É errado o homem aceitar Jesus como Salvador?

aceitando a jesus

Aos que o receberam [a Cristo], aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus.” João 1.12-13

Conforme a interpretação que o “fatalismo teológico” faz dessa passagem, o novo nascimento não resulta da decisão humana ou da livre-escolha por Cristo (no ato do apelo quando o homem reconhece seus pecados e se arrepende de sua velha vida) — mas apenas de um ato exclusivo de Deus (sem nenhuma interação com o homem), ou seja, só serão salvos os determinados pelo fatalismo divino (o homem não pode aceitar Jesus, isso seria um erro, seria uma obra de salvação. Os convertidos apenas se agregam, mas não podem nem mesmo defender a ideia de ter um dia aceitado Jesus e tido uma experiência cristológica, pois os salvos já nascem salvos).

Resposta

Há pelo menos dois erros sérios nessa interpretação. Primeiro, o versículo 12 (de João 1) torna claro que o meio pelo qual esse novo nascimento é obtido é “receber [a Cristo]”. Isso envolve um ato livre da vontade. O segundo, é que essa passagem está simplesmente negando que haja outra fonte de novo nasci­mento que não seja o próprio Deus. Ele não vem “de” (gr.: ek) fontes huma­nas, como pais, marido ou nós mesmos. Ninguém pode salvar-nos, apenas Deus. Deus é a fonte pela qual o novo nascimento é dado (v. 13), mas o livre-arbítrio é o meio pelo qual ele é “recebido” (v. 12). É pela graça, mas “por meio da” (gr.: diá) fé, que somos salvos – Efésios 2.8. Romanos 9.16 – “Isso não depende do desejo ou do e forço humano, mas da misericórdia de Deus.” Para a cosmovisão fatalista, essa parece ser uma evidência inconfundível de que a salvação não depende da vontade do homem em aceitar a Jesus.   Sproul (um defensor do fatalismo divino) mostra-se incautamente triunfante a respeito desse versículo,  dizendo: “Esse versículo é absolutamente fatal para o arminianismo (ou quem pensa diferente do fatalismo)”.  Novamente a palavra grega para “de” aqui é ek, que significa “de  dentro de”. É uma referência à fonte da salvação, não ao meio pelo qual  a recebemos — isso significa que recebê-la é um ato livre de nossa  vontade (Jo 1.12; E f 2.8 etc.). Todas as formas soterológicas creem que Deus foi quem iniciou a salvação, mesmo  antes de o mundo começar (Ef 1.4). Somente Deus pode ser a fonte  da “misericórdia” salvadora de Deus. Contudo, como a Bíblia indica em Romanos 9.22 e em outros lugares, podemos rejeitar a misericór­dia de Deus (2Pe 3.9; At 7.51).

Então: Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta (livre-arbítrio), entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”. Apocalipse 3.20 (parentese do autor)

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