Os ateístas acreditam que a morte é o fim da existência. Na visão deles, os seres humanos são apenas corpo e mente. Embora eles rejeitem realidades metafísicas, como a alma, a priori (antes de analisar) existem razões convincentes para acreditar que os seres humanos têm um aspecto imaterial, e portanto podem continuar existindo após a morte. O filósofo cristão J. P. Moreland expõe vários argumentos para a existência da alma Primeiro, da perspectiva da lógica, podemos demonstrar que a mente não é idêntica ao cérebro provando que a mente e o cérebro têm diferentes propriedades. Como Moreland explica, “a textura subjetiva de nossas experiências mentais conscientes — o sentir dor, experimentar sons, conhecer as cores — são diferentes de tudo que é simplesmente físico. Se o mundo fosse feito apenas de matéria, esses aspectos subjetivos da consciência não existiriam. Mas eles existem! Então, deve existir mais alguma coisa no mundo além da matéria. Um exemplo óbvio é a cor. Um momento de reflexão é o bastante para as pessoas compreenderem, em qualquer lugar, que a experiência da cor envolve mais do que uma simples onda de luz.
Além disso, de uma perspectiva legal, se as pessoas fossem apenas matéria, não poderiam ser responsabilizadas este ano por um crime cometido no ano passado, porque a identidade física muda ao longo do tempo. Todos os dias perdemos milhares de partículas microscópicas — na verdade, a cada sete anos, quase todas as partes de nossa anatomia material muda, não considerando aspectos de nosso sistema neurológico. Como consequência, de uma perspectiva puramente material, a pessoa que anteriormente cometeu um crime não é mais a mesma pessoa. Um criminoso que tentasse usar essa linha de raciocínio como defesa não iria muito longe. De forma legal e intuitiva, reconhecemos uma igualdade da alma que estabelece a identidade pessoal ao longo do tempo.
Por fim, o livre-arbítrio (liberdade de escolha) pressupõe que somos mais do que meros robôs materiais. Se eu sou simplesmente material, minhas escolhas são apenas uma simples função de fatores como composição genética e química cerebral.
Sendo assim, minhas decisões não são livres; elas são determinadas fatalisticamente. As implicações dessa ideia são profundas. Em uma visão de mundo que adote o determinismo fatalista, não posso ser moralmente responsabilizado por minhas ações, porque recompensas e punições só fazem sentido se temos liberdade de escolha.
Embora os argumentos lógicos, legais e do livre-arbítrio sejam convincentes, existe um argumento ainda mais forte e persuasivo demonstrando a realidade da vida além do túmulo. O argumento surge da ressurreição de Jesus Cristo. As melhores mentes dos tempos antigos e modernos demonstram, sem sombra de dúvida, que os ferimentos físicos de Cristo foram fatais; que o túmulo vazio é um dos fatos mais bem atestados da história antiga; que os seguidores de Cristo, em diversas ocasiões, vivenciaram aparições tangíveis de Cristo após a ressurreição; e que dentro de semanas após a ressurreição, não apenas um, mas uma comunidade inteira, de pelo menos dez mil judeus, experimentaram uma transformação tão incrível, que se dispuseram a desistir das tradições sociológicas e teológicas que lhes dera identidade nacional.
Por meio da ressurreição, Cristo não só demonstrou que não está em uma linha de igualdade com Abraão, Buda ou Confúcio, mas também forneceu uma evidência para a vida após a morte.
“E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” (Mateus 10.28).
Pr. Hank Hanegraaff