Ele sentiu na pele o que é ter seu direito de expressão vedado em um país que diz possuir uma das Constituições mais democráticas do mundo.
Julio Severo está no exílio!
O entrevistado desta vez é o ativista cristão Júlio Severo. Considerado uma das pessoas mais influentes da vanguarda conservadora no Brasil. Severo é reconhecido dentro e fora do Brasil por seus trabalhos de engajamento político na esfera literária contra os posicionamentos das ideologias esquerdistas e, sobretudo, na luta contra o que ele chama de “ditadura gay”. Do exterior, onde reside atualmente com sua família, ele concedeu esta entrevista ao Ministério CACP
CACP: Você considera seu ativismo cristão um ministério? Quando começou?
JS: Basicamente, sinto a inspiração do Espírito Santo me dirigindo a escrever textos que preencham as necessidades das pessoas, dentro de uma perspectiva de alerta. Minha preocupação, oração e ação social começaram em 1987, quando tomei duas iniciativas. Orando muito a Deus, fui até uma clínica clandestina de aborto na cidade de São Paulo e, me fazendo de interessado, consegui acesso direto à dona da clínica. Nesse encontro, falei de Jesus Cristo a ela e expliquei que o que ela estava fazendo era assassinato. Como ela não quis se arrepender, busquei muito a Deus e fiz contatos com polícias providenciados por Deus. A clínica foi fechada e a dona foi conduzida algemada. Pouco tempo depois, no mesmo ano, entrei no consulado americano para distribuir folhetos em inglês contra o aborto. Fiz isso porque achava (e ainda acho) repugnante que uma nação que se considere tão democrática seja indiferente aos bebês a ponto de defender legalmente o assassinato deles. Levei os folhetos para dentro do consulado e comecei a distribuir. Em seguida, uma funcionária americana chamou os seguranças e tirou-me à força os folhetos. Expliquei para ela que se ela não devolvesse, eu iria relatar para a mídia brasileira o que ela havia feito. Ela devolveu-me os folhetos e eu saí e fiquei na calçada do consulado, distribuindo os folhetos diante de seguranças americanos. Deixei bem claro para eles que o que eu estava fazendo era direito de livre expressão e que a calçada pertencia ao Brasil. Não tive problemas.
CACP: Recentemente você teve de sair do país por que sustentou algumas posições contrárias ao governo. Quais foram estas posições?
JS: Lula e seu governo não escondem de ninguém que querem criminalizar palavras contra a homossexualidade. E infelizmente todo o aparelho estatal está agora a serviço da vontade do socialista Lula. Nesse clima, os ativistas gays ameaçam ações contra toda pessoa que ousar manifestar uma opinião contrária à agenda gay. Já recebi muitas ameaças, e tudo o que faço é expressar minha opinião cristã de que o homossexualismo é pecado e perversão. Na opinião dos ativistas gays e do governo que os apóia, minha opinião é crime. Há agora algumas ações contra mim no Ministério Público Federal. Tive de sair do país, não porque desisti do meu ministério, mas apenas para não ser abusado por um governo sem seriedade que não consegue e não quer assegurar aos cidadãos de bem o direito legítimo de livre expressão.
CACP: Seu blog também foi cassado?
JS: Sim, meu blog já foi interditado, em julho de 2007, num caso que ficou muito conhecido. Na época, até mesmo o famoso filósofo Olavo de Carvalho escreveu um artigo importante no Jornal do Brasil denunciando a interdição, que foi provocada por uma avalanche de denúncias principalmente à ONG SaferNet, que considero hoje uma da ONGs mais perigosas para o direito de livre expressão no Brasil. Contudo, com a contínua denúncia de ativistas gays, o MPF continua pressionando o Google a fechar definitivamente meu blog. O Google responde que só o fechará com medida judicial adequada. Daí, o governo está buscando mecanismos — a aprovação do PLC 122 e outros projetos anti-“homofobia” — que consigam solapar a livre expressão. Se essas leis forem aprovadas, serei como um perseguido na época em que o nazismo assumiu “democraticamente” o governo alemão. Meu blog continua sob risco.
CACP: Em sua opinião o Estado Democrático de Direito pode estar sendo ameaçado?
JS: O que está sob gravíssima ameaça são as famílias naturais, a moralidade, os valores cristãos, etc. O tal “Estado Democrático de Direito” grita que deve haver separação entre igrejas e Estado, mas promove descaradamente a “cultura” afro-brasileira (que, para cristãos católicos e evangélicos, nada mais é do que bruxaria). Um Estado pode e deve ser separado das religiões e igrejas, mas não pode nem deve ser separado de Deus e seus valores. O Estado, conforme Romanos 13, tem o chamado imutável de ser ministro de Deus, isto é, servir a Deus, não servir a agenda gay, ou a agenda da “cultura” afro-brasileira, ou a agenda feminista, ou a agenda humanista, etc.
O chamado “Estado laico” nada mais é do que um embuste socialista para empurrar goela abaixo da população a “religião” (ou ideologia) socialista, feminista, homossexualista, ocultista, etc. O Estado que não quer nada com valores morais e cristãos está hoje essencialmente casado e colado com essas ideologias ultra-radicais.
CACP: Com o surgimento dos cyberespaços criaram-se novos paradigmas na esfera das relações sociais. A queda das fronteiras espaciais pela blogosfera ajuda de que maneira o direito de expressão?
JS: As mídias tradicionais (televisão, rádio e jornais e revistas impressos) estão em grande parte nas mãos de esquerdistas, mesmo entre os evangélicos, apenas fingindo um papel democrático. Basta ver que grandes redes de televisão “independentes” costumam receber patrocínio do governo, através de anúncios comerciais caríssimos feitos por estatais que nada mais são do que braços do governo para comprar a mídia. Quando o governo, com o coro de ONGs sustentadas por ele com nossos impostos, pede a legalização do aborto e a sacralização legal do homossexualismo, a mídia quase que inteira grita “Amém”, ainda fornecendo embasamentos jornalísticos para os pedidos do governo. É um surpreendente ventriloquismo com muita logística ideológica!
Graças a Deus, nos blogs não temos de dizer “Amém” às exigências imorais do governo. A internet fornece uma alternativa muito ampla e diferente de discordar e denunciar a visão esquerdista fechada que é imposta ao público brasileiro, seja evangélico ou não. É na blogosfera que o público tem acesso a informações que nunca estão disponíveis nos meios de comunicação. Não é a toa que o governo esteja preocupado com a internet, estudando meios para impor censura.
CACP: Há uma polêmica no evangélico sobre o cristão participar ou não da política. Qual a sua opinião a respeito?
JS: Querendo ou não, todos os cristãos já participam da política. Quando eles votam, escolhendo muitas vezes políticos incapazes, ineptos e ladrões, eles estão atuando politicamente. Para que um cristão ficasse totalmente neutro nos processos políticos, ele teria de não votar, mas o Estado brasileiro, que desconhece o direito democrático da livre escolha, impõe a ferro e fogo o voto obrigatório.
Além disso, quando pagamos impostos, conscientemente ou não estamos atuando politicamente, pois quando o governo Lula trabalha para implementar o aborto e o homossexualismo, não é com o dinheiro do bolso de Lula e seus amigos de partido que tal implementação é feita. Todas essas e outras medidas políticas são feitas com o dinheiro de cada cidadão brasileiro. Assim, querendo ou não, todos os cristãos do Brasil estão participando ativamente da política brasileira, sustentando financeiramente todas as intenções e ações políticas do governo na questão do aborto, homossexualismo, etc.
É claro que muitos cristãos vão muito além do voto e dos impostos em seu envolvimento político. Mas se é para participar da política para entrar nos esquemas de corrupção, sou contra. Na vasta maioria dos casos, é isso o que geralmente acontece.
Se é para entrar na política apenas para ser um bom administrador dos recursos estatais, sou contra também, pois a maior parte dos recursos estatais de hoje tem origem em roubo, isto é, o Estado está roubando dos cidadãos.
O ideal é um governo cobrar 10% ou menos de impostos. Mas hoje o governo Lula cobra praticamente 40%! Por muito menos (20%), Tiradentes lutou pela independência do Brasil. Hoje, ninguém luta pela independência desse sistema estatal opressivo, corrupto e ladrão. A maioria quer continuar dependente, pagando 40% de impostos. A maioria quer ficar nessa escravidão.
Nesse caso, como pode um cristão na política esperar a bênção de Deus para uma boa administração dos recursos estatais sabendo que a maior parte desses recursos foi obtida pelo Estado mediante uma cobrança criminosa de 40% de impostos? Deus não abençoa o roubo. Roubo é pecado, seja praticado por um indivíduo, um empresário ou pelo próprio Estado.
Esquecemos que o mandamento de Deus “Não furtarás” não se aplica somente a cidadãos, mas também a ladrões de maior tamanho. O Estado brasileiro viola frequentemente esse mandamento. Não podemos ser cúmplices desse grande ladrão.
CACP: Como você avalia a consciência política do cristão evangélico no Brasil?
JS: O que existe no meio cristão do Brasil (seja católico ou evangélico) é uma consciência política de linha exclusivamente esquerdista. Entre os católicos, o que predomina é a Teologia da Libertação. Entre os evangélicos, é a teologia da missão integral, embora os rótulos sejam muito flexíveis, pois os “cristãos” esquerdistas empacotam sua agenda ideológica com vários enfeites. A moda do momento é eles se classificarem como evangélicos “progressistas”. Os cristãos brasileiros então têm teologias influenciadas pela ideologia socialista. É dentro dessa realidade que eles têm envolvimento político. Falta uma consciência política inspirada nos valores do Reino de Deus. Somente tal inspiração pode enfrentar a predominância de idéias socialistas entre os cristãos.
CACP: Você acredita então que essa lacuna cultural política entre os evangélicos pode ser um fator determinante de estas leis, contrárias aos princípios cristãos, estarem sendo “empurradas” na sociedade?
JS: O que está faltando exatamente não é a presença cristã na política. Há hoje no Brasil muito mais políticos evangélicos do que políticos homossexuais. O problema é que essa presença cristã faz diferença apenas para os interesses de partidos políticos ou denominacionais, não dos interesses do Rei Jesus. Eles não querem se espelhar no rei Davi e outros excelentes modelos bíblicos.
Os políticos evangélicos progressistas (ou esquerdistas), que são maioria no Brasil, não têm interesse de derrotar a agenda gay, enquanto que os ativistas gays estão totalmente empenhados em varrer da sociedade e da cultura todo traço de influência cristã. A grande presença evangélica na política não é, infelizmente, reflexo de grande influência positiva. Uma minoria homossexual está prevalecendo porque tem uma agenda, enquanto os cristãos, sem saber qual é a agenda do Reino de Deus, pegam carona em agendas de inspiração duvidosa ou abertamente malignas. O resultado é que a minoria homossexual está passando a perna na maioria dos políticos cristãos.
CACP: Você poderia citar alguns destes projetos de leis anticristãs que estão em tramite na esfera governamental atualmente?
JS: Há vários projetos de lei que ameaçam o Brasil. Eu poderia fazer uma lista longa, mas há sempre novos projetos, sem mencionar que os parlamentares esquerdistas, em sua obsessão desesperadora de avançar sua agenda, chegam ao ponto de enfiar, por exemplo, num projeto sobre pesca algo que nada tem a ver: concessão de cargos elevados para homossexuais no governo!
Aqui vão as noções das principais ameaças:
1. Equiparar legalmente a união homossexual com a união conjugal normal, efetivamente protegendo e honrando uma relação sexual extremamente prejudicial.
2. Dar ao Estado autoridade ilimitada de intervir nas famílias em questões particulares de saúde e educação dos filhos. Uma consciência social ou cristã saudável reconhece que o Estado não tem esse direito. Os cidadãos devem trabalhar e lutar para coibir os abusos estatais.
3. Lançar incessantes medidas e campanhas para criminalizar todos os tipos de disciplina física de filhos dentro do lar, transformando pais e mães honestos em criminosos. Já há uma tendência no governo, principalmente entre psicólogos estatais e assistentes sociais, de definir e classificar TODA disciplina física no lar como “violência doméstica”.
4. Expor crianças de escolas a aulas obscenas e criminosas de educação sexual. Nesse caso, os pais nada podem fazer, porque o criminoso é o próprio Estado. Se um estranho da rua falasse para seu filho as mesmas coisas que o Estado fala para ele na escola, seria caso de polícia. Mas a quem recorrer quando o Estado age igualzinho a um criminoso da rua?
5. A sacralização legal do homossexualismo implicará na proibição de todo tipo de “preconceito” contra o homossexualismo. Por sua vez, isso implicará em inúmeras conseqüências horrendas. Por exemplo, se um pai ou mãe tentar proteger um filho de influências ou ambientes homossexuais ou até mesmo de aulas pró-homossexualismo na escola, sua atitude poderá ser classificada como preconceito, sem mencionar que se um menino de 12 anos cair na influência de homossexuais os pais nada poderão fazer, sob risco de serem acusados de preconceituosos se trabalharem para tirar o filho do homossexualismo.
6. Há muitos projetos de lei que tratam do aborto, como se fosse um problema de saúde pública, não um problema criminal. Isso é uma vergonha! Crime é crime. Assassinato é assassinato. Não podemos tratar crimes como o estupro e o aborto deliberado como se fossem problemas de saúde pública.
7. Vários projetos que, com a desculpa de combater o racismo ou a desigualdade racial, protegem e promovem diversas práticas de bruxaria debaixo da bandeira da “cultura” afro-brasileira.
CACP: Você tem falado muito atualmente sobre “lei da mordaça gay”, “ditadura gay” e expressões afins. O que isto significa realmente?
JS: O termo “lei da mordaça gay” não é por mim usado, pois considero-o suave diante das intenções dos projetos anti-“homofobia”. O que as leis anti-“homofobia” querem de fato é mandar para a cadeia toda pessoa que tiver opiniões contrárias ao homossexualismo.
Todas as leis anti-“homofobia” são essencialmente fascistas, pois impõem sua ideologia sobre a população e deixam apenas uma opção para os discordantes: o silêncio.
Para quem não sabe, o fascismo, em sua forma mais elevada, dominou a Alemanha no passado, mediante o Partido dos Trabalhadores Nacional Socialista, mais conhecido como Partido Nazista. Hoje sabe-se que Hitler e quase toda a cúpula nazista eram homossexuais.
Desde então, os mais famosos líderes fascistas da Europa sempre foram homossexuais.
Daí, não é de estranhar as características patentemente fascistas dos projetos de lei pró-homossexualismo e anti-“homofobia”. A agenda gay anda sempre de mãos dadas com o fascismo.
CACP: Recentemente foi lançado no Brasil um comercial de um remédio mostrando entre vários casais heterossexuais um casal gay masculino com uma criança. A mídia é importante aliada política na causa homossexual?
JS: A mídia é importante por vários motivos. Há nos meios de comunicação mais homossexuais do que no meio do público. Além disso, os valores da mídia são bem diferentes dos valores do público. Por exemplo, se a maioria do público rejeita o divórcio, o aborto, a prostituição e o homossexualismo, nos meios de comunicação as atitudes são exatamente contrárias. E, tal qual os religiosos mais devotos que querem converter as pessoas para sua fé, a mídia se enxerga no dever de converter o público de sua “ignorância” para a iluminação deles.
CACP: Neste caso qual o limite entre preconceito e liberdade de expressão?
JS: Para que haja limites numa família, grupo ou sociedade, alguém tem de estabelecer algumas regras importantes baseadas em valores. É impossível impor limites ou regras sem valores. Nenhuma sociedade existe num vácuo de valores. Quem definirá o que é preconceito? A definição ocorrerá num vácuo? Claro que não! Geralmente, valores humanistas, esquerdistas e homossexualistas dirigem a moderna definição de preconceito.
A liberdade de expressão nasceu nos países protestantes. Com a deterioração da ética protestante, modernamente a liberdade de expressão — totalmente desamparada de seus alicerces cristãos originais — se tornou uma ferramenta poderosa para avançar a ideologia de grupos ultra-radicais.
A sociedade está confusa. Quando vê cristãos sendo violentados em seus direitos, a mídia se recusa a dar-lhes voz ou mesmo citar que eles sofreram preconceito. Literalmente centenas de milhares de cristãos ao redor do mundo são todos os anos torturados e martirizados exclusivamente por sua fé, sem que os grupos de direitos humanos — que sabem proteger tão bem assassinos e estupradores — ajam para proteger esses cristãos, que não são assassinos, nem estupradores. Por outro lado, quando dois homossexuais adultos são justamente impedidos de se beijarem em público, a tropa de choque politicamente correta aparece correndo para colar a etiqueta “vítimas de discriminação” nos dois sem-vergonhas. Uma sociedade ou mídia destituída de valores morais não está apta a definir o que é preconceito, pois está cega e é motivada por muitas más intenções, manipulando assim notícias, os dados e as situações.
O limite ideal entre preconceito e liberdade de expressão só pode ser pesado por uma sociedade dirigida por valores cristãos. Quando as sociedades ocidentais tinham essa direção, a ameaça do homossexualismo e do aborto era um pesadelo inaceitável. Hoje o pesadelo está sendo imposto a essas mesmas sociedades, que abandonaram os valores cristãos. Quem está defendendo a livre expressão nesses países agora são os esquerdistas — mas uma livre expressão enganosa e maldosa que destrói a liberdade dos cristãos e dá a um comportamento antinatural (o homossexualismo) o direito de se expressar livremente.
Se não trabalharmos para construir uma sociedade baseada nos valores cristãos, o futuro é bem simples. As previsões demográficas indicam que em menos de cem anos a Europa e a maior parte de outros países ocidentais serão muçulmanas. Com o domínio muçulmano, a liberdade de expressão ficará a serviço da ideologia muçulmana. O homossexualismo voltará para o seu devido estado de ilegalidade, e isso é muito positivo. Contudo, os cristãos também serão colocados na ilegalidade. É um dilema inescapável e trágico. Se o islamismo não fosse dominar a Europa e a maior parte do mundo ocidental, os cristãos ainda assim seriam colocados na ilegalidade, pois é meta firme do fascismo homossexual exterminar os valores cristãos da sociedade e criminalizar as opiniões bíblicas. Os cristãos estão assim num imenso beco sem saída.
A liberdade de expressão, que no passado foi uma conquista tão importante das sociedades protestantes, hoje está a serviço da ideologia homossexual, humanista esquerdista e, em breve, muçulmana.
O crescimento muçulmano explosivo na Europa é conseqüência direta de famílias muçulmanas grandes, enquanto os cristãos suicidas têm famílias pequenas. Os muçulmanos são dirigidos por uma ética que coloca a família em primeiro lugar. Os cristãos são dirigidos pela ideologia do planejamento familiar. Essa ideologia impõe o prazer sexual em detrimento de tudo o mais. Esse contexto de obsessão social pelo planejamento familiar e sexo livre é o terreno ideal para a proliferação de todos os tipos de aberração sexual estéril, inclusive o homossexualismo.
O direito de livre expressão está sendo decidido hoje pela ideologia esquerdista e homossexual, mas em poucas décadas a ideologia muçulmana é quem decidirá. Os cristãos estão sem vez e sem voz na Europa porque se venderam ao controle da natalidade, que agora controla seu futuro, suas famílias, seu destino e sua espiritualidade. A cultura contraceptiva — que está destruindo as famílias cristãs — está prosperando hoje o homossexualismo e já lançou os alicerces irremovíveis da dominação do islamismo. É por isso que eu digo: os cristãos ocidentais são suicidas. Querendo ou não, eles são contra o projeto de Deus para a família e são a favor do homossexualismo e do islamismo. A ideologia do controle da natalidade, promovida e imposta pela ideologia socialista, traz consigo o aborto e o homossexualismo, que são fundamentais para a destruição da família cristã. É pura coincidência que muçulmanos radicais como o presidente do Irã apóiem Hugo Chavez, o socialista sem cérebro da Venezuela?
Nessa guerra cultural imensa, os cristãos escolheram o papel de agentes passivos, não agentes ativos de mudança. Daí, o direito de livre expressão é pesado e definido pelos esquerdistas e homossexuais, até que os muçulmanos se multipliquem o suficiente para assumir o controle.
CACP: Você é um dos articulistas do site Mídia Sem Máscara que é antagônico ao partidarismo de esquerda. Até que ponto a esquerda contribui e incentiva projetos que colidem com a fé cristã?
JS: O site Mídia Sem Máscara é um dos raros exemplos de resistência ao pensamento esquerdista dominante hoje no Brasil. A esquerda está por trás da vasta maioria das iniciativas pró-aborto e pró-homossexualismo no Brasil.
Temos o governo mais esquerdista do Brasil e, por pura coincidência, o governo mais pró-maconha, mais pró-aborto, mais pró-homossexualismo e mais pró-estupro psicológico de crianças nas escolas e menos pró-liberdade de expressão. Se um governo estrangeiro invadisse o Brasil e fizesse apenas metade das coisas que o governo Lula vem fazendo, pegaríamos em armas para derrubá-lo. Talvez seja exatamente por isso que o governo faça tantas campanhas de desarmamento.
CACP: Há um livro de “Rosa Luxemburgo” onde ela tenta juntar cristianismo e socialismo. Uma pessoa pode ser cristã e marxista ao mesmo tempo?
JS: Claro que não. O marxismo é essencialmente satânico e foi sem a menor sombra de dúvida a ideologia que mais derramou sangue cristão na História. Mas vivemos na era da hipocrisia e da cara-de-pau: homossexuais praticantes que se apresentam como pastores dizem com a maior naturalidade que o homossexualismo é um dom de Deus. Há também ladrões que se dizem pastores. E será estranho se um deles disser que é socialista?
CACP: Mas a Teologia da Libertação não comprova o que Luxemburgo diz?
JS: A Teologia da Libertação é uma aberração teológica, que profana o nome de Jesus Cristo, apenas usando-o como palanque da ideologia socialista. Enquanto que na Teologia da Prosperidade Jesus é o mordomo (ou garçom) que atende os pedidos de crentes gananciosos, na Teologia da Libertação Jesus é apenas um palanque político, onde cristãos socialistas oportunistas e igualmente gananciosos sobem em cima de Jesus para gritar e desabafar suas mediocridades políticas ao público. Embora Jesus ame os pobres como nenhum socialista mentiroso, Seu chamado aqui na terra não era marcado pela alimentação aos pobres. Aliás, Ele só fez isso duas vezes, na multiplicação dos pães, depois que as multidões estavam com Ele já havia mais de um dia ouvindo o Evangelho e estava tarde demais para comprarem alimento em outros lugares.
O Evangelho de Jesus Cristo cura, liberta e salva. O socialismo mente, escraviza, provoca feridas e mata. A Teologia da Libertação igualmente mente, escraviza, provoca feridas e mata, usando obscenamente o nome de Jesus.
CACP: Diante das desigualdades sociais geradas pela exploração dos ricos sobre os pobres na América Latina, não justificaria a opção de alguns evangélicos pelo socialismo?
JS: Eu acho muito interessante a atitude dos “cristãos” esquerdistas. Quando vemos um governo corrupto e imoral como o de Lula e nos revoltamos, eles nos dizem: “Temos de respeitar as autoridades. A Bíblia ensina isso”. Mas quando o governo não é socialista, eles imediatamente esquecem seus próprios conselhos e apelam para todos os tipos de iniciativas revolucionárias, rebeldes e insubmissas, podendo chegar ao absurdo da luta armada.
Em primeiro lugar, a Bíblia diz que sempre haverá pobres, e o próprio socialismo é prova disso. Por onde o socialismo passou, trouxe miséria. Na extinta União Soviética, enquanto a elite socialista era riquíssima, o povo vivia a igualdade do socialismo: todos eram pobres. Em Cuba, a mesma coisa. Enquanto o ditador Fidel Castro é um dos homens mais ricos do mundo, o povo cubano é um dos mais pobres… O socialismo sabe explorar os pobres com as promessas mais elegantes.
Apesar disso, os socialistas pregam que o simples fato de um homem ser rico já o torna digno do título de opressor. Assim, na visão socialista TODOS os ricos são opressores. Embora a Bíblia condene a opressão, certamente o socialismo e a Bíblia têm padrões muito diferentes para medir o que é opressão. Pelo padrão socialista, Abraão, Isaque, Davi e outros israelitas do Antigo Testamento eram opressores, pois tinham riquezas e empregados.
Deus não deu ao Estado nenhuma autoridade de redistribuir renda. Por isso, a resposta para a exploração dos pobres pelos ricos não é o socialismo, mas a Palavra de Deus.
Em situações em que há exploração, os ricos devem ser julgados. Em situações em que não há exploração, os ricos são exortados (nunca ordenados por nenhuma imposição legal ou o que quer que seja) a dividir com os pobres. Leis que obrigam a divisão de riquezas violentam a Palavra de Deus, pois mesmo Deus sendo Juiz não ordena nenhuma distribuição de renda. Isso deve ser feito por amor e iniciativa do próprio dono das riquezas. Quando não há amor, o resultado é ódio, morte e destruição — características que estão muito ligadas ao socialismo.
Abraão, Isaque e outros homens da Bíblia eram ricos: tinham muito gado, ouro e empregados. Deus os abençoou e seria um crime dividir essas riquezas com pagãos que usam recursos para o pecado. Diferente deles, eu não tenho riquezas nem propriedades, mas a Palavra de Deus deixa claro que não é pecado tê-las. Pelo contrário, elas são resultado de esforço e trabalho. Tudo o que os ricos precisam fazer é estar abertos ao Espírito Santo, para poderem ser usados para todo tipo de boa obra:
“Aos que têm riquezas neste mundo ordene que não sejam orgulhosos e que não ponham a sua esperança nessas riquezas, pois elas não dão segurança nenhuma. Que eles ponham a sua esperança em Deus, que nos dá todas as coisas em grande quantidade, para o nosso prazer! Mande que façam o bem, que sejam ricos em boas ações, que sejam generosos e estejam prontos para repartir com os outros aquilo que eles têm. Desse modo eles juntarão para si mesmos um tesouro que será uma base firme para o futuro. E assim conseguirão receber a vida, a verdadeira vida.” (1Tm 6:17-19 NTLH)
Portanto, a definição de exploração deve ser decidida pelo padrão da Palavra de Deus, não pela ideologia socialista, que está devorando o Brasil como um câncer e querendo usar o Estado como uma ferramenta de justiça social artificial e uma ferramenta de amor artificial em favor dos pobres. O papel do Estado não é impor o amor — o que acaba gerando justo ódio —, mas apenas castigar os criminosos. É papel da igreja pregar o amor e é papel dos cristãos — sejam eles ricos ou pobres — viver o amor.
Nem mesmo a igreja tem o chamado de impor o amor.
Nessa importante questão, o Estado está desrespeitando e violando a parede entre Estado e igreja.
Um trabalhador trabalhou e o patrão não pagou? É dever do Estado punir aquele que quebrou o contrato de trabalho. Um homem é rico e outros ao seu redor são pobres? Não é dever, nem chamado do Estado tirar (através de impostos criminosos) daquele que tem mais para dar para quem tem menos. Isso é roubo.
É dever da igreja, e somente da igreja, ensinar que tudo isso seja feito na base do amor.
CACP: Em sua opinião o que falta à igreja brasileira na atual conjuntura?
JS: Compreender nosso papel na sociedade. As feministas, os ativistas homossexuais, os socialistas e os sacerdotes da “cultura” afro-brasileira avançam furiosamente suas agendas na sociedade, e quando o cristão tenta avançar uma ideologia cristã, eles gritam: “Lembre-se: O Estado é laico. Você não tem o direito de promover ou impor a agenda cristã na sociedade. Só nós temos o direito de impor nossa ideologia nas leis e sociedade”. Falta aos cristãos visão para enxergar que o Estado laico-louco está deliberadamente removendo a agenda cristã da sociedade para dar espaço para outras agendas. Temos de parar de choramingar, sair da posição defensiva e assumir uma posição ofensiva, avançando a agenda política do Reino de Deus.
CACP: Qual a mensagem que você deixaria aos internautas do nosso site?
JS: Buscar o Reino de Deus acima de todas as coisas. O Reino de Deus é o Governo de Deus. Somos chamados a promover a maior ideologia política do universo: A ideologia do Reino de Deus.
Buscando o Reino de Deus sobre todas as coisas, todas as coisas nos são acrescentadas. Essa é a promessa do Senhor Jesus em Sua Palavra.
Karl Marx e seus nefastos descendentes ideológicos (ateus e pseudo-cristãos) fazem promessas em cima de mentiras e ilusões, inspirados pelo pai da mentira.
Quando buscamos o governo deste mundo, que promete emprego, saúde, educação, etc., não experimentamos a realidade de todas as coisas nos sendo acrescentadas.
Só Jesus faz promessas reais e as cumpre. Só o Governo de Deus pode nos suprir tudo — educação, saúde, emprego, moradia, etc.
Por isso, convido todos os leitores cristãos deste site, que têm vontade de atuar politicamente, a abraçarem o Rei Jesus e serem instrumentos da poderosa e sublime ideologia política do Reino de Deus.