EG White e certos conselhos

OS CONSELHOS DE ELLEN WHITE, O EXEMPLO DE CRISTO E ALGUMAS PERGUNTAS

No livro de catequese adventista, NISTO CREMOS, na referência de rodapé nº 50, há um conselho da fundadora e profetisa dos adventistas do sétimo dia, Ellen White, quanto aos sábado em relação aos hospitais adventistas:

“Porventura o exemplo de Cristo ordena que os hospitais devem permanecer abertos durante os sete dias da semana sem prover qualquer oportunidade de descanso sabático para o seu quadro de pessoal? Compreendendo as necessidades do pessoal hospitalar, E. G. White escreveu: ‘O Salvador nos mostrou por Seu exemplo que é correto aliviar o sofrimento neste dia; mas médicos e enfermeiros não devem fazer trabalho desnecessário. Tratamentos comuns, e operações que podem esperar, devem ser deixados para o dia seguinte. Seja conhecido dos pacientes que os médicos precisam ter um dia de descanso.’ – Medicina e Salvação, pág. 214. O pagamento recebido por tais serviços médicos deve ser separado para fins caritativos. White escreveu: ‘Pode ser mesmo necessário devotar as horas do santo sábado ao alívio da humanidade sofredora. Mas os honorários por esse trabalho devem ser recolhidos à tesouraria do Senhor, a fim de serem usados em favor de pobres merecedores, que necessitem de tratamento médico e não podem pagar.’ (Ibidem, pág. 216). 51. George E. Vandeman, When God Made Rest (Boise, ID: Pacific Press, 1987). pág. 21.” (destaque meu).

Resumindo o pensamento de EGW temos o seguinte:

1) Médicos e enfermeiros podem trabalhar aos sábados;

2) O trabalho é considerado obra de caridade;

3) O pagamento por tais serviços deve ir para o cofre da Igreja Adventista;

4) Tratamentos comuns e operações que podem esperar, são considerados trabalhos desnecessário e não podem ser feitos aos sábados.

Agora compare o conselho dela com essa passagem de Lucas 13. 10-16, onde Jesus cura uma mulher no sábado de uma enfermidade, que na mentalidade adventista, poderia muito bem esperar:

“E ensinava no sábado, numa das sinagogas.
E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; e andava curvada, e não podia de modo algum endireitar-se.
E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade.
E pôs as mãos sobre ela, e logo se endireitou, e glorificava a Deus.
E, tomando a palavra o príncipe da sinagoga, indignado porque Jesus curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que é mister trabalhar; nestes, pois, vinde para serdes curados, e não no dia de sábado.
Respondeu-lhe, porém, o Senhor, e disse: Hipócrita, no sábado não desprende da manjedoura cada um de vós o seu boi, ou jumento, e não o leva a beber?
E não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás tinha presa?” (destaque meu)

Ora, quem já estava há 18 anos encurvada, um dia a mais, um dia a menos não faria diferença alguma. A enfermidade dela nos critérios da senhora White não era uma emergência. Para a felicidade daquela mulher, Cristo não sabia dos conselhos da senhora White e teve uma atitude completamente diferente.

Observe também que, assim como a senhora EGW, o chefe da sinagoga achava desnecessário a cura dela no dia de sábado. Ora, ela poderia muito bem esperar chegar o domingo! Mas Cristo foi contra o pensamento farisaico daquele judeu e curou aquela coitada no sábado.

Diante do exposto acima, seguem algumas perguntas pertinentes:

1) O pagamento realizado pelos serviços médicos adventista é oferta ou pagamento?

2) Se é uma obra de caridade, porque então a Igreja orienta enfermeiros e médicos adventistas a não trabalharem aos sábados quando o hospital não é adventista?

3) O critério de saber sobre o que é ou não essencial fazer dentro de um hospital adventista, vem de Cristo (Bíblia) ou da senhora White?

4) E os médicos e as enfermeiras que não são adventistas, podem receber pelos seus serviços prestados aos sábados ou vai para o “tesouro do Senhor”?

5) Considerando que um hospital não funciona apenas com médicos e enfermeiros, mas necessita de uma equipe auxiliar, tais como, faxineira, diretor, recepcionista, como ficaria a situação destas pessoas já que não atuam diretamente na “cura” do enfermo? Elas se enquadrariam em qual categoria: “caridade” ou “trabalho”? Se é caridade, então seus serviços também saem de graça e o pagamento vai para o “tesouro do Senhor”?

6) Um policial ou bombeiro adventista, se porventura trabalhassem no sábado, estariam realizando caridade ou trabalho?

7) Diante do fato de que muitas vezes não temos como saber se um serviço médico é ou não emergencial, pois há casos de males aparentemente não essenciais que podem evoluir em horas para uma parada cardiorrespiratória e finalmente o óbito, perguntamos: como fica o critério adventista do que é ou não essencial neste caso?

8) Por que Jesus curou uma mulher no sábado mesmo sabendo que era um serviço não essencial que poderia ter sido feito na sexta-feira ou no domingo? O critério de Jesus era diferente do critério criado pelos adventistas?

Conclusão:

O adventismo, assim como o farisaísmo, criou inúmeras regras próprias do que pode ou não realizar no dia de sábado. Assim como os fariseus, os adventistas cometem inúmeros erros por não perceberem que o sábado com todo o seu significado teológico e cerimonial, foi abolido com a vinda de Cristo. A experiência de muitos adventistas, ao contrário do que a propaganda da Igreja tenta vender, é que o sábado tem se tornado um fardo para muitos. Não tem nada de deleitoso e alegre, mas uma mera obrigação ritual. Oremos para que Deus os libertem de todo esse legalismo.

—————

Para saber mais sobre inúmeras regras colocadas para os adventistas no dia de sábado, acesse:
adventist.org/articles/sabbath-observance-1/

Sair da versão mobile