João Santolin: ex-homossexual

Ninguém pode negar que nesse fim de século o mundo tem vivido uma conspiração universal a favor do homossexualismo. Toda a mídia (escrita, falada, televisada) tem se aberto para discussões acerca dessa polêmica questão.

Os grupos de militância gay vivem brigando publicamente contra o preconceito que os atinge. Eles exigem da sociedade mais respeito e privacidade pela escolha que fizeram, mas pouco respeitam a privacidade dos homossexuais que não querem assumir seu estilo de vida publicamente – principalmente artistas e pessoas públicas
No Brasil isso está simplesmente começando, enquanto nos EUA essa prática já é rotina. Vários astros de Hollywood são pressionados a “sair do armário” (assumir sua homossexualidade) – alguns dos quais acusados injustamente. Algumas biografias não autorizadas também são usadas para este fim. Essa estratégia objetiva mostrar ao mundo que uma pessoa bem sucedida intelectual e profissionalmente pode viver sua homossexualidade de uma forma “muito bem resolvida”. Isso estimularia pessoas comuns a seguirem o exemplo de seus ídolos.

Enquanto isso, os gastos com o flagelo da AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis aumentam vertiginosamente em todo o mundo. E a lista das vidas ceifadas também.

A igreja do Senhor Jesus Cristo não pode se calar diante de tamanho desafio. Os servos de Deus foram chamados para ter voz profética e falar de salvação, libertação e transformação: “para edificares e plantares”. Mas também foram chamados para falar de juízo: “para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares”(Jr 1:10). Temos o dever de mostrar o caminho da restauração aos que desejam arrependimento, mas também o das terríveis conseqüências físicas, emocionais e espirituais para os que insistem em amar o pecado.

Motivado por esses fatos, resolvi compartilhar o meu testemunho. Certamente ele servirá para que pessoas que vivem o que eu vivi tenham uma nova esperança e queiram a graça de Deus transformando suas vidas diariamente.

Meu nome é João Luiz Santolin e tenho 37 anos. Sou o quinto dos seis filhos que meus pais tiveram. Minha infância foi marcada por muitas dificuldades financeiras num subúrbio do Rio. Nessa época eu ia sempre assistir televisão na casa de um colega vizinho, pois a nossa velha TV vivia com defeito.

Desde cedo percebi que meu pai era muito agressivo com a família. Ele era muito trabalhador, mas bebia diariamente e criava grandes confusões dentro de casa. Ele sempre nos agredia com palavras ou fisicamente. Minha mãe era um dos seus maiores alvos. O amor que eu sentia por ele na infância transformou-se em repugnância na adolescência. Eu não suportava nem mesmo ouvir sua voz.

Um dia, ao chegar da escola, fui brincar em um matagal que rodeava minha casa. Tive uma experiência que me marcaria pelo resto da vida. Ao entrar no mato vi muitas borboletas que sobrevoavam minha cabeça. Peguei uma pequena tábua e comecei a matá-las. Eu queria como que extravasar algo de dentro de mim. Talvez fosse uma revolta inconsciente por tudo que sofria.

Enquanto olhava para o chão e via um tapete de borboletas mortas aos meus pés, “desceu” uma voz, que me fez tremer na alma, dizendo: “Pára de destruir o que eu criei! Você não tem esse direito”. Quase desfalecido de susto, larguei a tábua e corri, tentando me esconder. De uma coisa eu tinha certeza: aquela voz era a voz de Deus. Ela não tinha atingido meus tímpanos, mas meu espírito.

Um dia, enquanto assistia televisão com o pai de um amigo, ele tirou a roupa e fez com que eu acariciasse seu corpo. Eu tinha cerca de sete anos nessa época e não consegui perceber a malícia do que ele fazia. Passei a ser alvo de um processo de sedução dele e de seu cunhado que, inclusive, tentou me violentar. Eu sentia um misto de curiosidade, prazer, medo e culpa.

Assim, em pouco tempo, em função da atenção que eles de me davam e da ausência afetiva do meu pai, passei a manter um vínculo afetivo e emocional com eles.

Ainda nessa época eu peguei uma das chupetas de um despacho de macumba para “brincar” carnaval. Eu estava de mãos dadas com minha mãe quando chegou um homem todo de preto que me agarrou dizendo que ia me levar embora com ele. Fiquei desesperado e chorei convulsivamente. Alguns minutos depois, ao ver o meu estado de choque, ele deu várias gargalhadas, acariciou minha cabeça e disse que tudo era brincadeira.

Nunca entendi o por quê mas, como estava começando a ler e escrever, acordei no outro dia tentando escrever na parede que estava sentindo uma saudade profunda dele. Não lembro muito bem, mas acredito que foi assim que comecei a me apaixonar por pessoas do mesmo sexo.

Na adolescência, a primeira imagem que me veio à mente quando descobri a masturbação foi a das seduções homossexuais. Mais uma vez o prazer e o medo se cruzavam. Isso me levou a buscar refúgio na religião.

O conflito aumentava na mesma proporção em que meu aspecto masculino diminuía. Comecei a ter uma aparência bastante feminina. Alguns homens nas ruas do bairro diziam não acreditar que eu era um menino e apalpavam meu corpo – muitas vezes com intenções eróticas. A essa altura, o apelido mais simples que eu tinha era “bicha” e o convite mais comum era para transar com os colegas e homens casados do bairro. Apesar do desejo e da curiosidade que explodiam dentro de mim, consegui me dominar e não me envolver com aquelas pessoas.

Aos 14 anos comecei a trabalhar e ter mais liberdade. Meu local predileto de diversão – e inquietação interior – passou a ser os cinemas “poeirinhas”, onde assistia a toda sorte de filmes pornográficos. Ali os homossexuais jovens eram alvo de todo tipo de carícias dos mais velhos(homens de meia idade e velhinhos de até 70 ou 80 anos que mendigavam um pouco de atenção sexual).

Pouco tempo depois, cansado de cinemas e outros “points” gays, resolvi aceitar os convites e parti para o ato sexual em si. Não tinha mais forças para lutar contra essa tendência.

Aos 17 anos comecei a cantar na noite. Foi nessa época que descobri que um certo cantor, que sempre via na TV, era gay. Consegui seu telefone e em pouco tempo já estava num enorme apartamento da zona sul do Rio tendo um relacionamento homossexual com ele.

Três meses antes, no entanto, um colega de trabalho havia pregado o evangelho para mim. Ele dizia que Jesus Cristo ia voltar para arrebatar (levar para o céu) os que obedeciam a sua palavra e não viviam praticando o pecado.

Eu nunca tinha ouvido aquilo nas missas, mas descobri que estava na Bíblia. Senti-me profundamente tocado com a história do arrebatamento da igreja. Eu sabia que não “subiria” se continuasse daquela forma. Mas, mesmo com esse temor no coração e crendo nessa verdade, eu “não tinha tempo” para aceitar os convites do colega e assistir a um culto evangélico.

No dia 31 de dezembro de 1982 eu estava literalmente me relacionando com aquele cantor quando ouvi a mesma voz que falou comigo quando eu tinha sete anos: “Eu não te criei para viver assim! Você precisa se arrepender!” Tive vontade de cair de joelhos naquele momento, chorar muito e pedir perdão a Deus. Mas não tive coragem.

Comecei a me render a Deus e, para que eu não tivesse dúvidas, três meses depois Ele me deu um sonho (que mais pareceu um êxtase) onde eu vi o arrebatamento da igreja acontecendo. O mundo havia virado um caos. Tudo estava em ruínas pelos ares e a atmosfera era impregnada de angústia, dor e ranger de dentes. Acordei assombrado e maravilhado com a revelação e o Senhor me disse que estava confirmando a palavra que seu servo pregara para mim. Foi assim que entreguei a minha vida a Cristo e comecei a ter força para mudar.

No início não foi fácil. A pior luta é a que se trava consigo mesmo. Era a luta contra aquela velha natureza que teimava em permanecer dentro de mim. Mas eu descobri na Palavra de Deus um versículo fundamental para a libertação do ser e a cura da alma: “O que encobre as sua transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia”. (Pv.28:13).

Foi essa palavra que me fez ter coragem de abrir meu coração e contar a um pastor de confiança toda a minha história. Ele me ouviu com muito respeito e começou a me aconselhar e orar comigo nos momentos de maior crise, quando as tentações, as lembranças e os conflitos vinham. Deus o usou para me mostrar que realmente poderia ser liberto do homossexualismo. Louvado seja Deus! Ele é real! Aleluia!

Comecei a entender que toda aquela amargura e falta de perdão que carregava por meu pai e pelos que me seduziram tinha que ser desarraigada do meu peito. Ajoelhei-me, pedi forças a Deus, e o Espírito Santo me ensinou a perdoar.

O perdão traz cura e libertação. Comecei a me sentir mais gente, ter força para estudar, trabalhar e vencer na vida. Os assédios, as tentações, orgulho e egoísmo, as deformidades da alma são vencidos diariamente pela graça de Deus. É “como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” (Pv 4:18) Só Jesus Cristo pode nos ajudar diariamente a viver com pureza e santidade nesse mundo que virou uma aldeia lasciva.

Hoje, 19 anos depois, sou muitíssimo grato a Deus por tudo o que tem feito em minha vida e família. Minha mãe , inflexivelmente católica, rendeu-se a Cristo. Meu pai foi liberto da bebida, do cigarro, entregou a sua vida a Jesus também. Quase todos os meus irmãos já tiveram um encontro real com Deus. Minha família não vive mais em confusões e conflitos, mas em paz.

Querido leitor, depois de abrir meu coração com tanta sinceridade, eu só posso afirmar que Deus o ama muito! Ele quer fazer milagres diariamente em sua vida. O que Ele pede? O seu coração, a sua vida, o seu ser. Por mais difícil que seja o seu problema, Deus é maior e é também especialista em impossíveis.

Há algum tempo ouvi uma frase que permanece em meu coração: “Não diga a Deus o tamanho do seu problema; diga ao seu problema o tamanho de Deus.” Entregue sua vida a Ele e você verá um milagre acontecer. Peça ao Pai que coloque em sua vida pessoas sinceras que possam ajudá-lo. Que Ele te abençoe em Jesus Cristo!


Fonte: Moses

Sair da versão mobile