E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.
João 10.28,29
Há três argumentos encontrados nestes versos: o primeiro, as palavras “vida eterna;” o segundo, as palavras “nunca hão de perecer;” o terceiro, “ninguém as arrebatará da minha mão.”
Vamos examinar estes argumentos e ver se eles afirmam uma verdade que contradiz a idéia que é possível a um cristão alguma vez perder-se novamente.
Vamos considerar o primeiro. Deve ser admitido que a vida eterna pode ser possuída somente no sentido de pontencialidade. O crente certamente não possui eternidade. Alguns têm ensinado que não há passado nem futuro com Deus, mas ninguém jamais tem dito isto a respeito do crente. A vida eterna do crente está no Filho, como é ensinado em 1Jo 5.11, “Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho.” Esta vida é do crente por identificação com Cristo. Quebrando esta identificação (Jo 15.2, 6), ele será separado desta vida eterna, todavia isto não altera o fato de que ele a tenha possuído. Deve ser apontado que Adão possuía a potencialidade para a vida eterna antes de cair, mas ele a perdeu com a queda. É visto então que a perda da salvação não contradiz as palavras “vida eterna.”
O segundo argumento é baseado em “nunca hão de perecer.” Jo 3.36 ensina que o oposto é verdadeiro dos incrédulos quando diz, “Aquele que não crê no Filho não verá a vida.” Ninguém diz que, visto que é dito do incrédulo que ele não verá a vida que ele está permanentemente preso, sem esperança, nessa situação. É um fato que, como incrédulo, ele não verá a vida, mas se ele se tornar crente, ele verá a vida.
Agora, se as palavras “não verá a vida,” que descrevem o incrédulo, não são contraditadas quando o incrédulo se torna crente e vê a vida, onde está a contradição quando se diz que um crente “nunca há de perecer,” mas tornando-se incrédulo ele perecerá? O fato é que um crente, contanto que permaneça crente, “nunca há de perecer.”
O terceiro argumento é baseado na afirmação, “Ninguém as arrebatará da minha mão.” O próximo verso acrescenta um pensamento semelhante sobre a mão do Pai. O ensino é simplesmente este: A relação do crente com Deus é uma relação pessoal entre ele e Deus. Ainda que todos os poderes do universo combinem contra o crente, eles não podem retirar o crente de Deus. Alguns acrescentariam, “Nem pode o crente retirar-se do corpo de Cristo.” Sim, isso é verdadeiro. Mas, é também verdadeiro que ele não podia ter-se colocado dentro do corpo de Cristo. Entretanto, por sua fé em Cristo, o Espírito Santo colocou o crente no corpo de Cristo (1Co 12.13). Se o crente renuncia sua fé, Deus irá tirá-lo (Jo 15.2, 6). Não há nenhuma contradição entre as afirmações “Ninguém pode tirar-nos de Cristo” e a afirmação “Deus Pai tira as pessoas de Cristo que se tornam incrédulas.”
Autor: Leroy Forlines – Tradução: Paulo Cesar Antunes
Extraído do site http://www.arminianismo.com/ em 08/08/2015