“Em muitas de nossas reuniões, efetivamente, vemos um quadro assombroso; uma verdadeira amostra do inferno. Se alguém chegar à igreja no momento em que as pessoas estão sendo libertas, poderá até pensar que está em um centro de macumba, e parece mesmo.” (Bispo Edir Macedo em seu livro “Orixás, Caboclos e Guias”, p. 108, ed. 2001).
Neste livro, não estou querendo arvorar o papel de juiz, mas apenas denunciar na esfera teológica, os equívocos e abusos cometidos pela Igreja Universal do Reino de Deus – IURD (Levíticos 5; I Coríntios 2.15). Isso é pelo fato de entendermos que a referida denominação, lamentavelmente, saiu da contextualização de “movimento contraditório” e passou à condição de seita pseudocristã.
O Centro Apologético Cristão de Pesquisas – CACP classificava a IURD como movimento contraditório devido à confissão de fé da denominação que, apesar das práticas heterodoxas, era semelhante às demais confissões evangélicas. Acontece que a IURD incorporou em suas práticas ritos católicos tais como: novenas, ramos, água benta, procissão… E, também, ritos das religiões afro-brasileiras, tais como: fita, rosa ungida, peixe orado, sabonete do descarrego, espada de São Jorge, enxofre, sal grosso, desmanche de trabalhos, invocação de espíritos da umbanda e candomblé (exu, pomba-gira, caboclo, guias, tranca-rua e outros)… Deixando claro que, realmente, a IURD é um sincretismo místico da cultura brasileira – é uma igreja 100% made in Brazil! E para piorar esse marasmo sincrético, a IURD conseguiu sobrepujar todos os movimentos heterodoxos incorporados, ou seja, ela ficou mais estereotipada do que tais facções. Afinal de contas, nenhum desses movimentos incorporados a ela defende abertamente a liberalização do aborto, por exemplo.Quando aponto a problemática em que se envolveu a IURD, alguns resolvem sair em sua defesa alegando o exponencial crescimento, tentando assim colocá-la como uma Igreja de Deus. Entretanto, será que toda a denominação religiosa que cresce é cristológica ou vive de acordo com os princípios bíblicos? E o que dizer dos centros espíritas de matizes africanas, eles são ajustados com a teologia protestante? E por que crescem tanto? E o Kardecismo, que tem se alastrado pelo mundo afora, é um movimento evangélico? E o que dizer do crescimento das religiões orientais como: islamismo, budismo e hinduísmo?
Podemos concluir que valer-se do ocorrido no caso do conselho de Gamaliel, para argumentar a favor de movimentos religiosos em ascensão, observando apenas o crescimento em números, está equivocado (Cf. At. 5). Nem tudo que prospera pode ser definido como sendo um movimento evangélico, bíblico e saudável.