“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo. Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, e com duas cobria os pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória. E as bases dos limiares moveram-se à voz do que clamava, e a casa se enchia de fumaça. Então disse eu: Ai de mim! pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos! Então voou para mim um dos serafins, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; e com a brasa tocou-me a boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado o teu pecado. Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.”
Estar na presença de Deus não é brincadeira! A pessoa que é confrontada com a santidade de Deus pela primeira vez só pode ter uma reação: terror! Por natureza temos aversão a Deus. Isto vem desde Adão, quando ele, depois de pecar, procurou se esconder de Deus entre as árvores do Jardim do Éden (Gênesis 3:8). E até no fim dos tempos o terror da presença do Senhor ainda será terrível para muita gente (Apocalipse 6:15-16). Não há na Bíblia nenhum relato de um primeiro encontro entre homem e Deus que tenha sido agradável para o homem. Isaías sentiu esse desespero, ao perceber a diferença e contraste entre a grandeza, majestade e justiça de Deus, e a sua condição miserável, pecadora e cheia de falhas.
A literatura hebraica usa a repetição das palavras quando quer dar ênfase a algo. É o equivalente ao nosso ponto de exclamação. Temos vários exemplos na Bíblia. Deus chamou “Samuel! Samuel!” (I Samuel 3:4). Jesus clamou contra Jerusalém: “Jerusalém, Jerusalém!” (Mateus 23:37). E Jesus mesmo, em várias ocasiões, quando queria chamar a atenção para um assunto importante dizia: “Em verdade, em verdade vos digo…”. Nesta passagem em Isaías a intensidade e força da santidade de Deus é proclamada pelos serafins 3 vezes! É muita santidade! No fim dos tempos esta mesma santidade será proclamada mais uma vez (Apocalipse 4:8). É tanta santidade que nem os serafins, anjos fortes e poderosos, se atrevem a encaram Deus, e encobrem seus rostos com suas asas.
A santidade de Deus não é algo agradável para o homem natural. A santidade de Deus incomoda. Apenas os nascidos de novo podem experimentar prazer diante do trono de Deus, e apenas se for pelo sangue de Jesus. Caso contrário, a sensação não será nada agradável. Enquanto vivermos nossas vidas cotidianas, envolvidos em nossas rotinas, conformados com nossa maldade, no meio de outros que também são maus (se bem que ninguém admite que é mal), nossa podridão não vai nos incomodar. Mas a partir do momento que temos uma visão, mesmo que leve, da santidade de Deus, todo nosso chão some! A diferença entre nossa vida e a santidade de Deus nos faz lembrar que somos merecedores da sua justa ira. Foi esta a sensação que Isaías experimentou: “Ai de mim, pois estou perdido!“.
Só havia uma maneira de Isaías continuar na presença de Deus sem que fosse exterminado: seu pecado teria que ser removido. Trevas e Luz não combinam. Não há como a injustiça permanecer diante do Justo. Não há como Pecado e Glória ocuparem o mesmo lugar (Romanos 3:23). E só há uma maneira de removermos o pecado. Há uma só “brasa” que Deus providenciou em nosso favor. Só existe um, e somente um único caminho que nos leva a Deus: Jesus (João 14:6). Somente por meio dele temos salvação e condições de permancer na presença de Deus.
Mas nosso alvo não é apenas estar na presença de Deus. Perdão dos pecados não apenas nos dá acesso ao Trono do Senhor, como também nos capacita a fazer sua Obra. Sim, há uma Obra a ser realizada, Deus tem um plano a ser concretizado. E para isso ele precisa de mim e de você! Não somos salvos apenas para nosso próprio benefício, e ficarmos inúteis na presença de Deus. Deus quer alcançar outros e precisa enviar mensageiros com essa mensagem. A grande pergunta é: A quem ele enviará? Deus espera de nós a mesma resposta e disposição que Isaías teve: “Eis-me aqui, envia-me a mim.“
Para você pensar: Você entende que estar na presença de Deus não é brincadeira? Você já foi confrontado com sua real natureza diante do Trono do Senhor? Você já percebeu que, se não fosse pelo livramento do Senhor, você estaria perdido? Qual tem sido sua resposta ao clamor do coração de Deus por portadores de Sua mensagem?
Extraído do site http://paravocepensar.com/ em 21/01/2014