No dia 01/01/2003, foi ao ar uma reportagem na “National Geographic Channel”, a matéria da reportagem girava em torno da cidade de Salt Lake City,Utah,EUA [capital mórmon], onde foi analisado de modo panorâmico a religião dos “Santos dos Últimos Dias”, popularmente conhecida como – “os mórmons”. Contudo, o que me chamou a atenção foi a narrativa dos eventos da história mórmon feita pelo repórter. O narrador do programa colocava Joseph Smith, como um homem de bem e verdadeiro profeta. Na verdade, tais informações são transmitidas ao público leigo com o fito de esconder a verdadeira história dos mórmons e em particular as contradições, os erros e as heresias dos escritos deste pseudoprofeta. Depois de ler várias obras da Igreja mórmon, posso indubitavelmente afirmar que muito do conteúdo daquele programa não foi fiel à verdade dos fatos. Portanto, gostaria de mostrar aqui as incoerências entre a religião mórmon e as verdades reveladas na Bíblia por Jesus Cristo, as quais são as regras de fé de todo cristão genuíno.
Nosso artigo será dividido em duas partes, sendo que na primeira analisarei as reivindicações do mormonismo e como seus líderes preparam a mente do povo para acreditar que seus escritos são de origem divina. A segunda parte ficou reservada exclusivamente para mostrar as contradições nos escritos de Joseph Smith. Mas adianto desde já que o mormonismo não é cristão e nunca o poderá ser. A razão disso se fundamenta em que a fé mórmon é baseada nos escritos de Joseph Smith e a do cristão verdadeiro na Bíblia somente – Sola Scriptura.
ORIGENS DAS ESCRITURAS MÓRMONS
O Mormonismo teve início quando Joseph Smith, um jovem de 15 anos de Nova Iorque, ficou perturbado por causa de vários avivamentos que ocorreu no local onde morava em 1820. Então resolveu sozinho ir a um bosque a fim de orar a Deus por orientação para saber qual das igrejas era a verdadeira. Em resposta às suas orações, ele alega ter sido visitado por Deus o Pai e seu filho Jesus Cristo, os quais lhe disseram que não se devia juntar a nenhuma daquelas igrejas porque todas as igrejas existentes nesse tempo eram uma abominação aos seus olhos, e ele, Joseph, restauraria a igreja verdadeira. Este acontecimento é comumente chamado de “A Primeira Visão.”
Smith só ficou famoso devido a esta suposta visão que teve quando ainda adolescente. Posteriormente, após 3 anos, ele teve outra visão onde um anjo chamado Moroni, lhe revelou que havia antigas escrituras de um povo que viveu a muito tempo no continente americano. Tais escrituras continham uma história sagrada escrita por hebreus da antiguidade que vieram para a América, gravada num dialeto egípcio em tabuinhas de ouro e enterradas num monte próximo. Smith supostamente traduziu estas escrituras de modo miraculoso, através de duas pedras:o Urim e Tumim que também estava preservados, com as placas de ouro. Segundo Joseph Smith, o Urim e o Tumim era um tipo de óculos divino (duas pedras em arco de ouro) que Deus havia conservado por milhares de anos e colocado numa caixa com as placas de ouro para ajudá-lo a interpretar e traduzir a língua na qual o livro estava escrito. Esta língua era o egípcio reformado. Segundo Doutrina e Convênios, José Smith declarou que Deus lhe dera poder para traduzir os hieróglifos do egípcio reformado para o inglês e produzir o que ficou conhecido como: o “Livro de Mórmon”,que alega conter “a plenitude do evangelho de Jesus Cristo” (D&C 20:9). Muitas outras revelações foram dadas a ele no decorrer dos anos, isto foi reunido em um livro chamado primeiramente de “Livro dos Mandamentos” e que só depois de 1835 foi renomeado como “Doutrina e Convênios”. Este livro contém alguns conselhos, doutrinas e regimentos internos da igreja para os mórmons.
Já o livro chamado “A Pérola de Grande Valor” que é o terceiro livro sagrado do mormonismo contém: “O livro de Moisés” [supostas visões de Moisés reveladas a Smith]; “O Livro de Abraão” [que Smith alega ter encontrado no Egito em forma de papiro escrito pelas mãos de Abraão, no entanto os estudiosos têm provado que este livro nada mais é do que uma cópia do livro pagão, “O Livro dos Sopros”, uma extensão de uma obra egípcia chamada “Livro dos Mortos”]; extratos de uma tradução da Bíblia feita por Smith [afirmava ser uma tradução inspirada da bíblia, contudo, os mórmons nunca usam tal tradução de tanto erros que contém]; e finalmente extratos da “História de Joseph Smith, o profeta”.
OS MÓRMONS CRÊEM QUE SEUS LIVROS SÃO INSPIRADOS?
É importante frisar que segundo os mórmons, todos estes livros foram traduzidos ou ditados por revelação divina. Portanto, sem chance de haver erros. Veja essas afirmações logo abaixo:
“Quando os servos do Senhor falam ou escrevem sob influencia do Espírito Santo, suas palavras tornam-se escritura” (Princípios do Evangelho, pág. 52)
“E tudo que falarem, quando sob inspiração do Espírito Santo, será escritura, será a vontade do Senhor, será a mente do Senhor, será a palavra do Senhor, será a voz do Senhor e o poder de Deus para a salvação. Eis que é esta a promessa do Senhor a vós ó Meus servos.” (Doutrina e Convênios, 68:4)
“Joseph Smith traduziu o Livro de Mórmon para o inglês pelo dom e poder de Deus.” (Princípios do Evangelho, pág. 53)
“Joseph Smith possuía o dom de tradução quando traduziu o livro de Mórmon. Ele recebeu o dom apenas quando estava em sintonia com o Espírito.” (Princípios do Evangelho, pág. 143)
A confiança nessa falsa crença é tamanha que já na introdução do livro de mórmon lemos o seguinte: “Com respeito a este registro o Profeta Joseph Smith declarou: ‘Eu disse aos irmãos que o livro de Mórmon era o mais correto de todos os livros da Terra e a pedra fundamental de nossa religião; e que seguindo seus preceitos o homem se aproximaria mais de Deus do que seguindo os de qualquer outro livro.”
Não é para menos, pois seus líderes pregam que Smith foi um verdadeiro profeta inspirado. Falando sobre seu testemunho pessoal o ex-presidente, Joseph Fielding Smith confessou:
“…recebi de minha santa mãe, a firme crença de que Joseph Smith era um profeta de Deus; que ele era mais inspirado do que qualquer homem de sua geração ou dos séculos que o antecederam; que ele era inspirado; que tinha sido escolhido por Deus para estabelecer os alicerces do reino de Deus.” (Gospel Douctrine, 5.a ed. 1939, p. 493 – citado em, “Ensinamentos dos Presidentes da Igreja”, pág. 21)
A idolatria irracional dos mórmons pelo seu profeta é tal que chegam a dizer;
“Joseph Smith, o Profeta e Vidente do Senhor, com exceção só de Jesus, fêz mais pela salvação dos homens neste mundo, do que qualquer outro homem que jamais viveu nele.” E “…o Livro de Mórmon e este livro de Doutrina e Convênios da Igreja foram publicados à custa do melhor sangue do século dezenove para a salvação de um mundo arruinado…” (Doutrina e Convênios 135:3-6)
“A Bíblia é verdadeira. Pode ser que nem todo o seu contexto tenha sido traduzido corretamente e que muitas coisas preciosas tenham sido rejeitadas durante sua compilação e tradução…” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja – Brigham Young, pág. 121)
E Orson Pratt afirma sem nenhum embaraço: “Quem sabe que até mesmo um único versículo da Bíblia tenha escapado à poluição, de modo que transmita o mesmo sentido agora que teve no original?” (Orson Pratt, Divine Authenticity of the Book of Mormon, pp. 45-47 – citado em “A Ilusão Mormon”) É um verdadeiro absurdo!
Mas em relação ao Livro de Mórmon afirmam: “assim como vive o vosso Senhor e vosso Deus, a tradução é verdadeira.” (Doutrina e Convênios 17:6)
Portanto, que escrituras os mórmons afinal possuem hoje? Deixemos que eles mesmos respondam:
“A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias aceita quatro livros como escrituras: a Bíblia, o Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios e Pérola de Grande Valor. Esses livros são chamados de obras-padrão da Igreja. As palavras inspiradas dos profetas vivos também são aceitas como escrituras.” (Princípios do Evangelho, pág. 52)
Mas há outros ainda: “Os escritos de Joseph Smith incluem parte da tradução inspirada da Bíblia feita por Joseph Smith, seleções de History of the Church e as Regras de Fé.” (Princípios do evangelho, pág. 55)
O DESAFIO
A liderança mórmon a fim de produzir uma certa sensação de segurança nos seus seguidores quanto à origem divina dos escritos mórmons, lança o seguinte desafio: “Se Joseph Smith foi um impostor que tentou deliberadamente induzir o povo ao erro, ele deve ser desmascarado, refutadas as suas asseverações e provada a falsidade de suas doutrinas, pois é impossível fazer que as doutrinas de um impostor concordem em todos os pormenores com a verdade divina. Se suas afirmativas e declarações fossem baseada na fraude e na impostura, apareceriam muitos erros e contradições, fáceis de averiguar. As doutrinas dos falsos mestres não resistem à prova quando confrontadas com os padrões de medida comprovados, as Escrituras”. (Doutrinas de Salvação Vol. I, Joseph F. Smith, pág. 204)
Orson Pratt, apóstolo mórmon, disse: “Este livro deve ser verdadeiro ou falso… Se for falso, é uma das imposições mais espertas, malignas, audazes e profundas, feitas ao mundo com o propósito de enganar e arruinar milhões que a receberão sinceramente como a Palavra de Deus, e pensarão estar seguramente edificados sobre a rocha da verdade até que, com suas famílias, sejam lançados no desespero total. A natureza de mensagem de O Livro de Mórmon é tal que, se verdadeira, ninguém poderá rejeitá-la e ainda salvar-se; se falsa, ninguém poderá recebê-la e salvar-se. Portanto, cada alma no mundo tem interesse igual tanto na determinação de sua verdade como de sua falsidade… Se, depois de um exame minucioso descobrir que é uma imposição, deve ele ser exposto ao mundo como tal; as provas e argumentos pelos quais a falsidade foi detectada devem ser, clara e logicamente afirmados para que os que foram enganados, embora de boa mente, percebam a natureza do engano e sejam restaurados, e que os que continuam a publicar a ilusão sejam expostos e silenciados…mediante provas aduzidas das Escrituras e da razão.” (Orson Pratt, Divine Authority of the Book of Mórmon- citado em “A Ilusão Mórmon”)
Ainda Orson Pratt: “Convencei-nos de nossos erros doutrinários, se é que o temos, pela razão, por argumentos lógicos ou pela palavra de Deus, e ficaremos eternamente gratos pela informação…” (O Vidente pág. 15)
Brigham Young, segundo presidente da igreja de Salt Lake City em Utah, lançou um desafio nos seguintes termos: “Tomai a Bíblia, comparai a religião dos Santos dos Últimos Dias com ela, e vereis se ela resiste à prova” (Jornal de discursos, vol. 16 pág. 46 – 1873)
Um neófito depois de ler tão desafiadora afirmação de fé, jamais iria imaginar que ela não passa de uma retórica maquiada com falsidades, recheada de sofismas. Criada com o fito de afastar qualquer investigação mais profunda nos livros de Smith, a fim de que não seja desmascarados como pura fraude.
Mas os mórmons não se restringem apenas às revelações de seu fundador ou líderes do passado, conforme lemos em “As Regras de Fé” nº 9: “Cremos em tudo o que Deus tem revelado, em tudo o que ele agora, e cremos que ele ainda revelará muitas grandes e importantes coisas pertencentes ao Reino de Deus.”
Por isso dizem que: “Por intermédio dos profetas vivos, a Igreja é guiada por revelação e inspiração contínuas” (Princípios do Evangelho, pág. 306)
Desta maneira abre-se uma válvula de escape para que possa haver mutações em suas doutrinas. Pois, segundo crêem e ensinam, suas revelações são progressivas, podem futuramente ser modificadas sem embaraço algum.
QUAL A ORIGEM DESSAS VERDADES?
Brigham Young, ensinava sobre a origem das crenças mórmons nos seguintes termos: “Estejam sempre dispostos a receber a verdade, venha de onde vier, não faz a menor diferença.(…) Se os pagãos têm alguma verdade, ela pertence ao “mormonismo”.(…) Se puderem encontrar uma verdade nos céus, na Terra ou no inferno, ela pertence a nossa doutrina. Nela cremos ela nos pertence; nós a reivindicamos.” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja – Brigham Young, págs. 16,17)
“Porque devemos aceitar a verdade independente de sua procedência?” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja – Brigham Young, pág. 20)
Note que o critério de avaliação da religião mórmon é bem questionável. Enquanto Jesus nos mandou examinar com cuidado as escrituras, os mórmons aceitam certas “verdades” mesmo provindas do “inferno”. Enquanto o apóstolo Paulo nos diz que nem se ele mesmo ou um anjo provindo do céu nos pregasse algo diferente, deveríamos amaldiçoar [Gl. 1:6-8], mas ao contrário, os líderes mórmons aceitam qualquer coisa “independente de sua procedência”. Isto abre as portas para que doutrinas demoníacas sejam aceitas como “verdades” [I Tm. 4:1], pois para isso, Satanás se transfigura até mesmo em anjo de luz [II Co. 11:14].
PENSAMENTOS INDEPENDENTES? NEM PENSAR…
Os adeptos do mormonismo são proibidos de questionar a validade de tais ensinamentos mesmo que lhes pareçam estranhos [lê-se heréticos]. À semelhança de outros heresiarcas, os líderes mórmons os ensinam a receber suas revelações de modo passivo, pois caso contrário, podem estar se rebelando contra o próprio Deus. Isto facilita empurrar garganta abaixo a enxurrada de heresias formuladas pela cúpula da Igreja. Veja:
“Os santos que vivem sua religião serão exaltados, pois jamais negarão qualquer revelação que o Senhor lhes tenha dado ou que venha a dar e, mesmo que recebam uma doutrina nova que não possam entender plenamente, eles dirão: “O Senhor enviou-me esse ensinamento. Oro para que Ele me livra e proteja de negar qualquer coisa que Dele proceda e que me dê paciência para esperar até que eu possa compreendê-lo”
“Nunca repudiemos uma doutrina por ser nova ou estranha e nunca desprezemos ou zombemos do que vem do Senhor, pois se assim o fizemos colocaremos em risco nossa salvação.” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja – Brigham Young, pág.75)
PROIBIDO QUESTIONAR
“Sempre que qualquer membro desta Igreja expressa a disposição de questionar o direito que o Presidente da Igreja tem de dirigir todas as coisas, observemos as manifestações evidentes de apostasia..” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja – Brigham Young, págs. 80)
“Um dos primeiros passos da apostasia é procurar imperfeições em seu bispo…Não demora para que a pessoa se afaste da Igreja, e esse é seu fim. Vocês, por acaso, estarão entre os que procuram imperfeições em seu bispo?” (ibdem, pág. 81)
NUNCA SERÃO DESEMCAMINHADOS?
Desta maneira a mente dos adeptos são programadas para aceitar o próximo embuste, isto é, a crença de que seus líderes nunca poderão desencaminha-los, pois, segundo crêem, são guiados pelo próprio Deus através dum profeta vivo. Será mesmo? Os fatos da história apontam o contrário como veremos…
“O Senhor Todo-Poderoso dirige esta Igreja e jamais permitirá que vocês sejam desencaminhados… pois não há nenhum risco de que seus líderes os desencaminhem. Se tentassem fazê-lo, o Senhor rapidamente os varreria da face da Terra.” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja – Brigham Young, pág. 138)
“Digo a Israel que o Senhor nunca permitirá que eu ou qualquer outro homem na posição de presidente da Igreja vos conduza erradamente. Isso não está programado. Não é a vontade de Deus. Se eu tentasse isso, o Senhor me removeria da minha posição, e o mesmo aconteceria com qualquer outro homem…” (The Discourses of Wilford Woodruff, pp. 212-13 – citados em Princípios do Evangelho, pág. 49)