É possível um cristão perecer na sua vida cristã?

refletindo

E pela tua ciência destruirá o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu”. 1 Coríntios 8.11

Segundo Roger Olson, nesta passagem, Paulo escreve ao cristão que insiste em ostentar sua liberdade para comer carne em um templo pagão, mesmo em vista dos cristãos que possuem uma consciência mais fraca e que podem, deste modo, “tropeçar”. Claramente, Paulo está dando uma advertência aterrorizante aos que possuem uma “fé forte” para que evitem as consciências de seus irmãos mais fracos. Sua advertência é que ao exercer a liberdade cristã do legalismo muito publicamente, um cristão “forte” pode, na verdade, fazer com que uma pessoa amada por Deus, por quem Cristo morreu, seja destruída. Se não houvesse nenhuma possibilidade de um cristão verdadeiro ter em risco sua salvação, a advertência de Paulo é uma ameaça vazia, pois isso não poderia acontecer, o que não é o caso.

Os crentes que acreditam apenas na possibilidade de que “não se pode perder a salvação em hipótese alguma” argumentam que – “o caso é de apenas um cristão poder ser ferido com a atitude do outro”. Entretanto, a palavra grega traduzida por “destruído” é apollytai, que significa “destruir, perecer, morrer”. É improvável que a palavra apollytai pudesse significar qualquer outra coisa, principalmente neste contexto, ou seja, a ideia é mesmo de que a morte espiritual é plausível. Segundo, alguns insistem que texto apenas significa “ferir”, mas por que a advertência de Paulo seria tão horrível neste caso? “Por quem Cristo morreu” – soa como se Paulo estivesse dizendo que esta ofensa é assunto muito sério, seríssimo! A conjunção de “por quem Cristo morreu” com apenas “ferir ou danificar” simplesmente não carrega muito peso, diante do exposto no contexto.

O sentido óbvio do texto é que Paulo está advertindo os cristãos de consciência mais forte a tomarem cuidado para que não causem a completa destruição e morte, em termos espirituais, do cristão mais fraco ou, pelo menos, de alguém por quem Cristo morreu.

Adaptado do livro “Contra o Calvinismo” de Roger Olson

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