K. Hagin, o porta-voz da Confissão Positiva

Kenneth Hagin nasceu em McKinney, no Estado do Texas, Estados Unidos, no dia 20 de agosto de 1917. Hagin nasceu com sério problema de coração e por este motivo os médicos o desenganaram. Teve uma infância difícil e emocionalmente turbulenta. Aos seis anos de idade seu pai abandonou sua mãe, o que a levou a ter tendências suicidas. Aos nove passou a viver com o avô. Pouco antes de completar 16 anos de idade, a condição física de Hagin piorou, deixando-o confinado a uma cama.

Duas experiências afetariam toda a sua vida e ministério. A primeira foi Hagin ter sido “levado ao inferno”, onde viu e sentiu coisas que o deixariam perplexo, tais como trevas que o impediam de enxergar até mesmo a sua mão a uma distância de três centímetros dos seus olhos e um calor que, quanto mais ele descia, mais forte ficava. Hagin desceria outras duas vezes “ao inferno” para ali contemplar os seus horrores, sendo assim levado a tomar uma decisão quanto a sua vida espiritual. Depois da terceira “visita ao inferno”, Hagin aceitou a Cristo como seu Salvador.

A segunda experiência veio através da leitura de uma passagem das Escrituras, mais precisamente Marcos 11:23,24: “Porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar; e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele. Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco”.

A revelação desta passagem foi dada a Hagin em duas partes. A primeira começa no primeiro dia do ano de 1934. O avô de Hagin possuía várias casas de aluguel na cidade e decidiu mudar-se para uma delas. Houve toda uma preparação, mudando primeiro os móveis e deixando as coisas do quarto de Hagin por último. Finalmente a ambulância chegou para levar Hagin. Enquanto ele estava na ambulância, um dos atendentes perguntou-lhe se gostaria de ver algumas coisas na cidade, o que muito o alegrou. Depois de ver diferentes lojas e partes da cidade, chegaram finalmente ao fórum localizado no centro da praça. Hagin relata:

Nunca esquecerei aquele momento enquanto viver. Naquele instante algo me disse: “Você nunca pensou que poderia ver estes prédios novamente. E não poderia mesmo, se não fosse pela gentileza do homem que o está levando”. Então me lembrei do versículo em Marcos 11:24 (…) e recordei o versículo anterior a ele (…) Aí está o princípio da fé: Creia no seu coração, diga-o com sua boca, “e assim será convosco”. Quando disse isto na ambulância naquele dia, lágrimas rolaram pela minha face. Não entendia tudo o que eu sei agora. Eu tinha apenas um pequeno raio de luz. Era como uma pequena luz chegando através de uma brecha na porta, mas aquilo foi o ponto de partida para mim — primeiro de janeiro de 1934, por volta das duas horas da tarde.

Hagin continua contando que janeiro e fevereiro passaram e ele ainda permanecia na cama. Depois março, abril, maio, junho e julho também passaram. O diabo poderia ter dito que não estava funcionando, mas ele continuava firme na sua confissão e recusava desistir apesar da cura não se concretizar. Finalmente, outra parte da revelação de Marcos 11:23, 24 aconteceria na segunda semana de agosto de 1934.

Veja como foi:

Terça-feira eu orei nas primeiras horas da manhã. No horário de costume, minha mãe veio e me ajudou com o banho. Eram mais ou menos 8h30 quando ela saiu do quarto; eu continuava a orar. Eu já estava lutando com este versículo de Marcos 11:24 por um bom tempo, mas não ficava nada melhor. Neste momento eu vi exatamente o que aquele versículo significava. Até então, ficara esperando até estar realmente curado. Olhava para o meu corpo e testava as batidas do coração para ver se eu já tinha sido curado. Mas percebi que o versículo afirma que é preciso crer quando oramos. O ter vem depois do crer. Eu estava invertendo. Tentava primeiro ter e então crer em segundo lugar. E isto é o que a maioria das pessoas fazem.

Já sei, já sei, disse com alegria. Já sei o que eu tenho de fazer, Senhor. Tenho de crer que meu coração está bem enquanto ainda estou deitado aqui nesta cama e enquanto meu coração não está batendo direito. Tenho de crer que minha paralisia já se foi enquanto ainda estou deitado e incapacitado.

Por uns dez minutos Hagin louvou a Deus, levantando as mãos aos céus e agradecendo pela cura apesar de não haver qualquer evidência. Logo em seguida o Espírito Santo falou-lhe: “Você crê que está curado. Se você está curado, então deveria se levantar e sair da cama”.13 Segurando-se na beira da cama, Hagin levantou-se e sentiu o quarto todo girando. Considerou isto normal, pois, afinal, havia ficado na cama por um período de 16 meses. Fechou os olhos e ficou ali parado por alguns minutos. Finalmente abriu os olhos e não sentiu mais o quarto girar. Começou a sentir as pernas novamente. Determinado a andar, deu um passo. Depois, mais um passo. E então, apoiando-se nos móveis, conseguiu dar uma volta ao redor do quarto. Não disse nada a ninguém. Na manhã seguinte, caminhou pelo quarto outra vez. À noite, pediu à mãe que lhe trouxesse roupa, pois pretendia juntar-se à família para o café da manhã do dia seguinte. Claro que ela ficou surpresa. No outro dia pela manhã, lá estava Hagin sentado à mesa e tomando café com sua família.

Hagin logo começou seu ministério como um jovem pregador batista (1934-1937) e pastoreou uma igreja da comunidade onde morava. Durante o seu primeiro ano de pastorado, gastou quatro pares de sapatos de tanto andar para pregar. Devido à sua crença em cura divina, começou a associar-se com os pentecostais. Em 1937, recebeu o batismo com Espírito Santo e falou em línguas. Neste mesmo ano foi licenciado como ministro da Assembléia de Deus (1937-1949) e pastoreou várias igrejas dessa denominação no Estado do Texas. Depois disso, começou a envolver-se com vários pregadores independentes de cura divina, tais como William Branham, Oral Roberts, T. L. Osborn e outros e fundou, em 1962, o seu próprio ministério.

Visões

As visões tornaram-se parte importante do ministério de Kenneth Hagin. Um exemplo das várias que ele já teve:

Em 1952, o Senhor Jesus Cristo me apareceu numa visão e falou comigo por mais ou menos uma hora e meia sobre o diabo, demônios e possessão demoníaca. No final daquela visão, um espírito maligno que parecia um macaquinho ou um duende correu entre mim e Jesus, espalhando alguma coisa parecida com fumaça ou nuvem escura.

Então este demônio começou a pular, gritando com uma voz estridente: “Iaqueti-iac, iaqueti-iac, iaqueti-iac”. Eu não podia ver Jesus, nem entender o que Ele dizia. (Durante todo o tempo dessa experiência, Jesus estava me ensinando alguma coisa. E, se prestar atenção, você encontrará resposta aqui para muitas coisas que o têm perturbado.)

Não podia compreender por que Jesus permitia ao demônio fazer tanta algazarra. Fiquei imaginando a razão por que Jesus não repreendeu o demônio para que eu pudesse ouvir o que Ele falava. Esperei algum tempo, mas Jesus não tomou nenhuma iniciativa com relação ao demônio; Jesus ainda estava falando mas eu não podia entender uma palavra sequer do que dizia e eu precisava ouvir, porque Ele dava instruções referentes ao diabo, demônios e como exercer autoridade.

Pensei comigo mesmo: “Será que o Senhor não sabe que não estou ouvindo o que Ele quer que eu ouça? Preciso ouvir isto. Estou perdendo!” Quase entrei em pânico. Fiquei tão desesperado que gritei: “No nome de Jesus, espírito tolo, te ordeno que pares!” No mesmo instante que disse isso, o demoniozinho caiu no chão como um saco de feijão e a nuvem negra desapareceu. O demônio ficou ali no chão tremendo, choramingando e gemendo como um cachorrinho acossado. Nem olhava para mim. “Não somente cales a boca, mas sai daqui em nome de Jesus!” ordenei. Ele foi embora correndo.

O Senhor sabia exatamente o que se passava em minha mente. Eu estava pensando: Por que Ele não fez nada? Por que permitiu isso? Jesus me olhou e disse: “Se você não tivesse tomado uma atitude a respeito, eu não poderia fazê-lo”.

Ao ouvir isso tomei um verdadeiro choque — fiquei pasmo. Respondi: “Senhor, acho que não O ouvi direito! O que o Senhor disse é que não o faria, não foi?” Ele respondeu: “Não, se você não tivesse tomado nenhuma atitude, eu também não poderia fazê-lo”. Repeti tudo por quatro vezes. Ele era enfático ao dizer: “Não, não disse que não faria, disse que não poderia fazê-lo”.”

Observe bem as palavras de Hagin. Não é que Jesus não quis, é que ele não pôde. Como entender que Jesus não pôde expulsar o demônio à luz de Mateus 28:18: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”? Veja ainda Marcos 16:17 e 1 João 3:8 que claramente indicam o contrário do que Hagin comenta em sua visão. O pior de tudo é que qualquer pessoa que ler o relato de Hagin acima concluirá facilmente que ele alega ter mais poder sobre os demônios do que o próprio Jesus.

Impacto

O ministério de Kenneth Hagin é hoje um dos maiores do mundo e sua influência tem se espalhado por muitas partes do globo. Em 1966, Hagin estabeleceu o centro de suas atividades na cidade de Tulsa, em Oklahoma. Em 1974, iniciou a Escola Bíblica por Correspondência Rhema e o Centro de Treinamento Bíblico Rhema em Tulsa. Esta escola já formou cerca de 6.600 alunos. A revista Word of Faith (Palavra da Fé) do movimento é enviada para 190 mil lares mensalmente e calcula-se que cerca de 20 mil fitas cassete de estudos são distribuídas a cada mês. Já foram vendidos cerca de 33 milhões de cópias de seus 126 livros e panfletos. Os bens da organização estão avaliados em 20 milhões de dólares.

Depois que se formam na Escola Rhema, os alunos espalham-se por diferentes partes do mundo, levando em sua bagagem os ensinos de uma fé triunfalista e de um evangelho certamente controvertido.

Extraído do Livro “Super Crentes”.

Sair da versão mobile