ainda que você chorasse bastante e suplicasse salvação todas as noites por cem anos, porque Ele somente salva pela fé. Romanos 10:9 diz-nos que somente uma crença do coração, uma entrega a Cristo como o Senhor ressurreto (Deus e mestre) e Salvador pode nos salvar.

-Romanos 10:13 diz isso de uma maneira clara e simples, que até uma criança pode entender: “Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo.”

-Mac, — disse Guy tranqüilamente mas com grande sentimento — Deus o ama. Jesus derramou seu sangue por você. Se você pedir-lhe que o salve, crendo de todo o coração, ele o salvará. Se não o fizesse, seria mentiroso, porque prometeu fazer isto. Você está disposto a invocá-lo para o salvar neste instante?

Oh, que batalha se travou em meu coração! Podia realmente ser simples assim? Era real? Suponhamos que houvesse um inferno de fogo, afinal de contas, e que houvesse a mínima chance de eu ir lá passar a eternidade. Era Jesus realmente o Deus eterno, como Guy dizia que a Bíblia declarava ser? Ressuscitara Ele corporeamente e aparecera a centenas de pessoas que O tocaram, comeram com Ele e mais tarde por todos Ele morreu?

De repente percebi tudo. Se eu não pudesse confiar no promessa simples e clara de Jesus que morreu por mim, aonde mais poderia ir? O desejo desesperado em mim clamava por Jesus, clamava por certeza. Caí de joelhos, derramei-Lhe minha alma e pedi-Lhe que entrasse em meu coração e me perdoasse todos os pecados. Pedi-Lhe que me tornasse um filho de Deus para sempre, e me desse a vida eterna. Pedi-Lhe uma salvação consciente, e tomei-O para meu Salvador e Senhor pessoal.

Levantei-me e enxuguei as lágrimas. Guy apontou o dedo para mim e peguntou:

–Jesus o salvou ou Ele mentiu? Ele tinha de fazer uma das duas coisas.

Dentro de mim eu sabia que algo tremendo havia acontecido. Desfizera-se um fardo que eu nem sabia estar levando; alegria e paz inaudíveis enchiam meu coração. Mas depois de anos de estudo de psicologia, eu não ia depender somente das experiências, das emoções, e dos sentimentos. De modo que eu simplesmente disse a Guy:

–Bem, Ele não podia mentir, logo Ele deve ter-me salvado.

Guy abriu a Bíblia em João 3:36: “Por isso quem crê no Filho tem a vida eterna.” Olhei cuidadosamente para esse versículo, saboreando cada palavra. Então eu sabia, não simplesmente sentia. Sabia! Jesus havia me salvado! Agora eu tinha, neste instante, a vida eterna. Sua Palavra o afirmava e Ele não pode mentir. Seu Espírito Santo testemunhava com meu espírito que eu era Seu filho, com a certeza de estar com Ele no céu, segundo Sua Palavra escrita. Guy e eu ajoelhamo-nos novamente e agradeci a Deus com simplicidade por ter salvado minha alma e por ter me dado vida eterna.

Mal podia esperar para contar a John! Quando fui verdadeiramente salvo, fiquei sabendo no mesmo instante que o mormonismo não era o caminho. Foi como se Deus tivesse ligado um grande holofote sobre todo o sistema e revelado sua resposta a mim. Mas eu tinha grande afeição por John, e desejava partilhar minha alegria e certeza com ele. Ajuntei todo o material do mórmons que ele havia me dado e corri `a sua casa.

-John, John — gritei.–Encontrei Jesus. Acabo de ser salvo e sei que vou para o céu!

-Você foi hipnotizado!–rugiu ele, tornando-se vermelho.

-Você não tem certeza de ter sido salvo, John? -perguntei.

-Não, e você também não — asseverou ele, agitando-se mais a cada instante.

Fiquei chocado. Seria este o meu John amável e gentil? Por que não se alegrava ele com minha alegria por ter eu encontrado Cristo?

-John — perguntei seriamente — você quer dizer que todo esse tempo em que esteve falando comigo acerca de pertencer à única igreja verdadeira; acerca de ter profetas e sacerdotes; acerca da autoridade, que você nem mesmo tem certeza do lugar para onde vai quando morrer?

-Suponhamos que eu estivesse perdido na floresta com várias outras pessoas. Suponhamos que estivéssemos desesperados e que só tivéssemos tempo suficiente para sair se escolhêssemos o caminho certo imediatamente antes de morrermos de fome ou nos congelarmos de frio. Suponhamos que nos encontrássemos com você, e você nos dissesse ter um mapa infalível, e ser um guia conhecedor destas florestas e insistisse em que nós o seguíssemos, pois todos os outros caminhos eram errados. Então suponhamos que eu lhe perguntasse se tinha certeza de não estar perdido, se sabia onde se encontrava, você admitisse que não, e que nem mesmo tinha certeza do lugar para onde ia. John, eu o amo, mas sei que estou salvo, e não posso mais acompanhá-lo.

Com isso devolvi a John o material sobre o mormonismo. John e eu continuamos amigos. Ele me visitou várias vezes com líderes mórmons tentando reconquistar-me. Fiquei tocado pelo seu interesse óbvio, com seu cuidado.

Mas eu sabia que jamais estaria entre os que a Bíblia diz “aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade” (veja 2 Timóteo 3:7).

Uma vez que a pessoa verdadeiramente encontra a Jesus, a procura termina. Eu havia lido a Bíblia e freqüentado a igreja toda a vida, mas não O havia encontrado. Orava diariamente, e em caminhadas longas nas noites de lua muitas vezes havia sentido a presença calorosa de Jesus. Cria que O amava, mas isto era diferente, mais rico e muito mais doce.

Antes a salvação era como amar alguém e ter uma certa comunhão antes do casamento, mas essa pessoa não lhe pertence nem você pertence a ela. Então, pelo simples ato do casamento você diz “Sim” e ela também o faz. Não há mágica nas palavras, mas, se for amor verdadeiro, suas vidas são mudadas para sempre. Ela lhe pertence e você pertence a ela. O que antes pensava ser amor não se pode comparar com o que agora você possui. Ao receber a salvação verdadeira, ao casar-se com Jesus é um ato que a Bíblia chama de conversão, você sabe a diferença. Antes eu era religioso, mas perdido. Agora estou salvo.

John jamais entendeu, embora tenha eu orado por ele e por ele chorado com verdadeira dor de coração.

Hoje, anos mais tarde, depois de passar milhares de horas em estudo bíblico, depois de ler centenas de livros escritos por mórmons e centenas de folhetos — tanto a favor como contra — desejo partilhar com outros corações famintos, no amor de Cristo e conforme Deus me der capacidade, o que Ele tem me mostrado.

Extraído do livro A ILUSÃO MÓRMON, F. Macelveen, Editora Vida

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