“Não se aparte da tua boca o livro desta lei; medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo o que nele está escrito. Então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido” (Josué 1.8)
A humanidade está às margens do século XXI, vivendo ou sobrevivendo com a adrenalina a mil por hora. As pessoas têm uma vida de qualidade precária, como consequência do corre-corre, das obrigações que as cercam, do estresse da vida moderna e eletrizante, dos traumas físicos e psicológicos, de decisões importantes e constantes a serem tomadas, da angústia e da ansiedade com o dia de amanhã, da instabilidade no emprego, do desemprego alarmante e das crises frequentes de depressão. As pessoas estão chegando ao limite da exaustão! O ser humano quer paz e tranquilidade!
Está pronta, então, a mente perfeita (o palco perfeito) para a meditação esotérica entrar em cena disfarçada de uma super-técnica milenar que reivindica ser capaz de devolver a harmonia de viver.
Ora, meu leitor pode estar pensando: A Bíblia endossa e incentiva a meditação. As palavras ‘medita(o)’ ou ‘meditarei’ ou ‘meditação’ aparecem dezessete vezes na Bíblia. Que há então de tão diferente entre os procedimentos recomendados pela meditação das religiões orientais e os do cristianismo? Ora, será que os evangélicos são contrários a meditação?
Bem, o que tencionamos com este artigo é diferenciar os dois tipos de meditação: a esotérica e a cristã, a fim de que a igreja de Cristo possa se posicionar entre a febre crescente de meditação esotérica que nos envolve e a meditação que é agradável ao Senhor.
MEDITAÇÃO ESOTÉRICA
A meditação esotérica é oriunda do Oriente, oriente que espiritualmente não orienta, e, sim, desorienta. A meditação esotérica faz parte do tripé do ocultismo (meditação – iluminação – reencarnação). As metodologias e os tipos de meditação mística são os mais diversos. O processo geralmente exige uma atitude correta, às vezes jejum de algumas horas, longos períodos de silêncio, relaxar o pensamento (inicialmente o praticante tem de esvaziar a mente).
Em seguida realiza uma visualização (imaginar estar em uma floresta, ou às margens de uma cachoeira, ou nas nuvens, ou em qualquer local que passe tranquilidade); muitas vezes, recitações de mantras (são sons aparentemente sem nenhum significado, mas que quase sempre são nomes de divindades hindus ou budistas), taquipnéia forçada, e por fim tentar se comunicar com um “ser” dentro do próprio praticante (chamam este “ser” de “Eu Superior”).
Sintetizando: A meditação oriental (esotérica) tem dois passos: o primeiro é esvaziar a mente da pessoa, e o segundo é direcionar esta mente vazia e desprotegida para a busca de um suposto “Eu Superior” introvertido. É a busca de uma suposta deidade interior; é o ser humano supostamente sentindo-se “um com deus”.
A meditação mística se apresenta como uma técnica para relaxar e se conhecer (realização de uma “gnose”); no entanto, na verdade, esse tipo de meditação coloca o praticante na boca do lobo espiritual; torna o praticante presa fácil para o predador Satanás; é colocar um pezinho nas profundidades das trevas; é cair em terreno movediço.
Analisaremos, de forma sucinta, apenas duas das mais populares técnicas de meditação mística:
Yoga
No glossário do livro A Nova Era: Um Passo Para a Manifestação do “Maitreya ” e da Prostituta Babilônia, afirmamos que para a maioria da ingênua população brasileira, a yoga é apenas uma forma de relaxar, tranquilizar, normalizar a pressão arterial e o colesterol, ficar com a musculatura torneada e abolir algum vício. No Brasil a yoga é praticada em academias de ginástica, spas, escolas e até em igrejas.
A palavra vem do indiano antigo (sânscrito) e literalmente significa “união com Brâman” (em inglês, Brahman). Brâman é o deus do Hinduísmo, caracterizado como uma força energética, impessoal, que habita em todas as criaturas vivas. Assim, os hindus acreditam que Brâman está dentro do rato, da vaca, do ser humano e de outros animais.
O exercício de yoga é praticado há quase cinco mil anos na índia, e não existe uma pessoa específica que possa ser identificada como seu criador. O adepto da yoga deve sentarse no chão, cruzar as pernas e colocar os ombros para trás (conhecida como a “posição da flor- de-lótus”), embora existam também outras posturas para praticar a yoga. Em seguida, o praticante deve iniciar uma meditação, cujo objetivo é libertar a “consciência de divindade” que existe dentro dele.
A yoga não é mencionada na Bíblia Sagrada, mas em compensação a hindu Bbagavad-Gitã dedica um capítulo todo à prática da yoga. Observe o que está por trás da yoga: “… a meta última da prática de yoga é ver o Senhor dentro de si, quem é consciente de Krsna (Krisna) já é o melhor dos yogis” “… praticar yoga, em especial a bhakti-yoga em consciência de Krsna, pode parecer uma tarei muito difícil. Mas se alguém seguir os princípios os com muita determinação, o Senhor certa mente ajudará, pois Deus ajuda a quem se ajuda”. “Servir a Krsna com sentidos purificados chama-se consciência de Krsna. Esta é a maneira de deixar os sentidos sob complete controle. Aliás, esta é a mais elevada perfeição da prática de yoga”.
Meditação Transcendental (MT) com entoação de mantra
Acreditamos que uma boa maneira de sentirmos o mundo tenebroso que há por trás desse tipo de meditação é lermos os testemunhos de dois ex-instrutores (Joan e Craig) de MT relatados no livro Occult Invasion, de Dave Hunt:
JOAN: A iniciação que cada um tem que passar é uma cerimônia de louvor hindu em honra a deuses hindus e mestres ascendidos, incluindo o próprio guru morto de Maharishi chamado Dev.
Como professora de MT me foi dito para mentir… dizer-lhes (aos iniciantes) que o mantra que nós tínhamos dado a eles era um som sem significado, a repetição do mantra os ajudaria a relaxar – no entanto, na verdade, era o nome de uma deidade hindu com poderes ocultos tremendos por trás dele.
Para os que realmente se envolveram com isso, a MT era como ter tomado uma espaçonave para outro estado de consciência… Eles eventualmente acreditariam… que eles poderiam se tornar Deus”.
“CRAIG: Eu estava profundamente envolvido em MT por vários anos antes de começar a reconhecer que tinha me associado a uma seita hindu. Àquela altura, no entanto, já estava muito comprometido… para retroceder…
Várias centenas de nós, de várias partes do mundo, estudaram por um mês com Maharishi na Europa para se tornarem professores de MT… e o efeito que isso teve foi às vezes muito tenebroso.
Alguns veriam espíritos grotescos sentados junto deles enquanto meditavam. Alguns foram atacados pelos espíritos. Outros [foram]… tomados por uma fúria cega, até com o impulso para cometer assassinato… Maharishi explicou que carmas ruins de vidas passadas estavam sendo trabalhados – uma parte necessária da nossa jornada para uma “consciência mais elevada”.
Eu finalmente alcancei a Unidade do Conhecimento… No entanto, o sentimento eufórico inicial de que eu “tinha conseguido”… em breve deu lugar ao pânico. Eu tinha perdido a habilidade de decidir o que era “real” e o que não era.
Maharishi me disse para parar de meditar. Gradualmente retornei ao semblante de normalidade – mas eu sofria de lapsos frequentes para dentro da Unidade do Conhecimento, muito parecido com um “flashback” de LSD.
Depois de retornar para os Estados Unidos, trabalhei na Universidade Internacional de Maharishi. Meu companheiro de quarto cometeu suicídio e fui confinado a uma instituição psiquiátrica”.
Muitos outros tipos de meditações esotéricas poderíamos descrever, mas o espaço deste artigo nos é limitado.
Meditação Crista
O Reverendo Bob Larson, no seu livro Larson’s New Book of Cults, afirma:
“A raiz da palavra meditação implica um processo ruminativo de uma digestão vagarosa das verdades de Deus. Isso envolve um pensamento concentrativo, dirigido, que medita nas leis, obras, preceitos, palavra e pessoa de Deus. ‘Medite nEle’ é a mensagem da Escritura. […] A meditação mística cultua o próprio ser como uma manifestação interior de Deus. A meditação bíblica estende-se ao exterior para um Deus transcendental que nos levanta acima da nossa natureza interna pecaminosa para comungar com Ele através do sangue do Seu Filho”.
Não interessa se a experiência mística vem através do uso de drogas, da prática de yoga, canalização, MT, mediunidade, hipnose, experiências de quase-morte, cromoterapia ou de qualquer outra metodologia. O processo de buscar orientação espiritual, não no Deus da Bíblia, mas em um “deus” (o “Eu Superior”) que alegam estar dentro de cada ser humano, é uma ilusão satânica. Temos diversos testemunhos de ex-esotéricos que afirmam ter tido contatos, durante a prática da meditação mística, com demônios disfarçados até de “Jesus Cristo”.
As duas maiores divergências entre a meditação esotérica e a cristã são:
A primeira, que a cristã não aceita esvaziar a mente (“a cessação do pensamento”). Mente vazia é alvo fácil para a possessão demoníaca. Não se esqueçam de que Jesus afirmou que um demônio, após ter saído de um homem, retornou para o mesmo homem, algum tempo depois, porque o homem continuava espiritualmente desabitado (Mateus 12:43 a 45).
A segunda divergência é que a meditação cristã é sempre direcionada a Deus, a Suas obras maravilhosas, aos Seus sábios preceitos e à Sua Palavra Sagrada, jamais direcionada a uma contemplação vazia de algum aspecto da natureza e tampouco direcionada à nossa própria intuição, pois o coração do homem enganoso é (Jeremias 17:9). “Quanto amo a tua lei! Nela medito o dia todo” (Salmos 119:97); “Na minha cama, lembro-me de ti; medito em ti nas vigílias da noite” (Salmos 63:6); “Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, pois medito nos teus estatutos” (Salmos 119:99); “Lembro- me dos dias antigos; medito em todos os teus feitos e considero a obra das tuas mãos” (Salmos 143:5).
CONCLUSÃO
De um lado, o objetivo final da meditação esotérica é o controle total das mentes dos praticantes por forças ocultas anticristãs. Do outro lado, o alvo da meditação cristã é o cultivo constante do relacionamento de amor e dependência do homem limitado com o seu único Deus – Maravilhoso, Criador, Onipresente, Onipotente, Onisciente e Ilimitado.
As pessoas estão cansadas mesmo exaustas; procuram tranquilidade de espírito e estão dando ouvidos para o canto da sereia esotérica. Fazer a opção pela meditação esotérica (da Nova Era) é satisfazer-se com ilusões. Cair na sedução da meditação oriental (esotérica) é andar por caminhos movediços que conduzem à morte eterna.
A opção espiritualmente correta é meditar na Palavra de Deus que conduzirá o humano ao único caminho para a vida eterna – Jesus Cristo. Estás cansado? Disse Jesus: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28).
Medita, pois, no Senhor! Amém!
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Dr. SAMUEL FERNANDES MAGALHÃES COSTA – REVISTA DEFESA DA FÉ – ANO 2 – N° 10