1) Hades não significa morte, porque a palavra grega para morte é thanatos. Isto pode ser visto com mais clareza em Ap. 1:18, onde Hades e morte aparecem juntas e não são vistas como sinônimas.
2) Hades não é a sepultura, porque a palavra grega para sepultura é mnema. Todos os argumentos empregados para demonstrar que Seol não é a sepultura podem ser aplicados igualmente a Hades, que é a palavra grega equivalente ao Seol no hebraico. Na LXX Hades é encontrada 71 vezes, e é usada como equivalente ao Seol 64 vezes. As 7 vezes restantes são outras palavras hebraicas.
3) Hades não é inferno, isto é, o lugar de punição eterna final para os maus, porque a palavra grega GEENA é a palavra para inferno no Novo Testamento.
4) Hades não é o céu, isto é, o lugar onde os espíritos e almas dos justos vão após a morte esperar a ressurreição, porque a palavra grega para o céu é ‘ouranos’.
5) A interpretação judaica de Seol foi a base para a narrativa de Cristo em Lc 16:19-31. Só o homem rico foi diretamente para o Hades (v. 23). A frase “Seio de Abraão”, para onde os anjos levaram Lázaro (v. 22-23), precisa ser interpretada como a seção ou lugar do Hades reservo aos justos.
6) Antes da ascensão de Cristo, tanto os justos como os maus iam para o Seol ou Hades; os primeiros na parte “mais alta ” e os segundos nas “partes mais baixas”. Depois da ressurreição de Cristo, o Novo Testamento menciona os cristãos entrando no céu para estar com Cristo (2Co. 5:6-8; Fp. 1:21-23; Ap. 6:9-11), adorando com os anjos no céu (Hb. 12:22-23). Assim, os cristãos agora não vão para o Hades, mas ascendem diretamente para o céu para estar com Cristo. Antes de Cristo ressuscitar, os apóstolos assumiam que qualquer que morria ia ao Seol ou Hades. Este Hades tinha duas seções, uma para os justos e outra para os maus. Paulo usa a linguagem de transição ou mudança, quando fala de Cristo como levando cativo o cativeiro, isto é, tirando os justos do Hades (seção denominada Seio de Abraão) e transportando-os para o céu (Ef. 4:8-9). Posteriormente, pois na ressurreição de Cristo, os cristãos vão ao céu por ocasião da morte, a fim de esperar a ressurreição e o estado eterno (1Ts. 4:16-17; 1Co. 15:51-54).
“A “segunda morte” do texto de Apoc.20:6 é a destruição dos ímpios. Primeiro, morreram fisicamente (1ª morte); segundo, não tomaram parte na primeira ressurreição, a dos justos, e pois não são “bem-aventurados e santos” como reza o mesmo texto, pois “os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos” e, portanto, nessa segunda ressurreição, voltaram temporariamente à vida para algum tempo depois serem destruídos pelo fogo e enxofre (2ª morte)” (Subtilezas do Erro, p. 269).
Refutação: A expressão segunda morte (do grego ‘thanatos do deuteros’) é uma expressão utilizada pelo livro de Apocalipse para designar punição eterna. A primeira morte se deu quando o homem pecou e foi expulso do Jardim do Éden. Não morreu fisicamente no dia em que comeu do fruto da árvore proibida (Gn. 2:15-17), pois continuou fisicamente e vivo (Gn. 3:8,24), vindo a morrer fisicamente com a idade de 930 anos (Gn. 5:5). Naquele dia em que pecou, ficou, porém, separado de Deus, sem mais comunhão com ele. É a morte pela qual passam todos os homens que vêm ao mundo (Ef. 2:1-5; 1Tm. 5:6; Lc. 15:24; Mt. 8:22). Assim, a segunda morte, longe de significar aniquilamento, tem o sentido de separação eterna de Deus no corpo ressuscitado (Mt. 10:28). Um exemplo de que a segunda morte não é aniquilamento está em Ap. 19:20, comparado com 20:10. No primeiro e no segundo textos se lê:
Ap. 19:20: “E a besta e foi presa , e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais com que enganou os que receberam, o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram, lançados vivos no ardente lago de fogo e enxofre”.
Ap. 20:10: “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre”.
O que é a segunda morte? É ser lançado no lago que arde com fogo e enxofre, segundo se lê em Ap. 21:8: “…a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte” e Ap. 20:14-15: “E a morte e o inferno (Hades) foram lançados no lago de fogo; esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”.
Entre Ap. 19:20 e Ap. 20:10 decorre um período de tempo de no mínimo 1.000 anos (compare com Ap. 20:1,2,7,10) e ainda assim , depois desse tempo, tanto a besta como o falso profeta estão vivos e “serão atormentados para todo o sempre”.