Islamismo – Desafio à fé cristã

O islamismo é hoje a segunda religião em número de membros, estando à sua frente apenas o cristianismo. Seu livro sagrado, o Alcorão, é lido por fiéis em todos os continentes. Quais as suas principais objeções contra a fé cristã? Podem os cristãos responder com seriedade a tais questionamentos? Veremos no texto a seguir as respostas a algumas alegações islâmicas quanto à fé cristã.

A vida de Maomé

Quase exatamente 550 anos depois da morte e da ressurreição de nosso Senhor Jesus, um homem chamado Maomé nasceu na cidade de Meca, capital do comércio na Arábia.

Seu pai morreu antes que ele nascesse. Sua mãe faleceu quando ele tinha somente seis anos de idade. Primeiro foi o seu avô que cuidou dele e, depois da sua morte, um tio.

A maior parte do povo da Arábia era pagã. Acreditava em muitos deuses e os adorava especialmente num templo que chamavam “Kaaba” (palavra árabe para cubo). Neste templo guardava-se a imagem de um deus chamado “Hubal”, que fora levado de Moabe, uma terra ao leste de Israel, para lá. Era em Moabe que se adorava ao deus pagão ha-Baal (“há” significa “o”, em hebraico), acerca do qual Javé- Elohim, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de Israel, advertira tão freqüentemente no Antigo Testamento para que não o seguissem. (Nm 25:1-3; Lv 18:1-5; Jz 2:10-13; 1 Rs 18:16-40). Você pode perceber a semelhança entre os nomes Hubal e ha-Baal.

No Alcorão lemos acerca de Maomé: “Fui mandado adorar o Senhor desta Terra…” (Sura 27:91). É claro que todos os muçulmanos dirão que isso se refere à Alah e provavelmente têm razão, segundo o entendimento islâmico, mas, àquele tempo, Hubal era o Senhor de Meca. Além disso, Alah era um nome que se usava para um dos deuses da Árabia, que era conhecido como o pai das deusas Lat, Uzza e Manat, adoradas por muitos. Maomé repudiou esta idéia, assim como qualquer outra que fomentasse idolatria em seu pensamento.

Maomé tinha tanto medo da escuridão que, ao entrar numa sala ou num quarto, à noite, não se sentaria antes que ascendessem uma lâmpada para ele. Al-Vaqqidi, biógrafo muçulmano de Maomé e historiador do islamismo, acrescenta que ele tinha tanta aversão à forma da cruz, que quebrava tudo que se trazia para a sua casa e que tivesse essa figura. (The Life of Mohammad, de Sir William Muir, p. 200)

Quando Maomé tinha 25 anos de idade, casou-se com sua patroa, uma senhora já duas vezes viúva. Seu nome era Khadija. Aprendemos acerca de Maomé que ele era um homem quieto e de vida pura. Seu casamento com Khadija, que era 15 anos mais velha que ele, durou 25 anos e terminou com a morte da esposa. Parece que havia boa relação entre os dois. Tiveram vários filhos, porém o único menino faleceu quando ainda era criança, o que trouxe grande sofrimento para Maomé.

Aproximadamente dez anos antes da morte de sua esposa, Maomé começou a ouvir vozes, ter visões e sonhos. Freqüentemente saía da cidade e ia para uma caverna no monte de Hira, para lá meditar, às vezes, por vários dias.

Quando tinha quarenta anos, teve uma experiência extraordinária. Lá na caverna, recebeu a primeira revelação do que, mais tarde, se tornou “o livro santo” do Islã, o Alcorão (capítulo = Sura, versículo = Ayate). Maomé disse que recebeu as revelações do anjo Gabriel e que, a princípio, ficou muito atemorizado, mas depois recebeu mensagens durante de 22 ou 23 anos, até sua morte. Segundo a tradição islâmica, pelo menos no início, Maomé ficou preocupado porque espumava pela boca e rugia como camelo novo. Era como se sua alma fosse tirada do corpo, e ele, então, parecia embriagado.

Primeiro as mensagens diziam que há só um deus, que é Alah e que todos os ídolos deveriam ser destruídos. Muito foi revelado acerca do julgamento vindouro, sobre a necessidade de viver corretamente e a perspectiva da vida eterna no paraíso ou no inferno. Tanto o paraíso como também o inferno receberam uma descrição muito viva. Os que fossem ao Céu receberiam todo o bem: comida maravilhosa, frutas e vinho e “huris (virgens bonitas) de olhos grandes, semelhantes a pérolas em suas conchas”. No inferno nada haveria para refrescar ou agradar, e os que fossem para lá beberiam água fervente e pus em cima de frutas amargas. (Sura 56.1-56)

O sucesso da pregação de Maomé foi inicialmente pequeno. Sua esposa foi a primeira convertida, e ao longo dos anos cerca de mais duzentos moradores de Meca o seguiram. Em 622 d.C Maomé recebeu um convite para mudar-se para Medina, cerca de 250 km ao norte de Meca, a fim de servir como líder e árbitro nas questões existentes entre muçulmanos, pagãos e judeus que ali moravam. Somando isso à oposição que sua pregação ainda suscitava, ele emigrou para Medina. Essa fuga para Medina foi chamada de “Hégira” e tornou-se o início do calendário islâmico. Durante sua permanência em Medina, ele transformou-se, de um simples pregador revolucionário, em poderoso homem de guerra, e tornou-se polígamo também. Alguns sugerem que para poder sustentar sua família e seus seguidores Maomé em Medina instituiu a “guerra santa” (o Jihad) contra os infiéis, com o saque dos despojos e prisioneiros. “… matai os idólatras onde quer que os encontreis e capturai-os e cercai-os e usai da emboscada contra eles… Quando, no campo de batalha, enfrentardes os que descrêem, golpeai-os no pescoço… Combatei os que não crêem no último dia e não proíbem o que Deus e Seu Mensageiro proibiram… Até que paguem, humilhados, o tributo (Jyza, uma taxa especial para os que não eram muçulmanos)… E combatei-os até que não haja mais idolatria e que a religião pertença exclusivamente a Deus…” (Sura 9:5; 47:4; 9:29; 8:39). Os muçulmanos entendem que estas batalhas surgiram em função do fato de que estavam sendo atacados, porém há discussão entre os intelectuais sobre se este era realmente o caso.

Baseado neste princípio, o Islã dividiu o mundo em duas partes: o “Dhar-ul-Islam” e o “Dhar-ul-Harb”, isto é, o “território do Islã” e o “território de guerra”! A guerra santa não apenas tinha o objetivo de conquista de bens, mas também de conquistar os vencidos para o Islã. Hoje tal guerra já não se faz pela espada, mas pela aplicação de enormes somas de dinheiro dos países muçulmanos em países pobres, como forma de atraí-los ao Islã. A violência tem sido a característica, não da comunidade islâmica em geral, mas, sim, dos radicais.

Maomé faleceu em 632 A.D., mas não sem antes tomar a cidade de Meca. Ele aproximou- se da cidade com 10.000 guerreiros e o povo de Meca rendeu-se, sem resistência nenhuma. Maomé destruiu todos os ídolos, mas manteve como prática islâmica a peregrinação a Kaaba, em Meca, o que já era prática comum na Árabia, mesmo antes de o Islamismo ser implantado. Nos séculos seguintes a nova fé espalhou-se, seja pela espada, seja através do comércio, por todo o Oriente Médio, Norte da África, parte da Índia, Espanha, África Oriental e Ásia Central.

Essa nova religião pretendia ser a verdadeira depositária da mensagem do deus único, Alah, que foi entregue a judeus e cristãos, mas da qual eles tinham se afastado. Esta declara acreditar na Bíblia (Taurat = Lei, Zabur = Salmos, Injil = Evangelho), alegando que os textos existentes foram adulterados, apesar de não possuírem nenhum tipo de prova disso. Variação de manuscritos das Escrituras ou erros de tradução são maximizados pelos polêmicos muçulmanos, e uma interpretação literal é feita de passagens de linguagem figurada, como forma de justificar a reivindicação de que a Bíblia está corrompida.

Maomé considerou os ensinos do Novo Testamento acerca de Jesus, o Filho de Deus na Trindade, e Sua morte substitutiva na cruz como uma blasfêmia total. Obviamente ele presumiu que isso não era bíblico, mas, sim, um excesso, uma heresia: “… E os cristãos dizem: ‘O Messias é o filho de Deus’. Essas são suas asserções. Erram como erravam os descrentes antes deles. Que Deus os combata”. (Sura 9:30) São palavras fortes, mas cada muçulmano sente realmente assim acerca da fé cristã.

Os muçulmanos crêem que a Bíblia não é o texto original da Lei, dos Salmos e do Evangelho. Eles sustentam que judeus e cristãos corromperam e mudaram o original, acrescentando os ensinos sobre a divindade de Jesus e sua filiação divina, o conceito de Trindade, a crucificação e a doutrina de expiação. A maior parte da literatura muçulmana contra o cristianismo ataca violentamente os alicerces da nossa fé.

Será que devemos evitar falar sobre estas questões? Ou devemos tentar esclarecê-las? Se evitarmos falar sobre suas acusações, eles chegarão à conclusão de que os cristãos não têm nenhuma resposta às afirmações muçulmanas; por isso é necessário esclarecer exatamente o que cremos e por que cremos. A Bíblia apresenta uma maneira maravilhosa de fazer isso: “Antes santificai a Cristo, como Senhor, nos vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor, a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós.” (I Pedro 3:15)

Vamos aprender algumas lições importantes:

1. O que quer que falemos, qualquer que seja nosso comportamento, façamos tudo na presença de Cristo e sob seu senhorio!

2. Estamos preparados! Não debatemos pontos que não conhecemos. Nós nos informamos de antemão e respondemos inteligentemente, de modo sábio e convencedor. O estudo deste material é muito útil neste aspecto.

3. Respondemos a perguntas reais! Freqüentemente, ao compartilhar o Evangelho com muçulmanos, cristãos respondem às perguntas que pensam que eles têm. Tais perguntas são inúteis para os muçulmanos, porque eles pensam e raciocinam de maneira bem diferente.

4. Ao falarmos com muçulmanos, não nos aproximamos deles como cruzados, guerreiros, mas como testemunhas! Não lutamos com eles nem os intimidamos! O amor de Cristo nos guia. Não os forçamos, mas compartilhamos com eles, esclarecendo ponto por ponto o que os muçulmanos precisam conhecer e entender.

5. As informações aqui constantes sobre o Islã não são armas contra eles! São ferramentas para ajudar a entender o que é o Islã na sua essência. São úteis para ajudar o leitor, com mansidão e bondade, a demonstrar a um muçulmano a diferença que há entre uma vida segura do favor divino recebido através da morte de Cristo e da incerteza de alguém que não conhece ao Senhor.

Como responder às objeções muçulmanas

Considerando que a Bíblia contradiz o Alcorão, vice-versa, não podem ambos os livros originar-se da mesma fonte, a não ser que um deles ou ambos tenham sido manipulados pelo homem e mudados pelo homem.

É, portanto, nossa tarefa sentar-nos com os muçulmanos a fim de estabelecermos, juntos, a verdade. Não adianta querer insistir em estarmos certos porque a Bíblia é verdadeira, enquanto o muçulmano insiste em que o Alcorão foi inspirado e é verdadeiro. Por que cremos que a Bíblia é verdadeira? Por que o muçulmano crê que o Alcorão é verdadeiro?

Vamos primeiro ver os argumentos islâmicos:

a) “a Bíblia foi mudada e corrompida!”

As nossas respostas, em contrapeguntas, são estas:

1. Por que alguém mudaria a Bíblia, se nela está escrito que aqueles que acrescentam ou tiram dela alguma coisa sofrerão castigo eterno (Apocalipse 22:18 e19)?

2. Se alguém tivesse mudado a Bíblia, todos os outros que tivessem conhecimento dessa mudança se oporiam a isso. Nenhum homem pode mudar todas as Bíblias existentes ou partes dela.

3. O Alcorão afirma, em termos bem certos, que a Taurat, o Zabur e o Injil foram dados por Alah!

4. O Alcorão também afirma que ninguém consegue mudar as palavras de Alah (Sura 6:34). Se então o Taurat, o Zabur e o Injil são palavras de Alah, como alguém poderia conseguir mudá-las?

5. Quando foi a Bíblia mudada? Não poderia ser depois de Maomé, pois todos os manuscritos bíblicos são datados de antes dele. Não poderia ser antes, pois o Alcorão teria então acusado os cristãos ou os judeus por terem feito isso.

6. Quem mudou a Bíblia?

7. Como é que alguém pode crer que a Bíblia foi mudada, se não receber respostas satisfatórias a pelo menos algumas de nossas perguntas?

É possível que os muçulmanos digam que o Evangelho original é o “Evangelho de Barnabé”. Tal evangelho é forjado, datado do século quatorze, o que pode ser provado sem dificuldades.

Muçulmanos também podem argumentar que – conforme o Alcorão – o evangelho foi dado a Jesus, ( neste caso pensam que o evangelho é um livro revelado a Jesus) mas que os nossos evangelhos foram escritos por Mateus, Marcos, Lucas e João, por isso não podem ser originais. A Jesus, porém, nunca nenhum evangelho foi dado! Ele é o ponto central das Boas-Novas, do evangelho! Ele é o evangelho, e não um livro que lhe foi dado. Ele é o evangelho das boas-novas através do que Deus se revelou através dele aos homens.

Muçulmanos especialistas neste assunto aparecem com vários argumentos, questionando o texto bíblico; produzem literatura acerca disso.

b) “Jesus não é o filho de deus, nem é divino”

Devemos dizer que a crítica islâmica deste ensino bíblico fundamental é extremamente fraca. O Alcorão ataca a Trindade: “adeptos do Livro, não vos excedais em vossa religião, e não digais de Deus senão a verdade. O Messias, Jesus, o filho de Maria, nada mais era do que o Mensageiro de Deus e Sua palavra um sopro de Seu espírito que Ele fez descer sobre Maria. Acreditai, pois, em Deus e em Seus Mensageiros e não digais: ‘Trindade’. Abstende-vos disso. É melhor para vós. Deus é um Deus único. Glorificado seja! Teria um filho? Como! A Ele pertence tudo o que está nos céus e tudo o que está na terra. Basta-vos Deus por defensor.” (Sura 4.171)

“São descrentes aqueles que dizem que Deus é o Messias, o filho de Maria, quando o próprio Messias declarou: ‘filhos de Israel, adorai a Deus, meu Senhor e vosso Senhor’. Em verdade, quem atribuir associados a Deus, Deus lhe proibirá o Paraíso e lhe dará o Fogo por morada. Os iníquos não têm aliados. São descrentes aqueles que dizem que Deus é o terceiro de três. (…)” (Sura 5.72-73).

“Por que Deus teria tomado a Si um filho? Exaltado seja! Quando decreta algo, basta- lhe dizer: ‘Sê! ‘ para que seja.” (Sura 19:35)”.

Podemos ver claramente o entendimento estranho que Maomé tinha da Trindade. Para ele, era constituída por Alah, Maria e Jesus, e está implícito que Cristo nasceu duma relação física entre Alah e Maria. Não admire que Maomé rejeitou esta idéia. Nós também a rejeitamos!

É interessante, contudo, que na Sura 19 está implícito claramente que Alah é quem deu origem à gravidez de Maria, assim confirmando o papel de Deus como “pai”, embora diferente duma cópula física. que é Trindade?

O que queremos dizer quando falamos sobre nosso Deus triúno? Este conceito é tão impossível de analisar ou imaginar quanto o do próprio Deus. Tudo que sabemos de Deus percebemos através das coisas que Ele fez e está fazendo e também pelo que Ele revelou acerca de si mesmo nas Escrituras. Além disso, Deus revelou-se a si mesmo em Jesus Cristo: “… quem me vê a mim vê o Pai…” (João 14:9); “Eu e o Pai somos um.” (João 10:30)

A filiação divina de Jesus e a trindade de Deus são, mais que ensinadas explicitamente, verdades implícitas nas Escrituras: Jr 23:5, 6; Jr 33:15, 16; Is 7:14; Is 9:6; 63:7-10 ( a palavra salvador é tradução verbal do hebraico Jeshua, ou seja, Jesus!). A tradução verbal de Deuteronômio 6:4 também comprova isso. O texto diz: “… o Senhor, nosso Deus, é um (numa unidade plural).” O próprio nome de Deus (‘Elohim’) é uma forma plural, sublinhando a Trindade. Também nos Salmos 2:1-7 e 110:1 encontramos referências ao Filho de Deus. O Novo Testamento nada acrescenta à essência desses ensinos do Antigo Testamento, mas confirma estas afirmações acerca do Filho e da Trindade em passagens como Mateus 28:19 e II Coríntios 13:14; etc.

Deus é demasiadamente grande e diferente de nós para que O possamos compreender. Deveríamos, porém, crer no que Ele diz acerca de si mesmo.

O Alcorão ataca a divindade de Cristo

Devemos notar a alta consideração que o Senhor Jesus recebe no Alcorão:

Ele nasceu duma virgem (Sura 19:20)

Ele era santo e perfeito (Sura 19:19)

Ele é o Messias (Sura 4.171)

Ele é a Palavra de Deus (!) (Sura 4.171)

Ele é um espírito vindo de Deus (Sura 4.171)

Ele criou vida (Sura 5.110)

Ele curou os doentes (Sura 5:110)

Ele ressuscitou os mortos (Sura 5:110)

Ele veio com sinais claros (Sura 43:63)

Ele é um sinal para toda a humanidade (Sura 19:21; 21:91)

Ele é ilustre neste mundo e no além (Sura 3:45)

Ele foi levado ao Céu (onde continua a estar) (Sura 4:158)

Ele voltará para o julgamento (Sura 43:63)

Estas são treze afirmações acerca de Jesus Cristo. Poderíamos imaginar algum homem que jamais tenha vivido, exceto talvez Elias, que poderia verdadeiramente reivindicar para si mesmo pelo menos três destas qualidades? Somente a evidência destas afirmações faz de Jesus mais que um profeta. Estas treze qualidades obviamente dão a Ele uma posição divina.

Como já vimos, tanto o Alcorão como os muçulmanos rejeitam a divindade de Jesus completamente, mas a Bíblia proclama isso sem a mínima dúvida e com toda a evidência necessária. Vale à pena fazer um estudo disso: Jo 14:6; Cl 1:15-20; 1 Jo 5:20; Jo 10:25-33; Mt 26:63-64; Tt 2:11; Lc 7:48-50; Dn 7:13,14; Fp 2:5,6; Mt 14:32-33; At 20:27-28; Jo 1:10-12; Jo 5:21-27; Jo 20:26-29; Hb 1:1-4; II Co 4:4; Rm 9:4,5.

Baseados nestes textos bíblicos tente responder às perguntas seguintes:

1. O que de fato expressa o título “filho de Deus”? Quais são os poderes que este título tem?

2. Quando foi que Jesus começou a ser o Filho de Deus?

3. O título “Filho de Deus” realmente significa que Jesus é Deus?

4. Que significa afirmar que Jesus é a imagem de Deus?

Não é somente o Novo Testamento que ensina que Jesus é o Filho de Deus; mesmo o Antigo Testamento afirma isso claramente, profetizando acerca do Messias que viria: “Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e será o seu nome EMANUEL (Deus conosco).” (Isaías 7:14)

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu;… e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” (Isaías 9:6)

O Senhor tem as naturezas divina e humana em si mesmo. A sua aparência era totalmente humana. Ele tinha de comer, beber, dormir; sentiu dores, tristeza e mostrou alegria. Ele também sentiu a necessidade de orar, mas foi a sua divindade que o capacitou a alimentar cinco mil pessoas com cinco pães e dois peixes, a curar os leprosos, os aleijados, os paralíticos e os cegos, a ressuscitar os mortos, a acalmar a tempestade, a perdoar pecados, a andar sobre as águas e a ressuscitar dentre os mortos.

c. O Islã rejeita a crucificação de Jesus e a sua expiação

Talvez a resistência mais forte do Islã seja contra a crucificação e morte do nosso Senhor: “E por terem dito: ‘Matamos o Messias, Jesus, o filho de Maria, o Mensageiro de Deus’, quando, na realidade, não o mataram nem o crucificaram: imaginaram apenas tê-lo feito. E aqueles que disputam sobre ele estão na dúvida acerca de sua morte, pois não possuem conhecimento certo, mas apenas conjecturas. Certamente, não o mataram.” (Sura 4:157)

“O Messias, o filho de Maria, nada mais é do que um Mensageiro, (…) ‘Adorareis, em vez de Deus, quem não vos pode nem prejudicar nem beneficiar?’.” (Sura 5:78-79)

Em muitos livros, panfletos, folhetos, cassetes e vídeos islâmicos, (alguns deles antigos e outros recentes) esta afirmação é fortalecida aparentemente como se fosse com base nas Escrituras. Alguns muçulmanos dizem que Jesus foi pregado na cruz, mas que não morreu lá. Então realmente não foi crucificado. Ele desmaiou, foi tirado naquele estado e recuperou-se no túmulo com a ajuda das mulheres. Outros dizem que Judas foi confundido com Jesus e crucificado. A palavra “crucificar” tem origem nas palavras latinas de “cruz” = cruz e “ficere” = fixar. Afirmam que “crucificar” significa, então, fixar alguém numa cruz; não necessariamente a morte da pessoa na cruz; contudo, toda essa argumentação não faz sentido.

A cruz de Jesus sempre foi um escândalo, uma ofensa: “Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos, mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.” ( I Co 1:22-24)

Em Gálatas 5:11, lemos acerca do “escândalo (ofensa) da cruz”. O que é tão ofensivo na cruz?

O sacrifício de Jesus Cristo na cruz mostra que o homem é completamente incapaz de ir ao céu, à presença de Deus, pela sua própria bondade e força. Jesus deixou isso claro, quando disse: “… sem mim, nada podeis fazer.” (Jo 15:5) Paulo confessa: “sei que em mim não habita bem algum.”

O homem precisava e precisa de Jesus, que se tornou o nosso sacrifício, que morreu em nosso lugar para abrir o caminho ao céu. O orgulho do homem faz que ele se rebele contra a sentença de Deus. Ele se ofende porque Deus não aceita seus esforços pessoais!

Expiação

Em Hebreus 9:22, lemos: “… sem derramamento de sangue, não há remissão.” Isto, naturalmente, refere-se ao sangue de sacrifícios. O Antigo Testamento ensina isso em toda a parte: “… é o sangue que fará expiação…” (Lv 17:11). “Expiação” significa reconciliação; é a restauração de uma relação quebrada.

Negar o sacrifício de Jesus na cruz, ou fazê-lo parecer desnecessário, é uma forma de invalidar a única maneira de o homem ser salvo, segundo a Bíblia, e isto é exatamente o que o Alcorão faz ao negar a crucificação de Jesus no Sura 4: 157.

Como este é um ponto crucial, devemos gastar algum tempo para estabelecer a verdade acerca da crucificação e da morte do Senhor Jesus Cristo:

Quase um terço dos Evangelhos tratam da última semana de vida de Jesus e da sua morte!

O sacrifício de Jesus é a conclusão lógica dos ensinamentos do Antigo Testamento.

O Antigo Testamento profetizou a morte de Cristo na cruz com detalhes enormes.

Temos a narrativa de testemunhas oculares. Que sentido faria para eles inventar tal história?

Cristo predisse a sua morte várias vezes.

Existe evidência histórica aceitável da crucificação e da morte de Jesus.

Evidências da verdade

Vamos ver em mais detalhes alguns destes aspectos acima mencionados:

a) relatórios de testemunhas oculares

Paulo refere-se a muitas testemunhas oculares para comprovar a ressurreição: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras,… e que foi visto… uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive, ainda, a maior parte…” (I Co 15:3-6)

O que o apóstolo Paulo parece estar afirmando é: se vocês não acreditam no que eu estou dizendo, tomem um barco de Corinto para Jope, vão a Jerusalém e perguntem a eles mesmos!

Pedro dá a evidência de testemunhas oculares: Somente imagine o que teria acontecido no fim da pregação de Pedro no dia de Pentecoste, se não tivesse falado a verdade! “A Jesus, nazareno, varão aprovado por Deus entre vós, com maravilhas, prodígios e sinais,… como vós mesmos bem sabeis; a este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, tomando-o vós, o crucificastes e matastes pelas mãos dos injustos.” (At 2:22, 23)

Lembrem-se de que isso foi somente sete semanas depois da crucificação! Se não fosse verdade, os ouvintes teriam dito: “Querido Simão Pedro, você deve estar sonhando! Quem foi crucificado e morto?”

Quando o Evangelho começou a espalhar-se, o povo de Jerusalém teria feito objeções à crucificação, em voz alta, se fosse mentira.

Os judeus admitem a crucificação de Jesus (pois eles estavam lá!), mas negam que ele era o Messias.

Muçulmanos admitem que Jesus era o Messias, mas negam que ele foi crucificado; porém eles não estavam lá, e as afirmações deles foram feitas 600 anos depois do próprio acontecimento.

b) Historiadores confirmam a crucificação

O bem conhecido historiador do primeiro século, Tácito, registrou que “o nome cristão vem a eles de Cristo, que foi executando no reino de Tibério, pelo procurador Pôncio Pilatos.” Tácito era um crítico bem agudo da fé cristã.

O (quase) contemporâneo historiador judeu Flávio Josefo escreveu: “Nesse mesmo tempo apareceu Jesus, que era um homem sábio, se todavia devemos considerá-lo simplesmente como um homem, tanto suas obras eram admiráveis. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por muitos judeus, mas mesmo por muitos gentios. Era o Cristo. Os mais ilustres da nossa nação acusaram- no perante Pilatos, e ele fê-lo crucificar. Os que o haviam amado durante a vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas o tinham predito e que ele faria muitos outros milagres. É dele que os cristãos, que vemos ainda hoje, tiraram seu nome.” (Flávio Josefo, Antigüidades Judaicas, Livro Décimo Oitavo, parág. 772)

c) O cumprimento das profecias acerca de Jesus no antigo testamento são evidência abundante da veracidade da Bíblia.

Temos visto, ainda que rapidamente, o que “os profetas divinos predisseram”. Jesus, o Messias, veio a este mundo “segundo as Escrituras”, ou seja, como as Escrituras (o Antigo Testamento) haviam predito:

Ele nasceu 483 anos depois do decreto para edificar Jerusalém, após a destruição por Nabudonosor, Dn 9:24-26. (ano 445 a.C.);

Ele nasceria em Belém (Mq 5:2); cumprido em Lc 2:4ss;

Nascido de uma virgem (Is 7:14): cumprido em Mt 1:18ss;

Seria o próprio Deus (o que não significava que Deus também não estaria em todos os outros lugares!) (Is 7:14; 9:6): cumprido em Mt 1:18ss;

Seu nome seria “Salvador” (= Jesus) (Is 49:1-8; 63:8): cumprido em Mt 1:21;

Ele viria para salvar e curar (Is 35:4-5): cumprido em Mt 1:21; Lc 19:10;

Jesus entraria em Jerusalém montado num jumento (Zc 9:9): cumprido em Mt 12:1-9;

Seria traído por um amigo (Sl 41:9): cumprido em Mt 27:3-8; Mt 14:10; 21:43-44;

Seria vendido por 30 moedas de prata (Zc 11:12s) cumprido em Mt 26:15;

Seria julgado e executado, mas não por males que houvesse feito! Ele morreria em favor de outros (Is 50:6; 53:1-12): cumprido em Jo 18:19;

As suas mãos e pés seriam traspassados (Sl 22:1, 7-17): cumprido, conf. Jo 18:19;

Os seus vestidos seriam divididos, e sortes seriam lançadas sobre a sua túnica (Sl 22:18): cumprido em Jo 18:19;

O Santo não veria corrupção (Sl 16:10): cumprido em Lc 24:1-11;

Seria elevado ao Céu para se sentar à mão direita de Deus (Sl 110.1): cumprido em Mt 26:64; Hb 1:13;

Ele voltará, e todos os habitantes de Jerusalém olharão para aquele a quem traspassaram (Zc 12:10).

Estas profecias foram entregues entre os anos 100 e 1500 A.C. Todas descrevem em detalhes admiráveis algo impossível de prever, mas que se cumpriu em todos os detalhes.

Alguém precisa esperar ainda mais evidências quanto à veracidade da vida, morte e ressurreição de Jesus? O próprio Deus inspirou os profetas antigos para que, depois de as profecias serem cumpridas, nós pudéssemos saber que tudo isso era verdadeiro e ordenado por Deus. Por causa destes sinais divinos podemos perfeitamente contar com a veracidade da Bíblia.

Os argumentos mais comuns que os muçulmanos citam, quanto à veracidade do Alcorão, são: a beleza de estilo no árabe original, a impossibilidade aparente de um homem iletrado como Maomé compô-lo, e a reivindicação de ser seu conteúdo perfeito; contudo, não nos são suficientes à luz do que aqui tem sido exposto brevemente, quanto às bases para nossa fé cristã.

Nós não somente sabemos AQUILO EM QUE cremos, mas também sabemos POR QUE cremos!

————–

FONTE: NEHLS, Gerhard, Evangelização entre Muçulmanos, pp. 10-74, Gráfica Aleluia Ltda., 1997, Arapongas, PR

Extraído do site https://www.icp.com.br/df09materia1.asp em 16/03/2020

Sair da versão mobile