Nome essencial da revelação do cinema iraniano nos anos 1990, Mohsen Makhmalbaf desacelerou o ritmo de sua produção na década passada, mas reafirma com “O Jardineiro” que sua estética de forte tomada de posição política não perdeu vigor.
Ao retratar, em forma de documentário, a visão de mundo de seguidores da fé Bahá’í, o realizador cutuca a distorção das experiências espirituais em obsessões fundamentalistas.
Desafiado por argumentos contra as religiões sustentados pelo filho Maysan, fotógrafo do filme, Makhmalbaf questiona a necessidade de seguirmos, com o poder de bombas, crenças cujos significados originais se misturaram na poeira do tempo.
Filmado em Israel, lugar onde os monoteísmos se encontram e raiz da discórdia das piores intolerâncias, “O Jardineiro” teima em mostrar a religiosidade como algo voltado para realizar o ideal de comunidade humana e não de fomentar a sua aniquilação.
Extraído do site da Folha em 24/10/2013