Veja o vídeo explicitando o tema:
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Ao analisarmos a homossexualidade à luz da Bíblia, o primeiro aspecto a ser abordado é o padrão estabelecido por Deus para o relacionamento sexual. Ele é encontrado em Gênesis 1.27: “E criou Deus o homem à sua imagem; …macho e fêmea os criou”. Assim fazendo, Deus estabeleceu uma regra, um padrão inquestionável e irremovível. Em seguida, quando entregou aos humanos a tarefa de gerar outros humanos e povoar a Terra, apenas confirmou o padrão estabelecido. Outras determinações se seguiram, como, por exemplo, um homem para uma mulher, fidelidade no casamento etc., mais o principal continua sendo o padrão divino de relacionamento heterossexual entre os humanos.
Alguns distintivos entre os sexos foram designados para que a diferença seja marcante, dentre outros, cito a vestimenta. Em Deuteronômio 22.5 está escrito: “Não haverá traje de homem na mulher, e não vestirá o homem veste de mulher; porque qualquer que faz isto abominação é ao Senhor, teu Deus”. Por que tal preocupação com a roupa dos israelitas? A roupa é um dos traços distintivos dos sexos. A transgressão deste principio é tida como “abominação ao Senhor”. Abominar significa “sentir horror a; detestar; aborrecer”. Ou seja, à luz do texto sagrado, a falta de distinção sexual entre as pessoas desperta o “horror” divino, repulsa, aversão.
Outro distintivo sexual natural estabelecido é o tipo de corte do cabelo. Em ICoríntios 11.14-15, assim proclama a Palavra: “Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o varão ter cabelo crescido? Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar do véu”. Por que o apóstolo doutrinou a igreja de Corinto sobre o tipo de cabelo a ser usado pelos homens e mulheres cristãos? Porque o cabelo foi dado por Deus como um dos distintivos dos sexos, seguindo o padrão originalmente por Ele estabelecido.
Portanto, o ensino paulino sobre o tipo de corte de cabelo pelos cristãos se dá por conta da ordem da criação e da distinção sexual estabelecida por Deus. Em seguida, após ser exposta a necessidade de ser observada a distinção entre os sexos, analisemos como a Bíblia aborda a questão do relacionamento homossexual.
Mesmo antes de haver qualquer norma divina escrita, a Bíblia registra o comportamento social dos homens de Sodoma. Ali, o comportamento masculino tinha se pervertido a ponto de ser normal homens se relacionarem sexualmente com outros homens. Os anjos divinos que tomaram a forma humana, e se abrigaram na casa de Ló, foram procurados com avidez pelos moradores daquela cidade, como está escrito em Gênesis 19.5. Ló, desesperado, ofereceu-lhes suas filhas para se saciarem sexualmente com elas; porém, eles as rejeitaram. Ou seja, a depravação dos sodomitas era tamanha, que qualquer visitante masculino na cidade era motivo da cobiça de seus moradores. Foi a partir de tal procedimento que o adjetivo sodomita passou a figurar na Bíblia como sinônimo das práticas sexuais anais, incluídas as homo e as heterossexuais.
A reação de Deus aos pecados dos sodomitas foi marcante. Diz Gênesis 19.24-25: “Então, o Senhor fez chover enxofre e fogo, do Senhor desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra. E derribou aquelas cidades, e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra”. Puro juízo divino, e isto somente ocorre quando Deus está irado.
Quando o Senhor libertou a Israel do Egito, teve a preocupação de estabelecer normas de comportamento para o seu povo, algumas delas de caráter higiênico, como, por exemplo, tomar banho após a relação sexual; outras, porém, de profundo valor espiritual, como as que disciplinariam a vida sexual do povo escolhido. Em Levítico 18.22, por exemplo, está escrito: “Com varão não te deitarás, como se fosse mulher: abominação é”. A norma condenatória da prática homossexual foi colocada ao lado de outra, que condena a aberração sexual do relacionamento sexual entre o humano e o animal irracional (Levítico 18.23).
A aversão divina às práticas homossexuais é tamanha que Ele proíbe a recepção de ofertas ou contribuições provenientes do exercício delas. Em Deuteronômio 23.18, assim está escrito: “Não trarás salário de prostituição nem preço de sodomita à Casa do Senhor, teu Deus, por qualquer voto; porque uma e outra coisa são igualmente abomináveis ao Senhor”. Ou seja, a prática muito comum em Canaã dos cultos e os rituais pagãos aceitarem ofertas às deusas da fertilidade, que incluía pagamentos de votos em troca de favores espirituais, não podiam ser adotadas por Israel.
No Novo Testamento, o tema foi abordado com muita profundidade pelo apóstolo Paulo. O racionalismo existente no tempo do apóstolos levou o povo, em sua maioria, a adotar a adoração aos ídolos em forma de homens (como em Atenas) e animais (como no Egito). Em vez de adorarem o Deus invisível na forma, porém presente através das coisas criadas (“visíveis e invisíveis” Romanos 1.19-20), adoravam as criaturas, o que trouxe para eles um dos mais profundos fenômenos espirituais, o juízo divino na forma do obscurantismo espiritual (Romanos 1.21-22).
Quais as consequências da conduta mundana dos contemporâneos do apóstolo? A prática do homossexualismo, como juízo divino, e esta aconteceu porque preferiram a razão humana à revelação divina. No texto, o apóstolo fala três vezes que “Deus os entregou” (Romanos 1.24-28). Quando o texto fala do abandono de Deus aos homens, revela que não é uma mera atitude permissiva, mas trata-se de uma punição, pois é um castigo pela ignorância voluntária de Deus.
Em Romanos 1.24-27, o apóstolo expõe com muita clareza que o homossexualismo é uma prática antinatural, que violenta o que ele chamou de “uso natural” do relacionamento sexual. O que será esse “uso natural”? E aquele de que falamos acima: “macho e fêmea”.
Em que consiste “a recompensa que convinha ao seu erro”? Esta não se dá somente pela destruição dos corpos pecadores. Porém, é mais profunda, pois o juízo divino opera através de um obscurantismo espiritual que impede a iluminação das verdades divinas nos corações insensatos. E aquele fenômeno do qual o apóstolo fala aos coríntios “nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2Coríntios 4.4). E ele acrescenta: “E, por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira, para que sejam julgados todos os que não creram na verdade; antes tiveram prazer na iniquidade” (2Tessalonicenses 2.11-12).
Convém ressaltar, porém, que os juízos de Deus acima manifestados não resultam de situações passageiras, fruto de fraquezas e tentações repentinas; porém, alcançam aqueles que se mantêm irredutíveis antes às advertências divinas, e até estimulam outros a adotarem as práticas pecaminosas (Romanos 1.32).
Pr. Abiezer Apolinário
Assembleia de Deus – Salvador/BA