Lava Jato: PF encontra recibo do pagamento feito pela OAS a igreja do DF
Investigadores apuram se o ex-senador Gim Argello usou a paróquia para lavar dinheiro sujo do petrolão
A Polícia Federal encontrou em buscas na sede da OAS, em São Paulo, o recibo do depósito de 350.000 reais feito pela empreiteira à Paróquia de São Pedro, em Taguatinga, no Distrito Federal. Os investigadores apontam que a empresa pagou propina ao ex-senador Gim Argello por meio de repasses à igreja, frequentada por ele há cerca de dez anos e situada em seu reduto eleitoral. O documento foi anexado como prova na ação penal que tem o político como réu pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O recibo explicita que o dinheiro era destinado para a festa de Pentecostes, um dos maiores eventos religiosos de Brasília organizado pelo padre Moacir Anastácio de Carvalho, bastante conhecido na região. Há vídeos e imagens na internet que mostram o ex-senador e outros políticos como convidados especiais da festa. Em depoimento à PF, ao qual VEJA teve acesso, o padre confirmou o repasse da OAS e de outra empreiteira envolvida no petrolão, a Andrade Gutierrez.
A procuradoria apura se a igreja foi usada como uma lavanderia de dinheiro sujo. “O repasse da vantagem indevida foi efetuado com dissimulação de origem e natureza para ocultar sua verdadeira finalidade, mediante repasse para a Paróquia São Pedro”, afirma o MPF na denúncia. No depoimento, o pároco negou irregularidades, dizendo que o dinheiro foi usado para construir um tempo de 12,2 mil metros quadrados.
Alvo da operação Vitória de Pirro, 28ª fase da Lava Jato, Gim é investigado por ter recebido supostamente 5,3 milhões de reais para barrar a convocação de empreiteiros na CPI mista da Petrobras. No caso da OAS, para poupar o ex-presidente da companhia Leo Pinheiro de falar na comissão. Na época em que o valor foi pago, maio de 2014, Gim era membro da CPI da Petrobras no Senado. Posteriormente, ele se tornou vice-presidente da CPI mista instaurada no Congresso para apurar o escândalo.
Em mensagens interceptadas pelos investigadores, o ex-diretor comercial da OAS Roberto Zardi, cujo nome aparece no carimbo do recibo, manda uma mensagem por WhatsApp a Leo Pinheiro, dizendo que o pagamento à igreja foi efetuado. “Doação, confirmado recebimento_Alcoólico”, diz ele. Segundo os investigadores, o termo “Alcoólico” se referia ao nome de Gim, similar à bebida destilada.
Isso faz lembrar o chamado “santo do pau oco” …. onde na época colonial Br escondiam contrabando de ouro dentro de estátuas ocas. os caras estão de volta agora lavando dinheiro.
que vergonha heim padreco !?