Em vídeo, EI diz ter executado um dos reféns japoneses. Um dos reféns aparece segurando foto que seria do outro refém decapitado

Imagem divulgada pelo SITE (grupo de monitoramente do terrorismo) do refém japonês Kenji Goto no vídeo divulgado neste sábado (24/1/2015) (Twitter/SITE Intel Group/Divulgação)
O governo do Japão condenou na manhã deste domingo (horário local) a divulgação de um vídeo pelo Estado Islâmico anunciando a execução de um refém japonês. O vídeo mostra uma imagem estática de Kenji Goto segurando uma foto do que seria de Haruna Yukama decapitado.
Uma voz atribuída a Goto afirma que o grupo terrorista não quer mais dinheiro, como havia pedido inicialmente, e sugere libertar Goto em troca da liberação de Sajedah Rishawi, mantida pelas autoridades da Jordânia. “Eles não querem mais dinheiro, então você não precisa se preocupar em financiar terroristas”, diz a voz, em inglês.
“É um ato ultrajante e inaceitável”, afirmou o chefe do gabinete de Segurança, Yoshihide Suga, em um breve pronunciamento transmitido pela TV. “Nós exigimos fortemente a pronta liberação de Kenji Goto, sem ferimentos”.
O primeiro-ministro Shinzo Abe deu uma declaração a jornalistas ao sair de uma reunião de gabinete em sua residência oficial em Tóquio: “Eu tenho um forte sentimento de raiva. Nós não vamos ceder ao terrorismo”, afirmou.
Vídeo – A autenticidade do vídeo está sendo verificada pelas autoridades japonesas. Um especialista do canal estatal japonês NHK apontou pontos estranhos nas imagens, que não seguem o formato até então usado pelo grupo terrorista de mostrar a decapitação de reféns. O novo vídeo não tem a marca do EI nem referências religiosas.
No início desta semana, o EI havia divulgado um vídeo exigindo 200 milhões de dólares para libertar os dois japoneses e estabelecendo um prazo de três dias para o pagamento do resgate – que expirou ontem sem notícias sobre o que havia acontecido com os reféns.
Reféns – Kenji Goto é um jornalista freelance e documentarista que foi sequestrado depois de entrar no território dominado pelo Estado Islâmico na Síria, em outubro. Yukawa foi capturado quando a facção rebelde à qual havia se integrado entrou em confronto com o EI em meados do ano passado.
Amigos dizem que Yukawa foi para a Síria para tentar fugir de decepções na vida pessoal, como a falência de seu negócio e a morte da mulher. Segundo informações da imprensa do Japão, Goto teria viajado para tentar libertá-lo.
Troca – A mulher mencionada no vídeo foi condenada por participar de um ataque suicida na capital Amã em 2005 que deixou vários mortos. O atentado foi organizado pelo marido de Sajedah. Os dispositivos que ela levava junto ao próprio corpo falharam, informou o jornal britânico Daily Telegraph. Ela também seria a irmã de Mubarak Atrous al-Rishawi, ex-chefe do Estado Islâmico no Iraque, que foi morto quando o grupo terrorista ainda fazia parte da insurgência iraquiana contra a coalizão liderada pelos Estados Unidos.
Nota: veja como o que o EI faz tem base no Alcorão, Clique aqui
(Com agência Reuters)
Extraído do site http://veja.abril.com.br/ em 24/01/2015 – clique aqui e assine Veja