Jihad: A guerra contra os infiéis

O professor Silas Toste é um dos estudiosos que tem se empenhado pela pesquisa do islamismo no Brasil. Já escreveu várias obras tratando da temática dando refutações teológicas as argumentações religiosas feita por teóricos muçulmanos. Uma dessas obras é o livro “Jihad: E o reino de Deus” produzido pela editora Ágape, edição de 2002. Nessa obra ele mostra a cosmovisão maometana envolvendo a problemática do jihad e da questão da violência religiosa do Alcorão:

“Entre as várias concepções de Jihad, há a versão defensiva e a agressiva. Espera-se que Jihad agressivo com o uso de luta armada na causa de Alá liberte o homem e implante o reino de Deus na terra. Isto se dá por meio do estabelecimento de um governo islâmico regido pela xaria. Governo de Alá, ou governo islâmico sob esta legislação, é entendido como reino de Deus na terra. Neste tipo de Jihad, os muçulmanos estão preparados para abrir mão de tudo, assim como da própria vida, do parentesco e da nacionalidade. E o Jihad defensivo se refere a defesa da própria vida, do parentesco e defesa própria, só há o uso da violência se forem agredidos… A ideia como algo mais complexo já era presente desde os dias de Mohammad. Segundo o Hadith Tasharraf, Parte 1, Pg. 70: Um grupo de soldados foram até o Santo Profeta (vindo de uma batalha). Ele disse: Bem-vindos, vós viestes do Jihad menor para o maior. Alguém perguntou ‘que o jihad maior?’ Ele disse: O esforço de um servo contra seus baixos desejos. Percebemos então que já naquela época havia uma noção de pelo menos dois tipos de jihad. O jihad maior era a luta contra a impurezas pessoais, enquanto que jihad como luta armada, era o menor” (Pg 8 e 18). As guerras islâmicas foram ofensivas que moveu os islâmicos da Península Árabe para a Espanha até a Índia. Não há como negar as guerras expansionistas do islã contra os infiéis.

O Professor Silas mostra que dentro do arcabouço religioso islâmico existe a teoria doutrinária do Jihad Agressivo: “… interpreta-se os versos do Alcorão que ordenam matar os incrédulos e idólatras – suratas 9.5; 9.29; 8.39 – como jihad agressivo em prol destas motivações… Jihad para expansão do Islã provem do conceito por meio do qual o mundo está dividido em duas áreas: a islâmica, Casa do Islã, Dar al-Islam; e a não-islâmica, Casa da Guerra, Dar al-Harb. Isto implica em guerra perpétua até que a área não-islâmica esteja sob o domínio do Islã, tornando-se Dar al-Islam. Neste caso, o Islã almeja o domínio territorial e politico…Na época do profeta Mohammad, os idólatras se convertiam ou morriam… Nos voltamos agora para as ideias de Qtub, o faremos resumidamente, como se encontram no livro Normas no Caminho do Islã. Qtub discorda totalmente dos que concebem Jihad defensivamente. Segundo ele, tal concepção foi desenvolvido por constrangimento, diante dos ataques dos orientalistas ocidentais. Os que compreendem a natureza desta religião – no sentido moderno- compreendem a imposição do movimento islâmico através da ação, tanto pelo uso da espada, como pelo uso da persuasão de ideias. Compreende de que aquilo não se tratava de uma ação defensiva no sentido estrito da palavra, do termo atual de guerra preventiva ou defensiva, como derrotados apresentam a luta no Islã, sob a pressão da situação atual de um lado e o pérfido ataque dos orientalistas contra o Islã do outro. O estudo profundo das circunstâncias que acarretaram essa situação não permite afirmar que a “defesa”, em seu sentido restrito, era a base do movimento islâmico, como querem admitir os derrotados perante a situação atual e ante o ataque dissimulado dos orientalistas. Os que possuem tendência a buscar vagas razões, necessárias para o desenvolvimento da expansão islâmica, não resistiram ao ataque dos orientalistas” (Pg. 42, 44 e 45).

Explica ainda: “Vemos que para Qtub então, jihad agressivo deve se empreendido para libertação do homem e implantação da Xaria. Assumindo-se com isto, que assim livra-se da idolatria, e leva o homem a adoração do único Deus, confirmação da unidade divina. Veja os itálicos na citação. Único Deus no Islamismo é a negação do Deus das Escrituras Bíblicas, pois no Islã Deus não é triuno. Para entendermos jihad ofensivo, na concepção deste destacado pensador islâmico. Precisamos compreender seu conceito de idolatria e função do Islã. Com isto em mente, ficará mais claro entender sua leitura histórica, mostrando como Mohammad passou de proclamador, para um guerreiro em autodefesa, e por fim, um guerreiro em jihad agressivo, com a intenção de remover a idolatria, libertando o homem. O alvo final é o estabelecimento do reino de Deus, que na concepção de Qtub, é um Estado Islâmico onde a Xaria esteja implementada na sua plenitude. Idolatria para Qtub, refere-se a submissão do homem ao homem, em vez de se submeter a Deus. Isto se dá por meio de obediência de leis desenvolvidas pelo homem. Subtende-se aqui, que o homem é idólatra por não estar submisso ao Único Deus, segundo a lei dada a Mohammad, a Xaria. Esta lei foi recebida pela revelação do Alcorão, e pelo exemplo de Mohammad, como preservado no Hadith: ‘Deve-se referir à palavra de Deus (o Alcorão) e o comportamento de seu Profeta (exemplo ou sunnah) para conhecer o que Deus quer’” (Pg. 46).

Em determinado momento ele mostra que mesmo países como a Inglaterra encontra-se perigosamente contendo grupos de grande envergadura extremista: “Qtub entende que as justificativas deste tipo de jihad para remoção da idolatria, encontra-se no Alcorão. São várias passagens alcorânicas que encorajam o combate contra os idólatras, tanto para defesa, como para libertação do homem, tais como: Surata 9.29-32; 8.38-40 e 4.77-76. O grupo islamita Al-Muhajiroun, que está sediado em Londres e é liderado por Omar Bakri, considerado representante de Osama Bin Laden no Ocidente, tem em um de seus membros, Shah Jalal Hussain, um exemplo claro disto. Hussain nasceu no Ocidente ao norte de Londres. Contudo, não considera a Inglaterra sua pátria, estando disposto a lutar contra a mesma na causa do Islã, tão logo, seja necessário. Declarou em entrevista ao jornal Daily Mail: ‘Não me considero britânico’, disse Hussain. ‘Sou um muçulmano, ocorreu de ter nascido e viver na Grã Bretanha. Este é somente um lugar onde vivo – nacionalidade não significa nada para os muçulmanos’. Na luta em favor do Islã contra liberdade e a democracia, como aceitos no Ocidente, Hussain está disposto enganchar-se até ao martírio: ‘Tornaria-me alegremente um mártir, indo ao paraíso por ter feito a vontade de Deus e por lutar contra os que nos atacam…, liberdade e democracia são mentiras’. Neste sentido, expressa o que é a convicção dos islamitas, que mártir é somente o que morre na causa de Alá, em jihad agressivo. ‘Só é considerado mártir aquele que morre nessa tarefa, e não quando morre em qualquer outra guerra’”. (Pg. 52 e 53)

Termina dizendo que: “Vimos que jihad etimologicamente significa esforço máximo, e com tal sentido, há exemplos no Alcorão e Hadith, incentivando os muçulmanos a serem perseverantes, praticantes de boas ações, divulgadores do Islã e assim por diante, pois não há limite para as muitas boas situações que alguém deve se esforçar, como afirmou M. Amir Ali. Além disto, há também a ideia de jihad contra os desejos impuros, bem difundida e aceita entre os sufistas. O sentido etimológico não pode contudo, ocultar o sentido de jihad como guerra”. (Pg. 114)

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