“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!” (Mt 23:37 ACF)
Aqui vemos que era vontade e desejo do Filho de Deus salvar Israel em toda a sua história e Ele enviou-lhe Seus profetas, mas Ele foi recusado. Cristo queria. Israel não queria. Sabendo que Cristo é Deus, isto nos ensina que a vontade de Deus poderá ser frustrada pela vontade do homem?
Arthur Pink diz: “Mas aquelas lágrimas manifestam um Deus desapontado? Não! De verdade! Ao invés, elas mostram um Homem perfeito” (“A Soberania de Deus” pág. 199).
Assim, de acordo com o calvinista, a afirmativa de Jesus em Mt 23:27 não ensina que a vontade de Deus foi a frustrada pela vontade do homem mas simplesmente expressa o lado humano da natureza compassiva de Jesus. Segundo Calvino, Deus não pode ser desapontado, porque isto significaria que Ele não é soberano (segundo a própria definição pré-determinada de Calvino), mas isto se esvai em face das Escrituras em literalmente milhares de passagens.
Dizer que Jesus estava falando, em Mt 23:27, como homem mas não como Deus, é ridículo e herético. Jesus disse a seus discípulos: “… Quem me vê a mim vê o Pai, …” (Jo 14:9 ACF). Em Mt 23:27 Jesus está falando como o eterno Filho de Deus, sim, como Deus Jeová, como o mesmo Deus que enviou os profetas a Israel em toda a sua carreira rebelde e que desejou dar-lhe Sua paz, mas ELES NÃO QUISERAM.
DEUS ESTENDEU SUA MÃO PARA ISRAEL, MAS ISRAEL O REJEITOU — “Mas para Israel diz: Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizentes.” (Rm 10:21 ACF)
“Estendi as minhas mãos o dia todo a um povo rebelde, que anda por caminho que não é bom, após os seus pensamentos;” (Is 65:2 ACF)
Aqui está o mesmo tipo de afirmativa que o Próprio Jesus fez em Mt 23:27. Vemos que Deus queria salvar Israel e continuamente tentou alcançá-los, mas eles resistiram à mensagem e à salvação de Deus, e as rejeitaram.
OS JUDEUS RESISTIRAM AO ESPÍRITO SANTO — “Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais.” (At 7:51 ACF)
Estevão acusa seus perseguidores judeus de resistirem ao Santo Espírito. Aqui, novamente vemos que o Santo Espírito luta com os homens e que eles resistiram deliberadamente. O calvinista responde a isso afirmando que a “escravidão da vontade” opera em via única, significando que os não salvos podem rejeitar a verdade mas não podem, por outro lado [mesmo se o quiserem fazer], receber a verdade. Segundo essa doutrina, só aos eleitos é dada a habilidade de crer no evangelho enquanto os não eleitos são deixados em sua condição Totalmente Depravada com sua vontade escravizada e incapaz de crer. Mas em local nenhum a Bíblia ensina isto. Ao invés, do início ao fim da Bíblia, de Caim até os que seguem o anticristo, os homens são chamados por Deus e se espera que respondam e obviamente estejam aptos a responder, e são condenados quando não o fazem. Que alguns respondem, e outros não respondem, à luz que Deus dá, não é porque somente alguns são pré-ordenados a responder.
FORAM OS JUDEUS, ELES MESMOS, QUE TROUXERAM A IRA DE DEUS SOBRE SI MESMOS — “14 Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que na Judéia estão em Jesus Cristo; porquanto também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que os judeus lhes fizeram a eles, 15 Os quais também mataram o Senhor Jesus e os seus próprios profetas, e nos têm perseguido; e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens, 16 E nos impedem de pregar aos gentios para que estes sejam salvos, a fim de encherem sempre a medida de seus pecados; mas a ira de Deus caiu sobre eles até ao fim.” (1Ts 2:14-16, tradução da KJV)
Segundo esta passagem, os judeus que mataram o Senhor Jesus e perseguiram os primeiros crentes não foram soberanamente reprovados para [assim, fazerem] sua má obra. [Ao contrário,] Eles completaram seus pecados e [por isso] trouxeram para si a ira de Deus por suas próprias ações.
Note também que Paulo diz que os judeus proibiram a pregação do evangelho aos gentios “para que estes sejam salvos”. Assim vemos que os gentios, a quem o evangelho poderia, de outra forma, ser pregado, poderiam ter sido salvos através daquela pregação.
David Cloud,
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