ONU aprova envio de mais 5.500 soldados ao Sudão do Sul
JUBA — O Conselho de Segurança da ONU aprovou o envio temporário de mais 5.500 soldados ao Sudão do Sul, aumento de quase 80% da tropa – atualmente de 7 mil capacetes azuis. A resolução adotada por unanimidade nesta terça-feira também vai aumentar o contingente policial internacional da ONU de 900 para 1.323. Para chegar aos novos números, o Conselho autorizou a transferência temporária de tropas e missões no Congo, Darfur, Abei, Costa do Marfim e Libéria. O Conselho condenou os combates e violência contra civis e comunidades étnicas que causaram centenas de mortes em todo o país, e denunciou violações dos direitos humanos por ambos os lados do conflito, que já deixou centenas de mortos e corre o risco de se tornar uma guerra civil. Depois de mais um dia de confrontos étnicos no Sudão do Sul, o governo retomou o controle de Bor, capital do estado de Jonglei e cidade estratégica.
No dia anterior, o Exército havia preparado uma grande ofensiva militar na cidade, a 200 quilômetros da capital, então nas mãos de dissidentes ligados ao ex-vice-presidente.
“Forças leais ao governo tomaram Bor e agora estão retirando todas as forças que restam lá” disse o presidente Salva Kiir, em seu escritório em Juba.
Mais cedo, uma vala comum contendo pelo menos 75 corpos foi encontrada no Sudão do Sul e duas outras valas já foram relatadas na capital Juba, segundo informações fornecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira.
Hoje, as Nações Unidas dão abrigo a 42 mil civis no Sudão do Sul e diz que não deixará o país, apesar de a situação estar se deteriorando. Pelo menos 17 mil pessoas, entre elas 3.000 estrangeiros, estão refugiados numa base da organização na cidade de Bor.
Mais de cinco mil soldados a serem deslocados
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta segunda-feira ao Conselho de Segurança da ONU sinal verde para enviar mais 5.500 capacetes azuis para a missão no Sudão do Sul (Unamis, na sigla em inglês). O pedido foi feito numa carta e, Ban teria solicitado a transferência de soldados de outras missões de paz africanas, como Congo, Darfur, Abyei, Costa do Marfim e Libéria para o mais novo país do mundo, à beira da guerra civil. Uma resolução aprovando o pedido deve ser votada ainda nesta terça-feira.
Hoje, as Nações Unidas têm 6.800 soldados e cerca de 700 policiais no país, mas a violência força a convocação de um reforço: a ONU está dando abrigo a 42 mil civis no Sudão do Sul e diz que não deixará o país, apesar de a situação estar se deteriorando. Pelo menos 17 mil pessoas, entre elas 3.000 estrangeiros, estão refugiados numa base da organização na cidade de Bor.
O Sudão do Sul é cenário de intensos combates desde que Salva Kiir acusou seu ex-vice-presidente, a quem destituiu em julho, de tentativa de golpe de Estado há uma semana. Machar desmente categoricamente e acusa Kiir de querer eliminar seus rivais, numa disputa que tem um agravante: o presidente é da tribo Dinka, majoritária, e o ex-vice, da tribo Nuer – o que dá um perigoso elemento étnico à crise. Centenas de pessoas já morreram e milhares estão deslocadas pelos confrontos.
Extraído do site do OGlobo em 24/12/2013