Entrevista com a Ex-Kardecista Maria Cândida
“Mas nada há encoberto que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido”(Lucas 12.2).
Pr. João Flávio – O caso do médium curandeiro João de Deus chocou o Brasil. As primeiras notícias foram surpreendentes. Afinal esse sr. atraiu milhares de pessoas de boa fé por cerca de 40 anos. De início parecia um caso de desregramento moral, incontinência sexual, porém outras denúncias foram chegando, as investigações foram avançando, de surpreendentes os fatos passaram a estarrecedores e na semana passada, quando já não se esperava que as coisas pudessem ser muito piores, surgiu o fato novo de tráfico de bebês e órgãos humanos.
Vou conversar com a irmã Maria Cândida, nós vamos tratar aqui da reação das lideranças espíritas, e também vamos ver que nos livros de Allan Kardec podemos encontrar explicações que confirmam a grande possibilidade de fraudes no espiritismo.
Candida – Isso mesmo Pastor, Kardec reconheceu desde o início de suas pesquisas que as fraudes ocorriam com muita frequência, inclusive ele mesmo confessa ter sido enganado por espíritos que lhe davam falsas informações e também se apresentavam usando nomes respeitáveis. Tanto que ele concluiu não ser possível identificar o espírito que se comunica. No caso desse homem não se trata apenas de simples comunicações, e as autoridades policiais têm dito que as vítimas relataram que os atos eram praticados “pela entidade” e também por ele mesmo.
Pr. João Flávio – Depois de ficar muitos dias em silêncio, a FEB e alguns famosos começaram a se manifestar em vídeos e postagens nas redes sociais, dizendo que João de Deus não é espírita, é católico. Existe uma definição oficial de espírita?
Candida – Existe sim Pastor. No livro O Que É o Espiritismo, escrito no formato de entrevista – seria um debate entre Kardec e uma pessoa que duvidava de suas teorias – Allan Kardec foi perguntado por que usava a palavra espírita no lugar de espiritualista. Ele respondeu que coisas novas precisavam de palavras novas. Ele realmente pensava que as manifestações dos espíritos começaram a acontecer no seu tempo, meados do século XIX, mas nós sabemos que a primeira sessão espírita aconteceu no Jardim do Éden, como não conhecia a Bíblia ele pensava que era uma novidade. No Livro dos Espíritos Kardec também define espírita e espiritismo:
Livro dos Espíritos, Introdução, Parte I – Espiritismo e Espiritualismo
Pr. João Flávio – ou seja, espírita é toda pessoa que mantém relações com os espíritos, então João de Deus é sim espírita. Parece que os dirigentes da FEB e esses famosos não leram Kardec.
Candida – A Federação Espírita Brasileira, e esses espíritas “famosos”, na falta de qualquer argumento que possa excluir o espiritismo desse escândalo, divulgam na imprensa e nas redes sociais notas e vídeos afirmando que o curandeiro criminoso não é espírita. Falta-lhes conhecimento do que Kardec escreveu e ensinou sobre fraudes, curandeirismo e charlatanismo. A gente vê que eles nem conhecem a doutrina que abraçam e defendem.
Pr. João Flávio – Na verdade eles estão dizendo que os espíritas são absolutamente imunes às tentações e às paixões humanas, são tão perfeitos que se alguém cometer qualquer erro (ou crime, como neste caso) significa que ele não é espírita, embora mantenha contínua comunicação com os espíritos durante anos.
Candida – Pastor eu costumo dizer que arrogância e prepotência são duas características marcantes dos espíritas. Eles se julgam pessoas especialíssimas que estão acima de todos os demais. Eu vou até citar aqui o vídeo do André Trigueiro, repórter da Globo News, disponível no youtube. É um exemplo claro do que estou falando. Quem quiser assistir para confirmar, por favor deixe o seu deslike.
De vez em quando os espíritas têm um encontro com a realidade e ficam perdidos. Eles com certeza não estavam preparados para um acontecimento como esse. O sr. sabe que já apareceram mais dois casos semelhantes aos de João de Deus, e eu acredito que outros virão, mas a imprensa está divulgando pouco.
Pr. João Flávio – Em algum momento Kardec falou especificamente sobre médiuns aproveitadores, embusteiros, fraudulentos…
Candida – Sim. No Livro dos Médiuns, Capítulo II – Método, parágrafo 28, ele trata especificamente desse assunto e apresenta quatro diferentes tipos de espíritas. O João de Deus se classifica no segundo grupo de Kardec, os ‘espíritas imperfeitos’, mas isso não significa que ele não seja médium nem que não seja espírita, como querem os defensores do espiritismo.
Pr. João Flávio – Então Kardec admitiu que existem médiuns que cometem fraudes, movidos por ambição e prazer, que é exatamente o caso que estamos tratando, e chamou essas pessoas muito gentilmente de imperfeitos, na verdade são criminosos, mas os espíritos continuam se utilizando desse tipo de gente e colaborando para que façam mal às pessoas de boa fé? Explica melhor essa história irmã.
Candida – quem vai explicar é o próprio Kardec, Pastor. A teoria kardecista diz que “semelhante atrai semelhante e essa máxima kardecista foi ferida de morte neste escândalo. Vamos ler um trecho do Capítulo XX do Livro dos Médiuns – Influência Moral do Médium, que trata com clareza desse tema:
“Pergunta 226, item 2 – (…)por que se vê pessoas indignas que são dotadas de mediunidade em seu mais alto grau e dela fazem mau uso? – R. (…)pessoas indignas são dotadas dela, porque precisam mais dela do que as outras para se aperfeiçoarem; imaginais que Deus recusa os meios de salvação aos culpados?”
Veja o absurdo desse instrução dos “espíritos superiores”: Deus permite que pessoas façam mau uso de um dom concedido por Ele – segundo os espíritas – para serem aperfeiçoadas, sem levar em conta os sofrimentos infligidos às vítimas desse “mau uso”.
Pr. João Flávio – E os espíritos ainda dizem que esse tipo de médium precisa dessa experiência mais do que as outras pessoas para se aperfeiçoar. Olha o tamanho da cegueira dos defensores do kardecismo. Uma pessoa se aperfeiçoa causando grandes males e sofrimentos aos outros.
Candida – Tem mais, Pastor. Vou ler a resposta da pergunta 226, item 4, do Livro dos Médiuns:
“Pergunta 226, item 4 – Há médiuns aos quais é feita espontaneamente, e quase constantemente, comunicações sobre um mesmo assunto, sobre algumas questões morais, por exemplo sobre determinados defeitos. Isso tem uma finalidade? – R. (…)não há médium que não esteja usando mal a sua faculdade, por ambição ou por interesse, ou comprometendo-a por um defeito capital, como o orgulho, o egoísmo a leviandade etc., que não receba de tempos em tempos algumas advertências da parte dos espíritos; o mal é que na maioria das vezes eles não as tomam para si mesmos”.
Pr. João Flávio – Então os médiuns fraudadores e charlatães simplesmente recebem periodicamente advertências dos espíritos superiores, mas continuam praticando seus crimes, o João de Deus, por exemplo, por quase 40 anos!
Candida – Esse é um ensinamento absolutamente assustador de Kardec. No caso concreto que estamos analisando, com base nesse registro de Kardec, veja que os espíritos superiores respondem uma pergunta direta sobre esse assunto. Caso isso seja verdade, podemos concluir que o João de Deus foi periodicamente advertido, mas os espíritos continuaram permitindo e até participando dos crimes que ele cometia.
Pr. João Flávio – E fica nisso, adverte o médium e toca o barco?
NOTA QUE KARDEC ACRESCENTOU ABAIXO DESSA RESPOSTA DOS ESPÍRITOS DA PERGUNTA 226 ITEM 8:
“Deve-se observar, que quando os bons espíritos julgam que um médium deixou de ser bem assistido e torna-se, por suas imperfeições, presa dos espíritos enganadores, provocam quase sempre circunstâncias que desmascaram os seus defeitos e o afastam das pessoas sérias e bem intencionadas cuja boa fé poderia sofrer abusos…”.
Pr. João Flávio – Mas os espíritos não provocaram nenhuma circunstância em mais de trinta anos para interromper a carreira criminosa do João de Deus. Foi graças a uma senhora holandesa, a primeira a denunciar, que ele foi desmascarado. Se dependesse de alguma ação dos espíritos ele continuaria praticando essa mediunidade de cura até quando? Isso é muito sério, irmã.
Candida – Eu penso, Pastor, que por causa da cultura europeia, muito diferente da nossa, essa sra. enxergou aquilo que os clientes brasileiros se recusavam a acreditar. No Brasil esse homem era endeusado e temido. O sr. viu o jogo de cena que ele fez com a Polícia Federal, quando marcou para se entregar numa encruzilhada, para intimidar os policiais.
Pr. João Flávio – Mas irmã, essa questão sobre como agem os espíritos superiores diante das fraudes, e até de crimes, é muito séria. Kardec acrescentou mais alguma coisa que é importante registrar?
Candida – Sim Pastor, e pela importância da informação, em nome do nosso compromisso com a verdade, e movidos pelo grande desejo de levar um esclarecimento libertador, àqueles que ainda não estão convencidos, vamos ler no Livro dos Médiuns, capítulo XX, as perguntas 227 e 228. Não estou citando o nr. das págs. porque há muitas edições dos livros de Kardec, então a melhor maneira de localizar o que estamos mostrando é pelo nr. das perguntas:
Pr. João Flávio – Vamos trocar em miúdos essa instrução dos espíritos irmã.
Candida – O que se lê aqui é estarrecedor, assustador, veja só: Os “bons espíritos”, ou “espíritos superiores”, durante algum tempo – que não é possível precisar – fazem uso do que chamaram a “bela faculdade” do médium. Quando ele se enche de orgulho, e suas imperfeições morais passaram a dominá-lo, ele é advertido. Se não der ouvidos às advertências os espíritos superiores se afastam, e ele fica nas mãos dos espíritos imperfeitos, embusteiros, enganadores e pervertidos.
Pr. João Flávio – Nenhuma preocupação com as “pessoas sérias, bem intencionadas, de boa fé” – como eles mesmos dizem –, vítimas dos abusos. Que tipo de caridade é essa praticada pelos espíritas?
Candida – Pastor eu quero acrescentar ainda que no Livro dos Espíritos, cap. 1 parte 2, da pergunta 100 a 113 os espíritos explicam que existe uma escala de espíritos, conforme sua evolução. Mais adiante, nas perguntas 128 a 131 eles falam sobre anjos e demônios: anjos são os espíritos dos homens que reencarnaram muitas vezes e atingiram a perfeição, e demônios simplesmente não existem, são os espíritos que estão no início da evolução. Esse ensinamento serve para as pessoas olharem os demônios com simpatia, e até compaixão, facilitando as fraudes. Essas referências que estou citando aqui são ferramentas para quem vai conversar com um parente ou amigo espírita. É bom mostrar nos livros de Kardec essas coisas. Eu tenho esperança que esse escândalo vai abrir os olhos das pessoas.
Pr. João Flávio – A Palavra de Deus é tão clara a respeito das práticas espíritas, que a gente não entende como as pessoas se deixam enganar.
Candida – Isso mesmo Pastor. As advertências que encontramos na Bíblia, e a proibição de Deus nos dizendo “a ti o Senhor teu Deus não permite tais coisas” em Dt. 18.14 não nega que exista evocação de espíritos e comunicação com eles; depois pelo profeta Isaías o Senhor renovou a mesma advertência (Is. 8.19), e no Novo Testamento o Senhor Jesus fala da impossibilidade de comunicação entre vivos e mortos, mencionando a existência de um grande abismo que faz uma intransponível separação (Lc. 16.19-31). A questão é quem são esses seres que se comunicam e dizem operar milagres. Essas advertências o Senhor nos deixou para evitar cairmos nas “astutas ciladas do diabo”, como diz o apóstolo Paulo em Ef. 6.11, que se apresenta muitas vezes como anjo de luz e seus ministros como ministros de justiça (IICo. 11.14-15).
Pr. João Flávio – Mas as pessoas preferem acreditar em Kardec, e pagam um alto preço por isso.
Candida – Infelizmente Pastor. Recentemente o espiritismo passou a atacar a Palavra de Deus espalhando a mentira que sua condenação na Bíblia na verdade são traduções fraudulentas, feitas pelos inimigos do espiritismo. Muitos acreditam e passam por sofrimentos sem necessidade. Por que não buscar em Jesus, o Salvador, a cura para seus males? Ele disse todo que vem a mim de modo nenhum lançarei fora. Mas eu tenho uma grande esperança que muita gente está sendo liberta das mentiras do espiritismo.
Pr. João Flávio – Para finalizar, irmã, como a gente pode entender que as pessoas eram abusadas física e emocionalmente, além de exploradas financeiramente, e ainda assim continuavam frequentando a casa do médium.
Candida – Vamos lembrar do rei Saul, Pastor. A Bíblia não nega a existência dos espíritos nem sua atuação entre os vivos. O que ela nos diz é que eles não homens que morreram, são demônios que inclusive operam sinais, prodígios e maravilhas para enganar a muitos, especialmente os que se encontram aflitos. Pessoas que não têm relacionamento com Deus, quando se vêem diante de uma circunstância adversa ficam vulneráveis a ação desses espíritos.
“Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras”(IICo.11.13-15).
“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”(Mt. 24.24).
“Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios.Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios”(ICo. 10.20-21).
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A mensagem central das Escrituras Sagradas é a salvação do homem pela graça de Deus, através da fé no sacrifício perfeito de Seu Filho Jesus Cristo, que desceu da Sua glória, se fez carne, habitou entre nós e foi oferecido como sacrifício perfeito, único e suficiente para resgatar a humanidade reconciliando-a com Deus. A reencarnação e a comunicação com os mortos não estão contempladas positivamente na Bíblia, longe disso. Diversos textos poderiam ser aqui citados, mas nos restringimos a quatro deles, suficientes para demonstrar a condenação bíblica das crenças e práticas espíritas
Dt. 18.9-14 – Isaías 8.19 – Lc. 16.19-31 – Hebreus 9.27
De seu lado, Allan Kardec tem como pilares da sua religião exatamente essas duas crenças, e a partir delas elaborou um conjunto de doutrinas e ideias que antagonizam em tudo com a Palavra de Deus.
No Livro O Que É o Espiritismo, Kardec apresenta noções básicas do kardecismo, seguidas de um resumo do Livros dos Espíritos e do Livro dos Médiuns. Logo de início ele explica que partiu da seguinte premissa: o homem tem uma parte material e outra espiritual; essa parte espiritual sobrevive à morte do corpo e se chama alma; como não morre, a alma vai para algum lugar. A partir da segunda metade do século XIX, os espíritos dos mortos passaram a se comunicar com os homens para explicar que lugar seria esse, na verdade são vários lugares; que há um trânsito constante de almas chegando e saindo do planeta terra; que tudo que se sabia sobre a vida após a morte estava errado, e finalmente a humanidade conheceria a verdade. E os espíritos também estavam empenhados em auxiliar no progresso da humanidade, e receberam autorização de Deus para disseminar conhecimento em todas as áreas da ciência. Essa é uma síntese resumidíssima do pensamento kardecista.
Lemos na Bíblia que a comunicação dos vivos com os mortos não teve início nos anos 1850, mas remonta aos primórdios da humanidade. Dizemos, inclusive, que a primeira sessão espírita aconteceu no Jardim do Éden, onde Satanás (que é um espírito) se utiliza da serpente como médium para comunicar-se com Eva. Quando o povo de Deus vai entrar na terra prometida o Senhor os adverte para não adotarem os costumes daqueles povos e permanecerem fieis a Ele: (Dt. 18.14). E sobre as profecias, as curas, os prodígios e os milagres realizados pelos médiuns? Muitos dizem ter sido realmente curados; outros afirmam que lhes aconteceu algo como um médium previra; outros presenciaram fenômenos inexplicáveis racionalmente. E o que dizer àqueles que creem sinceramente estar recebendo conselhos e palavras de carinho de um ente querido falecido? Como negar a realidade dos fatos espíritas?
Nossa oração é que esse caso resulte em milhões de olhos abertos, milhões de pessoas libertas das mentiras do espiritismo, milhões de vidas rendidas ao Senhor Jesus Cristo, milhões de almas resgatadas das trevas para Sua maravilhosa luz, que viverão para sempre com o Senhor.
Antes de focalizar as duas questões propostas, faz-se necessário lembrar que o Brasil detém o triste título de maior país espírita do mundo. Os espíritas nominais, aquelas pessoas que respondem ao IBGE que são espíritas, no último censo demográfico, realizado em 2010, somaram apenas pouco mais de três milhões de pessoas, número insignificante diante do contingente populacional de 180 milhões à época. Entretanto, o número de “simpatizantes” do espiritismo está estimado atualmente acima de 60 milhões. Quem são essas pessoas? Na sua imensa maioria, quase totalidade, são os chamados “católicos não praticantes”, que vão à missa aos domingos, casam-se e batizam seus filhos na igreja católica, mas frequentam centros espíritas durante a semana, regularmente ou eventualmente. Quando se deparam com alguma adversidade inesperada, diante de uma grande dor ou tragédia, não buscam socorro no Salvador – para os católicos Jesus Cristo é Senhor e Salvador –, mas apelam para algum agente do espiritismo, uma pessoa especial capaz de intermediar um “acordo” com os espíritos, que têm poder para curar doenças e resolver todo e qualquer problema.
O drama de alguém desesperado, que não tem comunhão com Deus, é tão relevante, que o Senhor deixou essa situação registrada na sua Palavra, para nos servir de advertência. A narrativa da busca desesperada do rei Saul por um conselho de seu mentor morto, o profeta Samuel, em I Samuel 28, quase três mil anos atrás, apresenta as mesmas características que encontramos nessas pessoas no século XXI:
– O desespero lhes cega o entendimento e não são capazes de buscar o favor de Deus com humildade e arrependimento de seus erros, ao contrário, se veem como vítimas sofrendo uma injustiça;
– Acreditam que Deus é um ser distante, indiferente e omisso diante de sua dor, que não lhes dá resposta, e não quer curar suas dores do corpo e da alma;
– Perderam algo que possuíam e que era a razão de sua vida: no caso de Saul o reino de Israel; hoje pode ser a saúde, os bens materiais, uma posição de autoridade e poder, um ente querido etc.;
– Recusam-se a aceitar a realidade inexorável que a morte física chega para todos, e o relacionamento com aquela pessoa amada nesta terra terminou;
– Rebelam-se contra Deus e acreditam que exista outro ser capaz de revogar Seus desígnios;
Esse conjunto dramático de sentimentos tornaram Saul extremamente vulnerável à ação do espírito enganador. Ele também estava fisicamente debilitado, não comera nada há mais de vinte e quatro horas (v. 20). Habilmente o demônio dá o golpe final, mencionando o objeto que desestabilizaria o rei definitivamente: a capa de Samuel (ISm 28.14), aquela que se rasgou (ISm. 15.27-28) e marcou o fim de seu relacionamento com Deus e com o juiz, profeta e sacerdote que o ungira rei de Israel!
Saul não se recuperou do trauma, não recebeu o reino de Israel de volta, não se reconciliou com Deus, trilhou o caminho da morte até o suicídio (ISm. 31.4).
Qualquer semelhança com os métodos utilizados hoje no espiritismo não é mera coincidência.