Um funcionário da ONU havia dito à BBC, sob condição de anonimato, que a entidade recebeu informações no mês passado de que poderia ser alvo do grupo islâmico Boko Haram. O funcionário disse ainda que a segurança foi reforçada em todas as instalações da ONU na Nigéria após o recebimento da informação. Em junho, o Boko Haram detonou um carro-bomba no quartel-general da polícia em Abuja. O grupo quer o estabelecimento da sharia (lei islâmica) na Nigéria.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, classificou o ocorrido como “um ataque contra os que devotam suas vidas a ajudar outros” e afirmou estar enviando dois auxiliares para a Nigéria.
O ATAQUE
O prédio abriga 26 agências humanitárias e de desenvolvimento, além de ser local de trabalho para cerca de 400 empregados da ONU. Não está claro quantas pessoas estavam dentro de suas dependências no momento da explosão.
A área ao redor do prédio foi isolada. Serviços de emergência iniciaram a retirada dos corpos do prédio, enquanto um grande número de feridos era levado ao hospital. Escavadoras também foram deslocadas para o local para retirar a grande quantidade de destroços. O ataque desta sexta-feira ocorreu por volta das 11h (horário local). Houve uma forte explosão, e era possível ver uma coluna de fumaça que saía do prédio.
“Vi corpos espalhados”, disse Michael Ofilaje, funcionário do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). “Muitas pessoas morreram”. Ofilaje acrescentou que a explosão “ocorreu no porão e sacudiu o prédio”.
A ministra nigeriana das Relações Exteriores, Viola Onwuliri, disse à BBC, após visitar o local atingido, que “não foi um ataque contra a Nigéria, mas contra a comunidade global”. No início do mês, o militar americano de mais alta patente em atuação na África, o general Carter Ham, disse que muitas fontes indicam que há cooperação entre o Boko Haram e a Al-Qaeda no norte da África.
Se a informação for conformada, a união daria ao grupo nigeriano os meios para a realização de duros ataques, segundo o analista da BBC para a África Martin Plaut.
Por Reinaldo Azevedo