A afirmação da Sra. White acerca do amálgama entre seres humanos e bestas era, não só uma das mais controvertidas que ela já fez por escrito, mas também uma das mais embaraçosas para a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Em 1864, a Sra. White escreveu o seguinte:
“Mas se há um pecado acima de todo outro que atraiu a destruição da raça pelo dilúvio, foi o aviltante crime de amálgama de homem e besta que deturpou a imagem de Deus e causou confusão por toda parte”. Ellen White, Spiritual Gifts, Vol. 3, p. 64, 1864
“Toda espécie de animal que Deus criou foi preservada na arca. As espécies confusas que Deus não criara, resultantes da amálgama, foram destruídas pelo dilúvio. Desde o dilúvio, tem havido amálgama de homem e besta como pode ser visto nas quase infindáveis variedades de espécies animais e em certas raças de homens”. Ellen White, Spiritual Gifts, Vol. 3, p. 75, 1864
Nestas afirmações, a Sra. White descreve o amálgama como “um pecado” bastante grave para requerer “a destruição” da raça humana. Ela diz que era um “aviltante crime”, que “deturpou a imagem de Deus”. Diz que ocorreu tanto antes como depois do “dilúvio”, e que seus efeitos podem ser vistos “em certas raças de homens”.
A afirmação da Sra. White parece indicar que ela cria que a união sexual entre seres humanos e bestas antes e depois do dilúvio produziu espécies diferentes, amalgamadas. Este era um antigo mito que circulava entre pessoas incultas no século dezenove, mas que não tem base científica. Na realidade, a ciência tem demonstrado que é impossível que a união entre seres humanos e animais produza descendência.
O fato de que o mito do amálgama circulava em princípios do século dezenove é corroborado pelo fictício Livro de Jaser, publicado em 1844 – um livro que alguns dizem que a Sra. White usou para extrair material para seus livros. No relato do livro sobre a época antediluviana, encontramos estas palavras:
“E seus juízes e governantes iam às filhas dos homens, e pela força lhes tiravam as esposas aos maridos, segundo lhes parecia, e naqueles dias os filhos dos homens tomavam o gado da terra, as bestas do campo, e as aves do céu, e ensinavam a mescla de umas espécies de animais com outras…”Book of Jasher, 4:18, 1844
Sem se levar em conta as fontes, as afirmações da Sra. White deram lugar a algumas perguntas sérias.
Por exemplo:
Que raça é resultado do amálgama?
A Sra. White disse que os resultados do amálgama podem ser vistos “em certas raças de homens”.
As pessoas começaram a perguntar:
Quais raças são o resultado da amálgama?
As acerbas críticas contra Ellen White na década de 1860 obrigaram os dirigentes da igreja a tentar defender sua profetisa. Em 1868, quatro anos depois que as afirmações sobre amálgama apareceram impressas pela primeira vez, o dirigente adventista Urias Smith (que nesse tempo professava crer em Ellen White como profetisa) publicou sua ardente defesa de Ellen White. Nesse livro, Smith conjecturava que a união entre seres humanos e bestas havia criado raças como as dos “bosquímanos da África, algumas tribos de hotentotes, e talvez os índios digger de nosso próprio país, etc.” Uriah Smith, The Visions of Mrs. E. G. White, p. 103, 1868
Tiago White revisou “cuidadosamente” o livro de Smith antes que fosse publicado, e a seguir o recomendou em termos entusiásticos aos leitores da revista oficial da igreja, Review and Herald:
“A Associação acaba de publicar um panfleto intitulado The Visions of Mrs. E. G. White, A Manifestation of Spiritual Gifts According to the Scriptures [As Visões da Sra. E. G. White, uma manifestação dos dons espirituais segundo as Escrituras]. É escrito pelo redator da Review. Enquanto lia cuidadosamente o manuscrito, senti-me muito grato a Deus por nosso povo poder ter essa apta defesa daqueles pontos de vista tão amados e entesourados, enquanto outros os desprezam e a eles se opõem. Este livro está destinado a ter ampla circulação. — Tiago White.Tiago White, Review, 15 de ago. de 1868.
Tiago White explica com abundância de detalhes que Smith não publicou este livro sem uma cuidadosa revisão. É inconcebível que as afirmações acerca dos índios e bosquímanos da África passassem despercebidas a Tiago White. Seu respaldo do livro indica que aprovava a explicação. Na realidade, porque estabelecia as afirmações da Sra. White, Tiago e Ellen levaram 2.000 exemplares do livro de Smith consigo para oferecê-los durante as reuniões ao ar livre [campais] aquele ano! “Amalgamation of Man and Beast: What did Ellen White Mean?”, Spectrum, jun., 1982, p. 14.
Ao promover e vender o livro de Smith, os White puseram seu selo de aprovação a essa explicação da afirmação sobre o amálgama. Apesar de que a explicação a respeito “dos bosquímanos da África” era o bastante boa para os White e para Smith, com o tempo perdeu favor com os dirigentes adventistas do sétimo dia. A afirmação voltou a ser publicada em 1870 no livro Spirit of Prophecy, Vol. 1, e continuou causando controvérsia. Tornava-se mais e mais difícil explicar essas afirmações dentro de uma denominação mais e mais educada e racialmente tolerante.
Conquanto Tiago e Ellen White, Urias Smith, o filho dela, W. C. White, e sua secretária, D. D. Robinson, nunca tivessem dúvidas de que, ao escrever, Ellen havia tido em mente o cruzamento entre seres humanos e animais, os ulteriores defensores da Sra. White em anos recentes empreenderiam grandes esforços para tentar convencer as pessoas de que o amálgama se referia ao matrimônio entre as raças – seres humanos com seres humanos. Contudo, esta explicação dava lugar a mais perguntas do que respostas. Como poderia o casamento entre as raças humanas desfigurar a imagem de Deus no homem? Como poderia um ser humano (criado à imagem de Deus) casado com outro ser humano (criado à imagem de Deus) deturpar a imagem de Deus? Se o matrimônio entre raças é “pecado” e “um aviltante crime”, então por que nunca é assim descrito Bíblia? Muitos eruditos bíblicos creem que Zípora, a esposa de Moisés, era de uma raça diferente. Eram os filhos de Moisés uma espécie amalgamada? Nesse caso, porque ofereceu Deus fazer dos filhos de Moisés uma grande nação? Por que não os destruiu Deus por cometer um crime aviltante? Um crime aviltante é um ato de imoralidade vil. A Sra. White usa a frase “aviltante crime” só noutra ocasião em seus escritos. Usou a frase para descrever o vil intento da mulher de Potifar de cometer adultério com o jovem José. Signs of the Times, 8 de jan. de 1880.
Como poderiam as relações matrimoniais entre as raças ser descritas como crimes vis ou aviltantes? Desde quando são crimes infames as relações sexuais entre os membros humanos de um casal no matrimônio? Não honra Deus o matrimônio, sejam ou não ambos da mesma raça ou religião?
A Bíblia é muito clara em que as relações sexuais entre seres humanos e animais são um crime vil e infame. Esse crime é condenado na Bíblia como abominação (Levítico 18:23, 20:16) merecedora da pena de morte. O fato de que a Sra. White descreve o amálgama como um aviltante crime é evidência irrefutável de que ela se referia à bestialidade, não ao matrimônio entre seres humanos de diferentes antecedentes raciais.
Surgiram mais perguntas em vista da afirmação da Sra. White de que o amálgama foi a principal razão do dilúvio. Se a Sra. White está certa ao dizer que o amálgama era “um pecado acima de todo outro que atraiu a destruição da raça” por que esse pecado nunca foi mencionado em Gênesis? Moisés menciona os pecados de corrupção e violência (Gên. 6:11a 13), mas nunca o de amálgama. É de se pensar que, se o amálgama foi “um pecado acima de todo outro” que trouxe o dilúvio, Moisés pelo menos o teria mencionado! Como pôde ter-se esquecido desse horrendo pecado sem mencioná-lo?
A afirmação tornou-se tão controversa que finalmente decidiu-se omiti-la quando o livro foi reimpresso em 1890 sob o título de Patriarcas e Profetas. Depois de ter o livro sido publicado, alguns adventistas observaram que faltavam as afirmações. A muitos isso pareceu uma admissão de que as afirmações eram realmente falsas. Os crentes na Sra. White perguntavam por que essas afirmações “inspiradas” haviam sido eliminadas da edição seguinte do livro. Se as afirmações acerca do amálgama eram certas, por que não foram deixadas no livro? Por que foram removidas? Se este pecado causou o dilúvio, as pessoas deviam inteirar-se disso para não repeti-lo.
Se os bosquímanos da África são o resultado da união entre seres humanos e animais, as pessoas têm o direito de saber. Que precedentes há para eliminar os escritos de um profeta?
Nenhum dos profetas bíblicos teve que retroceder e alterar seus escritos para retirar afirmações. Por que tinha que fazê-lo a Sra. White?
A eliminação das afirmações relativas ao amálgama criou tal controvérsia que o White Estate decidiu ser importante proporcionar uma explicação das omissões. O filho de Ellen, W. C. White, tenta dar a explicação:
“Com relação aos dois parágrafos que se encontram em Spiritual Gifts e também em The Spirit of Prophecy concernentes ao amálgama, e a razão por que foram omitidos dos livros posteriores, e a pergunta quanto a quem assumiu a responsabilidade de omiti-los, posso falar com perfeita clareza e segurança. Foram omitidos por Ellen G. White. Ninguém relacionado com sua obra tinha qualquer autoridade sobre esse assunto, e nunca ouvi que alguém lhe oferecesse conselho em relação com isso”.
“Em todas as questões desse tipo, pode ter a certeza de que a irmã White era responsável por omitir ou acrescentar as questões desse tipo em edições posteriores de nossos livros”.
“A Sra. White não só tinha bom juízo baseado numa compreensão clara e abarcante das condições e as consequências naturais de publicar o que escrevia, como muitas vezes recebia instruções diretas do anjo do Senhor em relação com o que devia ser omitido ou acrescentado nas novas edições”. W.C. White, Mensagens Escolhidas, Vol. 3, p. 452.
Nessa carta, W. C. White nos informa que é provável que um anjo dera instruções a Ellen White para omitir as afirmações sobre o amálgama na edição seguinte do livro. Isto dá lugar a outra pergunta: Por que não lhe deu o anjo instruções para omitir as linhas antes que fossem publicadas no primeiro livro? Com certeza, isto teria evitado muitas explicações, muita confusão, e muita controvérsia!
Os adventistas continuaram defendendo a afirmação acerca do amálgama como a união entre seres humanos e bestas até 1947, quando um biólogo adventista, o Dr. Frank Marsh, convenceu um painel de adventistas do sétimo dia de que isto não era possível. Isso ocorreu décadas depois que os cientistas haviam demonstrado que o ser humano não pode cruzar com animais.8. “Amalgamation of Man and Beast: What did Ellen White Mean?”, pp. 16,17
Por: Dirk Anderson
Fonte: http://www.ellenwhite.org/port/index.html
eu li os trechos da literatura de autoria de Helen Gold White, na verdade ela é um “espírito” mas não de profecia, mas uma DEMENTADORA, as pessoas acreditando nestas bobagens absurdas que ela escreveu reprime a inteligencia das pessoas mantendo presas na seita do adventismo.
Os adventista nesses casos tem a mesma desculpa esfarrapada dizem que os escritos da senhora White são deturpados ou mal interpretados pra uma pessoa inteligente da pra ver que o estudo publicado foi bem coerente.